domingo, 22 de fevereiro de 2015

ARENGA NOVENTA E TRÊS.

                  Para os uns e outros que estabelecem regras para determinar como escrever corretamente, o que vou dizer provocaria risadas das boas, caso tomassem conhecimento. Mas o que vou dizer é a mais pura realidade. Veja só se não é: Considerando que a cegonha me deixou numa fazenda onde outra cegonha tinha deixado meus pais e uma terceira cegonha tinha deixado os pais dos pais dos meus pais, e que era um lugar onde a atividade literária não fazia parte da vida, razão pela qual só comecei a estudar quando já começava a me orgulhar da penugem que viria a ser um bigode. Resultou de tudo isso que minha capacidade de entender as coisas era menor do que a já minúscula capacidade demostrada pela juventude da época. Então, considerando quão pouco eu entendia da vida e o quanto entendo agora que percebo estar completamente errada a maneira coletiva de conduzi-la, significa que fiz um trajeto da mais absoluta obscuridade mental em relação a tudo que não fosse arrebanhar gado, tirar leite, fazer requeijão e manteiga, deixando tudo isso prá trás, e adquirindo conhecimento das causas geradoras de toda a infelicidade que atormenta este país de triste sorte que abriga povo em lugar de gente. Percebi que uma aglomeração de espécimes de povo forma manada, e que uma aglomeração de espécimes de gente forma sociedade. O fato de ter eu aprendido coisas que nem uns e outros sabem, me dá a convicção de merecer me considerar um sábio, nem que seja falado bem baixinho: um sábio.
 
                  Era eu tão inocente que pensava haver necessidade de rezar o Pai Nosso antes de dormir, e até puxei a corda de bater o sino da igreja de Itapetinga, sem contar ainda ser analfabeto quando uns e outros já sabiam mais do que tudo o que sei hoje como sábio.  É extraordinariamente gratificante constatar ter adquirido capacidade de interpretar corretamente coisas que parecem escapar à percepção até mesmo de uns e outros e da manada de um modo geral. No que diz respeito à manada, não é de se esperar outro comportamento porque bicho só pode agir como irracional. Entretanto, escapa à fina flor da intelectualidade a percepção da necessidade de modernizar a vida.                    Levado pela roda viva da vida de semianalfabeto para um ambiente de estudos em Salvador, tornei-me amigo e grande admirador de uma garota a quem me apeguei grandemente, talvez por sentir nela uma sábia que pudesse me transmitir algum conhecimento que alimentasse minha grande vontade de aprender coisas. Era uma garota tremendamente esclarecida, de uma simpatia radiante, e me dizia com um olhar sincero entre censura e piedade que eu era alienado, o que me deixava intrigado porque para meu parco conhecimento alienado era sinônimo de louco. Com a bela família dessa garota maravilha que se chamava Rosa, aprendi muito e lamento ter perdido o contato com seu Ari, Hostinho, Jorginho, Lucinha, Rosa Maria e, sobretudo, aquela que me chamava de alienado, com a mais absoluta razão. O fato de sair de uma mentalidade tão tacanha de quem sabia unicamente ser vaqueiro e cuidar de gado e passar a compreender o quanto está errado esse pessoal que lota estádios para incentivar lutadores a se esmurrarem, indiferentes ao fato de resultar muitos malefícios para a velhice dos esmurradores em consequência da pancadaria na cabeça, é indicativo de ascensão espiritual. Entretanto, a maior vitória alcançada por minha maturidade mental foi superar a inocente crença na necessidade de religiosidade para se alcançar a paz. Uma grande verdade que aprendi é que a paz coletiva depende unicamente da circunstância de serem os membros da coletividade versados em sociabilidade. Para viver em sociedade é preciso aprender a fazer isso primeiro. Mas para aprender a viver em grupo é preciso leitura de bons livros. É por isso que uma sociedade de ateus seria infinitamente mais civilizada do que a sociedade dos enchedores de igreja e campos de axé e futebola. E isto se dá exatamente porque não se vira um ateu sem ter lido os Grandes Mestres do Saber, e quem faz isso aprende como viver em paz em meio a outras pessoas.                    Acontece que em vez de haver estímulo à leitura dos Grandes Mestres do Saber, incentiva-se o interesse pelas “celebridades” e “famosos”, levando a manada a se interessar por livros sobre gente como Pelé, pessoas que não escrevem um bilhete sem o dobro dos erros que eu cometeria. Pois uma das tramoias escondidas debaixo do pano é não ensinar cidadania que é para o povo não saber como viver em sociedade, porque quem sabe viver em sociedade também sabe ser preciso que o dinheiro público deixe de abastecer as pastas 007 e tenha por primeiríssima prioridade um sistema de educação que tenha por primeiríssima prioridade ensinar a verdade no lugar da mentira de não haver necessidade de cooperação entre os seres humanos como condição indispensável a uma vida civilizada. Quando o feioso Henry Kissinger sentenciou do alto de sua ignorância social ser ideal o sistema capitalista por se basear na competição, onde inevitavelmente existem ganhadores e perdedores, estava dizendo uma coisa errada porque é exatamente em função da violência intrínseca em qualquer competição que vivemos em meio a guerras.                    Quando a juventude passar a entender de cidadania os jovens saberão escolher estadistas para seus líderes, e disto resultará num avanço rumo à civilização capaz de tirar a juventude da letargia mental em que foi colocada e torná-la capaz de saber nomear corretamente pessoas certas para os postos de administração pública, porque, como afirmam os Grandes Mestres do Saber, o estadista se preocupa com as próximas gerações, enquanto o político se preocupa com as próximas eleições.                   Sabendo-se que a única maneira de se estruturar uma sociedade civilizada é através de um sistema educacional capaz de transformar alienados em cidadãos, como fazer isto, se depende do dinheiro público que se encontra nas mãos de bandidos, e bandidos desprezam educação? Aqui é que está o X da questão de parecerem insolúveis os motivos pelos quais nossa sociedade é do jeito que estamos vendo. Servimos para o mundo de exemplo do que não presta. Está aí a homenagem prestada pelos ignorantes de escola de samba à Republica Equatoriana sobre quem nossa amigona Wikipédia diz o seguinte:                    1 – “Guiné Equatorial é uma fonte e destino para mulheres e crianças vítimas de trabalho forçado e tráfico de sexo”.                    2 – “Uma investigação do Senado dos Estados Unidos de 2004 no Banco Riggs (com sede em Washington, D. C.) descobriu que a família do presidente Obiang tinha recebido enormes pagamentos de empresas de petróleo dos Estados Unidos”.
                  3 – “A Transparency International colocou a Guiné Equatorial no top 12 da sua lista de estados corruptos”.
                  4 – “Teodoro Nguema Obiang Mangue, conhecido como Teodorín, de 45 anos, filho do presidente, acaba de perder para a Justiça americana uma mansão em Malibu avaliada em US$ 30 milhões. A Justiça da França confiscou 11 carros de luxo, como um Rolls-Royce Phantom conversível, um Aston Martin Le Mans, entre outros, além de um relógio Piaget Polo decorado com 498 diamantes, avaliado em 598 mil euros, e um prédio de 5 mil metros quadrados em Paris, desviados por Obiang, sua família e responsáveis por seu regime”.                   Talvez pela semelhança entre lá e cá, é que os iletrados requebradores de quadris receberam dez milhões de reais para homenagear uma família de monstros que rouba de um povo tão ignorante quanto os ignorantes da tal escola de samba que afirmam não ver motivo para o alvoroço uma vez que o dinheiro não foi roubado. Como não foi roubado? É a mesma mentalidade imbecil do taxista que acredita não ter nada a ver que os políticos roubem, uma vez que não roubam nada dele. O ex-pau-de-arara e hoje multimilionário capaz de fazer festa de centenas de milhares para aniversário do neto de três anos, personagem do livro O Chefe, é o maior exemplo de canalização do dinheiro público para o bolso de ladrões.                   Pode escrever e sacramentar: quando através do poder do dinheiro os jovens alienados forem transformados em cidadãos, com a mais absoluta das certezas a paz reinará no lugar desta merda de brutalidade onde criancinhas de dois meses são assassinadas a tiros de revólver. A maneira de fazer com que se use corretamente a dinheirama dos impostos, que poderão ser ainda maiores se forem também cobrados dos ricos e das igrejas, é querer saber das autoridades o que é feito desse dinheiro, mesmo porque perguntar não ofende, principalmente por se perguntar sobre algo que pertence a quem faz a pergunta. Pois eu aprendi isso também. Enquanto todo mundo, menos nós o gatos pingados, vão buscar a paz nas igrejas, nós não fazemos isso porque sabemos ser a mesma coisa que procurar chifres na cabeça de cavalo. É absolutamente impossível atender a exigência de um sistema educacional eficiente enquanto o erário for objeto de ratazana como mostram os livros Honoráveis Bandidos, Privataria Tucana e O Chefe.                     É por tudo isso que me ufano por ter aprendido com os Grandes Mestres do Saber a realidade da vida, o que é mais importante do que escrever bonito. Não se ligar em corrigir uma situação em que apenas algumas pessoas desfrutam da riqueza do mundo é saber menos do que eu dos perigos decorrentes de tal situação para os descendentes.                   Não pode haver loucura maior do que queimar em festas, foguetórios e roubalheiras o dinheiro resultante do trabalho que se faz enquanto se aguenta trabalhar e que deveria servir para amparar na velhice quando então se vira alvo das doenças e do cansaço. Isto, sim, é loucura. Não participar dos assuntos públicos permite que ministros pagos pelo povo idiota para defender seus interesses passem a receber por fora para defender os ladrões desse povo idiota.                   Por fim, para encerrar esta prosa, aprendi que ajuntar dinheiro pode ser uma faca de dois lados. Já vi velhos que passaram a vida ajuntando dinheiro, e que criaram os filhos na mesma linha, serem interditados por esses filhos e morrerem de desgosto. Certa vez, um amigo meu de pai multimilionário me perguntou se eu sabia que eles tinham interditado o pai. Era inteiramente necessário, segundo ele, porque o velho dava dinheiro a garotinhas para pegar nos peitos delas. Comentei que eu também faria isso se tivesse tanto dinheiro como o pai dele.  Inté.
 
