sábado, 31 de outubro de 2020

ARENGA463

 

Desde os pré-socráticos, passando por Cristo e incontáveis pensadores, sempre se falou e ainda se fala sobre procedimentos errados e procedimentos corretos. Mas, pelo que se vê, os procedimentos errados estão para os procedimentos corretos assim como a seleção brasileira estava para a seleção alemã na Copa do Mundo de 2014. E nem podia o povo proceder do modo certo porque seu proceder é determinado por uma vastíssima gama de papagaios de microfone encarregados por seus patrões, os ricos donos do mundo, de fazer o povo proceder de modo errado. São os papagaios de microfone que fazem o povo ser desfavorável às ideias socialistas, mesmo lhe sendo elas favoráveis, e ser favorável às ideias capitalistas que lhe são desfavoráveis. São os papagaios de microfone que fazem o povo se entusiasmar com futebola a ponto de haver quem sofra ataque cardíaco se a bola passa pelo goleiro. São os papagaios de microfone que torna o povo convencido de que “celebridades” são celebridades.  

É por caminhos ilusórios que a humanidade caminha. Foge da realidade como o diabo foge da cruz. Uma pessoa dialogar com uma estátua é algo realmente incompreensível para quem encara a realidade de que as estátuas só servem de latrina para pombos. É por se distanciar da realidade e se deixar levar pela ilusão de encontrar felicidade em deus e na riqueza que a humanidade é infeliz. São João Crisóstomo acionou a tecla certa quando disse que nós mesmos é que nos fazemos infelizes. Realmente, a infelicidade humana tem origem no fato de serem os seres humano induzidos a fundamentar seu procedimento em informações falsas. Assim, é por não agir como devia que a própria humanidade se faz vitimada por veneno; guerras, fome, peste excesso de riqueza e de pobreza.    A esse respeito, o escritor Jacob Petry, na página 19 de PODER & MANIPULAÇÃO, lembra o seguinte pensamento de Maquiavel: “Existe uma distância tão grande entre como se age e como se deveria agir que aquele que despreza o mundo real para viver num mundo imaginário encontrará antes sua ruína do que sua salvação”.

domingo, 25 de outubro de 2020

ARENGA 462

 

 A estupidez humana incomoda a quem tem nobreza espiritual prá sentir e maldade insuficiente para nada sentir diante da indiferença em relação ao futuro das inocentes criancinhas que pais desnaturados não só trazem a um mundo de perspectivas funestas, mas também matam em acidentes de automóvel, explosão em igrejas, ou permitem que monstros ajuntadores de riqueza matem pela ingestão de veneno e destruição da natureza. Os únicos cuidados que os pais têm com seus filhos, fora do assunto dinheiro, são reuniões estéreis onde se tratam dos procedimentos adequados para que eles se deem bem depois de mortos.

As futuras gerações estão completamente abandonadas. Não podendo contar com pais festeiros e futucadores de telefone, com quem contar? A princípio, reinava completa indiferença. Depois, espíritos mais elevados levantaram a questão da possibilidade de ser incerto o futuro das crianças face à destruição dos recursos naturais. A partir daí, apareceram pessoas que fizeram por merecer esperança de serem capazes de concertar o que se percebeu estar errado no que diz respeito ao destino das pobres criancinhas desamparadas. Porém nada ocorreu de prático e as criancinhas estão cada vez mais desamparadas.

Entre os que nos deram esperança de normalização dos transtornos que infelicitam mossa sociedade pintou um líder sindical de dezenove dedos que em vez de cuidar das criancinhas, cuidou de trepar no céu com dona Rosemary Noronha em avião comprado com o dinheiro dos pais das criancinhas que além de sustentar o aviaozão, também sustentava a distinta amante. Cooptado pelo deslumbramento do poder, o falso líder acabou aos abraços com o doutor Paulo Maluf, mestre na arte de comprar coisas com o dinheiro de cuidar das criancinhas.

Veio, depois, uma simpática senhora Dilma, ex-guerrilheira cuja história o Google ficará muito satisfeito em mostrar se lhe for sugerido “COMO FOI O ENVOLVIMENTO DE DILMA NO MAIOR ASSALTO DA DITADURA”. Era, pois, de se esperar real preocupação com o bem-estar social de quem arriscou a vida por esta causa. Mas, qual o quê, também esta senhora, apesar de ter dado esperança de cuidar das criancinhas, acabou aos abraços com o doutor Eike Batista, também mestre de ensinar a Arsene Lupin a arte de comprar coisas com o dinheiro de cuidar das criancinhas.

Desiludidos dos políticos, a esperança da salvação das criancinhas foi transferida para fora da política. Primeiro, um doutor Joaquim Barbosa foi o alvo desta esperança, mas também se mostrou desmerecedor dela porque, como qualquer admirador do jeitão americano de se pavonear com o dinheiro de cuidar das criancinhas, em vez de comprar a briga política, comprou um apartamento em Nova Iorque.

Veio, depois, outro doutor, o doutor Sergio Moro, que, como os demais, deixando-se encantar pelo falso mundo que os ricos constroem comprando coisas com o dinheiro de cuidar das criancinhas, para aquele mundo ilusório, segundo a imprensa, se embandeirou de malas e cuias que serão substituídas por finas grifes e baixelas douradas.

