A humanidade
desconhece a coerência companheira da lucidez. Diante da tragédia de Paris, os
franceses correram a acender velas e colocar flores nos lugares onde outros
franceses morreram vitimados pela reação às ações antissociais que alguns seres
humanos praticam das quais resultam a imensa legião de atormentados psicologicamente
por se encontrarem perdidos na inutilidade de uma vida desgraçada limitada à
obrigação de produzir uma riqueza que desaparece como bufa. Absolutamente nada
justifica a orientação que os líderes dão aos liderados porque o mundo
apresenta um cenário de horror e não pode ser este o destino de seres
pensantes. A reformulação das mentes se faz necessária vez que até pessoas da
mais elevada categoria intelectual fazem afirmações que se analisadas não
correspondem à realidade. Quando o historiador Henry Thomas afirma na página 57
do livro História da Raça Humana que em função do instinto guerreiro, os homens
são guiados pela loucura, tal afirmação é descabida porque a violência humana
tem origem em sua recusa de avançar no rumo da civilização e teima em
permanecer no mundo instintivo que orientava seu comportamento no tempo de
bicho peludo. Tal afirmação, se real, levaria à conclusão de haver loucura também
entre os irracionais porque entre eles há uma guerra constante em função da
necessidade imposta pela natureza que tem o mais forte de destruir o mais fraco,
dependendo disto sua existência.
É tudo uma
incoerência só. Alguém é capaz de encontrar alguma finalidade outra senão
produzir lixo encher de flores os cemitérios? E os cultos religiosos celebrados
em homenagem às vítimas do desastre mineiro de Mariana, em Minas Gerais, para
que servem eles? Na África, ante crianças esquálidas de um povo tão fora da
realidade que entre eles morreram muitas pessoas porque a religião lhes dizia
ser pecado usar preventivo nas relações sexuais, o Papa, representante de Deus,
faz pedidos de paz em nome de um Deus que se existisse não seria a pessoa
propensa à paz por conta das guerras e morticínios que praticou. Existe
coerência nas falas do Papa no que diz respeito à condenação corajosa e sincera
que faz ao modo atual de vida, mas acompanhadas da incoerência de ensinar a
existência de um Deus que nunca existiu e cuja presença é altamente prejudicial
à humanidade por induzi-la à irrealidade. Pode haver maior incoerência do que
destruir os rios, as matas, os animais, envenenar a comida e a água? É apenas
uma questão de pensar. Inté.