 


 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

ARENGA 92


Certíssimo esse negócio de não ter o papel nada a ver com que se escreve nele. O que se vê escrito pelaí é de dar vontade de espernear contra tanta falta de vergonha, mau caráter, cinismo. Uma tremenda falta total de bom senso. O que jornalistas e escritores assalariados, e até juristas de requintada postura social, frequentadores dos mais finos salões de embelezamento de onde saem bem empoados, luzidios e até depilados, se unem em uníssono na tarefa de denegrir a imagem irretocável do ex-ministro e hoje advogado doutor Joaquim Barbosa a quem a corja de aproveitadores queria até negar inscrição na Ordem dos Advogados sob alegação de se tratar de um grosseirão indigno do mundo de sofisticações e participação em falcatruas, razão pela qual alegam não ter o doutor Barbosa compostura bastante para ser advogado ante sua obstinação pelo cumprimento rigoroso das leis. Isto é de entristecer quem superou a fase de manada. È tudo às avessas. Aqueles advogados que se esmeravam no discurso em defesa dos bandidos do Mensalão, inclusive com cochichos ridículos ao pé do ouvido dos marginais do tipo mais perigoso porque seu crime de lesa pátria causa a pobreza que infelicita milhões. São criminosos covardes que não precisam se arriscar. Estando de posse da chave do cofre, ou sendo parceiro de quem a tem, é moleza encher as pastas 007, e com o produto do roubo recompensar advogados grã-finos, portadores da compostura que falta do doutor Joaquim Barbosa por não aceitar participar da divisão com os bandidos o produto do seu roubo como demonstrou ao batalhar contra tudo e contra todos para punir os ladrões do dinheiro público, acirrando, com sua postura digna, a ira dos que não querem perder as “facilidades” resultantes do conluio com os palácios e a bandidagem. A presença do doutor Barbosa representa para os ladrões da politicagem o mesmo desconforto que representa para uma ratazana a presença de um baita gatão bom caçador de ratos.

Esta é a razão pela qual de todos os lados se lançam impropérios contra o único homem que não deixa dúvidas quanto à sua disposição de exercer com dignidade um cargo público de maneira completamente diferente do jeito com que sempre foram exercidos os cargos públicos. E de que modo sempre foram exercidos os cargos públicos? Do mesmo modo como são hoje. Isto é, em benefício da família e apaniguados de quem o exerce, resultando tal procedimento nisso que aí está. Entretanto, se perguntado à juventude de que modo é administrada sua sociedade, a resposta exigiria antes o esclarecimento sobre o time chamado sociedade e o nome dos seus jogadores, ou sobre os músicos da banda chamada sociedade. Ignoram os jovens em sua santa burrice serem eles mesmos os responsáveis diretos pela vitória do mal no jogo social entre a equipe de fazer o bem e a equipe de fazer o mal. Sendo os jogadores escolhidos nas urnas pelos jovens, é deles a culpa de escolher só jogadores da equipe de fazer o mal, resultando daí uma sociedade de bichos em decorrência de serem vitoriosos os jovens que escolhem palhaço, boxeador, pastor e jogador de futebola para legisladores.

Caso o comando do país tivesse a seu lado o martelão de Joaquim Barbosa, com a mais absoluta certeza acabaria de vez a tranquilidade dos folgados que estraçalham a riqueza produzida por esse povo infeliz, sempre espoliado por falsas lideranças, mas que apesar de tanto sofrimento e choro dá a impressão de ser o povo mais feliz do mundo, como se vê nos festejos e nas folias que incluem velhos de barba branca. Certamente velhos que passaram pela vida sem nada aprender, e que por isso mesmo se enquadram perfeitamente na qualificação de enchedores de latrinas feita pelo mestre Da Vince, lembrada pelo jornalista bisbilhotador do jornal Tribuna da Bahia, Alex Ferraz. Não fosse pela atuação implacável do doutor Barbosa, nenhum dos bandidos Mensaleiros teria experimentado o lado de dentro do presídio. Tanto assim é que depois da saída de Joaquim Barbosa a bandidagem está voltando às ruas para aprontar novas sacanagens contra esse povo do qual é muito ruim fazer parte. O pavor dos ocupantes do poder ante a possibilidade de vir o ex-ministro Joaquim Barbosa a exercer algum cargo de relevância na administração do erário, leva a corja a contratar quem se disponha a mentir em troca de dinheiro para espinafrar o doutor Barbosa perante a massa ignorante, mas responsável pela vitória ou derrota nas eleições. Acostumados a exercer o poder em seu próprio benefício, se borram ante a figura moralmente gigantesca do doutor Joaquim Barbosa e seu martelão de metro na mão implacável contra bandidão. Promotores de falcatruas que são, os administradores públicos passam para a massa ignara a mentira de ser o doutor Barbosa o indigno a ser rejeitado. Como prova, apontam a compra de um apartamento descrito como modesto pela imprensa, e depois de muitos anos de trabalhos em postos relevantes, enquanto um funcionário simples da prefeitura de São Paulo comprou 106 imóveis em pouco tempo.

