domingo, 17 de novembro de 2019

ARENGA 593


A política tradicional jamais terá sucesso no cumprimento do objetivo de dedicar à sociedade os mesmos cuidados que um chefe de família zeloso de seus deveres dispensa a seus dependentes. Ao contrário, em toda a história humana os agentes políticos objetivaram a exploração das sociedades. Desta forma, sob pena de ser destruída pela ganância dos Midas do mundo é necessário que o povo passe a considerar a política como a principal atividade a merecer sua atenção. Até o presente momento o que se tem é um povo tão iludido pelo pão e circo que ainda não descobriu ser a política a única responsável por sua qualidade de vida. É uma trama tão bem urdida que mesmo as pessoas supostamente esclarecidas, portadoras de títulos universitários, se deixam levar juntamente com a massa bruta de povo rumo às igrejas e aos terreiros de brincadeiras. Os meios de comunicação a serviço da má política enganam o povo tecendo loas às maravilhas dos bancos, do agribiuzinesse, dos planos de saúde, do Mercado e da fonte na qual ele se nutre e que é a necessidade desnecessária de fazer compras, principalmente em Me Ame.

O povo foi transformado pela política tradicional em servo, quando, na verdade, é o senhor por ser quem arca com todos os custos sociais porquanto a má política permite aos mais ricos se omitirem da obrigação de pagar impostos, comportamento que demonstra total ignorância de sociabilidade. Os suicídios, a depressão e a criminalidade que envolve os jovens não deixam dúvida quanto a ser crescente a infelicidade na qual incorre o povo. A atividade política não realiza nem um por cento daquilo que deveria realizar em benefício da sociedade porque mais de noventa e nove de sua ação é realizada em benefício das próprias autoridades políticas e seus apaniguados. Embora a moralidade e a honradez nunca fizessem parte do vocabulário dos políticos, atualmente a imoralidade e a desonra assumiram de tal assombrosa forma o caráter da política que os criminosos não precisam mais esconder suas atividades de bandidos travestidos de autoridades. O Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da justiça brasileira, acaba de jogar esta realidade na cara deste povo infeliz e festivo, incapaz de se indignar com a indignidade da situação de ser o povo mais povo do mundo por constituir a única sociedade onde as autoridades não precisam disfarçar a realidade de ser a atividade política exercida contra a sociedade.

Uma vez que o bem-estar custa dinheiro, é preciso haver planejamento para a posse do dinheiro. Não pode ele ser apossado indiscriminadamente como acontece quando o pão e circo transforma em milionários pobres mentais que parasitam inocentemente a sociedade e aos quais os meios de comunicação se referem como “famosos” e “celebridades”. Estes pobres diabos acreditam serem realmente célebres e famosos embora o ridículo seja seu principal atributo. São tão débeis que sua debilidade não lhes permite perceber o ridículo de se achar capaz de serem presidentes da república.

A ação nefasta de comprar a indiferença política da massa bruta de povo com as palhaçadas das marionetes tem servido à política através dos tempos. Desta forma, enquanto o elemento asqueroso povo não despertar para seu papel de idiota a sociedade não poderá ser diferente da esculhambação que é quando se espera que ladrões administrem honestamente a fortuna resultante do pagamento dos impostos. Quanto mais desonesto, cara de pau e safado, maior a chance de qualquer aventureiro ter sucesso como político e se tornar administrador da riqueza pública. É como se uma raposa perdesse a vontade de comer galinhas ao ser nomeada vigia do galinheiro. É estarrecedor o fato de ser indiferente a massa bruta de povo a tal situação, embora ela não lhe escape totalmente porque uma historiazinha popular sobre a resposta de um político à indagação da origem de sua inclinação política deixa claro que o povo sabe ser vítima da canalhice. O político teria explicado que tudo começou quando era menino e seu pai lhe prometeu quinhentos por cada nota dez. Então, ele convenceu o professor a embolsar duzentos e cinquenta em troca de notas dez.

Desta forma, dependendo de vigilância a honestidade do político por se tratar de ser humano, não há estupidez suficiente para justificar a indiferença do elemento asqueroso povo ao deixar a cargo de desonestos o dinheiro público.

A ninguém com um mínimo de discernimento é mais dado o direito de desconhecer que a orientação dos falsos líderes tanto políticos quanto religiosos objetiva entreter o povo de modo a não perceber o engodo que o envolve. Verdade que o povo vez em quando desconfia de haver algo errado e sai às ruas. Quando isto acontece, os falsos líderes deixam cair algumas migalhas de suas mesas fartas e o povo retorna para casa, a televisão, as igrejas, o futebola, as “celebridades”, os “famosos” e ao seu destino de servir a seus senhores aboletados na vida mansa e fantasiosa do bem bom dos palácios, defendida por um séquito de baba-ovos remunerados para fazer crer ao povo ser normal que apenas gatos pingados possam usufruir do resultado do trabalho executado pela coletividade. O Brasil, não se deve esquecer, acaba de mostrar ao mundo que as autoridades formam uma confraria com os ladrões da riqueza resultante do trabalho coletivo. A administração pública jamais poderá prescindir da existência de um povo esclarecido o bastante para saber o erro monumental que é deixar-se levar pelo pão e circo. É preciso acima de tudo se ligar na política porque é dela e não de deus que depende até mesmo o sucesso ou fracasso de uma religião. Geoffrey Blainey mostra esta realidade quando afirma na página 129 do livro Uma Breve História do Mundo, o seguinte: “O budismo e o cristianismo, que ainda estavam lutando após vários séculos de pregação de fé, deveram muito de seu sucesso posterior à conversão de dois poderosos imperadores: Asoka, da Índia, e Constantino, de Roma. Um rei de um vasto império achava-se propenso a acolher bem uma religião que fizesse seu povo se sentir contente com sua vida simples e, às vezes, difícil”.

É imenso o fosso de obscuridade que separa o povo da realidade de ser a religião um dos muitos berrantes com os quais o pão e circo desvia a atenção da manada para longe da política. A cegueira mental que a religião impõe não permite raciocinar sobre a simples realidade de ser impossível a existência de um deus que embora poderoso não consegue vencer o mal, como é de seu desejo, segundo todas as religiões. A humanidade já está bem velhinha para continuar se comportando como criança. Inté.



       

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

ARENGA 592


O QUE ESPERA DO GOVERNO BOLSONARO? Esta pergunta demonstra espetacular analfabetismo político porque passa do tempo de se perceber que da atividade política de qualquer governante apenas migalhas para evitar revolta são a única coisa que o povo deve esperar. Aí está no jornal Folha de São Paulo a notícia de que serão liberados bilhões para emendas parlamentares, ou seja, bilhões para serem divididos entre parasitas sociais sob o olhar complacente dos donos desse dinheiro. O povo não toma jeito mesmo. Sua obtusidade não lhe permite perceber que o objetivo dos governantes é completamente diferente daquele na qual acredita. Organização social coerente com o bem-estar coletivo nunca foi objetivo de algum governo. Locupletar-se às custas do erário é o único objetivo dos políticos por força da cultura do enriquecimento a qualquer custo aprendida quando criança. E não é preciso ser inteligente para concluir que a política é a arte de ludibriar a massa convencida de buscar nas igrejas a solução para suas dificuldades. Basta não ser um arrematado imbecil incapaz de elevar o pensamento além de igreja, axé, futebola, “famosos” e “celebridades” para perceber que a atividade política serve unicamente aos interesses da classe parasitária dos ricos almejada por aqueles que ingressam na política, com raríssimas exceções. É, pois, de um ridículo extraordinário pessoas do povo exigir direitos porque o único direito que têm o povo é arcar com a pesada carga dos impostos que os ricos não pagam, além de cumprir fielmente as obrigações determinadas pelo emprego. O emprego é nada mais nem menos do que uma forma de escravidão. Quando, em troca da despensa abastecida, intelectuais afirmam em seus “Best-Sellers” que o bem-estar social depende do emprego estão mentindo tão descaradamente quanto aqueles que viam no fim da escravidão da chibata um atentado à economia e a condenação dos negros a um destino ainda pior: a morte por inanição. A estupidez que caracteriza os seres humanos é incompatível com um ambiente civilizado onde prevaleça a harmonia. Desta forma, é impossível esperar de políticos atitudes nobres porquanto se trata de seres humanos e, como tais, desonestos por natureza e cultura.

Sendo a cultura o modo de se comportar, e sendo o comportamento determinado por aquilo em que se acredita, resultam daí comportamentos falsos porque tudo aquilo em que a humanidade acredita é falso. O passado mostra esta realidade. Na tragédia Hamlet, por exemplo, seu autor, Shakespeare, descreve com naturalidade o aparecimento do fantasma do pai de Hamlet. Hoje, nenhum autor colocaria um fantasma entre suas personagens sem incorrer em ridículo porque o tempo se encarregou de desfazer muitas crenças, entre elas a existência de fantasmas. Como o convencimento pelo tempo é demasiadamente lento, crenças falsas continuam determinando o comportamento humano como a existência de um deus do qual só se ouve falar. Apesar de falsa, é uma crença de poder tão grande que conduz ao mesmo nível de mediocridade mental doutores e analfabetos. Raros são aqueles que percebem não haver razão de ser da existência desse tal de deus no qual os pobres de conhecimento botam a maior fé. O grande pensador Robert Green Ingersol afirmou ser incompreensível o fato de deixar a orientação dos filhos a cargo de um deus que afogou os filhos dele.

