segunda-feira, 28 de abril de 2014

ARENGA VINTE E CINCO


 

Militar não foi feito para governar. Militar foi feito para brigar. Por isso que um fuzil fica melhor em suas mãos do que a caneta. O militarismo é resquício dos tempos bárbaros em que atacar alguém ou um povo inteiro para lhes tomar os pertences era a coisa mais natural do mundo. Como fica muito feio demonstrar incapacidade para evoluir, embora os costumes continuem bárbaros, inventam-se pretextos para os saques que lhes dão um verniz de qualquer outra cor diferente das que realmente tem os brutos saqueadores. Está a anos luz na evolução um esclarecimento espiritual que permita aos ainda bichos humanos uma percepção de outra realidade que não o acúmulo de riqueza e isto torna impossível a seres extremamente individualistas e ávidos por dinheiro, ter em suas mãos fortunas imensas sem lançar mão delas para atender a falsa necessidade de garantir a segurança do seu grupo familiar, crasso erro de quem acredita poder adquirir paz através de violência.

Em 1964, nesse Brasil de quem só não desfruta quem não quer, os militares tomaram o poder e governaram do jeito que lhes foi ensinado a fazer as coisas: com violência, e não podia ser de outro jeito porque só se pode fazer algo da maneira como se aprendeu a fazer. Como precisavam esconder a realidade, e diante do fato claro de que o povo existe para ser feito de bobo, lançaram mão do verniz dissimulador e alegaram estar agindo em defesa do patriotismo, Deus e as famílias, todos ameaçados que se encontravam pelo perigo do comunismo. Nunca é demais frisar a facilidade com que se engana o povo requebrador e freqüentador de igrejas. O motivo que leva os Grandes Mestres do Saber a espinafrar o povo/manada é sua infantilidade, e quem procura conhecer algo do que eles nos ensinam percebe que o povo se comporta como cãezinhos e gatinhos para os quais merece consideração quem lhes dá comida. Taí a esmola do programa Bolsa Família angariando para o PT a consideração popular. A única diferença entre cães e gatos e o povo é que os dois primeiros detestam estampidos, enquanto o povo gosta tanto deles que os provocam de vários tipos e a todo instante e tem até fábricas para produzir elementos que explodem e provocam surdez, acidentes e mortes.

Não é possível harmonizar quem pensa com quem não pensa. É por não pensar que o povo não vê a necessidade de desacreditar nesse seu Deus tão impotente que precisa dos nossos valorosos, mas pobres militares com suas espingardas de chumbo para defendê-lo de um punhado de jovenzinhos comunistas.

Convencido o povo da nobreza do seu gesto, os militares botaram prá quebrar em cima dos meus colegas universitários. Prendeu, espancou e matou jovens embevecidos por ver vigorar idéias pensadas pelos grandes gênios que a humanidade produziu e que recomendaram em sua sabedoria ser a paz melhor que a guerra e que a vida seria infinitamente melhor para todo mundo se não houvesse tanta pobreza cuja única causa é o excesso de riqueza amontoada num só lugar. Esta situação de famintos num lado e super abastardos no outro lado, coloca-os na situação de um osso, uma corda e um cachorro na seguinte disposição: A corda prende o cachorro a uma estaca e não permite que ele alcance um osso perto, mas inalcançável por mais que se esforce o cachorro. Porém, de tanto esticar, não pode ser que a corda venha a quebrar? E se quebrar, aquele osso vai ser ruído ou não vai? É por isso que a rapaziada comunista pretendia fosse adotado um sistema sem que ninguém estivesse de olho gordo no que é dos outros por que assim ninguém teria motivo nem para roer nem para ser roído por ninguém.

Mas, o povo aplaudiu o patriotismo, a defesa à sua família, o temor a Deus e a valentia dos nossos militares. No entanto, segundo quem sabe onde tem o nariz, o motivo daquilo tudo era simplesmente o saque, como nos tempos dos reis, quando então o “quente” era ter fama de bom de guerra e de saqueador. O jornalista Thomaz Ferreira Jensen, em artigo publicado no importante blog Outras Palavras, intitulado “Ditadura & Grandes Empresários: Outro Caso Emblemático”, nos mostra a realidade sobre as verdadeiras intenções daquele movimento militar. A matéria pode ser lida por quem sabe ler e pensada por quem sabe pensar sem ser com a parte do corpo destinada aos requebros. É só pedir ao amigão Google. Entretanto, aqui vai pequena amostra do que nos diz o jornalista: É público e notório que as Forças Armadas agiram com o apoio e a serviço dos interesses da grande burguesia – os donos das principais indústrias, dos bancos, da grande mídia empresarial e das grandes propriedades rurais – e do imperialismo – governo dos Estados Unidos e empresas daquele País com interesses no mercado brasileiro”.

Aí está, pois, por debaixo do verniz, o verdadeiro objetivo da chamada revolução: outra guerra de saque nas riquezas deste belo país de triste sorte. Como de toda guerra resulta imenso número de fraturas a serem recompostas, também pesa sobre os militares brigões a falta de percepção da desvantagem que as brigas trazem para a sociedade da qual fazem parte eles e suas famílias. Os garotos comunistas que ameaçavam Deus, afirmavam e estavam absolutamente certos de que se gastando em educação o dinheiro da guerra, resultaria no predomínio da paz e na inversão do gastar para não brigar em vez de gastar para brigar por ser isso insanidade mental que pode ser curada com a percepção pelos brigões de todo o mundo da vantagem em substituir seus instrumentos do trabalho de matar por instrumentos de cujo funcionamento resultasse paz tão necessária à vida. Nisso aí eu bato firme com a garotada comunista que os militares escorraçaram. Entretanto, todos que me conhecem assinariam embaixo de uma declaração de que não faço mal a ninguém. Garanto que não se incomodariam de assiná-la se constasse também que até faço o bem. Então, se não prejudico ninguém, por que deveria eu ser morto? Verdade que não participei da turma que brigou de estilingue. Todavia, se disto dependesse conforto para as famílias pobres, uma vez que a revolução ajudou a aumentar o conforto das famílias ricas, se disto dependesse o fim do choro no corredor do hospital e de tanto sofrimento, com muito medo, é verdade, mas em troca disso eu daria uns tabefes num militar menor que eu. Inté.

domingo, 27 de abril de 2014

ARENGA VINTE E QUATRO


 

No blog Outras Palavras, organizado ao que me parece, por um senhor chamado Antonio Martins, podem ser lidas reportagens interessantíssimas. Vi lá uma matéria que expõe as razões da estupidez desse povo idiotizado que só presta para o que não presta e que considera certo aquilo que é errado. Trata a reportagem de uma entrevista na qual um jovem declara que fumar maconha nunca lhe prejudicou em nada, e cita o fato de só tirar notas boas “apesar de não se ligar nos livros”. Isto é uma coisa tão assustadora que só não bota em pé os cabelos dos pais das criancinhas rechonchudas porque eles pensam com a parte do lado de baixo do corpo e o que sai de lá não tem serventia. O que para aquele jovem é um comportamento correto, na verdade, é comportamento absolutamente incorreto. Embora seja verdade que a maconha não ofusca a inteligência daquele jovem, ofusca-lhe a saúde. Sendo inteligente, teria talvez nenhuma razão para usar droga se vivesse em outro ambiente que não esse onde os jovens são levados à ignorância absoluta. A juventude esperta e sadia não precisa de estímulo nenhum para viver em paz com a vida. A satisfação de viver dos jovens é prova de que eles não precisam do estímulo das drogas e o ar sempre feliz de suas fisionomias prova que estão satisfeitos, e quem está satisfeito é por estar se sentindo bem, e quem está se sentindo bem deve conservar assim seu estado de espírito. Enquanto se é jovem as coisas fluem com aparente normalidade mesmo dentro da anormalidade em que vivemos. Se aquele pobre garotão que não se liga nos livros estivesse ligado neles, ah! Seu mundo não precisaria de droga para não ser chato porque cada estímulo oriundo de cada novo aprendizado que os livros nos dão aprimora a espiritualidade e dá a sensação de uma conquista tão agradável que produz enlevo equivalente àquela que o jovem do meu tempo sentia nos primeiros contatos com uma garota “diferente” que lhe agradou tanto não só pela atração imposta pela natureza, mas também pela coincidência dos pontos de vista, e que lhe foi tão agradavelmente receptiva. É realmente compensadora cada conquista de novo conhecimento. Leva o aprendiz a repetidas emoções a cada vez que se alcança mais um horizonte na caminhada em busca do esclarecimento. As emoções que se encontram no mundo do esclarecimento são permanentes e, além disso, são cumulativas, diferentemente da satisfação proveniente das drogas, que desaparece e só aparece outra vez mediante outro estímulo. Porém, da repetição dos estímulos resulta uma velhice desgraçada de tão infeliz. A redução das atividades que o aumento da idade impõe ao corpo afeta a espiritualidade e deixa certo vazio na vida do idoso, que às vezes dá origem a uma inquietação inexplicável, ocasiões em que um estímulo se faz tremendamente salutar, coisa necessária apenas no idoso em tais condições, o que não é o caso de idoso que passou pela vida sem nada aprender nos livros porque estes, como os irracionais, só sentem tristeza quando é vítima de algum mal que lhes impeça de se fartar de comida.