A política nesse país de triste sorte e de povo moralmente indigno de ambiente civilizado virou uma esculhambação sem limite. O dinheiro escoa nas pastas 007 sob as vistas grossas dos representantes do poder em troca da participação que transforma pés rapados em milionários sob as barbas de uma população de requebradores de quadris e enchedores de igrejas. São pessoas como os doutores Joaquim Barbosa, Sérgio Mouro, Heloisa Helena, Eliana Calmon e mais alguns gatos pingados como os jovens promotores que se empenham em reunir provas em defesa da sociedade, provas estas que o próprio ministro da justiça em reunião secreta procura ajudar os advogados “dignos” de serem advogados a desqualificar. As poucas pessoas desse tipo mantém viva a chama da esperança em um governo exercido com dignidade e uma sociedade civilizada, única forma de se desfrutar de bem-estar. Mas uma sociedade assim é o que menos querem os donos do poder, desprezíveis roedores do erário, causadores de todo o choro no corredor do hospital e da monumental ignorância da população, principalmente dos jovens. Os corruptos não querem nem saber da presença de alguém honesto em seu reino encantado das malandragens. Montaram uma teia de fuxicos destinada a amarelar a imagem de quem não tem a personalidade deformada o bastante para participar das chicanas que canalizam o dinheiro público para os infernos fiscais. No caso do doutor Barbosa, é mais do que evidente não poder ele encontrar espaço entre a turma que chega pela porta dos fundos, sempre a serviço daqueles que os colocaram em postos estratégicos para ajudá-los a se livrar de alguma contrariedade ao serem apanhados em farras monumentais, com lenços cobrindo a cabeça, em comemoração a mais uma remessa para um inferno fiscal. Se chega um “desmancha prazer” que não concorda em participar do “esquema”, deve ser espinafrado para que a imbecilidade da manada acredite que o bandido é o honesto e que o honesto é o bandido. 

Nosso sistema de administração pública está apodrecido como as raízes das árvores de São Paulo e cairá sobre a cabeça da massa festiva e ignorante. Com total indiferença da população, vive-se uma situação insustentável de já termos tido um ministro da justiça que virou advogado e receptador de parte do roubo dos Mensaleiros, e agora temos outro ministro da justiça compactuando em reuniões secretas com representantes dos bandidos da Lava Jato e que também atuou junto ao governo dos Estados Unidos em proteção a Paulo Maluf, bandido para a polícia internacional, mas figuraço da maior importância na política desse país de trouxas e completos imbecis incapazes de perceber a situação insustentável em que nos encontramos em consequência de estar o poder de administrar a sociedade sendo exercido por criminosos travestidos de líderes e que jogam solto face à indiferença de quem paga a conta. Do mesmo modo como o óleo não mistura com água, assim também não podem conviver quem procura acumular riqueza ainda que roubada a título de segurança individual, e quem sabe perfeitamente, como sabe o culto doutor Barbosa não haver segurança senão coletiva e que isto só pode acontecer através de um sistema educacional que ensine verdade e forme cidadãos, o que demanda o dinheiro carreado nas pastas 007.

A bandalheira lança a cada dia mais tentáculos sobre qualquer lugar onde haja dinheiro público. Da prefeitura mais humilde ao palácio mais sofisticado. Não há mais para onde a sociedade brasileira se rebaixar na podridão e imoralidade de todos os tipos, para sofrimento de quem tem vergonha na cara e sentimento de patriotismo no peito.

É o medo de quem se acostumou a viver das vantagens obtidas debaixo do pano que leva quem assim procede a aproveitar da facilidade com que se engana o povo e montar uma rede de intrigas para denegrir a figura impoluta de Joaquim Barbosa. Entre tais canalhices encontra-se uma reportagem da revista Caros Amigos, que chega a sugerir que Joaquim Barbosa deveria responder perante a justiça, o que mostra o tamanho da degradação a que chegou nossa sociedade ao ter uma justiça para punir pelo fato de ser íntegro. Era só o que faltava! A cadeia ser destinada aos honestos. Mas como não se pode enganar sempre, no meio de tanta gente enganada há quem distinga o verdadeiro intuito dos detratores das pessoas honestas e com possibilidade de ocupar cargos relevantes na administração pública, o que poria fim à desordem. A cambada da boca entortada pelo cachimbo da safadeza sabe que ensopará fraldas e mais fraldas caso haja moralização na administração pública. E como ficaremos se Joaquim Barbosa vier a ser presidente da república? – Pergunta um dos que temem o doutor Barbosa –. Vira essa boca prá lá –. Responde o resto da turma.

Os juristas engomados, todos a fina-flor do refinamento, acastelados na sombra dos palácios, e que afirmaram ter o doutor Barbosa condenado injustamente o Zé Dirceu, devem estar procurando como justificar esta falsa afirmação ante a recente confirmação do bandido delator em troca de benefício que disse ser o “inocente” Zé Dirceu tão bandido quanto os demais na roubalheira da Petrobrás. Se ele está no poder há tanto tempo, será que apenas agorinha se tornou bandidão? Ou será que o bandido da delação premiada acusaria o Zé Dirceu apenas por brincadeira? A corja caluniadora está em polvorosa ante mais uma atitude do doutor Barbosa em defesa dos que choram no corredor do hospital ao sugerir o afastamento do ministro mambembe da justiça pela improbidade de se reunir com os advogados dos ladrões do erário, o que é um absurdo só possível nessa terra de canalhas travestidos de autoridades e de povo em vez de gente. Como não se tem dúvida de que com o doutor Barbosa as mazelas haverão de acabar, é daí que vem sua excomunhão pelos verdadeiros demônios que infernizam a vida desta malta ignorante e festiva.