Como esperança não morre, pinta neste cenário desolador a figura de outro doutor dando mostras de querer cuidas das criancinhas, é o doutor Guilherme Boulos. Como o sindicalista de dezenove dedos, também diante dele os pais que superaram o analfabetismo político ficam com uma interrogação preta em cima da cabeça: "Será que vai dar certo desta vez?" Mas eles não têm mais o que perder porque pior do que tá não pode ficá. Devem, por isso, deixar o doutor Boulos mostrar prá que veio.

sábado, 24 de outubro de 2020

ARENGA 461

  Neste cantinho de pensar há tanta bestagem que mais uma não importa. Assim é que ousamos nos dirigir aos pensadores que se preocupam com a qualidade do futuro a que chegarão outras gerações em consequência das ações ambientalmente desastrosas como resultado das ideias jurassicamente fixas no ajuntamento de riqueza para pedir a estes novos pensadores, verdadeiros anjos-da-guarda das futuras gerações, que observem o fato de que o motor que sempre moveu o mundo, o modo de produção, que a partir da Idade Moderna tinha deixado de depender exclusivamente da terra, veio depois do advento das fábricas, passou a depender exclusivamente delas, e que agora, com o advento nova tecnologia das informações, passou a depender do conhecimento.

O pensador Ladislau Dowbor levanta interessantíssimas observações a respeito, inclusive que essa tecnologia, diferentemente da tecnologia das fábricas, produz sem consumir a matéria prima porque sendo o conhecimento sua matéria prima, ele permanece com a fonte que o passou adiante. Realmente, uma grande reviravolta da qual resultarão consequências ainda imprevisíveis.

É aqui que este cantinho de pensar pede perdão por se intrometer e lembrar que se o futuro da humanidade corre perigo, deve-se ao modo como tem sido usado o resultado das inovações, e não destas em si mesmas.  Se um veículo bem conduzido tem sempre mais chance de sucesso em alcançar seu destino, a mesma regra pode ser aplicada à condução das inovações.

Se a riqueza produzida pelas fábricas, em vez de ser usada para promover bem-estar, foi empregada para criar imensas fortunas privadas e teve como contraponto a criação da imensa pobreza que ao infelicitar o mundo torna duvidoso o futuro, o que é realmente motivo de desconforto para pessoas espiritualmente superiores, sendo os frutos das novas tecnologias empregados em benefício da coletividade em vez de servirem para fazer a riqueza dos vários Bill Gates do mundo, a preocupação deve se voltar para a finalidade a que é destinada a produção proveniente da nova tecnologia em vez de se ater a esta.

Nenhuma surpresa desagradável ocorrerá caso o resultado da nova produção seja usado de modo a possibilitar que todos indistintamente possam satisfazer suas necessidades em vez de ser desperdiçada em Torres de Babel ou para que débeis mentais possam se pavonear infantilmente na revista Forbes como os mais ricos do mundo.

 


quinta-feira, 22 de outubro de 2020

ARENGA 460

 

O mundo está uma desarrumação tão grande quanto a insanidade mental da humanidade que se materializa espetacularmente na estupidez de destruir não só o que construiu, mas também as construções da natureza. Estudiosos têm se manifestado contra esta estupidez. O mestre do saber, doutor Ladislau Dowbor, é um destes abnegados batalhadores pela causa nobre de dar sentido à vida da sociedade humana. Mas, no livro A ERA DO CAPITALISMO IMPRODUTIVO, página 14, ao dizer ter estudado economia para entender como se mantém tanta barbárie e primitivismo no relacionamento humano ele cria confusão na cuca de quem vê nas pessoas que fazem a economia e não na economia o motivo pelo qual falta sentido à vida na Terra. Um exemplo de desatino é a afirmação de economistas de ser progresso o incremento das indústrias se a ninguém mais é dado o direito de saber que o aumento das chaminés das indústrias está na razão direta da destruição das condições de vida. Portanto, qual a finalidade de um progresso que se faz acompanhar da inviabilização do mais precioso bem, a saúde?

Nem deixa de ser a mesma falta de lógica da crença religiosa, a crença em haver vantagem no desenvolvimento econômico, se, no frigir dos ovos, significa produzir riqueza que no frigir de mais ovos vai parar nas mãos dos malditos Reis Midas do mundo, de modo a ser totalmente inútil ao único desenvolvimento realmente capaz de produzir bem-estar, a civilização do povo por meio do sistema educacional proposto por Paulo Freire, com introdução de matéria no currículo escolar que estimule nas crianças a capacidade de raciocinar. Em vez disso, o que se tem? Inclusão de ensino religioso que, ao contrário, atrofia a capacidade de raciocinar ao insinuar que Cristo nasceu em vinte e cinco de dezembro, razão pela qual se deve festejar trocando presentes em torno de mesas fartas e que elas, as crianças, não devem se preocupar com quem não tem comida nem mesa porque eles são amados por deus.

O pleno emprego dos economistas, então, é um desatino de pocar a boca do balão (lembram desta sábia construção?) porque para cada criação de um emprego chegam ao mercado de trabalho centenas de novos mendigantes de emprego. Além disso, para os economistas, é inexistente o desempregado desenganado que parou de procurar emprego.

O doutor Ladislau levanta uma questão fundamental para a desarrumação, uma realidade que embora visível, os protagonistas têm mantido longe das vistas do povo graças ao pão e circo que consegue prender a atenção dele nos grandes peitos e bundas recheados de silicone de “famosas” e “celebridades”, ao lado de notícias sobre trepadas. Se não é possível negar as maravilhas da companhia feminina, elas ficam ainda mais maravilhosas se restritas ao casal. Sem testemunhas.