O idoso que aprendeu a pensar não pode se sentir bem em meio aos que não aprenderam por serem pessoas completamente diferentes e esta circunstância deixa o idoso que pensa um pouco isolado, o que lhe faz carente de um estímulo que só lhe será permitido se tiver poupado um pouco de saúde na juventude para ser usada nesses momentos. Se aquele idoso desconfortado espiritualmente jogou fora parte de sua saúde quando jovem em busca dos estímulos desnecessários das drogas, aí aquele idoso espiritualmente desconfortado terá de curtir seu desconforto porque a velhice se encarrega de gastar o que sobrou de sua saúde, ficando impossibilitado de um analgésico espiritual reconfortante pela falta daquele pedaço de saúde jogado fora lá atrás.

Se está errado o jovem da entrevista ao usar droga, muito mais errado estará em não se liga nos livros. Se ligasse, estaria ainda mais satisfeito com a vida do que seu ar risonho de satisfação demonstra. Apenas através dos livros tomamos conhecimento do que se passou por aqui antes da nossa chegada, conhecimento que permite aprender o que deu certo ou errado com nossos antecedentes, permitindo-nos adotar os hábitos de boas consequências para evitar os outros. Só há vantagem nos ensinamentos dos bons livros. Que tipo de trabalho prestará à sociedade um profissional que não se liga nos livros? A prática criminosa de deixar e até dar uma mãozinha para que a juventude siga por este caminho de inimizade com o mundo da cultura é uma crueldade sem limite. Fala-se em crime hediondo quando alguém que só aprendeu brutalidade pratica contra uma pessoa a brutalidade que aprendeu, mas não se fala no crime praticado contra um povo inteiro ao se deseducar a juventude e idiotizá-la tanto a ponto de torná-la inimiga do saber. Estes coitados, pobres de conhecimento, chegarão a uma velhice tão infeliz quanto foi sua falsa felicidade no tempo de preferir o mundo esquisito onde não há necessidade de aprender coisa nenhuma fora daquilo de que se esteja participando fisicamente. Como será um mundo onde o conhecimento se restringe aos acontecimentos que ocorrem naquele momento apenas? Apesar de muito esquisito, esse será o mundo das criancinhas de hoje a persistir esta perigosa alienação mental da juventude. Se por um lado a falta de conhecimento do passado tira dos jovens a necessidade de pensar, o automatismo da futucação de aparelhos eletrônicos, por outro lado, lhes tira o pouco de inteligência que tinham, resultando daí uma sociedade de robôs programados para fazer besteira. E o pior é que são robôs com sentimento e que sofrem, comem e bebem.

Porém, sem se ligar na atividade de aprender alguma coisa e pensar sobre ela, os jovens felizes e certos de não haver necessidade de conhecimento abstrato chegarão a uma situação em que o comer e o beber ficarão tão escassos a ponto de não se justificar mais motivo algum para os risos. Quem não pensa não parece gente. Nem mesmo sabe como será sua vida num mundo sem água e comida. Não sabe que cerca de trinta por cento da água tratada em São Paulo são jogados fora entre a estação de tratamento e a casa dos consumidores. Isto é coisa sobre a qual todos precisam pensar. Quase um terço da água tratada a um alto custo no estado paulista é simplesmente jogado fora.

Não é conveniente continuar andando pelo caminho até aqui caminhado porque tudo à volta é insensatez. É preciso mudar imediatamente desse rumo idiota. Nesse momento está em altas discussões  aumentar a verba para educação depois que a imprensa mostrou a vergonha que é o nível de conhecimento da juventude. Porém, quem pensa sabe perfeitamente qual será o destino daquele dinheiro e é por isso que quem pensa não dá certo com quem não pensa. Inté.  

  

sexta-feira, 25 de abril de 2014

ARENGA VINTE E TRÊS


Os requebradores de quadris, frequentadores de igrejas, e os loucos por escoiceadores de futebola, costumam fazer pose ao se pavonear das maravilhas de Miami, como se fosse propriedade deles. Aquilo, sim, é que é povo civilizado! Viu aquele cara jogar o saco de pipoca no chão? Se fosse nos Estados Unidos ou na Europa isto não se daria porque lá temos um povo educado. Temos um povo! É como diz o idiota desta colônia que nem sabe ser ridicularizado por lá a ponto de ser chamado de “cucaracha”. Aquilo é que é terra para se viver, garante o “cucaracha”. Quando o objeto de inveja não é Miami, a Quinta Avenida, a Disney, a Estátua da Liberdade, são as coisas das Zoropa. Já ouvi alguém afirmar com muita pose que seu relógio batia em cima com o Big Ben e que a tourada é um espetáculo imperdível! E a Torre Eiffel? Que colosso! Dez mil toneladas de aço! Não é coisa para se perder de vista por muito tempo!

O comportamento de macaco deste pobre povo demonstra bem seu estado mental deplorável. A única contribuição para o desenvolvimento cultural da humanidade que o povo brasileiro apresenta é a cultura da falta de vergonha, o que deveria ser pensado e repensado pelos jovens. Os povos a quem os pobres e infelizes brasileiros se referem como “AQUILO É QUE É POVO!” não passam de cretinos no entender dos Grandes Mestres do Saber. Os americanos, como que castigo por terem inventado o “Time’s Money”, são um povo tão infeliz em sua riqueza que um sujeito na rua salta de banda assustado se alguém der uma bufa cujo barulho penda mais para o som de BUM do que para PUM. Seus jovens enlouquecem repentinamente e matam outros jovens. Os donos do Big Ben, por sua vez, não fazem por menos em sua mediocridade e imbecilidade se internando em hospitais para sentir as dores do parto. Não é difícil imaginar quão vazia é a cabeça de um homem (homem?) que tenha interesse em saber como dói o parto, coisa de que Deus encarregou exclusivamente à mulher depois de ter passado um tremendo esculacho nela e botar ela prá fora de lá do bem bom. Em vez de ter gratidão ao Deus que aqueles caras pensam que existe, os mal-agradecidos dispensam-Lhe ter-lhes poupado do vexame. Mas, e depois de gastar a grana e passar por boa dose de sofrimento, como poderão aqueles entes protozoáricos ter certeza de terem sentido a mesma dor da mulher no parto? Isto lá é povo com nível cultural de causar inveja? A cultura inglesa fede tanto a mofo que os bundas alvejadas de lá se matam pela manutenção da prática medieval de babar o saco de reis. Conservam ainda, por incrível que pareça, o instituto da realiza. E os donos das touradas? Estes, então, nem se fala. Torturam um touro até matá-lo de agonia e praticam um balé digno de débeis mentais correndo na frente de bois pelas ruas da cidade. Por lá também ainda existem reis, rainhas, príncipes e princesas, o que causa suspiro de inveja nos brasileiros por não dar muito certo imitar a realeza.

Até quando vamos ser esse tipo de gentinha? Estará esse país condenado a ser habitado pela pior espécie de ser humano que existe? O brasileiro cultiva com orgulho o desprezo pelas qualidades que dão dignidade ao ser humano. Não merece a superioridade sobre as outras espécies animais em razão da capacidade cerebral que lhe permite pensar e raciocinar. Se a grande vantagem do raciocínio é produzir conclusões que permitam jogo de cintura àquele que raciocina de modo a permitir-lhe driblar muitas das ocorrências que dificultam a vida, com os brasileiros, eternos bobos da corte, as conclusões a que levam seus pensamentos dão origem a comportamentos prejudiciais a si mesmos e à sua sociedade que vai tão mal a ponto de se encontrar pedaços de corpo humano na rua, e corredores de hospital abarrotado de infelizes e lágrimas.

Qual será o motivo de nossa inferioridade? Seguinte: nós já nascemos inferiores. O povo não sabe disso e nem sabe ser inferior porque a única coisa que o povo sabe fazer é feita com a parte do meio do corpo, parte que não sabe o que faz e de onde surge muita encrenca. Mas, se nascemos há quinhentos anos, já era tempo de ter maturidade para ocupar posição digna. Que não fosse de superioridade, mas nunca de inferioridade. Esta situação fica esclarecida quando se examina o resultado do aprendizado a que tem sido submetido o povo deste país de triste sorte. Todo mundo nasce sem saber nada, e nós também nascemos assim. Todo mundo aprende o que lhe é ensinado e nós também aprendemos o que nos ensinaram: ser preguiçoso, safado, batuqueiro, ladrão e proxeneta. É mais do que evidente que de tal aprendizado só podia resultar seres humanos assim:

ou do tipo que espalha pedaços de corpo humano pela rua. Caso nos tivessem ensinado qualidades nunca inferiores à linha da normalidade e nós teríamos alcançado degrau mais elevado na escada do desenvolvimento espiritual. Como o que nos ensinaram foi o que nos ensinaram, aqui estamos nós na situação em que estamos com nossa juventude desprezando os livros, única maneira de se entrar em contato com os ensinamentos superiores à linha da normalidade, ou até mesmo conhecer o ponto de vista dos Grandes Mestres do Saber sobre comportamentos mais espertos que evitam absolutamente todos os motivos de lamentação. Em vez disso, entretanto, nos ensinaram a viver de um jeito tão sem jeito que estamos em guerra e em festa ao mesmo tempo.