Sabendo-se que a natureza tanto nos abastece de coisas boas quanto de coisas ruins, nosso procedimento deveria ser de procurar evitar ao máximo as coisas ruins e incentivar ao máximo as coisas boas, mas ocorre justamente o contrário. A noção de bem (coisas boas) e mal (coisas ruins), segundo o livro O Mundo de Sofia, era vista pelos sofistas como dependente da sociedade e da natureza humana de cada lugar, no que estavam muito certos porque as coisas boas ou ruins decorrem unicamente do comportamento humano. Sócrates pensava de outra forma, mas ele estava errado. No momento, em nossa sociedade prevalece o reino do mal de forma tão acentuada que se encontram pedaços de cadáver pelas ruas, e criancinhas de colo são alvo de tiro de revólver e fuzil, o que ocorre não por nenhuma predestinação como afirmava Sócrates, segundo o livro citado. As coisas ruins decorrem da ainda existente brutalidade humana. A maldade está em cada ser humano desde sua formação mais remota. Lá no começo de tudo só havia sinais de amistosidade entre macho e fêmea em função do instinto sexual. Os demais semelhantes, entretanto, eram inimigos entre si, caçados e mortos. Com o passar do tempo, ante a constatação da necessidade que um tinha da ajuda do outro, foram-se acostumando uns aos outros e diminuindo as arestas da animosidade, mas não o bastante até agora para dar lugar à necessária amistosidade sem a qual não se pode falar em civilização, o que prova depender tanto o bem quanto o mal do nível de espiritualidade em que se encontram os componentes do grupo, razão pela qual estavam certos os sofistas quando afirmaram que tanto o bem quanto o mal depende das pessoas. À medida que diminui a brutalidade, também diminui o campo de ação do mal. Quando a brutalidade orienta o comportamento, o mal toma conta e o resultado são canalhas nos postos que deveriam ser ocupados pelas pessoas que eles perseguem. A ninguém que não seja totalmente desprovido de racionalidade é dado o direito de se acomodar ante uma situação que promete grandes dissabores para os descendentes. Inté.  

domingo, 15 de fevereiro de 2015

ARENGA 91


Nem todo mundo no mundo se enquadra na classificação de enchedor de latrina. Observando a vida e comparando o que se ouve com o que se vê, algumas pessoas aprenderam na mais eficiente de todas as escolas, a escola da vida, muito mais do que o ensinamento ministrado nas escolas do sistema deseducacional de formar imbecis capazes do bafafá que faz a imprensa em torno da biografia de Mick Jagger, inclusive em que circunstâncias ocorriam as trepadas que ele dava com uma garota brasileira, também do mundo iletrado das “celebridades” e da pornografia do mundo do “fashion”. Não há limite para a estupidez humana. Está aí na imprensa uma destas “autoridades” propondo que o governo patrocine viagens para eventos religiosos, o que é demonstração do desprezo que essa espécie de “autoridade” tem pelo povo quando expõe sua intenção, não se sabe a troco de quê, de ajudar a arrecadação da igreja angariando mais pagadores de dízimo, não obstante expor em perigo a integridade física dos idiotas que enchem as estradas em busca de proteção divina e ficam espichados no asfalto. A raça humana, como criança, é só insensatez. Adultos apaixonados pelos requebros corporais do senhor Mick Jagger e suas trepadas demonstram completa imaturidade mental, não passando de tremenda imbecilidade sua indiferença ante a possibilidade de desabastecimento coletivo de comida e água. É mais importante para estas mentes deformadas as trepadas de Mr. Jagger.  Para haver sensatez no mundo é preciso que se esvaziem as escolas que ensinam a desunião e o excessivo apego à materialidade. Esvaziar também as igrejas que ensinam a mentira, e, do mesmo modo, esvaziar as festas depois de certa maturidade intelectual e declínio do vigor físico e correspondente aumento do vigor mental. Nada proveniente destas reuniões presta para coisa alguma, e a falta de senso observada por todo canto é a evidência desta inutilidade das reuniões nas escolas, igrejas e nas festas e celebrações a “famosos” e “celebridades”. Muito mais vantajoso em termos de atitudes positivas para o bem-estar geral seria trocar o assunto destas reuniões por uma iniciação à atividade de pensar. Reunirem-se para meditar. No momento em que o assunto deixar de ter por preferência as “celebridades” e os “famosos” e passar a ser a situação de desconforto que já começou a acontecer para um futuro cada vez mais perto e ameaçador, aí, com a maior das certezas, haveriam de sair soluções para as várias enfermidades que afetam a humanidade, principalmente as mentais, de onde brota a insensatez da autodestruição. Mas enquanto se aprende não haver necessidade de pensar, bastando apenas obedecer, o que é um aprendizado às avessas, comportamento de extrema burrice só equiparável ao comportamento do burro de carroça que apenas vai, sem necessidade de saber para onde vai. Enquanto as mentalidades se formarem com base no que é ensinado às crianças, os ainda brutos seres humanos estarão se engalfinhando nas desavenças e na matança das guerras para as quais não há mais justificativa porquanto todos pensam não haver mais motivo para preocupação com a fome, como acontecia no tempo em que só se comia quando se encontrava o que comer. Estando todos absolutamente certos da garantia de segurança alimentar, contando, inclusive, com o reforço da possibilidade de uma chuva de codornas assadas e muito saborosas ainda que sujas de areia, não deve haver mais motivo para atacar outro ser humano.

A única coisa que falta para que a humanidade viva melhor é que cada um dos seres humanos desperte para a necessidade de se conhecer a si mesmo a fim de saber o quanto seu procedimento independe de sua vontade. Nota-se tremenda contradição entre o fato de ser a vida o bem mais precioso, como todos dizem, mas, ao mesmo tempo em que assim se pensa, a mortandade pelo ferro e pelo fogo tem sido a nota dominante no comportamento humano desde sempre. Esta contradição não deixa dúvida de que as pessoas certas de ser a vida o bem mais precioso não estão agindo por sua própria vontade matando-se mutuamente porque ninguém se desfaz espontaneamente do bem mais precioso de que dispõe. A loucura se torna ainda maior quando mata e morre por se acreditar que isto agrada a um Deus que se acredita e afirma de pé junto ser de uma bondade infinita. O comportamento resultante do que se aprende é de completos idiotas. Os poucos iluminados que alcançaram o privilégio de conhecer como funciona a vida em sociedade devem fazer algum tipo de esforço para mostrar a esta juventude de bosta que ela está totalmente sem rumo e vai acabar dentro de um tremendo buracão porque é o que acontece sempre com quem anda a esmo. Uma vez que se é obrigado a viajar pelos caminhos da vida, que se escolha o melhor deles para viajar. A escolha do melhor caminho, entretanto, como toda escolha implica em exercícios mentais, maiores especulações são indispensáveis a fim de que se chegue a conclusões presumivelmente acertadas no sentido de se formar uma coletividade na qual se desfrute de bem-estar. Todas as tentativas já feitas nesse sentido falharam exatamente por não terem tido examinadas cuidadosamente as consequências da ação levada a efeito para a mudança. Mudança feita na base da violência não leva a lugar algum. A violência é o inverso da sensatez e da sabedoria, e própria dos irracionais. Como a mente esclerosada da velharia que comanda o mundo o faz ainda na base da violência desnecessária das guerras de saque, seu embotamento não permite a percepção da necessidade de novos comportamentos, razão pela qual carece uma juventude capaz de perceber estar o mundo sendo dirigido de modo completamente errado como se pode ver pelo fato de ainda existirem reis e rainhas de verdade, além dos “reis” das brincadeiras, tão inúteis e bobos quanto os primeiros.