A realidade que só o doutor Ladislau e mais ninguém parece ter percebido é ser o mundo governado por grupos de parasitas que por meio de agiotagem no sistema financeiro endeusado por papagaios de microfone que vomitam loas a bancos, ao agribiuzinesse produtor de câncer e exportador de nossa água e fertilidade do solo. Os tais grupos econômicos enriqueceram tanto que assenhoreando dos governos ditam regras que não obstante serem prejudicais à sociedade, são cumpridas sem contestação graças ao bom mocismo exigido por Papai Noel. 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

ARENGA 459

Eminentes estudiosos de economia que não vendem opiniões como juízes vendem sentenças, preocupados com as consequências desastrosamente nefastas do capitalismo, têm condenado a impotência dos governos ante a sanha avassaladora dos grandes grupos econômicos, o que é de se estranhar porque como estudiosos não podem tais homens deixar de saber  que sendo estes grupos formados por agiotas e que agiotas trocam a mãe por um rendimento vantajoso, e que nenhum rendimento pode ser mais vantajoso do que o proveniente do mercado financeiro, com um mínimo de despesa em relação à imensa riqueza de que dispõem subornam os governantes e os tornam lacaios seus. É por isto que ao ouvir um político dizer agir em benefício da sociedade só os bobos não se lembram que os bancos dizem a mesma coisa de sua atividade parasitária.

Em termos de organização social salutar, isto é, uma sociedade organizada de modo a que o produto dos impostos seja revertido em benefício dos pagadores, os governos são uma falsidade tão grande quanto as religiões com as quais a política sempre foi mancomunada para fazer com que o povo seja incapaz de se interessar pela realidade de ser feito de bobo tão ridículo que embora vivendo no sufoco, proporciona aos agentes políticos altíssima qualidade de vida, e, dos agentes de deus, compra feijão santo e conversa com estátua.

Nem é preciso falar sobre algo errado porque está tudo errado. O maior dos erros é a falta de interesse coletivo em pôr as coisas no lugar, ou, pior do que isto, colaborar para que as coisas permaneçam fora dos seus devidos lugares. As montanhas de dinheiro desperdiçadas pelo pão e circo, algo assombrosamente inaceitável, em vez de ser repudiada pela opinião pública é apoiada pela participação de multidões de necessitados cujas necessidades poderiam ser atendidas com esse bruto dinheirão. São fazendas extraordinariamente ricas, jatinhos, iates, mansões, que o povo carente de tudo paga para jovens que apesar do mal social que causam inocentemente, acreditam-se realmente merecedores de fama, celebridade e riqueza.

Desta forma, a única luta que surtirá efeito real para endireitar o que está errado é no sentido de convencer o povo da necessidade de pensar sobre estas coisas porque consciente de estar errado, haverá de querer concertar e terá sucesso porque é ele, o povo, o verdadeiro senhor que tudo pode, embora não saiba disso.

 


segunda-feira, 19 de outubro de 2020

ARENGA 458

 

Na imprensa, notícia de pessoas criticando o "famoso" Luciano Huck por estar a navegar em luxuoso iate. Cabe indagar o motivo das críticas tanto quanto o motivo de ser famoso o jovem aculturado Luciano Huck. Seria ele famoso por ter criado algo que trouxesse benefício à humanidade superior ao benefício proveniente do trabalho de profissionais da saúde que nos livra dos sofrimentos causados por distúrbios infelicitantes, ou maior do que o benefício que nos prestam advogados honrados (porque os há desonrados) que com seus conhecimentos jurídicos podem nos livrar de injustiças? Não! Absolutamente, NÃO! O motivo da fama que a imprensa atribui ao senhor Huck é por ser ele apresentador de programas mambembes de televisão. O primeiro deles, cujo nível intelectual era tão baixo quanto o dos atuais, consistia em mostrar a um público tão inculto quanto o apresentador e a coadjuvante, uma mulher seminua a chicotear o nada. E no nada intelectual permanecem. Há alguma coisa demasiadamente estranha numa sociedade que se propõe a ser liderada por tão insignificante personalidade.

É pela atividade de marionete do pão e circo, manipulada para manter o nível de mediocridade mental da massa bruta de povo que o também mentalmente medíocre jovem Huck é famoso e rico. Tão rico e ridículo que como marionete da Rede Globo e políticos espertalhões visando continuarem aproveitando da incapacidade de indignação do senhor Luciano Huck pretendem mantê-lo na condição de agente de suas pretensões inconfessáveis.

Quanto ao iate, fichinha comparado ao jatinho, mansão e riqueza. Não é de se esperar que a mentalidade do senhor Huck permita que ele faça outra coisa senão tirar proveito do que o povo lhe dá por livre vontade. Pode alguém supor que um cachorro de rua recuse um osso que lhe é atirado?

Não se justifica censurar as imensas riquezas dos medíocres “famosos”, “celebridades” e reis de pau oco. O senhor Neymar, por exemplo, não forçou ninguém a lhe encher as burras de dinheiro suficiente para aparecer na imprensa como capaz de oferecer comilança e beberança à larga para várias centenas de apreciadores de uma “boquinha”.

Dir-se-ia estar errado o sistema por permitir tamanho desperdício de dinheiro. Mas também aí não há erro porque é o sistema que financia o pão e circo do qual se beneficia, levando jovens capazes de atrair a atenção da massa ignara de povo a um mundo fantasioso. Inocentes, estes jovens são levados a se acharem realmente importantes e não raro acabam na infelicidade do goleiro Bruno e do menino Robinho, razão para que suas famílias levassem o pão e circo às barras dos tribunais. 

domingo, 18 de outubro de 2020

ARENGA 457

 

Embora sem o exagero de propor ao parlamento a oficialização do tupi-guarani como língua oficial do Brasil, por ser genuinamente brasileira, como fez Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto em O Triste Fim De Policarpo Quaresma, o certo é que ninguém, salvo se for arrematado analfabeto político, deixaria de reconhecer o quanto nosso desgraçado país é carente de respeito cívico. O ridículo a que o expõem suas autoridades também ridículas, que deviam fazer dele um exemplo de bons costumes, dá causa a um rebaixamento moral tanto do país quanto de seu povo. Se como país está na miséria, como nação está desmoralizada. Um senador brasileiro apanhado com dinheiro roubado do povo escondido no bundão fartamente robustecido à custa do erário, quando o permitido é escondê-lo em pasta 007, como fazem os ladrões de fina categoria.