O erro monumental dos seres humanos é deixarem-se conduzir feito gado, desprezando completamente o exercício do raciocínio.

A notícia de que o Banco Itaú roubou da nossa sociedade a quantia de mais de sete bilhões de reais em apenas três meses deveria causar comoção social porque sendo limitado o dinheiro, não pode em hipótese alguma ser objeto da ganância de monstros de cuja boca escorre baba de dragão conhecidos como banqueiros e grandes empresários, e nem ser distribuído pelo pão e circo entre as marionetes que entretêm a massa bruta de povo, parasitas conhecidos como “famosos” e “celebridades” cuja falta de discernimento não lhes permite a mínima noção do que seja sociabilidade. A riqueza social precisa ser usada com racionalidade em vez de ser considerada coisa de ninguém de forma tão espetacular que uma obra pública custa várias vezes seu valor real. É, pois, total desatino ficar a juventude de longe do mundo político porque é dele que depende o futuro dos filhos dos jovens que de tão maltratados estão se suicidando e se tornando assassinos ainda em crianças.

São fartas as evidências de que nada se deve esperar de políticos além de maldades. A situação de penúria social apesar da montanha de riqueza produzida pela classe trabalhadora e a presença de multimilionários ocupando cargos públicos com único intento de aumentar suas fortunas são algumas delas. Deixar que o peso do pagamento de impostos recaia sobre os mais pobres e permitir que os mais ricos se omitam desta obrigação é também uma prova de que a classe política é subserviente aos interesses escusos dos Tios Patinhas do mundo.

Enquanto rolam os desatinos, a juventude futuca telefone e se liga na canonização da pobre e inocente dona Dulce.

A pusilanimidade da juventude futucadora de telefone haverá de custar-lhe elevado preço em desassossego. Inté.

  


terça-feira, 1 de outubro de 2019

ARENGA 591


Encontramo-nos entre um velho mundo que morre, e um novo mundo que luta para nascer. Esta frase é de Umair Haque, em reportagem no blog Outras Palavras. Como integrante do mundo capitalista, o autor da frase cometeu ato falho ao admitir que o seu mundo capitalista está morrendo. Nem podia ser de outra forma uma vez que o capitalismo concentrou noventa e nove por cento da riqueza do mundo nas mãos de apenas um por cento da humanidade. Qualquer jeca pode perceber ser insustentável uma situação para a qual, existem pessoas que não têm necessidades a serem atendidas. A avareza dos malditos Reis Midas os faz crentes de ser possível eternizar tamanha injustiça social. À juventude cabe acordar para a realidade de se tratar da inviabilidade do futuro das próximas gerações. Este é realmente um mundo que morre para dar lugar a um mundo no qual todos possam satisfazer suas necessidades. O grande problema é que as atenções dos jovens que são o motor que movimenta o mundo estão voltadas para esse mundo que morre. Igrejas, axé e futebola prendem de modo tão absoluto a atenção da juventude que os jovens nem desconfiam de que por trás da militarização da educação de seus filhos atrofia a capacidade de raciocinar deles porque militar aprende a obedecer sem questionamentos. É contando com esta incapacidade de raciocinar que “autoridade” como a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos disse que as meninas são estupradas porque não usam calcinha. E sugeriu construir fábricas de calcinhas como solução.

Os jovens são obrigados a redigir textos sobre fatos históricos de nenhuma importância para a qualidade de vida presente e futura, num sistema educacional bolorento que induz a juventude a se ater a uma erudição incapaz de torná-los aparelhados mentalmente para solucionar os problemas que os afligem. A solução destes ´problemas depende unicamente de ação em vez da omissão política que caracteriza a juventude. Depende, por exemplo, de ler e raciocinar apenas sobre o que dizem os primeiros capítulos do livro O BRASIL PRIVATIZADO, de Aloysio Biondi, Grande Mestre do Saber, da moralidade e da honradez, e do livro O MAPA DA CORRUPÇÃO NO BRASIL, de Larissa Bortoni e Ronaldo de Moura. No primeiro, podem ser vistas coisas assim: “Em cinco anos, o governo Fernando Henrique Cardoso não destruiu apenas a alma nacional, tornando-a dependente do exterior. Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional”. (Página 11). E, no segundo, página9: “... atraso para o fornecimento de documentos e recusa para investigar denúncias ...”. Até quando permanecerão os jovens indiferentes a assuntos de tamanha relevância política?

É para assegurar esta indiferença que o oráculo do presidente Bolsonaro considera Paulo Freire inimigo do governo. O motivo? Simplesmente porque o método de ensino proposto por Freire incluía matéria para desenvolver a capacidade de raciocinar da criançada. Aí está o motivo da ojeriza. Para trogloditas, raciocinar é algo tão ruim quanto doença braba. Mirem-se, jovens, no exemplo da garotinha que se dirigiu a estas múmias pestilentas e desavergonhadas nos seguintes termos: “Vocês fracassaram conosco. Vocês roubaram minha infância e agora estão roubando meu futuro. Por dinheiro”.

É por aí. Inté.




quinta-feira, 26 de setembro de 2019

ARENGA 590


ORA, VIVAS! Parafraseando deus, tantos vivas quantos grãos de areia há nos mares do mundo para estes jovens que despertaram para a preservação da natureza, dando lição de sensatez a esta velharia mumificada que apesar de adorar deus entregou a satanás a alma em troca de riqueza, razão pela qual continua destruindo os recursos naturais do mundo, indiferente ao futuro das crianças que felizmente despertaram para esta realidade. O novo comportamento juvenil significa que a hegemonia da velharia mumificada tem seus dias contados antes de dar lugar a uma mentalidade arejada da nova geração que desponta. Bem que Thomas Paine disse: “O TEMPO CONVENCE MAIS QUE A RAZÃO”. Prepare-se, pois, para a volta aos sarcófagos ó velhos decrépitos, adeptos de uma política cujo lema é o “venha a mim e aos meus”, política esta tão inviável que transformou os políticos tão odiados pelo povo que nem mesmo os poucos políticos sérios, mas contaminados pela ojeriza contra a parte canalha de seus colegas teriam coragem de aparecer numa feira-livre, sem saírem de lá sob chuva de vaias, ovos, tomates e mesmo pedradas. Em função deste temor, a bandidagem da política se desloca para os locais dos conchavos contra a juventude em jatinhos pagos pelos jovens que já despertaram para a questão do meio ambiente e que logo despertarão para o fato de haver algo extraordinariamente errado na permanência de uma política na qual os políticos são odiados pelo povo.

Sendo a violência motivo impediente de bem-estar, e sendo a política da velharia antissocial de tamanha violência que enquanto crianças morrem de fome alguém toma indiferentemente um sorvete que tem ouro entre os ingredientes, sob a orientação de tal política a humanidade estará condenada a não desfrutar do benefício do bem-estar. Entretanto, para esperança de melhor sorte para as futuras gerações, no mundo inteiro jovens despertam para a necessidade de se preservar o meio ambiente. Mais cedo ou mais tarde toda a juventude despertará para a necessidade de restabelecer a verdadeira função da atividade política que nem de longe é o enriquecimento individual, inclusive às custas do erário. Este movimento jovem significa que em vez da orientação deformadora de caráter que vem sendo transmitida de pai prá filho pela cultura individualista do cada um por si, a meninada está recebendo outro tipo de orientação, o que significará uma geração de autoridades conscientes de sua responsabilidade social porque estes meninos serão as autoridades de amanhã. Desta forma, sendo curto o caminho entre o despertar da consciência ambiental para a consciência política, as futuras gerações terão a felicidade de contar com autoridades conscientes da realidade de ser impossível viver em sociedade com total ausência de preocupação com a vida coletiva como faz a sociedade moderna mais preocupada com a vida depois da morte do que antes dela, como seria correto.

Tal mudança pode ser iniciada com a inclusão de rápida discussão no final de cada palestra, missa, aula, enfim, qualquer reunião, sobre a proposta de Paulo Freire de incluir no sistema educacional matéria capaz de desenvolver na meninada a capacidade de raciocínio. Assim, raciocinando, a molecada não teria de esperar que o tempo a convencesse de haver algo muito errado em sua vida. Importante também seria bisbilhotar sobre o porquê de ter o velho oráculo do presidente encontrado na proposta do grande educador motivo para odiá-lo se ele é respeitado no resto do mundo. Inté.

  

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

ARENGA 589


Ridículo o estardalhaço que se faz em torno de eleição e dos bilhões desperdiçados com esta palhaçada. O destino do povo sobre o qual pesa o ônus de todos os custos sociais, qualquer que seja o resultado das urnas, é um só: ter de contribuir com mais da metade do valor de tudo que precisa comprar a fim de garantir despensa farta para a camarilha de parasitas proclamados vitoriosos pelo resultado de uma eleição totalmente inútil do ponto de vista do bem-estar social, uma vez que o mundo está se transformando num enorme corredor de hospital onde desvalidos clamam por um socorro que não vem. Cabe, então, indagar: para que servem a eleição e os governo se a injustiça assumiu tamanha magnitude que os injustos submetem os justos a tribunais tendenciosos? Sendo a juventude a maior prejudicada pelos desgovernos, em nome da sensatez ela deve fazer algo a respeito. Sair da apatia eterna em que sempre viveu, deixando-se levar obedientemente pela vontade obscena de verdadeiros monstros de cuja boca escorre baba de dragão e que existem unicamente para amealhar mais e mais riqueza. A parasitagem tem tido vida demasiadamente longa. Na página 27 de A Utopia, Thomas More se refere aos parasitas medievais da seguinte maneira: “Consideremos antes o que se passa sob nosso olhar; vejamos o grande número de nobres que, não satisfeitos com sua própria ociosidade, vivem preguiçosamente como zangões, do trabalho dos seus rendeiros, a quem esfolam até o osso, fazendo-os pagar rendas elevadíssimas ...”. Os parasitas são párias sociais porque o conceito de sociedade é incompatível com a avidez individualista destas figuras que apesar de desprezíveis, ditam as regras a serem seguidas por uma juventude que parece não ter vontade própria.