Dos comportamentos resultantes dos ensinamentos que nos ensinaram resultou uma juventude que tem por ídolos pobres figuras que só a compreensão humana permite não serem odiadas. Este rapaz da imagem é uma figura digna de pena. A velhice de um corpo normal já é um saco, é de se imaginar a velhice de um corpo injetado de tinta. Do mais danoso dos ensinamentos que ensinaram aos jovens resultou afastá-los dos livros, o que é muito conveniente para aqueles cujo enriquecimento ilícito precisa do alheamento deles. Mas, e onde isso vai dar? É exatamente esse alheamento que faz a juventude ajudar a destruir seu próprio futuro. Mas, como essa arenga já vai longe, descansemos os sacos. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

ARENGA NÚMERO VINTE E DOIS


 

Às vezes chego quase a querer acreditar não haver motivo para pessimismo. Vai ver não vai faltar água nem comida, nem ar, e que vai até diminuir a incidência de moléstias graves que infelicitam sobremaneira as criancinhas fofas e rechonchudas que cada vez mais estão sendo vítimas do maldito câncer. Quem pode garantir, de uma hora para outra, estejam certos os frequentadores de igreja e da frivolidade, que nada veem de anormal em orar e dançar indiferentes a um futuro resultante deste presente? As pessoas que raciocinam, aquelas que não fazem parte da manada como os Grandes Mestres do Saber, afirmam não haver motivo para o otimismo dos iletrados. Embora haja gente de credibilidade afirmando que sempre houve secas e cheias, este otimismo está em desacordo com os acontecimentos só não percebíveis porque a já escassa atividade mental está voltada para as atividades que integram o corre-corre diário de modo tão absoluto que não deixa a brutalidade humana perceber a possibilidade de se presentearem os humanos com o destino dos dinossauros.

É impressionante como pais não se incomodam com o futuro dos filhos ante a assustadora certeza de faltar água e comida. Motivo para isso está aí de montão. A escassez de alimento não pode mais ser considerada coisa duvidosa. Tudo concorre para isso. Não fosse a concentração de terras a produzir riqueza para o agribiuzinesse, tem a degradação que já desertifica grandes áreas. Ao lado disso, embora a constituição proíba, vastas áreas estão sendo adquiridas por chineses e japoneses para produzir comida a ser levada para a China e o Japão, o que ajuda a diminuir ainda mais a área de produzir comida para os habitantes deste país de triste sorte. Outras áreas imensas servem para os gringos produzir celulose com eucalipto, lavoura que esgota rapidamente o solo, o que faz com que os gringos da bunda branca o plantem aqui que é terra de ninguém.

Prestando alguma atenção aos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber compreende-se ser impossível ter esperança num futuro não desastroso para as crianças de hoje porque a humanidade está atolada até o pescoço no pântano para onde foi levada por práticas decorrentes de hábitos do passado distante e que continuam praticados embora se tornassem perniciosos à sociedade. Se tempos houve em que o território de cada Capitania Hereditária abrigava apenas um punhado de seres humanos, a situação atual é diferente. No entanto, proporcionalmente aos que não tem terra alguma, há fazendeirão pelaí com áreas equivalentes às das capitanias. Como disse o Mestre Thomas Paine, o antigo hábito de não pensar que uma coisa esteja errada dá a esta coisa a aparência de estar certa. Mas olha lá que é apenas a aparência. A coisa em si não deixa de estar errada. Ela tem apenas a aparência de certa e por isso é considerada sem estranheza. O hábito de tê-la como certa esconde a verdade de ser uma coisa errada como apenas uma família exercer domínio sobre uma área equivalente a uma capitania hereditária. Do mesmo modo, o hábito de ver crianças vivendo de modo inferior a cães e gatos sem despertar a atenção de ninguém, é outra coisa muitíssimo errada porque quando as crianças bem nascidas de hoje forem as madamas e os madamos terão suas vidas infelicitadas se seus pais não cuidarem daquelas criança tidas como seres de outro planeta em vez de mandar prendê-las.

Quando se diz que a causa de toda a desarrumação é a ignorância não se está dizendo que as pessoas não sabem ler. Está-se dizendo que elas ignoram o fato científico de que ao alcançar dez bilhões de pessoas, o planeta não poderá mais sustentar a vida sobre ele. Se já estamos perto dos dez bilhões, não é motivo para alegria o nascimento de mais uma criança porque a cada uma que chega apressa mais o ponteiro que se dirige para o ponto final. Ninguém pode temer algo que desconheça. Para que se tenha medo do que está caminhando em nossa direção é preciso sair do mundo da indiferença e procurar saber que tipo de água está bebendo, que comida está comendo e que ar está respirando. Apenas o convencimento da inevitabilidade do resultado danoso de um ato é capaz de eliminar a sua prática. O sujeito que não se incomoda em se servir nos restaurantes a quilo de algo sobre o qual pousou uma mosca é porque não viu aquela mosca voar da pereba da perna do mendigo lá fora na calçada e pousar em cima daquela guloseima. Se visse não a comeria. Todo caso, se tratando de brasileiro, não é de se duvidar. Entretanto, em condições normais, nenhum Mestre do Saber comeria uma comida sobre a qual aquela mosca pousou. Assim como a falta do conhecimento do lugar de onde veio a mosca e suas consequências não impede a indiferença, do mesmo modo, o desconhecimento da realidade escondida no mundo fantasioso das festas e do endeusamento das “celebridades” e “famosos”, a fixação sobre a acumulação de riqueza, enfim, o reinado da ignorância, destas causas ignoradas resultará infelicidade para ricos e pobres porque a água, a comida e o ar, em vez de saúde, estão provocando doenças de tratamento caro; a violência vai recrudescer e produzir ainda mais infelicidade; a biosfera vai ser destruída por secas e enchentes e haverá fome.

Estas são as consequências. A causa delas é uma cultura resultante dos hábitos de seres tão brutos como os seres humanos, com destaque para requebradores de quadris, causas combatíveis com uma educação que não ensine como solução dos problemas por elas criados o caminho da igreja em vez da sociabilidade e cooperação além de uma cultura que valorize as qualidades espirituais em lugar das práticas bárbaras ainda em vigor de competição de pancadaria na qual se inclui além de socos, coices que podem danificar para sempre um rim ou outro órgão qualquer. Inté.

 

domingo, 20 de abril de 2014

ARENGA NÚMERO VINTE E UM.


Para quem costuma analisar as coisas que ouve antes de tomá-las por verdadeiras, e esta atitude é adotada por pessoas inteligentes como se verifica nos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber, fica muito difícil para estas pessoas admitir a possibilidade de que o brasileiro tenha alguma propensão ou serventia para outra coisa que não seja rodopiar o traseiro. O rebolamento está tão incorporado ao sentimento de brasilidade que os juristas italianos deram uma esculachada no Brasil através de um argumento rebolativo. Quando o governo brasileiro negou extraditar o italiano Cesar Batista, os juristas italianos ironizaram dizendo haver mais mulheres reboladoras do que juristas no Brasil, o que é pura verdade. Fora uns gatos pingados, nossos juristas não são exceção à regra da desonestidade nata do brasileiro. Ainda está fresca na memória o crescimento do nariz do doutor Márcio Thomaz Bastos quando cochichava com os marginais do Mensalão que ele garantia e assinava em baixo se tratar de gente da mais fina flor.

Tirando fora as prendas rodopiantes dos brasileiros, só fica o oco. As outras qualidades são ainda mais degradantes como bajular os povos da bunda branca viciados em saquear os povos da bunda mole; mostrar que sabe falar ingreis; fazer compras em Miami; fazer proselitismo da facilidade com que podem ser desfrutadas as mulheres brasileiras através do turismo sexual que cogita criar outro símbolo representativo de brasileirismo a ser materializado na figura de um tremendo bundão. Fica difícil botar fé num povo conhecido por um tipo de cultura que considera como maior expressão de sua nacionalidade o rodopiar das partes cuja maior serventia é expulsar do corpo a sujeira que vai embora com a descarga.

Entretanto, apesar de todas estas elevadíssimas prendas morais e intelectuais apropriadas para “celebridades” e “famosos”, está rolando aí na internete um movimento animador reivindicativo de mudanças políticas exigidas por brasileiros esclarecidos, o que é de causar espanto pelo avanço tão significativo na capacidade de percepção demonstrada por estes brasileiros esclarecidos que descobriram haver necessidade de se mudar alguma coisa. Haverá realmente tal necessidade? Fica mais fácil concluir pelo sim ou pelo não olhando que tipo de imagens reflete o espelho da alma da sociedade, a imprensa. Vamos ver que tipo de imagens estão refletidas no espelho social brasileiro? Vamo lá:

A revista Isto É n. 2313/2014 entrevistou um cientista social e pesquisador inglês que declarou haver na Inglaterra cinco guardas para cada cinquenta presos, enquanto no Brasil há apenas um guarda para cada duzentos presos. Também disse que a prisão juvenil no Brasil é o pior lugar que ele já visitou em toda sua vida de pesquisador.