Não tem mais para onde expor seu ridículo esse belo país de triste sorte e juventude, se ambos são infensos ao fato dolorosamente triste de terem sido arrastados aos píncaros do ridículo de se abaixar até aparecer a bunda perante interesses estrangeiros por mais prejudiciais que lhes sejam.

Mesmo sendo o povo mais povo do mundo e uma juventude tão inútil quanto a do mundo inteiro, é inconcebível tamanha indiferença frente a tantas e variadas mazelas que ocorrem aqui com tamanha prodigalidade que foi legalizada a contravenção penal do proxenetismo se órgãos da imprensa ganham dinheiro fazendo apologia da prostituição, e se os maiores criminosos são as autoridades que recebem pagamento para coibir o crime.

Todos os órgãos de imprensa foram cooptadas pelo pão e circo, sobressaindo espetacularmente entre eles a Rádio Bandeirantes AM de São Paulo cujos papagaios de microfone não soltam um pum sem falar de esporte, não obstante a realidade mostrada nos vários livros existentes sobre a deslavada corrupção do mundo do futebola.

Faz parte desse quadro escabroso, entre muitos outros semelhantes, fatos como ministro do STF acumular função de empresário e um poder executivo cujo chefe que teve a moralização política como mote para sua campanha, depois de ter assumido a presidência alia-se aos estelionatários religiosos instituindo ensino religioso em pleno século 21 e é conivente com a corrupção que prometeu combater.

Até quando teremos tão triste destino?

sábado, 17 de outubro de 2020

ARENGA 456

 

Quando foi tratado aqui, neste cantinho de pensar, sobre a apologia que no livro Criação Imperfeita o brilhante físico brasileiro Marcelo Gleiser faz à religião, evitamos dizer tratar-se de opinião falsa, emitida em troca de dinheiro, por não dispormos de dados comprobatórios.

Mas eis que surge a prova do crime ideológico do cientista. Trata-se realmente de opinião paga pelos Reis Midas do mundo, prova que pode ser acessada invocando no Google o título MARCELO GLEISER RECEBE PRÊMIO TEMPLETON 2019.

Sendo a arte de enganar o meio pelo qual se fica rico, e sendo os americanos habilíssimos na arte de enriquecer, criaram uma instituição chamada Fundação Templeton que, a exemplo da Fundação Nobel, que paga cientistas em economia para que emitam opiniões favoráveis à agiotagem do sistema financeiro, a Fundação Templeton paga cientistas de qualquer área para emitirem opinião favorável a religiosidade para esconder a realidade inegável de ser a religiosidade fruto da ignorância. Como nenhum cientista desfila em carrinho peba escrito presente de deus, mas, como todo mundo, também o cientista precisa de dinheiro, a Fundação Templeton lhe dá dinheiro para defender a religiosidade da pecha de ser exclusividade da massa ignorante que conta com uma vidona no reino do céu enquanto os ricos a têm aqui, em vida.

É totalmente impossível alguém intelectualmente ilustre desconhecer a realidade de que a religiosidade é uma monstruosidade por meio da qual os Reis Midas do mundo que parasitam a sociedade humana gastam fortunas para sedar a humanidade e evitar que ela descubra sua condição de hospedeira da pior qualidade de parasitas, os agiotas do sistema financeiro, causadores de infelicidade maior do que as epidemias porque não deixando evidência da mortandade que causam, não despertam necessidade de combate.

Um pouco de reflexão basta para se perceber que a religiosidade é uma grande tramoia urdida com a política para que uma ajude a outra a incrementar a ignorância de que ambas se alimentam. Foi esta realidade que provocou a fúria do Grande Mestre do Saber Nietzsche quando disse que a religiosidade é a Circe da Humanidade.

Sendo um mal a religião, fica duvidosa a sinceridade de intelectuais que como Leandro Carnal dizem respeitar a religiosidade alheia porque corresponde a respeitar a ignorância da qual emanam todos os males do mundo, como observou Bertold Brecht.

 

 

 

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

ARENGA 455

 

O esbravejar rancoroso de comentaristas de politicagem e papagaios de microfone contra o esquerdismo, em contraposição às excelências que afirmam haver no capitalismo que trouxe o mundo à infelicidade em que se encontra, explica-se pelo dever de bajular os comensais do poder político do momento que sempre se fizeram acompanhar de renhidos quebra-facas. Chega a ser repugnante ouvir baba ovos desse sistema insustentável a toda prova fazer-lhe apologia. Estará a humanidade condenada a permitir ser manipulada? Poucas pessoas a escravizaram e fazem dela o que bem quer. A manipulação é tão absoluta que pessoas de idade se deixam levar pelas artimanhas do pão e circo enquanto bandidos criam leis se auto protegendo da ação das leis protetoras da sociedade. Impressiona o poder de convencimento que os lambe-botas do sistema exercem sobre o povo. Velhos que deviam ter aprendido alguma coisa na vida, emocionam com os coices que jovens disparam na bola em vez de se preocuparem com as perspectivas nefastas que prometem o futuro de seus descendentes.  

A cultura capitalista apodreceu até o cerne. Os seres humanos estarão condenados a vários tipos de sofrimento caso não despertam para a realidade de estar o seu mundo se tornando propriedade de um grupo de pessoas moralmente deformadas que parasitam a sociedade humana com tamanha voracidade que já acumularam uma riqueza tão grande que ainda que vivessem mil anos não precisariam de toda ela. Se esta realidade está aí prá todo mundo ver, por que, então, ouve-se com tranquilidade marionetes desse grupinho de mordaz avareza insinuar ser este o caminho correto?