Despontam, todavia, jovens interessados em tais assuntos, o que é fato alvissareiro para quem sonha com um mundo sem tanta indiferença ante o sofrimento alheio. À medida que mais e mais jovens concluírem por si mesmos em vez de esperar que o tempo lhes convença de haver algo errado, sem sombra de qualquer dúvida, será o começo da mudança necessária para mostrar que a vida, se é um jogo, como afirma Jacob Petry, na página 21 de Poder e Manipulação, é um jogo de cartas marcadas a favor de falsos líderes dos quais, infelizmente, uma injustificada falta de interesse da juventude não lhe despertou ainda para a necessidade de descartá-los. O mesmo Jacob Petry, na página seguinte, observa que a humanidade se encontra envolvida por uma cultura morta, mais preocupada em ensinar sobre as revoluções Francesa e Russa, o Princípio de Arquimedes, a descoberta da América ou a teoria da evolução.

Este viés educacional não é mera coincidência. Faz parte da cultura de se dedicar atenção ao passado e ao presente, mas nunca ao futuro. Daí que o fato de se respirar, comer e beber veneno nada significa para jovens pais convencidos de ser necessário para a economia, como afirma a velharia e os jovens acreditam. Não é por outro motivo que o oráculo do atual presidente da república considera Paulo Freire inimigo do governo. O motivo de tal inimizade é ter Freire sugerido a inclusão no programa educacional de matéria que estimulasse nos jovens o raciocínio. Acontece que raciocinar abre brenhas nas trevas do conservadorismo bolorento, permitindo a penetração da luz de ideias novas das quais as mentalidades arcaicas fogem como o diabo foge da cruz. É por isto que os jovens são levados a saber o que pensaram Robespierre, Danton, Marat, Lênin, Stalin, ao tempo em que têm sua atenção desviada de coisas tão simples quanto o porquê da desarmonia se o ingrediente principal de qualquer sociedade é a harmonia. O raciocínio também levará à conclusão inquestionável da Impossibilidade de haver eleições corretas porque para tanto os eleitos teriam de ser escolhidos por um colegiado de sábios, uma vez ser a idoneidade moral a característica dos sábios. Entretanto, enquanto o raciocínio girar em torno de futebola, axé e igreja, descartada fica tal possibilidade, uma vez que a vilania, a sordidez, o ludíbrio da religiosidade e a estupidez das guerras caracterizam o comportamento da humanidade. Inté.




sexta-feira, 6 de setembro de 2019

ARENGA 588


Entre tantos filósofos e escritores de “Best Sellers” que jogam conversa ao vento, até hoje apenas três deles, Thomas Paine, Carl Marx e Nietzsche deixaram mensagens que se bem analisadas para que fossem observadas e seguidas aliviariam a aflição humana. Quando Thomas Paine afirmou que O TEMPO CONVENCE MAIS QUE A RAZÃO, não fosse a incapacidade de raciocinar da juventude e ela chegaria à conclusão de não haver necessidade de se esperar que o tempo mostre estarem errados comportamento até então tidos como corretos, o que pode ser descoberto pela própria pessoa. É apenas uma questão de raciocinar. Desta forma, sendo a juventude a força que move o mundo, meditando ela sobre a vida e as palavras do filósofo Paine chegará à conclusão de haver erros imensos a esperar que o tempo as desmascare. A guerra é um belo exemplo de erro que o tempo ainda não conseguiu convencer ser um mal irreparável. Assim, em vez de esperar, a força viva da sociedade humana precisar meditar sobre o absurdo de se ter de viver coletivamente e brigando ao mesmo tempo. Da mesma forma, não há motivo para esperar que o tempo convença de não haver razão para deixar seu destino ser decidido por velhos amorais, movidos por interesses opostos àqueles que interessam aos jovens tais como a acumulação de riqueza num lugar e miséria nos demais lugares, visto ser isto uma fonte de conflitos. Nem há justificativa para os gastos astronômicos com máquinas de destruição e os templos fabulosos que abrigam os inimigos que parasitam a sociedade. É por esperar pela ação do tempo que o erro da Inquisição permaneceu por mais de quinhentos anos até que fosse defenestrado pelo inevitável esclarecimento que o tempo trouxe e mostrou a barbaridade daquela instituição absurda que afirmava agir em benefício do condenado à fogueira uma vez que tirava sua alma das garras de satanás e a entregava nas mãos divinas de deus. Assim, não há motivo para esperar pelo convencimento do tempo para se perceber o que está errado porque o raciocínio pode fazer isto em tempo de evitar os estragos que os falsos líderes impingem impiedosamente à juventude e seus descendentes. O filósofo brasileiro, Jacob Petry, provando que esta terra não dá origem apenas a canalhas, disse na página 9 do seu livro Poder e Manipulação ter sido tomado de tamanho espanto quando jovem ao tomar consciência de como somos manipulados pelos falsos líderes que teria exclamado admirado: “Meu DEUS, COMO SOMOS OTÁRIOS! ELES USAM ESSAS ESTRATÉGIAS O TEMPO TODO CONTRA NÓS, SEM SEQUER PERCEBERMOS!”. Assim, para não ser otário, é suficiente se ligar no sentido das palavras do filósofo, lendo Senso Comum.

Se Thomas Paine lembrou à humanidade de algo de tal magnitude, Carl Marx não deixou por menos quando advertiu sobre a realidade de que OS FILÓSOFOS SE RESUMEM A ANALISAR O MUNDO QUANDO AQUILO DE QUE REALMENTE SE FAZ NECESSÁRIO É MODIFICAR O MUNDO. De fato. É realmente necessário mudar este mundo onde o mal supera o bem de forma tão espetacular que pessoas morrem de fome enquanto outras pessoas pagam quantias exorbitantes por uma refeição contendo ouro, nos restaurantes de Dubai. E para que absurdo maior do que usar tão mal a riqueza existente que jovens são transformados inexplicavelmente em multimilionários? Nossa sociedade, então, escancarou para a juventude do mundo as janelas da necessidade de mudança vez que aqui foi aprovada uma lei que obriga a juventude a pagar advogados para defender os ladrões que roubam o povo e os desordeiros passam a ter supremacia sobre os ordeiros.

Por último, vem a observação de alcance monumental do filósofo do bigode de vassoura, Friedrick Nietzsche, quando advertiu ao mundo a grandiosidade do mal decorrente da religiosidade. Ela é parceira da política na maldade de explorar a estupidez humana. Nietzsche advertiu quanto a esta realidade ao dizer que a religiosidade é a Circe da humanidade. Aqui o filósofo foi de uma clarividência própria de sua genialidade porque assim como a feiticeira Circe da obra de Homero transformou em porcos os companheiros de Ulisses, a religiosidade também transforma seres racionais em irracionais ao convencê-los da existência de um deus nunca visto por ninguém, todo poderoso, que os espera de braços abertos no céu. Só mesmo não raciocinando por si próprio, mas adotando o raciocínio de salafrários estelionatários para que alguém possa depositar esperança numa vida depois da morte. Logo estes ladrões convencerão a malta ignorante a fazer como os antigos egípcios que entregavam fortunas a seus sacerdotes para que a usassem na manutenção de seus espíritos. Inté.  




segunda-feira, 8 de julho de 2019

ARENGA 587


No que diz respeito à superação das injustiças sociais, tema que deveria merecer o melhor das preocupações dos seres humanos posto que sem isto jamais será alcançado o bem-estar por todos desejado, em vez de haver progresso, há regresso. Se no século XIX Marx convocava os trabalhadores do mundo para que se unissem na luta contra a estupidez humana do individualismo egoísta, e se na primeira metade do século XX Politzer dizia que os trabalhadores queriam saber a causa da injustiça social (isto consta da página 16 do livro Princípios Fundamentais de Filosofia), é porque tanto Marx quanto Politzer, dois grandes pensadores, tinham motivo de esperança em que a classe trabalhadora viesse a realizar o ideal de engendrar uma sociedade menos injusta. Mas, e hoje? Pode alguém contar com a massa bruta de imbecis para outra coisa que não seja espernear no futebola e no axé, quando não estão conversando com estátuas como faziam os Vikings, ou virando a bunda para o céu em orações, ao tempo em que se destroem mutuamente por discordar da maneira de agradar a um deus tão medíocre que faz questão de ter o saco babado? Qualquer atitude inteligente desta massa bruta está fora de cogitação porque sua capacidade de raciocinar decresce à medida que cresce a sofisticação dos meios de comunicação pertencentes aos ricos donos do mundo aos quais interessa um povo domesticado que lhes segue como os cãezinhos seguem ao babacas que lhes puxam pela cordinha, e de mentalidade tão medíocre a ponto de ser convencido de que esfarrapados mentais são celebridades, e que se deixa envolver completamente pela ação destruidora de inteligência do pão e circo que se manifesta de forma espetacular nos assuntos do Yahoo Notícias sobre as mediocridades ali tratadas de celebridades, assuntos que apesar de chulos absorvem a atenção da pobre juventude alienada.