Todos os órgãos de imprensa noticiam um negócio da china para um bilionário belga da bunda branca celebrado contra a Petrobrás, instituição fadada a ser roubada. A imprensa sobre o seu ex-presidente Shigeaki Ueki que hoje mora nos Estados Unidos onde leva vida de milionário, vindo ao Brasil em seu jatinho que deixa em Buenos Aires para “não dar na pinta”, acabando de chegar a São Paulo em avião comercial para tratar certamente de negócios escusos.

Na casa do ex-diretor de refino da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, a Polícia Federal encontrou setecentos mil reais e duzentos mil dólares. Ele tentava destruir documentos comprobatórios de um esquema que movimentava dez bilhões de reais. Tá na imprensa.

Revista Caros Amigos, influente órgão da imprensa, por Frei Beto está dito que os gastos com a festa do futebola chegam a vinte e oito bilhões de reais, enquanto também esta na imprensa que uma auditoria constatou carência de trinta e dois mil professores do ensino médio no Brasil e que trinta e duas mil e quinhentas escolas rurais foram fechadas por medida de economia.

O jornalista Cláudio Humberto escreve no Jornal Metro que a Agência Brasileira de Inteligência gastou em 2013 na atividade investigativa das bandalheiras apenas quarenta e oito milhões de reais do total de quatrocentos e noventa e três milhões que deveriam ser gastos na perseguição a falcatruas. Em outra seção no mesmo jornal, idiotas opinam sobre a foto de uma “celebridade” argumentando calorosamente sobre sua calcinha e a “xereca”.

Não haveria no computador memória suficiente para guardar todas as imagens desse tipo refletidas no espelho da sociedade. Arrematando esta pequena lista esta a seguinte notícia digna de politiqueiros: O Itamarati quer quatrocentos e sessenta mil reais em flores para melhorar a impressão sobre o Brasil. Esta pretensão do Itamarati não dá certo porque aquele dinheiro não é suficiente para fazer produzir flores bastante para disfarçar a tristeza de todos os ambiente fúnebres país a fora. O certo mesmo é que está precisando mudar tudo. Não tem absolutamente nada certo nesse país que tem tudo para não ter nada errado. Confirmada a necessidade de mudar, agora é pensar mudar para onde. Não se muda só por mudar. Ninguém se muda sem ser impulsionado por alguma necessidade. Mas acontece que os brasileiros esclarecidos que querem mudança devem ser em número insignificante entre os brasileiros não esclarecidos que frequentam igrejas, levam os filhos para o futebola e as lutas corporais. Este tipo de gente constitui a absoluta maioria e está tão feliz em seu rodopiar de quadris que a única coisa que eles querem mudar vez em quando é o ritmo dos requebros. No mais, dificilmente teria algum motivo para querer mudar alguma coisa. Mas que é preciso mudar, não se pode negar.

Problema maior é o medo do desconhecido, medo de mudança. Esta é a principal causa de resistência. Se até as mudanças nos transportes coletivos incomodam, incomodam muito mais ainda as da vida. Entretanto, dificuldades não significam impossibilidades. O inimigo natural do que está errado é o convencimento. Assim o modo mais eficiente de minar os alicerces da cultura da indiferença política é o lento crescimento do número de jovens aprendendo a pensar e chegando à conclusão de haver realmente necessidade de mudança. É urgentemente necessário que os jovens ricos e pobres se liguem na sociabilidade porque assim uns e outros viverão em condições mais condizentes com a possibilidade de se criar um futuro tão sem futuro para as criancinhas fofas e rechonchudas de hoje. Tudo ficará melhor quando os jovens se interessarem por política a fim de perceber que a diferença entre politicagem e política é a mesma que existe entre água no esgoto e água potável no pote. Inté.

 

 

    

 

 

 

 

 

 

 

  

sábado, 19 de abril de 2014

ARENGA NÚMERO VINTE


Os elefantes se relacionam mais sutilmente com o mundo dos seres humanos do que os seres humanos se relacionam com o mundo da espiritualidade. As bestas humanas e suas mesuras, paramentos e templos onde são celebrados rituais ridículos, medievais e inúteis em muitos dos quais são usados entorpecentes, sangue e cadáveres humanos ou de animais. Fui convidado a participar de determinado culto religioso onde se toma um chá alucinógeno para melhor permitir a comunhão com a espiritualidade. Conversar com estátuas e até se mortificar com chibatas e mesmo com a total destruição de si próprio faz parte do ritual através do qual os seres humanos pensam estabelecer relacionamento com o mundo da espiritualidade, coisa inteiramente impossível de acontecer porque no mundo da espiritualidade o ambiente é de paz e não de violência. Certa vez Thomas Morus, autor de A Utopia, tecia elogios a uma pessoa a quem ele admirava por suas excelentes qualidades morais e intelectuais. De repente, encerrou o que dizia, afirmando que seus elogios não tinham a capacidade de expressar o valor da pessoa a quem ele se referia e comparou sua tentativa à de alguém que procurasse ofuscar com uma candeia a luz do sol. A humildade é própria dos grandes espíritos. Com que simplicidade aquele grande pensador compara seus elogios à luz de uma candeia em comparação à luz do sol à qual ele compara a grandeza das qualidades da pessoa admirada. As palavras do grande pensador caem como luva do tamanho certo da mão porque servem perfeitamente de aviso para avisar da inutilidade do resultado das tentativas de entrosamento com o mundo da espiritualidade por parte dos bárbaros seres humanos, estes, sim, ainda inferiores à luz da candeia em relação ao esplendor do mundo da espiritualidade, este, sim, verdadeiramente superior à luminosidade do sol. Não fossem tão bichos, já teriam percebido os seres humanos que sua comunicação com o mundo da espiritualidade é tão falha que a resposta às suas solicitações de paz tem sido a guerra, e a infelicidade no lugar da felicidade tão implorada.

Como a religião dispensa o raciocínio através do engodo do “mistério não se explica”, palavras totalmente sem nexo são articuladas ao vento sem necessidade de se estabelecer conexão alguma com a realidade. Quando alguém diz ter uma dívida é por ter assumido um compromisso, coisa que não podia ter acontecido sem sua anuência. Por menos inteligente que seja uma pessoa na vida real, ao tomar conhecimento de dever algo, quererá saber a origem de tal dívida. Já na fantasia da religiosidade, graças à desnecessidade de pensar, como papagaios, idiotas vão rolando entre os dedos várias continhas que lhes dizem que palavras devem ser ditas à medida que elas (as continhas) vão sendo roladas. Entre estas palavras as mais pronunciadas são para pedir perdão por dívidas. Mas as pessoas nada veem de estranho em ter assumido uma dívida sem saber. Além disso, dívida é para ser paga e não para ser perdoada como fez o Congresso Nacional ao perdoar dois bilhões de reais devidos pelos Planos de Saúde à sociedade que chora no corredor do hospital a falta desses dois bi e ainda muito mais.

Sendo a dívida ato volitivo, como pode alguém dever algo sem saber o quê e nem a quem? Se nem mesmo se tem participação no processo da existência, como pode alguém chegar pelado e já devendo alguma coisa? As dívidas fazem parte do mundo real porque o poeta já disse que temos de pagar prá nascer, pagar prá viver e pagar prá morrer. Mas isso é cá no mundo dos bichos.

Ao contrário do que dizem os religiosos, não é pela ausência de Deus que o mundo vai mal, mas sim pela presença Dele. É Ele que faz com que não se pense sobre o que se faz, e graças a Ele pobres coitados fazem até sacrifício para enriquecer Seus representantes malandros que fazem pose na Revista Forbes depois de tomar até as propriedades de alguns de abestaiados. Mas os religiosos não são despertados para a necessidade de se defender porque lhes foi anulada a capacidade de pensar pela recomendação de não haver necessidade de comparar com a realidade da vida a informação que se recebe. Até acreditam os inocentes que Deus, apesar da pureza, castigou o primeiro homem por ter conhecido uma verdadezinha de nada. Embora o corredor molhado de lágrima do hospital mostre o contrário, os pobres estão absolutamente convictos de serem os preferidos de Deus, e que isto lhes basta, não havendo portanto motivo para insatisfação. É desta indiferença ante a realidade da vida que nascem as causas de tanta lágrima. Não se pode viver fora da realidade quando não se está no cinema, mas é assim o jeito de viver, e em consequência desta distonia as criancinhas rechonchudas irão sofrer pela indiferença de seus pais à realidade que os cerca.