E quanto à democracia, também ela não merece tanto louvor. Embora comentaristas de politicagem estejam constantemente afirmando haver necessidade de se respeitar a democracia, isto é falso porque sendo sua premissa maior ser o governo do povo, pelo povo e para o povo, mostra-se de visível falsidade visto que o povo só tem obrigação em vez de direitos e nunca mereceu cuidados por parte de nenhum governo. A maior falha da democracia é ficar a cargo da massa facilmente manipulável povo a escolha das autoridades. Jamais dará certo uma sociedade administrada por pessoas escolhidas pela massa repugnante de povo cujo cheiro é mais desagradável do que o cheiro de cavalo, como bem disse o general Figueiredo. Que capacidade tem para ser responsável pela escolha de autoridades governamentais pessoas tão medíocres que para elas brutamontes desprovidos de um mínimo de intelectualidade são famosos e celebridades?

Desponta também entre as inverdades da democracia a garantia de ser o povo que decide seu destino. Se assim fosse, o povo precisaria de um Dr. Simão Bacamarte para enfiá-lo num manicômio porque só loucura pode fazer alguém escolher o destino de burro-de-carroça que o povo tem. O destino do povo é determinado pelos grupos econômicos que apesar de não precisarem de voto, como lembra Ladislau Dowbor, escolhem os governos que escolhem o triste destino do povo.


terça-feira, 13 de outubro de 2020

ARENGA 454

O Jornal do Brasil de hoje, 11/10/2020, traz a imagem de uma garotinha dos olhos de gato, sueca e muitíssimo fofa aos dezessete anos, ilustrando reportagem na qual ela diz apoiar a candidatura do adversário do atual presidente americano, o brutamontes Donald Trump. Aí está como os ideais mumificados e bolorentos aos poucos vão sendo escorraçados por novos ideais. Não se deve deixar de mirar a afirmação de mestre Thomas Paine de que o tempo convence mais que a razão. Isto é de uma lucidem monumental. A democracia, como qualquer forma de governo, não cumprirá jamais o objetivo político de prover bem-estar social porque inexiste na humanidade elevação espiritual suficiente para que político algum deixe de avançar sobre o dinheiro público sob sua responsabilidade. Isto é uma realidade para a qual é preciso despertar. É também monumental a estupidez de quem entrega a riqueza de sua nação para ser administrada por um magnata do empresariado se estes monstros de cuja boca escorre baba de dragão só almejam aumentar sua já incontável riqueza.

Daí que aquela bela garotinha dá um banho de superioridade mental à velharia acomodada mostrando ter percebido a necessidade de defenestrar as ideias bolorentas dos Midas do mundo e substituí-las por novas ideias.

Simplesmente extraordinária a lição que esta menina esfrega na cara da juventude robotizada e completamente inútil para a luta que está retardando em acontecer em prol da transformação implorada pela perspectiva de um mundo civilizado onde o progresso em vez se manifestar como regresso em termos de qualidade de vida se manifeste como melhoria desta qualidade.

É por isto que a juventude, principalmente a Juventude Mundial Da Fé e a juventude paulista da Universidade Mackenzie que na década de oitenta, se juntou aos policiais que por ordem do governo americano torturavam e assassinavam outros jovens brasileiros que lutavam por justiça social devem se mirar no espelho de GRETA THUNBERG, que continuando a espetacular aula de alfabetização política reconhece a importância da eleição nos EUA, verdade esta que apesar de ser verdade deve ser questionada. Se a função do governo é promover bem-estar social, e se o povo dos Estados Unidos a qualquer momento pode ser vitimado por horrores como as Torres Gêmeas, em represália a atitudes de seus governos, é prova de que aquele povo apesar de rico não desfruta da paz indispensável ao bem-estar.

É alvissareira para quem almeja um mundo civilizado a notícia sobre a menininha que dá um banho de sabedoria na juventude babaca futucadora de telefone que nem de longe é capaz de perceber que o esforço de se preparar para ser empregado vai dar mais frutos aos parasitas do sistema financeiro do que a si mesmos. 

 

 

 

      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ARENGA 453

O convívio com a insensibilidade necessária à maldade de levar vantagem tornou os seres humanos infensos à sutileza de perceber que já não confiam mais nem em si mesmos. Daí o hábito de pedir ao acompanhante para confirmar o que acaba de dizer, (“não foi, fulano?”).

A recusa em evoluir espiritualmente eternizará no ser humano a sordidez de engendrar artimanhas que possibilitem parasitar outros seres humanos cuja passividade os habituou na condição de eternos hospedeiros.  Como disse mestre Rousseau, “Uma vez acostumados a ter senhores, os povos se tornam incapazes de dispensá-los. Se tentam se livrar do jugo, se afastam ainda mais da liberdade”.

Uma característica que marca o comportamento humano e que deve merecer atenção é a impossibilidade de superar as crendices que tanto mal fazem induzindo imaturidade mental. Mestre Rousseau, por exemplo, apesar da percepção aguçada o bastante para nos levar àquela sábia conclusão, num retrocesso mirabolante, sugere que o homem teria recebido preceitos provenientes de deus. Se nesta afirmação houvesse a mesma veracidade da primeira, deus seria uma entidade de suprema malignidade porque o comportamento do homem demonstra a maldade que justifica o “MATAI-VOS UNS AOS OUTROS” de Bernard Shaw, em Aventuras De Uma Negrinha Que Procurava Deus.