Como haveria de se comportar esta triste juventude futucadora de telefone para avisar às rádios onde está chovendo ou congestionado o tráfego, diante de um exercício de redação sobre estas questões levantadas pelo Grande Mestre o Saber Georges Politzer: “POR QUE ESTUDAR FILOSOFIA?”  e “QUE FILOSOFIA ESTUDAR?” Certamente levaria uma nota abaixo de zero. A pobre juventude foi propositalmente arrastada a uma mediocridade mental tão monumental que tanto desconhece a necessidade de pensar quanto que filosofar significa pensar. Acostumada na mediocridade dos papagaios de microfone sobre as bundas e as trepadas das “celebridades” a mente dos jovens se tornou incapaz de pensar que a qualidade do futuro a esperar por eles depende de coisas muito mais importantes do que riqueza. É por isto que o Grande Mestre do Saber recomenda a necessidade de pensar.

Quanto à segunda pergunta do Mestre, deve-se pensar sobre um tipo de vida condizente com dignidade porquanto a capacidade de raciocinar, privilégio do ser humano, assim o exige. Entretanto, cadê a dignidade se a vida das pessoas é até inferior à vida das bestas uma vez que estas não se matam por riqueza como fazem os humanos? Inté. 






domingo, 7 de julho de 2019

ARENGA 586


Na contracapa do livro História do Pensamento Ocidental, do laureado filósofo Bertrand Russel que frequentou as Harvards do mundo, consta que este seu livro trata dos temas que nortearam as preocupações da humanidade durante mais de dois mil e quinhentos anos. Ao se inteirar do conteúdo do livro, entretanto, percebe-se girar em torno do que disseram ou não disseram os filósofos de todas as épocas. Mas, do ponto de vista do bem-estar social, sem o qual inexiste o bem-estar individual, teria tanta importância o que disseram os filósofos a ponto de nortear as preocupações da humanidade? Tal afirmação é posta em cheque diante do que disse um filósofo que dedicou sua vida em prol do bem-estar social, Carl Marx, ao afirmar que os filósofos se preocupam em analisar o mundo, quando o que realmente de que se necessita é modificar o mundo. É impossível de sã consciência negar a veracidade desta realidade diante da generalização da violência, fome e sofrimento que toma conta do mundo, não obstante as análises dos filósofos.

É quase totalmente absoluta a verdade de que os livros dos intelectuais em nada contribuem com aquilo que realmente deve nortear a preocupação da humanidade: DESFRUTAR DE BEM-ESTAR DURANTE O CURTO PERÍODO DEVIDA. Mas acontece que as tergiversações dos intelectuais em nada contribuem para que se tenha comida na mesa e alívio para as doenças com que a natureza nos castiga ou os sofrimentos causados por outros seres humanos em função da presença do instinto de bicho. A satisfação das necessidades não tem nada a ver com as ponderações de Sócrates ou Platão sobre ser eterna a ideia de cavalo e ser efêmero o cavalo, ou da questão levantada por Schopenhauer de que as coisas não passam de representação da mente.

A humanidade está à mercê do casuísmo de deixar a vida a cargo de deus e de se ter sorte ou não ter. A qualidade de vida depende exclusivamente de quem vive, o que é escondido debaixo de sete chaves pela canalha que deturpa a realidade, induzindo a massa bruta de povo a crer na falsidade de esperar que seu bem-estar depende de frequentar igrejas e não da boa aplicação do erário. A cegueira humana chega ao extremo da estupidez de se considerar como boa educação recolher a bosta do cachorro com o qual se procura suprir o isolamento a que se condenou o ser humano em sua ignorância tão absoluta que atribui fama e celebridade a toupeiras mentais cujos maiores atributos são o tamanho da bunda, a capacidade de chutar bola, ou esmurrar-se mutuamente até que um desmaie.

É por ignorar que a qualidade de vida depende de quem carrega o fardo de viver, que na vida os seres humanos têm por atividades as mesmas que têm os irracionais: trabalhar para sobreviver, comer, trepar e cagar. Inté.   


sábado, 6 de julho de 2019

ARENGA 585


Moleques de recado a soldo dos protagonistas da corrupção bradam insistentemente que não se pode combater os ladrões do dinheiro do povo sem que sejam observados os preceitos legais que regem a organização social. Ora, acontece que estes preceitos legais são elaborados exatamente para proteger o banditismo. É a imprensa que diz haver bandidos na casa de onde emanam as leis, que na justiça existem bandidos de toga, juízes que são empresários ao mesmo tempo e advogados que dividem com os ladrões do erário o produto do roubo, prática criminosa que conta com o beneplácito da OAB. Sendo esta a realidade, juntamente com os protagonistas da corrupção se faz necessário combater também o tal ordenamento jurídico defendido pala papagaiada de microfone que se sujeita a qualquer coisa em troca da despensa abastecida.

Consta na imprensa que jornal inglês condena os métodos da Operação Lava Jato, o que faz a festa dos moleques de mandado dos corruptos. A realidade, entretanto, é que a Inglaterra, segundo a história, também roubou do Brasil seu ouro e diamantes. Portanto, como país rico às custas da pobreza dos países pobres, é compreensível seu interesse na permanência da roubalheira porque aufere rendimento com o dinheiro que os ladrões guardam lá.

Se absolutamente tudo está errado, um instante de meditação basta para se concluir ter mesmo de ser errado porquanto são desordeiras as autoridades responsáveis pela ordem. E assim será enquanto a nomeação destas autoridades estiver sob responsabilidade de um povo desinteligente e imaturo a ponto de se reunir para discutir o sexo dos anjos enquanto a política da qual depende seu bem-estar se torna apropriada por uma desordem tão bem estruturada que se torna superior à ordem que só poderá prevalecer quando a preocupação das pessoas se voltar para tais assuntos, mas nunca enquanto o assunto principal for deus e religiosidade. O problema da fome, por exemplo, só estará resolvido quando nas reuniões, em vez de se tratar da existência de vida depois da morte, vier à luz a realidade de que em vez de ser usada para produzir a riqueza do agribiuzinesse endeusado pela papagaiada de microfone, a terra vier a produzir comida para todos por meio da reforma agrária demonizada pela papagaiada de microfone. Mas, para evitar tais cogitações, aí estão o pão e circo, a religiosidade, as putarias, os “famosos”, as “celebridades” e tudo que nada tem a ver com o bem-estar individual social. Se exatamente por isto deus tacou fogo nos libertinos, a coluna O X do Sexo do Jornal Folha de São Paulo recomendando o beijo grego e ornamentar com joias as xoxotas, “as partes” expostas das “celebridades”, tudo isto será torrado com fogo de enxofre. E quem se voltar para ver o fogaréu será transformado em estátua de sal. Inté.  



   


sexta-feira, 5 de julho de 2019

ARENGA 584


A fome, a peste e a guerra fazem parte do plano de deus, segundo consta na página 11 do livro Homo Deus, de Yuval Harari. Se é assim, não pode ser outro senão masoquismo o sentimento que move a humanidade ao erguer templos para bajular tal deus. A religiosidade não pode ter outra explicação senão o desenvolvimento de um gene religioso, como afirma o ensaísta Edmilson Movér. Guerras foram travadas por disputas religiosas, igrejas desabam, rajadas de metralhadoras e bombas pipocam sobre fieis a deus, mas infiéis ao sentimento de harmonia e irmandade que deveriam orientar os seres humanos obrigados a viver em comunidade. O ser humano é tão inocente que lamenta a morte de outra pessoa como se a sua não estivesse vindo ao seu encontro a cada tique-taque do relógio. São incapazes de construir uma sociedade menos infeliz do que as sociedades em que têm vivido desde que deixaram o isolamento primitivo. O livro no qual se apegam os seres humanos como a palavra do seu deus é repleto da brutalidade das guerras que até hoje os infelicitam. Entretanto, absolutamente nada pode convencer estas criaturas tão inocentes que desconhecem a realidade de não terem o que festejar, não obstante a quantidade de festas. Não pode haver maior demonstração de infantilidade do que um adulto tocar fogo numa bomba para ouvir o estrondo. Das reuniões para adorar o deus planejador de fome, guerras e pestes resultariam benefícios reais se fosse discutida a realidade de ser o dinheiro o único elemento capaz de proporcionar bem-estar, e de estar errado, portanto, haver pessoas sem acesso ao dinheiro.

Caso a humanidade não se autodestrua antes, o que é provável acontecer, a realidade observada por Thomas Paine de que o tempo convence mais que a razão fará com que os seres humanos venham a ser convencidos da realidade de viverem uma grande farsa, um engodo monumental. Verão que seus líderes são falsos. Que a religiosidade, os milagres e as festas têm o objetivo de desviar sua atenção da realidade de viverem tais líderes uma vida faustosa enquanto seus liderados mal conseguem sobreviver.