Não há razão para tanta infelicidade na vida de ninguém. Os sofrimentos devem ficar limitados aos impostos pela natureza em seu cego caminhar. Ninguém deve ser infeliz por não ter os meios com que atender às exigências do organismo, e muito menos por ter tomado deles os meios que eles tinham. Se a humanidade está cada dia pior, é preciso pensar no futuro das crianças porque ninguém as quer infelizes. Mas, nas perspectivas de futuro que vão ter, há maiores chances de serem infelizes se a materialidade não der lugar à verdadeira espiritualidade, aquela que faz com que as pessoas realmente desejam para as outras pessoas o que desejam para si mesmas, única forma de se viver em paz, mas isto só pode acontecer quando os briguentos seres humanos aprenderem a viver em harmonia entre si e entre cada um deles e a natureza. Isto é inteiramente possível de se fazer desde que seja sentida a necessidade de que seja feito. Mas, para se perceber a necessidade de cuidar das criancinhas rechonchudas é preciso ativar a capacidade de pensar em coisas que as “celebridades” e “famosos” não tem capacidade de compreender porque o alcance de suas mentalidades não chegam à altura da parte da frente do solado do sapato. Inté.  

 

 

 

 

 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

ARENGA NÚMERO DEZENOVE


 

Na Arenga Dezesseis cometi a barbaridade de assassinar nosso artista maior Ney Matogrosso, e peço perdão não só a ele, mas também a todos os brasileiros porque todos o amam. Agradeço a meu esperto amigo Saló-Judson a advertência sobre o engano e a honra de dedicar parte do seu precioso tempo à leitura das bestagens que escrevo. É que me referia às tramóias urdidas por debaixo do pano no mundo da politicagem e misturei os nomes do deputado Clodovil que se insurgiu contra as práticas da política brasileira (e por isso o mataram) e o nosso Ney que criou a música de nome Por Debaixo dos Panos. É claro que o grande artista nunca tomará conhecimento de que o matei, e nem que desejo tenha ele muita saúde para continuar nos encantando com seu talento.

De outro amigo, o escritor Edmilson Santos Silva Movér, também um sonhador com um mundo melhor para as encantadoras e fofas criancinhas de hoje, recebi mensagem acompanhada da recomendação de passá-la para os contatos, sobre o surgimento de um grande movimento nacional de renovação política pleiteada pelo povo brasileiro esclarecido. Como aprendi com os Grandes Mestres do Saber a pensar sobre as coisas, estou pensando sobre este movimento do povo esclarecido, pensamentos que se fazem acompanhar de alguma apreensão. Não resta a menor dúvida de estar errado tudo o que aí está como certo. Em todo o mundo o que se vê são barbaridades de assustar, uma vez que a organização mundial tem por base um sistema tão sofisticado de exploração humana que os próprios explorados se sentem felizes em sua escravidão. Não pode ser outra coisa senão escravo quem passa a vida trabalhando em troca de um salário mínimo e uma velhice doentia e chorosa num corredor de hospital e na televisão. Os escravagistas que promovem tal estado de coisas não são civilizados porque civilização implica em convivência harmoniosa e salutar, o que inexiste em quem infelicita uma pessoa sob qualquer pretexto, principalmente em troca da falsa vantagem em acumular riqueza para mostrar na Revista Forbes.

A afirmação de ser um movimento do povo brasileiro esclarecido é que bota a pulga atrás da orelha dos pensamentos por deixar ver um excesso de otimismo em se falar de “povo brasileiro esclarecido” por não sermos um povo esclarecido. A situação conflituosa em que se encontra o mundo é a mais eficiente prova de não haver povo civilizado em parte alguma, muito menos o povo brasileiro conhecido pelas baixas qualidades que levou o cientista Charles Darwin a declarar que “o brasileiro não tem as qualidades que dignificam o ser humano”, como nos lembra o jornalista Alex Ferraz da Tribuna da Bahia. Em toda sociedade há pessoas esclarecidas realmente. Mas são tão poucas que o peso da malta de ignorantes anula a participação do seu esclarecimento na organização da sociedade. Como de uma mudança pode resultar uma situação pior que a anterior, não deixa de causar apreensão o resultado de alguma mudança feita pelos brasileiros porque seu raciocínio é elaborado na parte do corpo destinada ao requebramento e ao vaso sanitário.

A alusão de que o clima político a ser mudado é semelhante ao da Revolução Francesa, quando o povo clamava por justiça, aciona também o desconfiômetro. Foi aquele movimento de mudança que deu origem à monstruosidade da situação atual. Seu resultado foi trocar por novos os velhos infelicitadores do povo. Se naquela época os trabalhadores eram obrigados a sustentar uma corja de perdulários bailarinos de valsa, atualmente os trabalhadores sustentam corja muito maior em mordomias também maiores entre as quais se inclui até orgias no azul do céu, implante de cabelo e palácios onde se imita a vida dos deuses do Olimpo, incluindo templos destinados à adoração dos moradores desses palácios e à perpetuação de sua lembrança para o caso de ter oportunidade de voltar a ser um deus outra vez. Não se questiona a necessidade de mudança. O fato de não se justificar mais a presença do rei/deus e nem de rei nenhum prova a necessidade de mudança porquanto tais figuras estão por aí bem na deles. Aí está o chefe da administração pública do Uruguai provando que a autoridade não precisa ser nenhum deus, mas que não é diferente das outras pessoas.

Apesar da evidência de que a continuação da situação em que vivemos vai levar à infelicidade as crianças de hoje, é temerosa a mudança proveniente de pessoas tão alheias à realidade que lotam igrejas para enriquecer pastores e expor a última novidade do mundo “fashion”. A única inovação produzida pelos brasileiros até hoje reporta apenas a novas danças e novos métodos de criminalidade. Não se pode esperar nada de bom a partir de um povo dividido entre quem vive de esmola, quem tem por maior aspiração fazer compras em Miami, e quem admira tanto os estrangeiros a ponto de presenteá-los com suas riquezas naturais. Com tal mentalidade, como esperar lucidez suficiente para organizar uma sociedade agradável?

Conforme pediu meu amigo, passei adiante a mensagem de convocação para o movimento de mudança. Não podia deixar de fazê-lo porquanto ninguém anseia mais do que eu por um ambiente onde os jovens valorizem a vida e não tenham motivos para destruir ninguém, muito menos a si próprios, porque tal comportamento resulta do destrambelhamento que o modo antinatural de viver lhes embaralha o sistema nervoso. Mas, o que esperar de uma juventude tão inexperiente que desconhece a diferença entre as palavras “come” e “comer”? A incoerência encontrada nas crianças é a mesma dos jovens em geral. Há tempos escrevi uma bestagem intitulada Conversa com Deus, frisando a indiferença dos jovens quanto à necessidade de analisar as informações recebidas, aceitando-as de pronto como verdadeiras, o que suscitou o seguinte comentário de um religioso: “Para quem não “crer” em Deus nenhum argumento é possível; para quem “crer”, nenhum é necessário”. Esta simples ocorrência denuncia distanciamento da realidade e é motivo da preocupação quanto ao resultado da mudança proveniente de pessoas tão inocentes quanto nosso religioso comentarista. O fato por mim alegado da falta de análise sobre a informação recebida a fim de chegar à conclusão de ser falso ou verdadeiro o conteúdo daquela informação, em vez de ser contestada como ele pretendia, foi, ao contrário por ele confirmada ao dizer que nenhum argumento é necessário para que o religioso seja religioso. Isso foi o que eu disse. A religiosidade decorre exatamente da desnecessidade de se pensar a respeito das afirmações santas. Os religiosos nem mesmo sabem o motivo pelo qual se tornou religioso uma vez que nasceu sem ser religioso. Outra demonstração de inocência do nosso comentarista religioso é que ele nem distingue a diferença entre “crer” e “crê”, do mesmo modo como me disse espantado um professor ao constatar que os jovens não sabem que a palavra “comer” termina em “r”. Além disso, não se pode esperar outra coisa senão burrice de um povo que apoiou a mudança feita contra ele próprio em 1964, como se pode ver através da leitura do artigo do grande jornalista Mauro Santayana intitulado A CRISE DA RAZÃO POLÍTICA E A MALDIÇÃO DE BRASÍLIA, à disposição dos poucos que sabem ler no amigão Google, movimento aquele que tem tudo a ver com a infelicidade das criancinhas de hoje.

Motivo de sobra para se desconfiar da mudança promovida por requebradores de quadris e admiradores de “celebridades” e “famosos”. Né, não? Inté.   

 

   

 

 

 

  

quinta-feira, 17 de abril de 2014

ARENGA NÚMERO DEZOITO


Sempre houve seres humanos de mente evoluída o bastante para concluir que a humanidade pode viver de modo infinitamente melhor do que vive, mas suas opiniões não encontram ressonância porque é como falar para irracionais uma vez que a absolutíssima maioria dos seres humanos não passa de malta tão ignorante que mereceu o qualificativo de manada pelo poeta. Há mais de duzentos anos, um destes sujeitos que não fazem parte de nenhuma manada, chamado Thomas Paine, observou o que também seria mais tarde observado pelo também pensado Rui Barbosa, quando afirmou que todos os males da humanidade decorrem exclusivamente da ignorância. Paine lembrava a distinção entre sociedade e governo. Afirmava corretamente que a sociedade decorre da necessidade que tem os seres humanos uns dos outros, sendo, portanto, um bem.  Realmente, não podemos viver isolados e não passa de mera fantasia a pretensão burra de quem acredita ser possível comprar com dinheiro seu mundinho de paz em maio a uma sociedade em guerra. Na eterna conflagração em que sempre viveram as bestas humanas está a origem dos tormentos que as infelicitam, e esta desarmonia nasce exatamente do desconhecimento (fato de ignorar) como proceder para se viver bem. Nem podia ser de outro modo uma vez que a juventude se nega a tirar o pé do mundo da ignorância para dar um passo rumo ao caminho da elevação espiritual alcançável mediante aprendizado com quem tem coisas boas para ensinar. Entretanto, por mais esquisito que pareça, e para total tristeza de quem pensa, os jovens se ligam mesmo é em figuras completamente inúteis para nos ajudar a perceber melhor as verdadeiras verdades da vida real e a possibilidade de agir de acordo com tais verdades. As grandes personalidades para os jovens são uns tais de “celebridades” e “famosos” com quem a única coisa que se pode aprender é amar dinheiro acima de todas as coisas, inclusive da dignidade. O que podem ensinar estas intelectualmente inúteis e espiritualmente pobres figuras? Absolutamente nada, e é daí que nasce a monumental ignorância à qual os pensadores atribuem a atribulação em que vivemos.