É preciso escrever em todos os muros do mundo (expressão do mestre Nietzsche) que jamais existiu o deus do qual se espera obter felicidade porque a humanidade nunca foi, não é, e não será feliz pedindo e esperando em vez de buscando por si própria. Se fazer morrer é o forte do homem, é porque ele está bem longe de poder ser feliz. O Livro do escritor Rodrigues Alvarez, JESUS, O HOMEM MAIS AMADO DA HISTÓRIA nos mostra que se alguém tão amado foi submetido por seus semelhantes a destino tão trágico, a lição que isto dá é de se encontrar o homem ainda na fase de bicho-fera, donde se conclui ter a mesma origem e índole das feras.

Ser indiferente ao sofrimento de Cristo e se achar beneficiado pelo seu flagelo é ser tão vil quanto os brutamontes que impingiram tamanho sofrimento àquela inocente criatura que se arvorou a desafiar o poder político que sempre existiu para privilegiar grupelhos de parasitas que rodopiam em torno dele. São vermes tão traiçoeiros quanto os vírus. Quem quer que represente algum tipo de ameaça ao parasitismo destas bestas humanas, como tem sido feito através dos tempos, haverá de se dar mal.

A semelhança entre a brutalidade dos humanos e a das feras evidencia que são os homens os únicos responsáveis por si mesmos, sendo imaturidade as afirmações contrárias a esta realidade. O tempo mostrará do mesmo modo como mostrou que eram infundadas as crenças hoje transformadas em mitologias.


domingo, 11 de outubro de 2020

ARENGA 452

 

O historiador marxista Eric Hobsbawn declara no livro Tempos Interessantes que sua causa era nobre por visar a emancipação da humanidade. Realmente, nobilíssima tal causa. Entretanto, um instante só de reflexão é quanto basta para se concluir estar a humanidade realmente necessitada de quem a resgate do pior dos males, a estupidez em que chafurda até à medula. Entretanto, outra reflexão leva a nova conclusão, a de ser aparentemente impossível resgatar do suicídio um suicida convicto.

O próprio doutor Hobsbawn reconhece que seu trabalho é prejudicado em função de suas ideias inovadoras. Aí está. O que é do chão não quer colchão. São incontáveis os que como o doutor Eric Hobsbawn dão prova da dura realidade descoberta por Bernard Shaw: “Os sábios são tão odiados que são envenenados com cicuta, crucificados ou queimados”.

O que apraz a turba espiritualmente repugnante humana é jogo no Maraca, escola de samba na avenida, romaria para Aparecida, desfile de gays e lésbicas na Paulista, missa na Praça de São Pedro, notícias de “famosos” e “celebridades”, criaturas tão insignificantes que têm vulgaridades por único mérito. Absolutamente nada é capaz de tirar o tapa-olho que o pão e circo colocou na massa bruta de povo que a impede de perceber a condição servil de carregar no lombo estúpido o peso da hospedagem para uma plêiade de parasitas que assopram com diversão enquanto lhe atocha impiedosamente o ferro.

Esta é a real situação humana: muitos explorados por poucos exploradores que apesar de poucos, sugam impiedosamente a vitalidade dos imbecis tão conformados com sua condição de servilidade que ao se sentirem sufocados pelo peso do fardo que os maltrata, voltam o olhar de cachorro pidão para cima e exclamam: SEJA FEITA A VONTADE DE DEUS.

Espíritos elevados não são bem-vindos à humanidade. Incapazes de elevar-se espiritualmente acima do solado do sapato, compraz-lhe a companhia de mentalidades torpes o bastante para se acharem merecedoras de fama e celebridade pelo mérito de serem portadores de baixeza moral suficiente para permutarem a dignidade por dinheiro e deturpar a sensualidade expondo vulgarmente em público suas genitálias. Foguetórios e festejamentos que pipocam por todo lado complementam a felicidade do mundo insignificante da laia humana.

Como rochas são desbastadas pelo vento e furadas pela água, não resta dúvida de que a teimosia dos eternos teimosos em levar luz à escuridão mental vai, aos poucos, abrindo brechas abertas pela inteligência com que a natureza brindou o ser humano, e algum dia a sabedoria prevalecerá sobre a burrice. Disto não há dúvida. Os exemplos são edificantes. Não se queimavam seres humanos em nome de deus? Já não se comprou passaporte para o reino divino? É, ou não é animador o fato de não se fazer mais isto? Pois é.

sábado, 10 de outubro de 2020

ARENGA 451

 

 

Por ser este o cantinho de pensar sobre como realizar o sonho por todos sonhado de viver bem é que não pode haver aqui trégua na luta contra a ignorância política porque ela é a fonte de todos os outros tipos de ignorâncias das quais decorre a impossibilidade de evitar ser infeliz. A pequenez do brasileiro é tão grande que uma papagaia de microfone disse ter feito história uma mulher por ter sido a primeira pessoa a ser vacinada no Brasil contra a pandemia. É por isto que “celebridades”, “famosos” e reis de pau oco são considerados celebres, famosos e reis.

A humanidade se encontra na condição de joguete nas mãos de falsos líderes para os quais, assim como para os médicos, as pessoas fora do círculo de amizade são vistas apenas como provedoras de recursos financeiros, o que descaracteriza tal liderança.

Se não faltam escritos sobre as coisas erradas que trouxeram ao mundo tantas infelicidades, faltam escritos voltados para abrir os olhos da humanidade mostrando-lhe serem propositais os erros que por falta de conhecimento e interesse em adquirir conhecimento são tidos como equívocos que prejudicam a sociedade, embora sejam propositais as ações da quais decorrem prejuízos para a sociedade. Daí ser bobagem questionar o porquê de coisas tais como não se cobrar imposto de rico, de não se fazer reforma agrária, de perseguir a Lava Jato, de vender empresas públicas e embolsar o dinheiro recebido, de questionar a prescrição, o foro privilegiado e tudo que vai de encontro aos interesses legítimos da população. São invenções engendradas com finalidade específica de beneficiar malandros travestidos de políticos.