Um instante de meditação basta para se perceber que a humanidade é iludida por uma casta de seres ainda mais brutos do que aqueles que lhes são obedientes. São aqueles que determinaram o comportamento do qual resultou uma sociedade humana que valoriza toupeiras mentais em detrimento de genialidades. E não é possível haver perspectiva de um horizonte diferente enquanto o povo pensar que o bem-estar de seus filhos depende de deus, que esporte é importante e ser indiferente à realidade de estar a riqueza do mundo nas mãos de apenas um por cento da humanidade. Assim, a única possibilidade de terem as crianças de hoje um futuro menos infeliz é que elas venham a alcançar o convencimento de estar tudo errado antes que dos erros resulte a hecatombe que apesar de já prenunciada é negada pelos brutos guias da humanidade em sua cegueira de Midas na busca por ouro. A juventude que é a força viva do mundo só tem a perder em se deixar levar feito bosta n’água por falsos líderes que imbecilizam os jovens de forma tão espetacular que o Yahoo considera célebres toupeiras mentais. Inté.  

terça-feira, 2 de julho de 2019

ARENGA 583


É dito que governar é exercer um poder moderador sobre a massa bruta de povo para evitar que sua brutalidade a destrua. Mas isso é falso porque a atividade de governar é exercida por pessoas tão brutas quanto as demais. Aí está a brutalidade das guerras como prova irrefutável desta realidade. Também se diz que governar é abrir estradas o que é falso porque as estradas são uma forma de esfolar o rabo do povo na cobrança de pedágio e multas. Quem acertou na mosca foi Maquiavel quando demonstrou que governar é a arte de enganar a massa bruta de povo. Daí ter ele afirmado ser mais conveniente ao governante ser temido em vez de amado. Os gastos fantásticos que os governos fazem para estimular o pão e circo, se se tratasse de seres pensantes, seria o bastante para revelar à humanidade que a verdadeira intenção de todos os governos do mundo é manter a massa bruta de povo na condição de massa tão bruta a ponto de acreditar que toupeiras em termos de sociabilidade sejam famosos e célebres. Governar, na verdade, é elitizar a classe de governantes de forma tão espetacular que a troco de brincadeiras a massa bruta de povo a sustenta a pão de ló enquanto amarga necessidade de tudo.

A sociedade humana vive um impasse impossível de ser superado enquanto se mantiver dentro da cultura de se acreditar ser possível chegar a bom termo uma sociedade cujos membros desconhecem a existência de um interesse coletivo a ser cultivado e se dedicam apenas a seus interesses individuais, deixando o bem-estar social a cargo de um sistema econômico que transfere noventa e nove por cento da riqueza por todos produzida para apenas um por cento dos membros da coletividade. Este sistema econômico é tão sem pé nem cabeça que órgãos da nossa imprensa defendem os ladrões do dinheiro público das grandes empreiteiras alegando não poder prejudicá-los sob pena de prejudicar a economia.

Entre nós, o exercício da política atingiu tamanha distorção que é o Brasil quem vai mostrar ao mundo a necessidade de ser implantada uma cultura política baseada na verdade, sem intelectuais que em troca da despensa abastecida se rebaixam ao papel de moleques de recados que induzam o povo a erro. Inté.







  

quinta-feira, 27 de junho de 2019

ARENGA 582


                A aprovação pelo senado de projeto que criminaliza juízes e promotores por abuso de autoridade de, não fosse a indiferença do povo às questões políticas, teria consequências inimagináveis por ser uma bofetada na cara da sociedade já calejada de tanto apanhar. É uma total inversão de valores. Futuras vítimas de condenações pela Lava Jato, as “autoridades”, contrariando toda a população ansiosa por ver na cadeia os ladrões do povo, aprovam um projeto capaz de tornar bandido o mocinho. Como povo existe para ter o rabo esfolado, continuará mais interessado nas trepadas de Neymar do que nesta nova esfolada de rabo. A imprensa dá a dica, mas o povo não entende porque a própria imprensa o torna tão mentalmente débil que prefere saber do mundo vulgar dos “famosos” e das “celebridades”, ainda que diante da falência do sistema econômico anunciado pelo economista Ladislau Dowbor em entrevista ao blog Outras Palavras.

Nesta entrevista, o grande economista pergunta: (“Como superar um sistema econômico falido?”). Qualquer pessoa sensata chegará à resposta de ser impraticável a deterioração de uma economia que tem por objetivo tornar os pobres mais pobres e os ricos mais ricos. A imprensa noticia também que os bilionários do agribiuzinesse sonegam bilhões em impostos e a ninguém é dado o direito de saber que a roubalheira e o desperdício e não apenas a previdência social é a causa da falta de dinheiro. Para salvaguardar a impunidade, os ladrões do colarinho branco acusarão de abuso de poder os representantes da justiça se denunciarem seus crimes contra os apreciadores de igreja, axé e futebola. Dentro deste sistema cultural não pode haver salvação. Portanto, os pais que cuidem de ensinar a seus filhos a necessidade de pensar também na atividade de viver porque isto que está aí vai dar em cabeças cepadas fora do corpo, e suas crianças poderão estar entre os cepadores de cabeça ou os de cabeça cepada.

O que não faltam são motivos sobre os quais se debruçar para refletir. Consultando a imprensa percebe-se que as notícias giram em torno de crimes praticados exatamente por pessoas encarregadas de zelar pela ordem pública. Ante tal realidade, como pode a juventude ser indiferente a tais coisas, se disto depende seu futuro? É necessário repetir à exaustão de não se poder abrir mão de se dedicar algum tempo à meditação sobre a realidade de se encontrarem os seres humanos ainda na imaturidade, o que absolutamente não se justifica, mas que esta distorção só poderá ser corrigida por meio da atividade de pensar e tirar conclusões. Como dizem pelaí, nunca é tarde para começar. Inté.

terça-feira, 25 de junho de 2019

ARENGA 581


Destas pessoas que conversam pelos cotovelos, um motorista de taxi me disse que sem ler a bíblia, a palavra de deus, o sujeito tá perdido. Apontando o dedo para o teto do carro, disse que tal pessoa vai se dar mal na vida lá de cima.

Com cartazes, velas e flores, pessoas adultas se reúnem no Reino Unido para homenagear a princesa Diana enquanto outras acendem bombas para ouvir o pipoco, outras lotam templos para ouvir Edir Macedo, outras para saber o desfecho da trepada de Neymar e outras se ligam no Yahoo para saber das últimas novidades sobre os “famosos” e as “celebridades”. O que se passa com a humanidade ao se recusar terminantemente de crescer espiritualmente? Em relação à atividade de viver, o comportamento de jovens, adultos e velhos é o mesmo comportamento de criancinhas brincando despreocupadamente num parque infantil.   

Os seres humanos erram fragorosamente ao dar atenção apenas às atividades laborativas, excluindo de suas cogitações a atividade de viver. Apesar de viver ser uma atividade como outra qualquer, que também tem princípio, meio e fim, apenas os incômodos provenientes de doenças são motivos de preocupação. Mas não deve ser assim porque tudo o que nos é dito precisa ser pensado e repensado antes de ser tomado por verdade. A absoluta maioria das crenças humanas são falsas. Entre todas as falsidades nas quais a humanidade se apoia encontra-se a religiosidade. Todos os males que afetam os seres humanos têm origem no erro monumental de não meditar sobre a atividade de viver, deixando-se que falsos líderes lhes digam o que fazer ou deixar de fazer.

Quando a ONU a proclama ao mundo que o governo da Venezuela desrespeita direitos humanos, tal afirmação, se analisada, torna-se de nenhuma importância porque absolutamente todos os governos do mundo estão cagando e andando para direitos humanos. Os seres humanos são submetidos à servidão de carregar no lombo uma plêiade de parasitas vivendo nababescamente.

Quando a humanidade concorda com a religião ao afirmar ela que os mistérios de deus devem ser acatados sem questionamento, incorre no grande erro de se privar do exercício da mais nobre de todas as atividades, a atividade de meditar. A meditação levaria à conclusão de não haver valor algum nas coisas mais valorizadas como democracia, religião, constituição, parlamentos, eleição, justiça, igualdade perante a lei, direitos humanos. Tudo não passa de falácia de nenhum valor. A humanidade precisa despertar para a realidade de viver de fantasias e de já ser hora de perceber que é inteiramente descabida a cultura vigente de deixar seu destino ser decidido por líderes falsos que instigam seus liderados às guerras. Sendo bárbaros os seres humanos, é impossível haver um só espécime desta espécie com o desprendimento que caracteriza um verdadeiro líder. Futucando telefone, os bichos humanos caminham rumo ao nada absoluto. Inté.