 Estando defasado o sistema de organização social, faz-se extremamente necessário que as pessoas que conseguiram superar a miopia que não deixa ver ser absurdo resumir a vida às bobagens que prendem a atenção dos jovens cuja mentalidade pequena os faz pensar haver importância no seu mundo fútil de exagerado apelo à sensualidade e à burrice, mundo no qual as personalidades mais importantes são as “celebridades” e os “famosos” cujos assuntos preferidos giram em torno de quem usa ou não usa cueca e calcinha. Do descaso da juventude quanto às coisas sérias das quais depende a qualidade do futuro resultarão grandes sofrimentos para as futuras gerações. Enquanto a juventude for composta de bois, vacas e bezerros, os assuntos relevantes serão preteridos por futilidades e muita ignorância.

O esforço para alertar a juventude de bosta quanto ao rumo perigoso que segue não deve ser encarado como ato de bondade, mas sim de cumprimento do dever de avisar ao inocente em perigo que ele está correndo perigo. Desta obrigação não foge aquele que aprendeu como é que funciona a vida coletiva. A percepção pela intuição e observação requer alguma finura mental. Como manada não pode atender a tal requisito, só quem lê os Grandes Mestres do Saber estão absolutamente certos em cultivar a harmonia não só com a natureza, mas também entre os componentes da coletividade por ser completamente impossível pessoas que se odeiam viverem juntas sem que o resultado seja um ambiente impróprio para quem busca algum refinamento espiritual, coisa que os bichos em forma de gente nem sabem o que é, mas que todos deveriam buscar. A realidade que passa despercebida à manada é que o asfalto e o concreto não são saudáveis e nem tão bonitos quanto a paisagem bucólica com rios nos quais se possa entrar sem medo. Mas como os jovens não sabem disso é preciso ensinar-lhes pelo motivo de estar a infelicidade tendo espaço maior do que a tranquilidade pela qual todos correm atrás, situação indicativa de algo tão errado quanto está errado plantar árvores ao lado das casas e estender a fiação elétrica sobre as cabeças de quem anda pelas ruas. É tão insensato o comportamento humano que a qualidade da água e dos alimentos resultará uma velhice mais infeliz do que ela tem necessariamente de ser. Da inimizade com a leitura de bons livros nasce o impedimento da evolução espiritual, única forma de superar a ignorância monumental em que se encontram os jovens. Do mesmo modo, a falta de curiosidade para observar se o que se ouve é condizente com a realidade leva a comportamentos irracionais como conversar com estátua e transformar lembrança de defunto em santo. Enfim, só o que pode corrigir tanta brutalidade, insensatez, burrice e ignorância, é cultivar a extraordinária qualidade de pensar, magnífico instrumento para orientar o caminho certo com que a natureza nos distinguiu dos irracionais. A arte de pensar ou meditar, segundo o historiador Geoffrey Blainey, se não me engano, desenvolveu-se entre os gregos em função da topografia sisuda da Grécia com seus acidentes geográficos que de certa forma induzem à meditação, circunstância que teria sido o motivo pelo qual os gregos foram levados a se tornarem os maiores pensadores da história humana. Havia por lá uns caras chamados sofistas que ganhavam dinheiro ensinando a pensar. Tem pelaí um livro chamado O Mundo de Sofia que é um livro danado de bom para também ensinar a pensar, o que significa que com quarenta e alguns reais um montão de gente pode ser iniciado nas viagens do pensamento das quais resulta o desenvolvimento da inteligência que leva à sabedoria que faz concluir pela desvantagem de viver apenas no mundo ilusório de correr atrás de riqueza material e pessoal em vez de se buscar uma riqueza espiritual e coletiva necessária ao enfrentamento da vida quando encerrar a lida e chegar à conclusão de que as coisas são completamente diferentes das imaginadas, o que só ocorrerá quando não se aguentar mais ficar em pé direito e andar arrastando os pés limpando o passeio como se fosse gari.

Comentar um pequeno trecho do livro citado é um exercício mental que vale a pena uma vez se tratando de exercitar o pensamento. A leitura do final da página 99 e começo da seguinte dá excelente explicação sobre um assunto muito em voga no tempo dos sofistas, assunto de que também se ocuparam Sócrates e Platão, e que é aquele negócio aparentemente esquisito a que eles se referiam como “aquilo que é eterno e imutável” e “aquilo que flui”. O trecho a que me refiro do livro O Mundo de Sofia esclarece esse negócio com a figura de um cavalo, o que me levou à lembrança do meu cavalo lá dos tempos em que eu era vaqueiro na fazenda do meu pai e tinha um cavalo chamado Roxoforte que foi meu companheiro por muitos anos e do qual tenho grata lembrança. Pois, o Roxoforte que se encontrava arreado e à minha espera para irmos campear é a coisa que flui referida pelos filósofos. Quer dizer, que vira bufa, desaparece, envelhece e morre como morreu meu Roxoforte de agradáveis cavalgadas e algumas estripulias como roubar melancia de madrugada nas vizinhanças onde houvesse o fruto. A esta altura, Roxoforte estará na mesma situação em que logo estarei e em que todos estarão: apenas a caveira. Mas a figura de um cavalo que vem à mente ao se ouvir a palavra “cavalo” é eterna e imutável. No caso do meu cavalo Roxoforte, o que eu montava virou bufa, desapareceu, escafedeu-se para sempre. Mas sua figura continua viva na minha lembrança. Embora esta lembrança não possa ser eterna porque existe apenas enquanto eu existir, mas a lembrança da figura simpática de um cavalo estará eternamente configurada na mente de quem quer que ouça a palavra “cavalo”, e seria uma coisa eterna e imutável. Para quem a vida se resume em comer e encher latrinas, a atividade de pensar em outra coisa que não comer e cagar é pura bobagem. Entretanto, sem tais exercícios mentais, o que sobra é um aglomerados de cagões que nem se mancam de se considerarem civilizados, posição tão longe de ser alcançada por eles que o vaticano ainda usa o método primitivo de se comunicar por sinais de fumaça com a massa de ignorantes que se ajunta na Praça de São Pedro para ler a mensagem saída de uma chaminé anunciando a transformação de um comedor de macarrão em santo padre. Também apropriado para seres não pensantes o fato de se anunciar o funerai de um imortal. Inté.      

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

ARENGA NOVENTA


O planeta Terra está à beira da destruição. Embora pareça mentira, por seus próprios habitantes. Se esta juventude de bosta não tomar atitude de homens e mulheres que prestem para alguma coisa que não seja passar perfume para ir à igreja, futucar telefone e apreciar notícias do tipo de uma que dá conta, inclusive com fotografia, do fato de ter Madona arribado o vestido na festa e ficado com a bunda de fora. Está uma coisa deveras engraçada a fotografia da bundona branca de Madona na internete. O hábito que as mulheres tem de mostrar a bunda é enigmático. Pode estar demonstrando às pessoas a mesma desconsideração que o Mestre do Saber Einstein do alto sua superioridade mental, com o gesto simples de mostrar a língua, demonstrou seu desprezo à insignificância dos reles seres humanos em sua atitude irracional de destruir a natureza da qual depende a vida. É da parte que as mulheres gostam de mostrar que sai todo dia em estado lastimável tudo o que se comeu no dia anterior. A seguir com tal mentalidade de jerico, os filhos desta juventude de bosta não terão tempo para crescer. Mas como sonhar com uma juventude inteligente, que lê livros, que pense, é coisa que não vai mesmo além de sonho, parece que o único jeito de salvar o planeta é matar por merecimento a humanidade. O merecimento vai por conta da brutalidade que impede reflexões inteligentes e equipara seres humanos a bichos para os quais a vida se resume ao momento presente. Assim como a boiada se farta até acabar o pasto e morrer de fome, também a manada humana faz do mesmo jeito com os recursos que o planeta generosamente lhe dispõe, demonstrando maior estupidez porquanto os bichos de quatro pés não podem saber que o pasto acaba.