Num filme, um amigo se dirigiu a outro dizendo ter sido contratado para trabalhar para um desses gigantes da indústria. Diante da brincadeira: – Ah, então vai trabalhar para bilionários? Ele respondeu: – E quem não trabalha? As pessoas geralmente não percebem as mensagens inteligentemente contidas nas entrelinhas. Mas nesse pequeno diálogo o autor deixa transparecer a servidão humana materializada na sábia criação da Mais Valia do pensador Carl Max. Sem a ação do emburrecimento malandramente implantado no populacho pelo pão e circo, em vez de censura, seria percebido só haver benefícios no ideal marxista para quem não parasita a sociedade. Para quem é hospedeiro só há vantagem no ideal socialista que exclui a possibilidade de ser permitido que alguém retenha imensa fortuna para uso privado, medida da qual decorreria vitória contra injustiça social.

Como justiça social deixa em polvorosa os ricos, patrões dos governantes, transformados em seus lacaios, estes, com dinheiro do povo, empregam outros lacaios, arma-os e os atiçam em perseguição do ideário de justiça social defendida pelo socialismo. A nobreza da política passou por tamanho desvirtuamento que não há agente político cuja preocupação maior não seja defender os interesses antissociais dos ricos, ficando o que resta de preocupação para ser gasta procurando enriquecer também.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

ARENGA 450

 

 

O título do livro JESUS, O HOMEM MAIS AMADO DA HISTÓRIA, de Rodrigo Alvarez, e o destino que a humanidade deu ao homem mais amado da história mostra o quanto distante da realidade está quem fala em civilização humana porque civilizar-se inclui evoluir espiritualmente além das diversas manifestações artísticas. Não há vislumbre de evolução espiritual em seres capazes de tamanha brutalidade prá cima de alguém por pregar paz e sensatez. Tal comportamento é declaração de prevalência do instinto animal sobre a sabedoria que justifica as guerras e a destruição do meio ambiente de que depende a vida.

O que é interessante nisso tudo é que os seres humanos procedem como procederam em relação a Cristo, não obstante o reconhecimento de sua importância demonstrado no fato de tê-lo transformado no divisor da história em antes e depois de seu suposto nascimento. A realidade de ter sido tratado com porrada em vez de pão de ló, sendo tão importante, é prova de inexplicável e inaceitável estupidez que também aparece em livros apologizando a riqueza, despontando entre estas imbecilidades o livreco Danem-se Os Normais, de João Estrela Bettencourt e Mariana Torres.

A exaltação da riqueza corresponde a desprezar os ensinamentos de Cristo. No entanto, nem é preciso perguntar aos autores de tais livros se há vantagem em seguir tais ensinamentos para saber que a resposta seria afirmativa. Se a grande riqueza dá origem à pobreza que é fonte de sofrimentos como sobreviver de tráfico de drogas, prostituição e disputar nos lixões com ratos e urubus restos de comida, evidente tratar-se de estupidez opor-se aos ensinamentos do mestre contrários a tudo isto.

Se já somos quase oito bilhões de pessoas no planeta e chegam mais oitocentos e cinquenta mil a cada ano, em vez de colocar em poucas mãos montanhas de riqueza, o procedimento certo estaria em distribuir corretamente a riqueza existente, se não de forma igualitária, jamais na desproporcionalidade absurda adotada pela perversa cultura capitalista.

Já existe estupidez em demasia no comportamento humano. A que existe já causa infelicidade bastante para motivar reflexões a respeito da necessidade de mudar desse rumo estúpido de se deixar levar pelas mentiras com as quais os viciados em ajuntar riqueza procuram justificar-se porque não pode haver justificativa para miséria existente se é possível um padrão de vida de três mil dólares mensais para cada família de quatro pessoas no mundo, conforme consta do livro O CAPITALISMO SE DESLOCA, de Ladislau Dowbor.

 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

ARENGA 449

 

O homem primitivo, ao relento, quando descobriu que podia pensar, seu pensamento era tão curto quanto o pensamento do atual elemento asqueroso povo, que precisa ser enjaulado para não cometer desatinos. O primeiro pensamento do primitivo foi sobre como se proteger dos perigos que lhe representavam os fenômenos naturais. Pensou, depois, como ainda faz o povo, que uma proteção podia lhe ser dada de bandeja, vinda de alguma entidade superior a eles. Primeiro, pedia a entidades que pensou morar nas montanhas, nos rios, nas pedras. Depois, como o tempo convence mais que a razão, como lembrou Thomas Paine, foi convencido pelo tempo de ser aquilo uma bobagem e mudou de bobagem. Passou a pedir proteção a espíritos de pessoas que se em vida foram capazes de atos de grandeza, depois de ter morrido, então, seriam muito mais capazes ainda. Mas, da mesma forma, foram convencidas pelo tempo de também ser bobagem e novamente mudaram de bobagem. Desta vez, inventou uma entidade com a mesa forma de si mesmo a quem uns se dirigiam chamando de deus, outros de tupã e de jeová. Mas acontece que novamente incorreram em bobagem porque deus, o próprio, de dentro dum fogaréu (Êxodo 3:2) disse a Moisés que o nome dele era Eu Sou (Êxodo 3:14). E até hoje, embora com outros nomes, o homem espera que Eu Sou, lhe proteja, sem ter ainda pensado que ele não precisa de outra proteção senão de si mesmo.