    












domingo, 23 de junho de 2019

ARENGA 580


Há LIVROS e “livros”. Entre os primeiros está Senso Comum de Thomas Paine, e entre os segundos estão a absolutíssima maioria dos livros cuja única finalidade é demonstrar a intelectualidade inútil de intelectuais com suas citações enfadonhas em línguas estrangeiras e chamadas que levam a outros intelectuais também inúteis. Na introdução do livro de Paine há duas observações que se não fosse a estupidez humana levariam à humanidade a luz que a tiraria das trevas mentais em que sempre esteve ao deixar-se levar pelo pão e circo do qual faz parte a religiosidade que ajuda a política a lançar areia nos olhos a fim de impedir a visão da realidade. São estas as afirmações do sábio: “O HÁBITO DE NÃO PENSAR QUE UMA COISA ESTEJA ERRADA DÁ-LHE A APARÊNCIA DE ESTAR CERTA” e “O TEMPO CONVENCE MAIS QUE A RAZÃO”. Para a massa bruta de frequentadores de igreja, axé e futebola estas observações passam a anos luz de sua compreensão. Entretanto, a quem é capaz de alcançar o recado do grande pensador vê destampada diante de si a razão pela qual a sociedade humana sofre mais males decorrentes de sua desorganização do que os inevitáveis males decorrentes da natureza. É que por não perceber ainda estar errado tudo aquilo que pensa estar certo a humanidade vive tão alheia à realidade como a felicidade do bêbado. A alegria do ser humano corresponde à do burro que de satisfação balança o rabo e resfolega no chão quando encerra a tarefa diária e lhe é retirado do lombo o apetrecho no qual se prende a carroça, embora tudo vai começar de novo no dia seguinte. Não pensando haver necessidade de pensar sobre a atividade de viver, para sobreviver, como o burro, o ser humano também é faliz por conseguir um emprego que lhe consumirá a vitalidade. Isto lá é motivo para regozijo? Pois, apesar de não ser, o imbecil vai à igreja agradecer a deus por ter-se escravizado a um patrão.

Como também afirma Paine, a crença de estar certo o que está errado dá origem a um brado de defesa do errado e a condenação do correto. Nesse exato momento estamos diante desta realidade quando a bandidagem do colarinho branco procura levar ao banco dos réus jovens cumpridores do dever de coibir a imoralidade em que foi transformada a política. O certo mesmo é que a massa bruta de povo gosta de ter o rabo esfolado como provam o incremento da homossexualidade e o orgulho de ser homossexual.

Também a observação de que o tempo convence mais que a razão passa longe da compreensão da massa bruta que continua buscando proteção divina nos templos religiosos onde encontram explosão de bomba e rajada de metralhadora, o que só acontece por se tratar de massa bruta porque a literatura mostra que vários seres de mentalidade requintada já descobriram ser deus uma grande mentira e a religiosidade, a Circe da humanidade, afirmação que também passa a anos luz da percepção dos requebradores de quadris porque eles não sabem quem é Circe e o que ela fez. Desta forma, jamais poderão alcançar o sentido da observação de Nietzsche, também desconhecido da massa bruta de pipocadores de foguetório, incapaz da percepção de estar errada a construção de aviões, canhões, navios, submarinos, helicópteros, drones e milhões de homens educados para a atividade de manusear estes apetrechos de destruição. Inté.

  


sexta-feira, 21 de junho de 2019

ARENGA 579


Grande perversidade é a do Cassino Caixa Econômica Federal contra o povo. Cassino, sim, e um cassino que rouba de pobres em vez de ricos, como fazem os cassinos em geral. Ao colocar os pobres diante da possibilidade de ficarem ricos, além de enganá-los, os falsos líderes políticos causam neles uma ansiedade semanal que os torna ainda mais infelizes do que precisam ser como pobres. O engodo da mega-sena é um engodo ainda maior do que o do estelionato praticado pelos representantes de deus porque envolve também os descrentes que não contribuem para a riqueza de espertalhões. Este crime só é menor do que o de transformar seres pensantes em não pensantes, o que fazem todos os falsos líderes do mundo ao fomentar o pão e circo. O crime de manter o povo incapaz de perceber desempenhar o papel de bobo da corte vem desde quando os romanos o distraiam com os espetáculos do Coliseu, papel que hoje cabe às igrejas, o futebola, o pão circo, as putarias das “celebridades” e as baixarias dos “famosos”, marionetes manipuladas pelos falsos líderes do mundo inteiro de forma tão eficiente que o povo foi convertido em massa amorfa de imbecis incapazes de perceber não haver justificativa para sua condição de ser não pensante, realidade que se materializa na destruição de imensas fortunas em guerra, templos monumentais para oração e mordomias de políticos ao tempo em que falta riqueza para não ter pobreza.

Em São Paulo, o elemento negativo povo acaba de demonstrar sua incapacidade de raciocinar ao esperar que de uma cerimônia religiosa que mobilizou grande multidão pudesse vir alguma proteção para suas famílias, engodo tão visível que seu presidente da república que também participava está empenhado em que o Congresso Nacional aprove uma lei que permita ao povo a posse de arma de fogo como proteção. 

Intelectuais escrevem livros e mais livros indicando soluções para os problemas que envolvem a humanidade. O último deles que me levou a perder dinheiro adquirindo-o foi DEPOIS DO COLONIALISMO MENTAL, do filósofo brasileiro (mais americano do que brasileiro) Roberto Mangabeira Unger, provando mais uma vez que os intelectuais, como os políticos, falam apenas porque não podem deixar de falar. A fala deles são apenas palavras ao vento. Só não se pode mandá-los conversar para os presos porque nem mesmo os presos gostariam de ouvir suas divagações inúteis e antipáticas. O mais americano do que brasileiro Mangabeira Unger cita os Estados Unidos como uma país que nos serve de referência. Porém, o povo americano é tão infeliz quanto os demais infelizes do mundo. Sua felicidade talvez seja ainda maior do que a infelicidade dos pobres brasileiros frequentadores de igreja, axé e futebola porque os infortúnios destes ainda lhes permitem requebrar os quadris com alguma tranquilidade quanto à possibilidade de se tornarem vítimas de explosões ou rajadas de metralhadoras.

É desperdiçar dinheiro e tempo com os livros dos intelectuais porque ou eles vivem fora da realidade ou fingem por conveniência desconhecê-la uma vez que sua despensa abastecida depende de sues bestas de sela completamente inúteis. Aquilo de que se faz necessário a fim de ser a humanidade menos infeliz é despertar para o fato de se encontrar ela envolvida num engodo tão monumental que tudo em volta são falsidades. É impossível àquele que de boa vontade e espírito livre de interesses escusos se dedique a meditar um instante sobre como pode a humanidade deixar de padecer a maioria dos males de que padece. Isto os intelectuais não fazem porque se o fizessem chegariam à conclusão simples de não terem as autoridades interesse algum no bem-estar social porque se o tivessem não se encontrariam vivendo nababescamente às custas do pobre povo sob seus cuidados. Entre todas as demonstrações de desprezo das autoridades ao povo estão as guerras. Nelas se materializam duas demonstrações de que em busca da maldição denominada PODER as autoridades que deveriam zelar pelo povo faz dele bucha de canhão. E a prova mais evidente de haver uma criminosa manipulação cerebral do povo é ser ele capaz de ver sem questionar seus filhos serem mandados para campos de batalha para defender interesses pessoais de falsos líderes. O povo foi levado à condição de ser tão irracional que é capaz de se encantar ao ver queimar em fogos o dinheiro que lhe falta. A única maneira de evitar problemas sociais é elevar a espiritualidade do povo por meio de uma educação capaz de convencer cada um indivíduo da realidade de ser impossível viver em sociedade cuidando apenas do bem-estar individual. Acontece que às autoridades interessa um povo que não saiba disso porque tal percepção não lhes permitiria a vida fácil a que estão acostumadas. Esta realidade é facilmente percebível na preferência pelas brincadeiras e putarias em detrimento dos assuntos sérios que envolvem a atividade de viver. É por isto que a papagaiada de microfone papagaia incessantemente sobre esportes e festividades. É assim que leva o povo à condição de massa bruta, de seres tão mentalmente medíocres que no livro de Luiz Otávio de Lima GRANDES BATALHAS QUE MUDARAM O BRASIL, na página 9, a constatação de terem os índios Tamoios se cansado de trabalhar para os franceses em troca de presentes leva à conclusão de que até os inocentes selvagens são capazes de perceber serem iludidos enquanto a massa bruta de povo permanece eternamente indiferente a esta realidade. A verdade que ninguém quer reconhecer é que os seres humanos ainda estão muito distantes da evolução espiritual necessária para viverem de outra forma que não na infelicidade festiva em que vivem. Inté.

terça-feira, 18 de junho de 2019

ARENGA 578


Até final do século XIX eram a chibata e o lombo dos negros a força propulsora que movimentava a economia e se afirmava categoricamente que sem a chibata e o lombo dos negros estaria decretada a derrocada do sistema econômico, e os argumentos contra o fim da escravidão lembram a afirmação de Schopenhauer de que para vencer um debate a razão é menos importante do que a capacidade de bem usar da retórica para defender o ponto de vista contrário, ainda que capciosos ou inverídicos os argumentos do debatente. O livro Raízes do Conservadorismo Brasileiro, de Juremir Machado da Silva, mostra os mais diversos argumentos justificando a escravidão, entre eles a alegação do papa Nicolau V para o tráfico de negros africanos em função da necessidade de convertê-los ao cristianismo salvador de almas.

Em termos de uma elevação espiritual só alcançável por meio da evolução mental a humanidade ainda se encontra nos cueiros. A desumanidade de desconsiderar um homem a ponto de estender sobre ele o direito de propriedade denuncia a predominância da animalidade sobre a espiritualidade que separa o civilizado da besta fera. Animais irracionais é o que são os seres humanos. E sob os mais diversos argumentos capciosos, o direito infame de escravizar permanece exercendo seu poder através da instituição do emprego. No terceiro fascículo do curso “SPEAK ENGLISH”, da editora Escala, o assunto das aulas gira em torno do jovem estudante Roger, entusiasmado pelo fato de ter conseguido um emprego. Pouco adiante, na lição 22 do fascículo 24, encontramo-lo abatido, com aspecto doentio, desgastado pelo esforço sobre-humano a fim de corresponder às exigências do emprego e os estudos.