A manada humana está certa da existência de um Deus que envia pessoas desinteligentes para a porta do supermercado a receber de outros desinteligentes um quilo de comida para alimentar quem tem fome, o que não passa de mais uma idiotice uma vez que a fome volta algumas horas depois. O raciocínio de boiada não permite que estes imbecis percebam o tamanho da bobagem que fazem ao contar com chuva de codornas assadas que os livre da escassez de alimento. Quem tem a mente tão atrasada a esse ponto, jamais formará sociedade diferente da pocilga em cuja lama chafurda a massa humana em sua admiração pelas coisas insignificantes e rasteiras. Quando se é jovem não se tem condição de mandar às favas as peias mentais amarradas pela religião que impedem o livre pensar, chegando-se à velhice sem ter tido oportunidade de elevar-se acima do mundo medíocre de quem é capaz de encontrar motivo suficiente para transformar em “famosos” e “celebridades” pessoas sem encantamentos espirituais e que vivem única e exclusivamente em função das coisas materiais em torno das quais gira o seu mundo fútil cujo único atrativo são os assuntos relacionados com bunda, peito e músculos, não obstante a perspectiva de fome, sede e muitas doenças que já começam a chegar. Se o comportamento dos jovens é de total alienação, muito pior é a alienação nos velhos. Velho capaz de dizer “graças a Deus”, “com fé em Deus” passaram pela juventude sem que nada tivessem aprendido nada na vida. Enquadram-se perfeitamente entre os enchedores de latrina da citação do Mestre Da Vince. A ninguém que tenha observado a vida até ficar velho é dado o direito de não perceber as contradições, mentiras e falsidades que redundam no maior de todos os engodos que engabelam a humanidade: a religião. Ninguém desconfia do absurdo de se dar preferência à companhia mental de analfabetos e desacreditar no que dizem pessoas que estudam muito e por isso mesmo viram intelectuais. Afinal, quando o analfabeto quer algum esclarecimento, pede justamente ao intelectual. A religiosidade envolve em suas teias os fracos de força mental do mesmo modo como a teia de aranha envolve os insetos fracos de força física. Este é o grande mal que a religião faz à humanidade: arregimentar um exército fabuloso de pessoas fracas espiritualmente e eliminar-lhes o único e verdadeiro poder capaz de vencer os sofrimentos vencíveis e dar a devida sabedoria para compreender e conviver da melhor maneira possível com os sofrimentos invencíveis.

Quando a gente brincava de esconde-esconde, por vezes aparecia alguém mostrando a quem procurava quem se escondera algum lugar onde ele não se encontrava. Se dependesse desse alguém, quem se escondera jamais seria encontrado (a) porque aquele alguém sempre indicava o lugar errado. Pois o papel da religião é o mesmo desse alguém enganador sem tirar nem por. Ao levar as pessoas para as igrejas e prender sua atenção a falar bem dos santos e esconder os podres deles que não são poucos, a religião recebe da política a gratidão de não lhe cobrar imposto como recompensa por evitar que aquelas pessoas se interessem em saber o que é que se passa lá debaixo dos panos, como bem lembrou o governador de São Paulo tendo à mão a guilhotina azeitada.

Embora não haja perspectiva de que alguma brisa de inteligência refresque a mentalidade da juventude, o fato de ainda ser bicho o espécime que compõe a espécie humana, ele está destinado a se tornar um ser humano. Percebe-se um avanço lento, mas evidente e absolutamente inegável de que a brutalidade já foi maior. Nem o maior fanatismo é capaz de não perceber a bobagem que é proibir intervenção humana no corpo humano por pertencer ele a Deus. Alguém é capaz de deixar que a apêndice o maltrate até à morte porque só Deus pode mexer no seu corpo? O fato de não haver mais quem não vá ao médico é a evidência da falsidade das afirmações religiosas da sacralidade corporal. Nem podia ser de outra forma porque por mais opaca que seja a cabeça dos idiotas adoradores de força divina, a realidade lhe entra ainda que independentemente de sua vontade. Apesar de tanta estupidez e burrice, não se pode negar ter a manada avançado um pouco rumo ao esclarecimento, o que também se vê no fato de ter diminuído o número de babacas a subir escadas ajoelhados ou queimar na fogueira quem pensa como os Mestres do Saber que me ensinaram a deixar de ser tão idiota a ponto de ser convencido de ser minha vontade insignificante ante a vontade divina. Aprendi que a verdadeira personalidade não se curva ante vontade nenhuma. Esse negócio de submissão é incompatível com a mãe natureza que nos quer cada vez mais distantes dos pobres e infelizes irracionais, cuja única justificativa para existir é nos servir. Desta recomendação santa resulta o impedimento da evolução espiritual só alcançável através da liberdade de pensamento. A religião é um aprisionamento equivalente aos Ministérios da Verdade e do Amor com os quais George Orwell no livro 1984, nos dá exemplo de uma situação de total anulação da capacidade de pensar. Do mesmo modo, a religião impede que se tenha vontade própria e faz seguir como boiada, vivendo sem saber o porquê, e acreditando erradamente que os festejamentos sejam o único motivo a que dedicar a vida. A futilidade tomou conta da humanidade de tal modo que não sendo fútil, marginaliza-se. Dá um grande desânimo ver o tempo ser usado apenas para dedicação a duas atividades perniciosas ao desenvolvimento espiritual: o corre-corre atrás de dinheiro e os inúteis ajuntamentos em igrejas para discutir bobagens em detrimento de tanta coisa realmente necessitando dedicação e esforço. O que se prega nas igrejas não é o que se faz. Recomenda-se não se ter mais do que o necessário, mas a realidade é uma sanha consumista que tem por resultado contaminar a água e o ar, dando origem ao surgimento de novas moléstias que vão provocar mais choro no corredor do hospital.

Não precisa argumento mais preciso para a percepção da farsa que é a religião do que a confirmação tão fácil de ser verificada do que disse o Mestre do Saber ao observar o fato de que a presença de muitas igrejas e farmácias sejam indicativo de povo atrasado. Realmente, onde há maior religiosidade é também onde grassa maior ignorância, pobreza, sofrimento e as doenças e o hábito estúpido de comprar remédio por conta própria que provocam o grande número de farmácias. O domínio que a religião tem sobre as pessoas chega a ser algo incompreensível. Meu amigo Edimilson Movér costuma brincar que a humanidade adquiriu um gene religioso. É realmente inexplicável que se acredite no que não se vê e desacredite no que se vê.