Depois de ter aprontado o máximo que a insensatez permite e inviabilizado a própria vida, encontra-se a humanidade dividida em dois grupos de espécimes do elemento reles de povo. O primeiro, constituído de um punhadinho de nada de reles gatos pingados, assenhoreou-se de toda a riqueza do mundo para fazer bonito na revista Forbes. O outro grupo, constituído do resto da humanidade não menos reles, expurgada dos gatos pingados do primeiro grupo, produz a riqueza e a transfere rápido para o primeiro grupo como se tivesse nas mãos uma batata quente. Tendo se livrado dela, festeja a pobreza porque estará a cavaleiro ao lado de Eu Sou enquanto os ricos, no inferno, verão o que é bom prá tosse.




 

 

 

 

 

 

 

        

sábado, 3 de outubro de 2020

ARENGA 448

 

 

O doutor Marcelo Gleiser deu uma cagada tão grande que sujou cinco capítulos do seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA, dedicados à apologia à religiosidade que tanto mal faz à humanidade como fomentadora da ignorância que lhe serve de sustentação. E não há necessidade de se recorrer aos volumosos catataus de intelectuais para se saber que deus só existe na cabeça da malta humana. Que quanto mais desprovido de conhecimento, mais religioso se é. Uma viagem imaginária regressiva no tempo mostrará esta realidade a quem quer que disponha de um mínimo de inteligência porque vai passar por tantos intérpretes da vontade de deus como Zenão e seu estoicismo, Epicuro e o epicurismo, Evêmero e o evemerismo, Pirro e o ceticismo, Orfeu e o orfeismo, Zaratustra e o Zoorastrismo, etc., etc., donde se conclui que ao contrário do que as pessoas pensam, deus é criação do homem.

Prosseguindo a viagem, percebe-se que a religiosidade vai ficando cada vez mais forte à medida que também vai ficando mais forte o desconhecimento ou ignorância. Por mais burro que seja o viajante, perceberá nas Indulgências e no Tesouro de Merecimento a origem do estelionato de vender feijão santo. Mais adiante, isto é, mais atrás, verá o povo adorando governantes, e mais atrás ainda verá os sacerdotes egípcios ameaçando seus deuses se não julgassem o morto que lhes tinha pago com o mesmo critério usado pela quinta turma do STF.

Se depois de se constatar que a religiosidade prospera junto com a ignorância, afirmar necessidade de religião seria o mesmo de se afirmar necessidade de ignorância. Portanto, está certo Nietzsche em condenar a religiosidade e errado o doutor Gleiser que faz apologia dela.

 


quinta-feira, 1 de outubro de 2020

ARENGA 447

 

Como será o futuro da geração web? A única certeza que se pode ter a respeito é que tendo como instrumentos de trabalho ferramentas como “WhatsApp” “on-line”, “escâner”, “browser”, “modem”, “link”, “site” “policast”, e mais uma infinidade de outros bichos desconhecidos de gerações anteriores, a geração web terá de ser diferente delas porque os instrumentos de trabalho exercem influência sobre a atividade cerebral. Esta realidade foi observada por Nietzsche e um amigo seu quando o primeiro passou a escrever à máquina em vez de à mão, como sempre fazia. Teve, então, a atenção despertada por seu amigo também escritor para o fato de ter percebido alguma alteração no estilo do filósofo e sugeriu a possibilidade de se dever a mudança ao fato de ter passado a usar máquina de escrever. Recebeu de Nietzsche a seguinte resposta: “Você tem razão. Nosso equipamento participa na formação dos nossos pensamentos”. (Página 35 do livro de Nicholas Carr, O QUE A INTERNETE ESTÁ FAZENDO COM OS NOSSOS CÉREBROS, tendo por subtítulo A GERAÇÃO SUPERFICIAL.

Entretanto, esse cantinho de pensar tem a petulância de discordar do subtítulo juventude Superficial por acreditar que a tecnologia em si mesma não seja responsável pela superficialidade mental que ataca com ferocidade a juventude atual. O uso da tecnologia, sim, é que pode ser prejudicial. Se a tecnologia moderna fez dos jovens futucadores de aparelhos eletrônicos, zumbis desligados da realidade a ponto de se submeterem pacificamente às ideias medievais que estão inviabilizando as condições de vida no planeta, o que é realmente um grande problema, deve o fato ser atribuído a viver a humanidade uma falsidade tão extraordinária que as pessoas mais desimportantes de sua sociedade são consideradas as mais importantes, enquanto que as mais importantes são odiadas a ponto de serem crucificadas, queimadas  ou condenadas a ingerir cicuta.

 É tão espetacular a falsidade em que vivem os seres humanos que apesar de acreditarem na vantagem da paz e da harmonia, presenteiam as crianças com brinquedos que imitam armas e as induzem a ter por heróis personalidades cuja habilidade é matar e destruir. Tal é a banalização da violência que filmes sobre crueldade são anunciados como entretenimento.

Portanto, é o modo como se usa a tecnologia que pode fazer mal. Sendo seus recursos empregados para transformar brutamontes em cidadãos, resultará em benefício em vez dos malefícios provenientes de serem as inovações usadas para produzir riquezas individuais como mostra o pensador François Morin no livro A Hidra Mundial: “... as autoridades judiciárias dos Estados Unidos, britânicas e a Comissão Europeia têm multiplicado as investigações e as multas que demonstram que vários desses bancos – especialmente onze deles (Bank of América, BNB Paribas, Barclays, Citigroup, Credit Suisse, Deustsche Bank, Goldman Sachs, HSBC, JP Morgan Chase, Royal Bank of Scotland, UBS) organizaram de forma sistemática acordos de formação de quadrilha”.

Sendo os líderes políticos que estabelecem as regras no mundo obedientes a quadrilheiros e, portanto, submetidos à vontade de criminosos, tal situação não pode ser atribuída à tecnologia, mas, sim, ao modo como ela tem sido usada.