Não há limite para o estado de burrice de quem prefere a mentalidade de uma “celebridade” à mentalidade de pessoas inteligentes e sensatas como Thomas Paine. Ele afirmou algo que dá mesmo o que pensar quando disse que o governo é produto da nossa maldade. Será que alguma “celebridade” se liga nesses assuntos? Se não, o que está a juventude fazendo em sua companhia? Uma sociedade feita de jovens para quem “fashion” é coisa importante e criança em sofrimento não é nada, tem de ser uma sociedade de freqüentadores de briga de galo, de igreja, de terreiros de axé e de futebola, além de choradores no corredor do hospital, tipo de gente incapaz de formar um grupo que possa ser qualificado de civilizado.  Ao contrário, os bichos humanos agem sempre de modo a produzir sua própria infelicidade. Por só saber o que é ensinado pelo exemplo das “celebridades” é que as coisas mais importantes na vida para as bestas humanas são as coisas mais insignificantes como fazer compras. Investem furiosamente contra a natureza em busca de matéria prima para produzir coisas inúteis a serem compradas e até mesmo para evitar o envelhecimento, como se isso fosse possível. Através dos bruxos do bisturi que lhes arrancam a parte da pele que perdeu a sustentação do músculo a fim de mascarar do lado de fora a marcha implacável do tempo que ocorre do lado de dentro. É esse tipo de ensinamento que se aprende com as “celebridades”, companhia preferida da juventude, o que explica a monumental ignorância humana.

Boa companhia é aquela que mostra realidades como a possibilidade de se intervir no funcionamento da natureza e da vida a fim de melhor nos adaptarmos às inevitáveis reviravoltas que nos chegam desses dois lados. Se interferimos no funcionamento dos diversos engenhos mecânicos que nos facilitam viver, por que, então, não interferir nas engrenagens da própria vida para tornar melhor seu funcionamento? Para fazer isso é necessário conhecer como é que funciona esta engrenagem. Percebe-se, entretanto, que ela não está funcionando no sentido de produzir bem-estar porque construção de máquinas de matar e ingestão de venenos não entram no receituário da arte de viver que tem por finalidade a comodidade e a busca da paz.

 Esta é a razão pela qual o mundo está tão ruim a ponto de haver fome e guerra. É porque a maior força do mundo, sua juventude, não conhece o funcionamento da engrenagem da vida e por isso mesmo não pode interferir para melhorá-lo. Decorre dessa falta de intervenção o desgaste cada vez maior das peças da engrenagem que algum dia chegará à exaustão. Portanto, antes que seja tarde, trate a juventude de passar para a companhia de Thomas Paine porque sem saber onde leva esse caminho por onde caminha, a juventude vai dar numa toca de bode do diabo. Não se deve andar às cegas. A sabedoria está em escolher o melhor caminho para se caminhar mesmo porque a natureza nos abriga a procurar comodidade, o que nunca conseguirá quem continua caminhando por este caminho margeado por corpos esquartejados, igrejas, terreiros para todo tipo de festa, crianças esquálidas, palácios monumentais e uma ignorância ainda mais monumental que os palácios do capitalismo procurando superar a fracassada demonstração de poder tentada na construção da Torre de Babel.  

Thomas Paine nos ensina também que o hábito de não pensar que uma coisa esteja errada, dá-lhe aparência de estar certa. Não dá para entender como a juventude prefere as “celebridades” em vez das CELEBRIDADES. Desse ensinamento do Mestre do Saber podemos perceber estarmos habituados a acreditar estar certo toda esta infelicidade espalhada mundo afora, o que é contrário à própria natureza que nos impulsiona sempre na direção do bem-estar, não obstante os empecilhos com os quais a própria natureza nos prejudica o bem-estar, como o cálculo renal, o câncer e a dor de dente. O certo, entretanto, é não haver quem não pretenda chegar em paz à velhice, mas nesse sentido estamos caminhando em sentido contrário à pretensão porque o rumo seguido leva a uma velhice infeliz aceita unicamente porque ainda não se pensou em corrigir o funcionamento da engrenagem da vida de modo a produzir felicidade em vez de infelicidade. Basta ligar a televisão, o rádio, ler o jornal, ouvir conversa na rua, o assunto é sobre infelicidade. Ora é pedaço de corpo humano pela rua, ora é choradeira no corredor do hospital, outra hora é roubo. Nas páginas policiais é onde se escreve a história humana. Se tal situação de desassossego só tem feito aumentar, é porque o funcionamento da engrenagem de produzir bem-estar precisa de intervenção. Não podemos avançar mais um passo por esse caminho porque a imbecilidade predomina sobre a inteligência de perceber que os bens materiais estão sendo supervalorizados a ponto de superar o apreço à própria vida, o bem maior. Inté.  

 

 

 

 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

ARENGA NÚMERO DEZESSETE


Em arenga mais antiga arenguei certa vez, sobre um livro chamado Evolução Espontânea e suas inovações científicas que modificam alguns conceitos até aqui tidos como absolutamente corretos, coisa comum no caminhar da humanidade porque a mudança faz parte da natureza. Nas páginas 70 e seguintes daquele interessantíssimo livro, tratam os autores de assunto tão interessante que seu conhecimento é capaz de proporcionar autodomínio suficiente para contornar os achaques que perturbam tanto a saúde corporal quanto a espiritual. Depois de tirar dos genes e passar para as células comandadas pela mente a responsabilidade pelo que somos, os autores nos explicam não só os mecanismos através dos quais se dá o processo de produzir vitalidade, mas também a possibilidade de influenciar favoravelmente no funcionamento desse processo. O negócio é muito complicado, mas é muito simples: (Millôr não disse que beber é ruim, mas é muito bom?) Ensinam os doutores escritores que todo o processo de viver ocorre pela comunicação entre os cinquenta trilhões de cérebros das nossas cinquenta trilhões de células e a mente do nosso corpo formado por este montão de células comandadas por nossa mente, de modo que a saúde e a vida dependem mesmo da comunicação que as células mantêm com a mente. Quando surge algo capaz de perturbar o bom funcionamento da célula, esta pede à mente para colocar as coisas nos devidos lugares, assim como o astronauta pede à central de comando orientação quando necessário. 

Certa vez tivemos oportunidade de arengar sobre o processo de comunicação entre as pessoas e vimos que de uma comunicação mal feita resulta uma compreensão imperfeita. Assim, para uma perfeita comunicação quando a célula passa para a mente algum pedido de ajuda, é preciso que a célula esteja em perfeita saúde. Célula debilitada não se comunica perfeitamente, o que acontece também conosco porque tem gente pelaí que fala e a gente não sabe o que ele está falando. O maior exemplo de falha na comunicação que ouvi foi num boteco entre doses de uísque. A história gira em torno de um entrevistado num concurso para locutor de rádio. Ao responder à pergunta do entrevistador indagando pelo seu nome, o entrevistado respondeu: Meu nome é Josézé da  da Sisisilva. Espantado, o entrevistador disse que sendo gago ele não podia participar do concurso, ao que o entrevistado respondeu: Não, senhor. Eu não sou gago. Meu pai é que era gago e o cara no cartório registrou meu nome do jeito que meu pai falou. É claro que só pode ser piada, mas é um perfeito exemplo para amostrar a necessidade de se fazer entender bem, o que só ocorre através de um processo perfeito de comunicação. Assim, não sendo perfeita a comunicação entre a célula e a mente, não pode haver precisão na interpretação da mensagem que a célula enviou à mente, o que impossibilita resposta correspondente à consulta, donde se conclui haver vantagem em ter as células sadias para poder ter todos os seus pedidos bem entendidos pela mente para que ela possa atuar com precisão. Segundo os cientistas que escreveram o livro Evolução Espontânea o envenenamento é um dos fatores que debilitam as células e impede a boa comunicação, o que nos leva de volta à constatação pavorosa de estarmos vivendo o errado como pelo certo.

A produção de alimentos com veneno foi elogiada pela presidente da república e citada como um exemplo a ser seguido pelo Brasil, o que pode ser visto no blog coletivo Outras Palavras, sob título “O Veneno do Agronegócio”, que dá acesso a um artigo da  jornalista Inês Castilho através do qual se percebe o tamanho do fosso para onde se encaminha a juventude reboladora de conhecimento tão curto que nem sabe da existência da letra “r” no fim da palavra “comer”.

