sábado, 24 de outubro de 2020

ARENGA 461

  Neste cantinho de pensar há tanta bestagem que mais uma não importa. Assim é que ousamos nos dirigir aos pensadores que se preocupam com a qualidade do futuro a que chegarão outras gerações em consequência das ações ambientalmente desastrosas como resultado das ideias jurassicamente fixas no ajuntamento de riqueza para pedir a estes novos pensadores, verdadeiros anjos-da-guarda das futuras gerações, que observem o fato de que o motor que sempre moveu o mundo, o modo de produção, que a partir da Idade Moderna tinha deixado de depender exclusivamente da terra, veio depois do advento das fábricas, passou a depender exclusivamente delas, e que agora, com o advento nova tecnologia das informações, passou a depender do conhecimento.

O pensador Ladislau Dowbor levanta interessantíssimas observações a respeito, inclusive que essa tecnologia, diferentemente da tecnologia das fábricas, produz sem consumir a matéria prima porque sendo o conhecimento sua matéria prima, ele permanece com a fonte que o passou adiante. Realmente, uma grande reviravolta da qual resultarão consequências ainda imprevisíveis.

É aqui que este cantinho de pensar pede perdão por se intrometer e lembrar que se o futuro da humanidade corre perigo, deve-se ao modo como tem sido usado o resultado das inovações, e não destas em si mesmas.  Se um veículo bem conduzido tem sempre mais chance de sucesso em alcançar seu destino, a mesma regra pode ser aplicada à condução das inovações.

Se a riqueza produzida pelas fábricas, em vez de ser usada para promover bem-estar, foi empregada para criar imensas fortunas privadas e teve como contraponto a criação da imensa pobreza que ao infelicitar o mundo torna duvidoso o futuro, o que é realmente motivo de desconforto para pessoas espiritualmente superiores, sendo os frutos das novas tecnologias empregados em benefício da coletividade em vez de servirem para fazer a riqueza dos vários Bill Gates do mundo, a preocupação deve se voltar para a finalidade a que é destinada a produção proveniente da nova tecnologia em vez de se ater a esta.

Nenhuma surpresa desagradável ocorrerá caso o resultado da nova produção seja usado de modo a possibilitar que todos indistintamente possam satisfazer suas necessidades em vez de ser desperdiçada em Torres de Babel ou para que débeis mentais possam se pavonear infantilmente na revista Forbes como os mais ricos do mundo.

 


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