É, pois, de espantar a distância que os intelectuais se mantêm da necessidade de uma orientação capaz de transformar as crianças em adultos capazes de meditar sobre uma forma de vida na qual todas as pessoas estejam a gosto. Faz-se extremamente necessário trocar a canalhice de religiosos e políticos por uma orientação baseada na sabedoria em vez da burrice que impede a massa bruta de povo de questionar o motivo pelo qual o presidente da república desperdiça tempo recebendo em audiência um jogador de futebola. Por trás deste fato aparentemente simples rolam coisas do arco da velha. Como povo existe para ser iludido feito criança, as igrejas e os estádios para brincadeiras continuarão lotados, até quando não se sabe.    

Nestas terras brasileiras de raro esplendor e riquezas naturais, cujos habitantes vivem na total miséria material e moral, seu povo é famoso como ladrões safados, carnavalescos, adoradores de futebola e igreja. Tudo que pode haver de negativo em termos de uma boa convivência social é “o quente” por aqui. Toupeiras mentais são consideradas celebridades e a fala das autoridades tem tanta veracidade quanto o que diz a papagaiada de microfone ao fazer apologia dos bancos e do agribiuzinesse. Estamos abaixo do zero da escala mundial em termos de civilização. A massa bruta de povo brasileiro volveu com tal vigor seu queixo duro no rumo da religiosidade e do futebola que é impossível trazê-la à razão, não obstante a transparência dos fatos que demonstram tratar-se de instituições voltadas para manter o povo na condição de massa bruta, incapaz de elevar o pensamento além da necessidade de trabalhar, comer e trepar. Enquanto isto, intelectuais escrevem bestas de sela com prefácios de outros intelectuais afirmando tratar-se de obras monumentais. Monumental, na verdade, é a estupidez humana a clamar pela atenção das mentes que se encontram acima da mediocridade da massa bruta de frequentadores de igreja, axé e futebola. Inté.

sábado, 15 de junho de 2019

ARENGA 577


Embora vivendo em comunidade, os seres humanos não cogitam de uma vida comunitária. O grupo-célula da sociedade, a família, tem como único objeto de preocupação seu mundinho particular, embora insignificante em relação à grandiosidade do mundo da sociedade humana. E a intelectualidade dos intelectuais em nada contribui para a sensatez de uma orientação no sentido de mostrar a necessidade de uma fraternidade universal como única forma de superar a irracionalidade ainda predominante no ser humano de forma tão acentuada que por interesses individualistas e mesquinhos a opinião pública é convencida a seguir caminho que leva a um destino oposto àquele que corresponderia aos seus verdadeiros interesses. São falsos, negligentes, ou mesmo criminosos, intelectuais que se omitem da tentativa de mostrar à humanidade ter sido ela transformada em joguete nas mãos de falsos líderes, seres infinitamente inferiores aos criminosos trancafiados nos presídios. Aqueles monstros, de cuja boca escorre baba de dragão, destroem os verdadeiros líderes a fim de assegurar seus privilégios conquistados por meio de artifícios capciosos que transformam seres humanos em irracionais que uma vez castrados da capacidade pensar por si mesmos, comportam-se do mesmo modo da manada, indiferente ao destino. Por conta da irracionalidade, não percebendo serem opostos aos seus os interesses dos ricos empresários, a massa bruta de povo os nomeia para postos da administração pública onde irão usar em benefício próprio o poder que o povo lhes atribuiu para cuidar de seus interesses. É intrigante o desinteresse dos intelectuais em tais questões uma vez de delas decorrerão malefícios generalizados para todos indistintamente. Entre nós que somos parte dos maiores sofredores do mundo, apesar da alegria fogo-de-palha, os malefícios já forçam jovens a abandonarem seus país, forçados por uma alegada pobreza ao tempo em que fortunas imensuráveis são desbaratadas de diversas maneiras, inclusive canalizada para as contas bancárias da maldita classe de agiotas, ante total indiferença de um povo extasiado por espetáculos circenses endeusados por papagaios de microfone e levados a efeito por esportistas, carnavalescos e representantes de deus. O grande número de estádios para esportes já pode ser acrescentado ao de farmácias e igrejas como indicadores do atraso mental do bicho povo que constitui a humanidade graças à apologia que fazem as Forças Ocultas das atividades esportivas em detrimento das meditativas, o que leva a ralé intelectual na qual se enquadra com perfeição a raça humana à crença de ser a vida em si mesma a coisa mais importante da vida, razão pela qual se deixa levar pelo som da estranha palavra gol que faz coro com as palavras deus, “famosos” e “celebridades”. Entretanto, a realidade da vida passa longe destas futilidades porque a vida só tem sentido se acompanhada do bem-estar que só pode ser alcançado por meio de uma elevação espiritual jamais encontrada nas igrejas, na mediocridade mental das “celebridades” ou nos festejamentos generalizados. Os envolvidos em tais atividades têm a vida como o bem primordial enquanto que o mentalmente evoluído sabe que a intensidade de um mal-estar é capaz de conduzir à opção pela morte.

Sendo a ralé intelectual incapaz de pensar, acredita ser eterna a vitalidade para o requebramento de quadris e é incapaz de perceber a existência dos mal-estares antes de serem por eles atingidos. Quando isto acontece é maior o infortúnio para os seres não pensantes por ser mais intenso o desconforto de quem é apanhado de surpresa por uma adversidade do que aquele que já contava com sua aproximação.

Apesar de se encontrar na atividade de pensar o divisor de águas entre o ser humano e a besta, é preciso pensar sobre como superar a insanidade humana capaz de trocar por dinheiro o ambiente do qual depende sua existência. É preciso repensar tudo que já foi pensado porque uma conclusão resultante de silogismo iniciado por premissa falsa leva resulta em generalização de inverdade. É o que acontece com a conclusão a que chegou o sistema econômico mundial de depender de haver emprego para quem dele precise o bem-estar social uma vez ser impossível haver empregos suficientes, sem contar com a realidade de ser o emprego uma trama diabólica por meio da qual, para sobreviver, o necessitado abre mão de sua vitalidade. Não obstante a nobreza da atividade de pensar, faz-se necessário pensar corretamente sob pena de, como já foi dito, tirar conclusões erradas. Um exemplo: No livro Os Filhos do Imperador, da escritora Claire Messud, consta o seguinte pensamento atribuído ao também escritor Anthony Powell: “Se você cultiva corretamente seu mito pessoal, pouco mais importa na vida. O substancial não é o que acontece com as pessoas, mas o que elas pensam que lhes acontece”. Isto é completamente falso porque q vida é realidade, enquanto que os mitos são fantasias. Quando os jovens inocentes da Juventude de Fé cultivam o mito deus, pensam que o beijo do papa no pé do infeliz seja capaz de prevenir a infelicidade, incorrem em grave erro porque sendo inócuo o gesto, a infelicidade os alcançará algum dia. Inté.















   




sábado, 8 de junho de 2019

ARENGA 576


Apesar de continuar moldável, dia a dia a massa bruta de povo tem mostrado alguma rebeldia em tomar a forma desejada pelos falsos líderes políticos e religiosos que pensam por ela. Embora a quase totalidade dos seres humanos ainda pensa existir deus, não são poucos os que contestam a existência de divindades. Quando o governo diz não se justificar tomar dinheiro emprestado no exterior para pagar aposentadorias, já não consegue ter unanimidade popular de aprovação às razões apresentadas como justificativa para reformar a previdência. Calejado de ser enganado pelos governos desde que eles existem, gatos pingados despontam do meio da massa bruta de povo demonstrando alguma capacidade de raciocínio, e, ouvindo de pessoas versadas em política tratar-se de mais uma mutreta contra o povo esta reforma, preferem estes gatos pingados dar ouvidos a estas pessoas do que ao governo.

A perda de credibilidade por parte dos falsos líderes lembra a afirmação de Thomas Paine de que o tempo convence mais que a razão. Levando ferro por tanto tempo, as pessoas foram convencidas de que as autoridades têm interesses diversos daqueles que dizem ter. Realmente, se há dinheiro para alimentar a agiotagem internacional, desperdiçar à larga com palácios e uma plêiade de “excelências”, “famosos”, “celebridades” podres de ricos, templos para orações e outros tantos para brincadeiras, há realmente dente de coelho nessa história de faltar dinheiro para pagar aposentadorias. O que se faz necessário, isto sim, é corrigir as distorções. Absolutamente nada justifica quem deu duro a vida toda receber uma merrequinha de nada enquanto parasitas sociais recebem várias e gordas aposentadorias.

A religiosidade é a maior demonstração de ingenuidade que alguém pode dar. Quando o chefe do atual governo religioso diz que o Estado é laico, mas ele é religioso, está demonstrando ser tão ingênuo que não sabe serem duas coisas distintas a pessoa física do presidente da república e a instituição Estado Brasileiro. A História mostra que desde sempre houve uma parceria entre política e religião. Só não sabe disso a massa bruta de povo mais interessada nas trepadas de Neymar do que nos assuntos pertinentes à sua vida. Vivendo ambas, política e religião, de passar mel na boca do povo, é compreensível a religiosidade do presidente como político, mas nunca como ser pensante.