Quem quer que se disponha a conhecer a verdadeira história das religiões, acabará chegando num ponto comum com a política. Uma e outra tem em comum o objetivo de manter o povo enganado. Tão enganado que se sente orgulhoso de ser chamado de carneiro de Deus, enquanto ninguém desconhece o destino dos carneiros e aquilo em que eles se transformam depois de servidos à mesa. A hipocrisia da religiosidade só pode ser percebida ao se tomar conhecimento de sua história verdadeira. O que ela conta não chega aos religiosos porque muitos não sabem ler, e os que sabem não leem, e os que leem não entendem, e os que entendem fazem de conta que não entendem porque é proibido falar a verdade. A falsidade é inerente à religião, mas será enviada às favas quando os cegos mentais tomarem conhecimento de que a religião fazia as mesmas guerras de saques que os impérios dos reis faziam e que os impérios atuais fazem. É o próprio Deus, segundo os religiosos, que mandou Jacó tocar corneta até derrubar o muro, matar os habitantes da cidade de Jericó, saquear os defuntos e levar o produto para o Seu tesouro sagrado e divino. Embora seja mais do que difícil romper a barreira da ignorância, aos poucos a luz do conhecimento vai se fazendo presente. Nem faz tanto tempo assim que as pessoas esparramavam na cara e no peito o sinal da cruz ao passar por uma igreja ou cemitério, coisa que atualmente inexiste, e esta inexistência não é outra coisa senão o convencimento de não haver vantagem em fazer a mesura, desaparecendo, portanto, a crença em sua necessidade, o que significa o enfraquecimento da religiosidade. Não tem para onde correr que o modo de vida ora vivido não tem futuro e nem pode mesmo ter porque não é norteado pela razão, e quem perde a razão fica tão doido como doida está a vida humana. É necessário racionalizá-la. Chega de falta de mudança. Desde a mais remota lembrança do tipo de convivência entre os homens que se constata a presença da violência. Na época do Renascimento, um sujeito chamado Maquiavel escreveu um livro chamado O príncipe destinado a orientar os governantes quanto a melhor forma de se governar. Ele fala sempre em príncipe porque o governo daquela época era exercido por essa cambada. Nas páginas 130 e 131 o autor faz referência às excelências do governo do rei Fernando, autor de grandes e mesmo extraordinários atos que o levaram à glória pelo seu sucesso alcançado a partir da guerra contra Granada, e depois, com o dinheiro da igreja e do povo, continua o autor, pode manter o exército que o cobriu de glória através do poder militar. Sabendo-se que este tipo de governança resultou na situação moderna de separar cabeças dos corpos onde se encontravam, não precisa argumento outro para convencer da necessidade de se tomar outro caminho porque neste em que seguimos as paisagens são desoladoras ante tanta burrice. E chega de prosa. Inté.

 

 

 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

ARENGA OITENTA E NOVE


País cagado de arara é esse nosso país nascido sob o signo da torpeza que o orienta até hoje e que por isso mesmo é do jeito que todo mundo sabe como é: de cabeça para baixo. Tão invertidas são as coisas por aqui que a canalhice, a burrice, a prostituição, o roubo, a falta de vergonha são os atributos mais apreciados pelo povo desse país de triste sorte. A espiritualidade que devia ser a marca predominante nos seres humanos, por aqui foi substituída pela animalidade que orienta os bichos no cio. Tudo gira em torno de sexo. As velhas se agarram à esperança de permanecerem sexualmente atraentes e exibem “corpão” artificial que a imprensa movida a dinheiro alardeia diariamente. Os jovens machos cultuam os músculos e as moças tornam públicas fotos nuas numa clara insinuação à prostituição de alto luxo almejada pelas senhorinhas cuja futilidade faz sonhar em também se tornar “celebridade”. Como se vê, até parece que o mestre Da Vince tinha os brasileiros em mente quando qualificou de enchedores de latrinas aqueles que nada aprendem na vida. Este é sem tirar nem por o caráter do brasileiro, a pior espécie de bicho que a natureza concebeu e que veio se aglomerar nessas terras belas, para desgosto dos poucos brasileiros que aprenderam com os Grandes Mestres do Saber a nobreza de uma vida com dignidade, o que não é em absoluto a forma de vida idiota de idolatrar “celebridades” e “famosos” que, na verdade, não passam de inexpressivos cagões.

E ninguém faz nada para sair do esgoto em que nos meteram. Aqui em minha cidade o esgoto corre por cima do asfalto e os carros salpicam as pessoas com o caldo putrefato, mas ninguém se incomoda pela adaptabilidade nata às porcarias, qualidade proveniente do tipo de educação ministrada no berço esplêndido da nossa origem. Sabendo-se ser o homem o resultado do que aprendeu na infância, vamos saber o que o pesquisador e historiador Laurentino Gomes nos conta do resultado de suas pesquisas sobre o começo da república quando ela substituiu o regime imperial lá no ano de 1889, e que pode ser lido na página 22 do livro que tem como título exatamente o ano de 1889: “Os salões do império procuravam imitar o ambiente e os hábitos de Viena, Versalhes e Madri, mas a moldura real compunha-se de pobreza e ignorância. Havia uma flagrante contradição entre a corte de Petrópolis, que se julgava europeia, e a situação social dominada pela mão de obra cativa, na qual mais de um milhão de escravos eram considerados propriedade privada, sem direito algum à cidadania. Nesse Brasil de faz de conta, destacava-se uma nobreza constituída, em sua maioria, pelos fazendeiros donos ou traficantes de escravos. Eram eles os sustentáculos do trono, que, em contrapartida, lhes conferia títulos de nobreza não hereditária, tão efêmera quanto a própria experiência monárquica brasileira”. Aí está, portanto, uma coisa sobre a qual se refletir: sendo tais práticas incompatíveis com uma sociedade civilizada, por que, então, estão em vigor até hoje? A escravidão apenas mudou de forma. Hoje é aceita pacificamente por milhões que acorrem ao apito da fábrica onde vão produzir as coisas inúteis que a multidão avança para comprar assim que a loja abre, estando todos satisfeitíssimos com esta vida de serem obrigados a fazer e comprar as coisas que a luzinha mágica da televisão manda comprar. Ela faz os escravos se sentirem tão felizes que vivem a requebrar os quadris e a encher as igrejas, os campos de futebola e as latrinas. Mas não é só a escravidão que nos acompanha, e com maior número de escravos, outras mazelas que impediam o desenvolvimento mental nos tempos do império continuam impedindo do mesmo modo nos tempos de república. Ainda segundo Laurentino Gomes, desta vez citando Oliveira Viana, que afirmou no livro O Ocaso do Império, o seguinte: “Eram realmente os ministros os que deturpavam as intensões do monarca”. E o próprio Laurentino confirma que os ministros no antigo regime eram os verdadeiros culpados pelas deturpações do regime monárquico. Como se vê, a única diferença é só no nome do regime de governo. No mais é tudo igual. Aí estão trinta o nove ministérios custando cada um deles uma montanha de dinheiro para ser esbanjado, o que inviabiliza o êxito de qualquer administração pública tenha ela o nome que tiver. Aliás, como disse o personagem do mestre Raul Cortez da novela O Rei do Gado, um bom presidente não pode fazer que de um mau ministério saiam boas obras, mas um bom ministério pode tirar boas obras de um presidente ruim.