É um impasse de deixar quem pensa meditabundo (Êicha, palavrinha, sô!) ante a seguinte situação de estar errado o que a presidente da nossa república disse estar muito certo. É realmente sem pé nem cabeça uma situação na qual a Chefe da Nação, a principal liderança do país, aplauda uma atividade industrial cujo produto envenena o leite materno, consequentemente também das células e seu consequente resultado danoso para o processo de comunicação entre a mente da célula e a mente do corpo, resultando daí jovens de saúde debilitada do lado de dentro, apesar do aspecto saudável e desinteligente do lado de fora. O que fazer numa situação em que a presidente da república enaltece o modelo agrícola do agribiuzinesse cujo processo de produção é tão contra a natureza que seu produto está envenenando o leite materno? Como aplaudir em vez de punir quem envenena criancinhas? Como serão os adultos em que se transformarão estas crianças? De acordo com a Nova Ciência serão adultos com a saúde debilitada. E se o corredor do hospital já não cabe mais gente a chorar, fica fácil antever o mundo de infelicidade a rondar o futuro das criancinhas que os pais dizem amar indiferentes às consequências de uma política que enaltece a ingestão de veneno, o que se atribui à uma ignorância monumental a ponto de não saber escrever a palavra “comer”. Inté.  

terça-feira, 15 de abril de 2014

ARENGA NÚMERO DEZESSEIS.


 

Um misto de tristeza e desamparo me encheu a alma ao contemplar o quadro constrangedor no qual nossa presidente da república assumiu ares de quem fala prá valer ao prometer que vai ser apurado o roubo mais escandalosamente descarado entre tantos outros roubos acontecidos na Petrobrás. É motivo de tristeza, e muita tristeza, constatar que a autoridade maior do país, a quem cabe a defesa dos interesses nacionais e o bem-estar da população demonstre total desconhecimento do que acontece no país de reboladores de quadris que administra. Ou a presidente está fazendo o mesmo falso discurso do ex-pau-de-arara que ficou tão rico a ponto de ser alçado por sua ignorância à situação de amigo do bilionário Bush, ou foi igualmente tomada pelo embevecimento oriundo do bem-bom de uma vida que ainda não permite faltar água, finas iguarias, luz e um séquito de servidores a adivinhar-lhe os desejos antes mesmo de expressos. Discursos inúteis e sorrisos são as únicas coisas que o povo recebe dos politiqueiros enquanto lhes enche de dinheiro as pastas 007. Mas, por inocência ou por má fé, em ambos os casos, a falsa afirmação da presidente motiva preocupação porque o que se espera de uma presidente é que ela seja esperta o bastante para colocar e manter as coisas em ordem na instituição por ela presidida. Como por aqui nunca andou nada em ordem, fica evidente serem inúteis as afirmações de apuração e punição de ladrões do dinheiro de consolar o choro no corredor do hospital. Nossos presidentes já se desobrigaram totalmente da responsabilidade de manutenção da ordem e o que se vê é um forte predomínio da desordem que chega ao extremo de permitir obtenção de imensas fortunas através do exercício de altos cargos públicos. As autoridades construíram para si um mundo à parte do mundo do povo e é motivo de espanto geral quando o presidente do Uruguai vive no mesmo mundo em que vive o povo daquele país. As autoridades ainda se acham no tempo do rei/deus e as benesses do Monte Olimpo. As únicas pessoas atualmente a esperar alguma coisa das autoridades são estes infelizes contorcionistas de axé e pagadores de dízimos que dizem chorando na televisão esperar que as autoridades tomem providência, sempre que mais uma infelicidade lhes monta na cacunda.

É aflitivo o desânimo ante a impotência de fazer sentir aos jovens a necessidade de outro futuro porque o futuro para o qual eles se dirigem só lhes promete infelicidades. Ainda hoje, um professor argentino me disse com estranheza que os jovens brasileiros escrevem “comer” sem o “r” final. É daí que se origina esta situação insustentável de ser tido como certo o que é errado e errado o que é certo. Os jovens aprendem o que lhes é ensinado. Se só lhes ensinam bobagens, é lógico que eles só aprendam as bobagens que lhes foram ensinadas. Como quem só sabe bobagens não pode agir com sabedoria, o resultado é a situação calamitosa de uma sociedade futura composta de trogloditas tão ignorantes a ponto de desconhecer a existência da letra “r” no fim da palavra “comer”. Tal sociedade destruir-se-á no cacete com fúria ainda maior do que se vê atualmente caso não seja ensinada sabedoria aos jovens em vez das bobagens que tornam os jovens meros robôs futucadores de aparelhos eletrônicos e admiradores de músculos, drogas e “celebridades” cujo mérito é atuar em programas de incentivo à prostituição que incluem até venda de virgindade ao público.

Fica, pois, evidente a insustentabilidade de uma situação em que as autoridades se dediquem à atividade de destruir a própria sociedade que administram. Esta é a situação esdrúxula (palavrinha do cão) em que nos encontramos com os educadas para serem brutos porque às autoridades interessam jovens desinteressados no que elas estão fazendo debaixo do pano. Ney Matogrosso queria arribar o pano para que o povo desse uma espiada lá embaixo, mas foi morto por isso. Ele e tantos outros pagaram com a vida a tentativa de esclarecer o que acontece no falso mundo encantado das autoridades.

É insustentável a situação na qual os recursos públicos sejam totalmente roubados à vista de todos sem que isso cause indignação a ninguém por estarem todos com a atenção voltada para o próximo jogo, a próxima festa, ou quem vai participar dos programas pornográficos Fazenda e BBB, objetivo primordial das autoridades. Está tudo tão errado que o futuro da juventude pode ser previsto através da mesma briga pela água que já foi brigada por causa de petróleo. Se houve tanta morte pelo petróleo do qual ainda não dependia a vida, é de se imaginar quantas mortes haverá a mais pela água, sem a qual se morre do mesmo jeito.

Esta situação de considerar certo o que é errado precisa ser substituída por uma situação de estar errado o que é errado e certo apenas o que for certo. Promover a própria infelicidade é errado porque até os bichos procuram a comodidade em vez da tormenta. Se assim é, não está certo o proceder de inutilizar a água, destruir as florestas, anular a inteligência dos jovens, roubar o dinheiro público, esparramar pedaços de corpo humano pelas ruas, ou não pensar sobre a inocência de nossa presidente que ainda não sabe que a frase “Apurar doa a quem doer” já ficou sem sentido e serve apenas como chacota. A certeza de que tudo acabará muito bem para os ladrões, como sempre acontece, será dada pela imprensa em algum tempo. Qualquer pessoa que sabe algo mais do que rebolar, sabe muito bem que no Brasil só se pune ladrãozinho e que assim será até o despertar da juventude atoleimada. Esperemos um despertar de quem acorda com sábias idéias. Inté.

 

   

sábado, 12 de abril de 2014

ARENGA NÚMERO QUINZE


 

Alguém contestou minha afirmação de não haver ente vivo sem uma propulsão natural de buscar o bem-estar. Contestou com o argumento de ser o suicídio uma prova de haver quem busque o mal-estar da morte. Deixei prá lá o assunto por se tratar de quem ainda procura seu bem-estar indo à igreja. Mas, por não ter ainda aprendido a pensar, como tudo o mais nesse povo de cérebro no requebrador, o requebrador que me contestou tem certeza de estar certo, estando errado. E eu, que para ele estou errado, estou certo. Linháis, nesse país de reboladores é sempre assim. O que é tido por certo não é certo, como também não é certo que o suicida seja uma exceção à regra da natureza segundo a qual todos buscam comodidade. Mestre Machado de Assis costumava definir esta sensação de comodidade como “estar a gosto”. Quando o suicida deixa a vida, é porque não estava “a gosto” e buscava se livrar dos tormentos que o infelicitavam, portanto, buscando bem-estar. As leis naturais não podem ser burladas como as dos seres humanos. Não por haver inteligência na natureza, mas por haver excesso de burrice entre os homens.

Naquela arenga sobre dona Dilma afirmar haver vantagem no agribiuzinesse é tão falsa a afirmação quanto o raciocínio de quem acredita haver exceção para as exigências da natureza. A capacidade de raciocinar foi anulada e até os poetas, certamente levados por qualquer motivo à ânsia de concluir seu trabalho, fazem afirmações completamente equivocadas. O Mestre Vinícius ofendeu as mulheres que não atendem ao padrão estabelecido de beleza chamando-as de feias. De um poeta não se espera grosseria. Os seres humanos devem merecer apreço pelo seu caráter, e não porque o mundo dos ricos mandou dizer que beleza mesmo é com o corpo coberto de “fashion” e de gosmas que vão apressar o envelhecimento e a intervenção dos bruxos do bisturi, o que apressará ainda mais. Também os poetas seresteiros Tonico e Tinoco, fizeram uma bela canção chamada Cabocla Tereza, mas se equivocaram ao afirmar que a dita cabocla não quis a felicidade. Sinônima de bem-estar, a felicidade é exigência da natureza e como tal não pode ser dispensada. Todos a querem. De um modo ou de outro, mas todos buscam felicidade. Como não há inteligência na natureza, alguém é por ela convencido de que sua felicidade depende da posse de algo ou de alguém. Quando esse algo ou esse alguém não está disponível para ser possuído, aí a porca torce o rabo da infelicidade através de uma doença chamada paixão, sobre a qual tivemos há muito tempo uma arenga chamada PAIXÃO. A indiferença à felicidade atribuída à cabocla Tereza ao abandonar o caboclo com quem vivia para fugir com outro caboclo encontra explicação no fato de estar ela estava convicta de que sua felicidade dependia da companhia do outro caboclo com o qual fugiu. Fugiu exatamente em busca de sua felicidade. Não por não querer a felicidade como afirmam os poetas. Ninguém escapa a essa regra de almejar felicidade, palavra que já nem tem mais sentido.