A sociedade humana só tem a perder por não se interessar em corrigir a falta de lógica na qual está envolvida. Raciocinando a respeito, percebe-se não haver motivo algum para se acreditar nem no que dizem os políticos e nem nos representantes de deus porque tanto uns quantos outros se apresentam como portadores de poder capaz de promover o bem, mas predomina um mal tão evidente que os bancos, embora não passando de quadrilhas organizadas para roubar a sociedade e fazê-lo com maior eficiência do que as quadrilhas dos outros bandidos, como mostram seus lucros fabulosos, são estas últimas quadrilhas execradas enquanto as primeiras têm sua prática criminosa recomendada pelos papagaios de microfone.

É preciso pensar e repensar a organização da sociedade humana, mormente neste belo país de triste sorte. A prisão de bandidos perigosos à nossa sociedade não a protege das ações criminosas porque os bandidos continuam exercendo suas atividades de dentro dos presídios, contando, inclusive, com parceria de advogados e conivência da OAB, de olho nas mensalidades.

Mesmo vendo velhos arqueados, apoiados em bengalas ou em cadeiras de roda, os jovens jogam fora sua vitalidade, imaginando-se imunes a tal destino. Daí que a única preocupação quanto ao futuro se resume a guardar o que comer quando não tiver mais força trabalho para vender. A ninguém ocorre que o trabalhador é condenado a só ter sua parca refeição quando alguém precisa dele para fazer algum serviço.

A juventude mundial só tem a perder em deixar-se transformar em massa de manobra de uma liderança tão pervertida moralmente que na introdução do livro de Arthur Schopenhauer, TRINTA E OITO ESTRATÉGIA PARA VENCER UM DEBATE, está dito com muita propriedade que a vaidade e a hipocrisia triunfam sobre a verdade. Inté.

  







 










sexta-feira, 31 de maio de 2019

ARENGA 575


O único mérito (se há mérito nisso) que têm as “famosas” e “celebridades” é ter suprimido o caráter de ultraje ao pudor que havia na nudez em público, avacalhando o mistério que a roupa resguardava, tornando ainda mais bela e enigmática a mulher, além de estimular o crime de estupro. A cada dia evidencia-se mais a realidade que a humanidade regride espiritualmente e que uma infelicidade ainda maior a espreita, não obstante a plêiade de papagaios de microfone bem assalariada para fazer crer estar tudo na mais perfeita normalidade, embora esteja tudo às avessas. Não podendo deixar de falar porque disto depende a despensa abastecida, os papagaios de microfone falam sobre reforma disso e daquilo, quando, na verdade, a única coisa a merecer reforma é a cabeça de seus patrões, os únicos responsáveis pela injustiça social que assola a humanidade de forma tão perigosamente avassaladora que os grupos não vitimados pelo flagelo da fome, para não serem invadidos pelos famintos, são obrigados a construir muros protetores. Apesar disto, se fala insistentemente em tribunais de justiça. Que justiça pode haver se enquanto gatos pingados comem iguarias finas em pratos de ouro, multidões comem na sarjeta restos colhidos no lixo? Até parece que é para mostrar o tamanho da disparidade desse proceder que a natureza transforma igualmente finas iguarias e restos de lixo em bosta.

Intelectuais se perdem na mesma tagarelice estéril dos papagaios de microfone. Ernesto Sabato, por exemplo, em A Resistência, manifesta um saudosismo injustificado dos tempos de antigamente. Injustificado porque é lá na frente onde está nosso destino. Se filosofar é pensar, e se é pensando que se raciocina, cabe aos filósofos raciocínios capazes de indicar um bom caminho à manada que não pensa, do mesmo modo como procedeu Jesus Cristo, descartada a baboseira em torno de divindade.

Mas não é isso o que se vê porque até um tal de mundo físico foi inventado pelo eruditismo inútil de filósofos, enquanto que o mundo importante seja o mundo sólido que embora resumido a apenas um terço do mundo, é nele que vivem as pessoas.

Ou os seres humanos, principalmente a juventude, despertam para a realidade de viver uma grande farsa ou vão se ferrar ainda mais do que ferrados já estão. Os gatos pingados que acreditam estar a gosto por terem ajuntado riqueza não perdem por esperar receber a galinha pulando. E inté mais ver.

     




quinta-feira, 30 de maio de 2019

ARENGA 574


Que futuro pode ter uma sociedade na qual as atividades mais rendosas são agiotagem do sistema financeiro, roubo, prostituição, tráfico de drogas, atividade esportiva, e as pessoas mais importantes são as menos importantes, e quem não se encaixa neste rol é obrigado a viver com mil reais por mês? Não obstante ser esta a realidade brasileira, as pessoas que integram esta sociedade ridicularizada no mundo é também a sociedade mais alegre do mundo. Na verdade, a sociedade humana foi tomada por tamanha imbecilidade que pessoas morrem aos montes tentando chegar no topo do Monte Everest apenas para mostrar que chegou lá. Entretanto, na sociedade brasileira, a imbecilidade é ainda maior porque a imbecilidade dos trogloditas das bundas brancas que se acham civilizados não os impede de merecer algum respeito de seus falsos líderes obrigados a tapearem seus liderados com um mínimo de bem-estar social para disfarçar a falsidade. Já os falsos líderes da ridícula sociedade brasileira dispensam esta preocupação e dizem abertamente na cara de uma juventude inútil que não lhes interessa a opinião pública, e agem de acordo com este desinteresse promulgando leis que impedem investigações sobre suas atividades criminosas.

Diante de uma árvore de pau-brasil no Jardim Botânico no Rio de Janeiro, depois de passar pelo busto de D. João VI, vi-me diante de uma árvore de pau-brasil com um galho serrado junto ao tronco, deixando à mostra sua exuberante e resistente madeira negra. Fui, então, tomado por uma ponta de nostalgia ao lembrar de ter sido aquela madeira nobre a primeira das riquezas daqui levadas. Caio Prado Júnior afirma no livro Formação Econômica do Brasil Contemporâneo que o Brasil tinha por única serventia fornecer tabaco, açúcar, ouro, diamantes, algodão e café para o comércio europeu". É realmente triste a realidade de ter o brasileiro por destino levar ferro no rabo enquanto, satisfeito, faz oração, requebra os quadris no axé e se emociona no futebola. Os versos musicalizados “povo marcado, povo feliz” não dizem aos brasileiros da sua condição de manada. Apenas lhes dizem para levantar os braços e balançá-los ao ritmo do som da música. Os milicos de 1964 obrigaram Caetano Veloso a trocar a palavra brasileiro por batuqueiro no verso NA BARRIGA DA MISÉRIA NASCI BRASEILEIRO da música Partido Alto, que também diz ter deus dado pernas cumpridas ao brasileiro para correr atrás de bola e fugir da polícia. Não pode haver mais perfeita alusão a esta sociedade medíocre de juventude tão estúpida que lota igrejas mendigando proteção a um deus tão imprestável que nem é capaz de fazer cumprir sua ordem para que se comesse o pão com o suor do rosto porque os ladrões da política, dos bancos e das empresas comem-no com o suor do rosto alheio, como lembra Gabriel Deville em seus comentários sobre o marxismo. Inté.




quarta-feira, 29 de maio de 2019

ARENGA 573


 


Muitos pensadores têm tentado mostrar à humanidade como viver de forma menos sofrível. Porém, como a humanidade não sabe ser sofredora, como mostra a quantidade de festejamentos, o esforço deles tem dado em nada. Ninguém se preocupa com prevenção contra um mal que supõe inexistente. Assim, desconhecendo a realidade de sua servidão, como a manada, a humanidade segue ao som do berrante de seus algozes, indiferente à sua triste sina de ter um destino traçado por falsos líderes, incapaz que é de traçá-lo por si mesma.
Embora a ninguém seja dado o direito de negar ser a harmonia da cooperação imprescindível ao sucesso de qualquer sociedade, no que diz respeito à sociedade humana, Reis Midas tem usado do artifício do pão e circo sustentado por uma rede infinita de papagaios de microfone que se revezam a fim de não deixar cair a peteca do engodo de fazer crer ser normal o modo de vida atual, embora ele seja tão desarticulado da realidade que pessoas de nenhuma importância intelectual recebem honrarias e riqueza enquanto que as pessoas de real valor por contribuírem com o desenvolvimento do raciocínio, a exemplo de Paulo Freire, são consideradas inimigos sociais.
  Prevalece entre os seres humanos a mentalidade medieval de quando Martinho Lutero afirmou ser a fé mais importante do que a razão. Apesar de verdadeiro absurdo, tal crença permanece viva no comportamento de jovens integrantes de idiotices como Juventude de Fé, capaz de encontrar algo senão ridículo no beijo do papa no pé do infeliz como meio de prevenir a infelicidade.
Embora a ninguém seja dado o direito de saber ser a cooperação indispensável ao sucesso de qualquer sociedade, no que diz respeito à sociedade humana, entretanto, os seres humanos foram convencidos de estar na competição a chave que abre a porta para o sucesso social.  Malandramente, os adeptos da competição usam do poder que o dinheiro lhes confere para entorpecer a atividade cerebral dos seres humanos convencendo-os ser normal gastarem sua vitalidade produzindo a riqueza sobre a qual não terá direito algum.
O mais interessante em tudo isto é que o próprio povo seja o defensor de seus algozes, razão pela qual seu destino será um terno ferro no rabo. Aliás, a cada dia cresce o número de adeptos do ferro no rabo. Quem sabe, o mundo feminino traga sensatez à humanidade? Inté.