Apenas uma das coisas do sistema imperial contadas por Laurentino não é mais hoje como era naquele tempo porque ficou ainda mais danosa à sociedade. Se, como diz o historiador, os salões do império procuravam imitar o ambiente e os hábitos de Viena, Versalhes e Madri, hoje os palácios europeus estão superados em suntuosidade e esbanjamento pelos palácios de Brasília onde não é necessário prestar conta das despesas pessoais. Cartõezinhos mágicos que só mesmo a magia explica, chamados Cartões Corporativos, uma espécie de varinha de condão, dispensa preocupação com o saldo da conta bancária porque duzentos milhões de súditos param por um instante o que estão fazendo, pagam a conta do cartãozinho mágico e voltam a rebolar no axé, no futebola e na igreja onde também já se rebola. É muito duvidoso que algum chefe de palácio europeu conte com os aplausos de seus pagadores de imposto por trepar acima das nuvens, principalmente depois de ter sido pau-de-arara, coisa que por aqui transforma em herói o autor de tal façanha. Mas não é apenas a suntuosidade dos palácios que nos acompanha.  Quando o mestre Laurentino disse que o trono (governo daquela época) era sustentado pelo apoio dos fazendeiros que eram donos ou também traficantes de escravos, e que em contrapartida a esse apoio o trono lhes concedia títulos nobiliárquicos, parece estar descrevendo o que ocorre também em Brasília e se espalha pelo resto deste país de idiotas. Do mesmo modo como acontecia em 1889, também acontece agora. Quem sustenta o governo são também os fazendeiros e donos de escravos e do agribiuzinesse, e das empreiteiras, além dos fazendeiros colonizadores das bundas brancas que chegam de Me Ame com pastas 007 vazias e voltam cheias.

Até nas entrelinhas pode ser encontrada a origem negativa das coisas que nos tornam inferiores como o tal de “jeitinho”. Ele estava presente lá na arrumação que o trono fez para transformar brutamontes em nobres, e hoje transforma palhaço e chutador de bola em legisladores, analfabeto e ignorante em doutor. Além disso, a mesma ignorância e pobreza que reinava do lado de fora dos salões europeizados do império, também hoje os que não fazem parte dos apadrinhados pelas sombras dos palácios vivem os mesmos vexames oriundos da ignorância e da pobreza que viviam os súditos no império. Se uns padecem da ignorância de ajuntar riqueza como querendo ser dono do mundo, outros chafurdam na ignorância de se sentir a gosto na pobreza tanto de bens materiais como espirituais ao viver sem dignidade esperando como cão caseiro que lhe sirvam a comida através dos vários tipos de bolsa.

Pode-se bater pé firme que tá tudo do mesmo jeito dos tempos de antanho. Também hoje o governo retribui aos fazendeiros que lhe garantem eleição colocando à disposição de sua sanha o couro do lombo da cambada que paga imposto. Com o começo mostrado pelo livro 1889, só poderia mesmo dar nesse fim que resultou nessa espécie insignificante de sociedade que somos nós, por culpa exclusiva de quem não pensa.

O jornal Folha de São Paulo publicou há algum tempo um artigo de pessoa importante no mundo intelectual, portanto, bem preparado pelo sistema de educação, e que sabe escrever, dizendo que na sua juventude, juntamente com amigos, comiam à vontade em algum barzinho e depois simplesmente diziam que não tinham dinheiro para pagar. Isto demonstra o quanto estamos distantes de uma sociedade sem necessidade cerca elétrica. Quando alguém que chegou ao mais alto grau da escala educacional que a sociedade dispõe e pratica atos desonestos como distração evidencia a impossibilidade de andar rumo à civilização. Não é o espírito jocoso da juventude que justifica servir-se do serviço de um restaurante e se negar a corresponder com sua responsabilidade de retribuir com o pagamento da despesa feita. É o desconhecimento da necessidade da cooperação de cada um para que possa haver paz para todos. Somente com a participação positiva individual se forma uma coletividade pacífica porquanto estarão todos trabalhando pelo mesmo objetivo. Ao contrário, a beligerância ou participação negativa e individualista só contribui para a formação de uma sociedade rudimentar capaz de conviver com pedaços de cadáver pelas ruas. E é assim que vai ser enquanto a juventude não entender que o ser humano não é mais bicho e que por isso mesmo não pode abrir mão de observar certas regras de conduta proibindo comportamentos que prejudicam a vida em comum.

Só o exercício do raciocínio, da meditação, é capaz de orientar para uma vida com dignidade. O que se aprende nas escolas leva a um comportamento oposto à racionalidade, razão pela qual se faz necessário começar a juventude a entrar na escola que ensina o que nenhuma escola ensina: viver em sociedade. Tudo o que se aprende nas escolas levam exatamente ao contrário do que deveria ser para que a sociedade pudesse ser civilizada. Jovens que frequentaram as melhores escolas se tornam velhos tão despreparados para a vida que atribuem a Deus a responsabilidade por algum acontecimento auspicioso, ou se dizem amantes de futebola, prática que visa exatamente manter as pessoas impedidas de se desenvolverem espiritualmente. Ao contrário, torna as pessoas tão curtas de capacidade mental a ponto de desconhecerem o verdadeiro caráter de negociatas que tomou o lugar do esporte. Nossa sociedade torna banal a prática de roubar há milênios condenada, tornando-se uma sociedade de ladrões em vez de cidadãos. Nossos jornais mostram os mais variados tipos de roubo que vão da presidência da república, como mostram os livros Honoráveis Bandidos, Privataria Tucana e O Chefe. A partir do topo da pirâmide, o vírus da roubalheira desce até à base. A imprensa está noticiando que a senadora Kátia Abreu, ora ministra da agricultura, além de pecuarista (como os fazendeiros do império) e adepta do agribiuzinesse, assumiu a responsabilidade por um empréstimo de um milhão de reais embolsados por um filho seu lá no BNDES, empréstimo que não foi pago. Sabendo-se que o exemplo vem de cima, compreende-se perfeitamente o motivo pelo qual a situação cá embaixo é de ratazana. Caso haja alguém que ainda não tenha visto o filme dos malabarismos que rolam lá em Brasília desde mesmo antes dela existir (e vá às favas quem diz para escrever “de ela”), mas poucos sabem o que se passa por lá porque manada só se interessa por capim.  Para começar a parecer gente, peça ao amigão Google para mostrar o que diz o mestre do jornalismo Mauro Santayana (que apesar de mestre ainda acredita em Deus) no artigo A CRISE DA RAZÃO POLÍTICA E A MALDIÇÃO DE BRASÍLIA. A leitura deste trabalho é capaz de substituir o desconhecimento até mesmo de quem prefere capim, pelo conhecimento da triste realidade do que acontece em Brasília e contamina o resto do país.

Ainda que demore, é inevitável a existência de uma juventude inteligente que nascerá destes jovens que participam de grupos como os da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos. São pessoas que aprenderam a realidade de sermos nós os responsáveis por nós mesmos, o que significa a necessidade de assumirmos tal responsabilidade em vez de esperar que Deus ou a corja da administração pública cuide do nosso bem-estar. A geração do futuro cuspirá na lembrança desta geração de requebradores de quadris e enchedores de igrejas e de latrinas que não sabem fazer nada além de bobagem. Aliás, é bem feito que façam isso, e tomara que seja uma cusparada grandona. Se nascemos sob o signo da torpeza, nele não devemos permanecer. Nenão? Inté.