Entretanto, com toda a esquisitice do comportamento de buscar seu próprio mal-estar, ao se juntarem, ao substituir a individualidade pela necessária coletividade, os seres humanos passaram a agir na busca da própria infelicidade. Mas isso não configura burla à lei natural por ser uma convenção resultante da união de seres estupidamente estúpidos. A estupidez humana não lhe deixa perceber nada aos lados da pista pavimentada por onde escoa a riqueza na qual imagina estar seu bem-estar, quando ele está mesmo é em lugar bem diferente. Urge (que palavrinha disgraçada), pois, que o coletivo observe a necessidade de perseguir outro objetivo além do individualista de encontrar apenas o próprio bem-estar, pelo simples motivo de ser impossível haver um bem-estar ilhado por um mar de mal-estar. Como um bem-estar duradouro é melhor que um passageiro, é hora de um comportamento que leve todos ao objetivo de alcançar um bem-estar social porque sem ele todas as supostas ilhas de bem-estar não passam de fantasia e serão submersas pelo mar da ignorância que os ricos donos do mundo colocaram no lugar de uma educação que orientasse as pessoas no sentido de saber conviver sem brigar, no que fizeram uma grande bobagem.

Desde que pense, qualquer Zé Mané pode perceber que isso tudo aí não vai dar certo de nenhum jeito. Basta atentar para o fato de indiscutível insensatez uma situação em que as pessoas mais insignificantes em termos de contribuição cultural são exatamente as que recebem maior reconhecimento social. O comportamento humano em relação ao “estar a gosto” de sua sociedade é o mesmo comportamento de quem constrói e mora com a família num edifício de quarenta andares construído apenas pela orientação dos mestres-de-obras. Assim é como procedeu a humanidade até este momento, mas é preciso que a juventude  enquanto rebola o lado de baixo aprenda a rebolar também o lado de cima porque com o menor dos raciocínios chega-se à conclusão lógica e absolutamente correta de estar tudo errado o que está sendo vivido. É próprio da juventude traçar planos para o futuro, mas não o futuro que terão os atuais jovens enquanto permanecerem rebolando apenas a parte de baixo. É mais que necessário para o bem das criancinhas de hoje uma tomada de posição na luta pelo esclarecimento capaz de produzir um ambiente pacífico onde a vida tenha um sentido diferente do prometido pela religião porque deve ser um tremendo saco viver nas nuvens a orar e suportar anjinhos chatos zumbindo asas de abelha com suas bundinhas roliças e rosadas. Inté.  

 

 

 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

ARENGA NÚMERO QUATORZE


Os brutos seres humanos ainda se encontram na condição de bichos. Já se teriam destruído mutuamente se a natureza lhes tivesse permitido controlar toda a capacidade mental que possui sem que o saiba, porquanto bicho nada sabe.   Apenas cinco por cento do poderio mental foram suficientes para que a ignorância monumental da raça de bestas humanas deixasse o planeta e a humanidade na situação deplorável em que se encontram. Para se ter uma idéia dos monstros que habitam a Terra, embora pareça inacreditável, a destruição do meio ambiente está sendo aplaudida por proporcionar lucros a certos grupos econômicos. É isso mesmo! Riqueza auferida em troca da vida! É vender a alma ao satanás. A esse ponto chega a maldição chamada Ciência Econômica, invenção maligna por fomentar a discórdia, mas apreciada pelos papagaios que papagueiam em microfones a mando de quem enriquece às custas do sofrimento alheio. Esta barbaridade de auferir lucro ajudando a acabar com a biosfera e a vida no planeta pode ser lida no blog Outras Palavras, com título “Brincando (e lucrando) Com A Catástrofe Climática”. São os viciados em dinheiro, idiotas do tipo do que serra a galha em que está sentado. Tão irracionais estas infelizes criaturas a ponto de ignorar que não se respira, bebe ou come dinheiro. A ciência garante que o planeta não tem condições de alimentar dez bilhões de patetas, mas esse número logo será alcançado, o que resultará em tumulto e muito sofrimento principalmente para as criancinhas que os adultos fazem por diversão quando chega a realidade da inexistência do “felizes para sempre” ilusão logo substituída pela inevitável mesmice depois de passada a fase do “só vou se você for”. De criança em criança é que o número fatídico de dez bilhões de parasitas logo será alcançado.

O batalhão de baba-saco dos donos da tal de Economia dá nó no vento para as contorções necessárias ao malabarismo de inverter as coisas de modo a fazer crer que o errado é que é o certo. É por causa de tais malabaristas ou papagaios com microfone que absurdos da Ciência Econômica são noticiados sem despertar qualquer indignação a ninguém. Uma escritora chamada Eva Illouz assegura que o mundo econômico e o afetivo vieram a se entrelaçar - As transações econômicas tornaram-se mais afetivas, garante a escritora. Este absurdo está no seu livro “O Amor nos Tempos do Capitalismo”.                                                                                                                                                                                   Era só o que faltava! Amor no capitalismo! Essa gente perdeu totalmente a vergonha. O capitalismo domina este mundo de tanto desamor que é chamado de Mundo Cão, por ter como base a monstruosidade da competição defendida pelo não menos monstruoso Secretário de Estado Americano Henry Kissinger, que pelo visto fez escola que dá origem a criatórios de outros monstros. Não pode ninguém sadio mentalmente deixar de perceber a situação perigosamente explosiva a que expõe a humanidade a grande marginalização decorrente do acúmulo de toda a riqueza do mundo só no mundo dos ricos. Está no jornal a notícia de que o banco Itaú teve lucro de R.$15,7 bilhões. É insensatez sem tamanho uma população composta na sua grande maioria de infelizes acomodados na religiosidade que enaltece o sofrimento, daí a acomodação, e uma minoria de supostos felizes a fazer pose ao lado de montanhas de dinheiro na Revista Forbes.

Aquela senhora escritora discípula do monstro americano capitalista, aquela que faz malabarismo literário para afirmar a existência de amor nesse sistema tão perverso quanto o pistoleiro que mata por dinheiro, certamente não alcança aquela senhora escritora o verdadeiro sentido da palavra “amor” por ser coisa infinitamente superior à melosidade do “só vou se você for” e é o amor sentimento muito elevado para integrar a personalidade de seres muito baixos. Quem se deixa levar pela mentira de haver afetividade para com as crianças por parte da Coca-Cola ou da Souza Cruz é mesmo por ser digno de manada e certamente encara o nobre sentimento do amor com a mesma disposição dos brutos que denominam de amor o ato sexual. “Fazer amor”, é como denominam uma trepada. O verdadeiro sentido da palavra “amor” se esconde numa sólida amizade porque na amizade inexiste o interesse e existe solidariedade, único sentimento capaz de proporcionar paz à humanidade. O que se entende por amor é apenas o desejo de posse. Talvez por isso os papagaios com microfones encontrassem amor nas relações capitalistas de possuir mais dinheiro. Esse tipo de amor leva à morte tanto pela perda de dinheiro quanto pela perda do objeto do prazer sexual.

Diz-se muito bem que quem avisa amigo é. Pois, quem é filho ou pai de quem anda com pasta 007 nos corredores dos palácios deve avisar a seu pai ou seu filho de que os malabarismos do dono desse tipo de pasta só davam sempre certos porque era na tela do cinema. Do lado de cá da tela, a dura realidade exige mudança imediata. Não há futuro algum numa situação de completa desfaçatez como se vive atualmente no mundo. Os tais de Chefes de Nação são chefiados pelos ricos donos do mundo ou são da mesma classe. O que eles chefiam mesmo é a defesa dos interesses dos desavisados posudos na Revista Forbes. Nossa imprensa acaba de dar o exemplo com o qual até as “celebridades”, os requebradores de quadris e os chutadores de futebola podem entender a falsidade dos discursos. A notícia sob a manchete “Na cidade onde agrotóxicos contaminam até o leite materno, Dilma apresentou modelo agrícola como exemplo para o país”. Aí está: Na terra do agribiuzinesse a presidente de todos os brasileiros afirma ser muito boa uma atividade que envenena o alimento dos lactantes. Tem amor nisso aí não. Nem de longe.

Arengaremos ainda mais depois de desopilados os sacos. Inté.