sexta-feira, 31 de julho de 2020

ARENGA 547


Mino Carta censura a expressão redemocratização brasileira porque nunca houve uma democracia brasileira. Dá a entender que aquele ilustríssimo expoente do nosso jornalismo ao lado de Hélio Fernandes, Mauro Santayana e outros visse a democracia como algo bom que ainda não fomos capazes de alcançar. Se não é como pensa o mestre do jornalismo sadio, assim pareceu. Entretanto, sendo o mérito da democracia o direito de ter o povo seus governantes escolhidos por ele mesmo em vez de qualquer outro método que independa de sua vontade, tal direito tem resultado na escolha de palhaço, lutador de box, ladrões e jogador de futebola como legisladores, donde surgem absurdos como ser elevado à presidência da última instância do Poder Judiciário um cidadão que segundo a imprensa teria sido reprovado por duas vezes em concurso para juiz de primeira instância. Daí outras aberrações como autoridades protegendo ladrões abertamente, na cara da sociedade, o que justifica plenamente a afirmação de Vinicius Bittencourt de que a democracia é o sistema que não nos permite ter governo melhor do que merecemos. Ora, é justamente o contrário disto o que desejamos: ser-nos permito termos um governo ainda melhor do que merecemos.
Direito de protestar nas ruas, outra vantagem que justifica a democracia, também não serve de nada os protestos dos quais resulta algum efeito realmente positivo para o povo se resumem àqueles relacionados a bobagens como passagem de ônibus e coisas do tipo. Nenhum efeito terá um protesto a favor de algo que trouxesse efetivo benefício para a coletividade, como, por exemplo, o fim da isenção de imposto para ricos e as imensas fortunas das igrejas, ou que se cumprissem as recomendações da Constituição, principalmente a que diz serem todos iguais perante a lei. Dista anos luz disto a realidade de serem os criminosos do colarinho branco protegidos pelas autoridades governamentais e os infelizes de colarinho esfarrapado e sujo atirados às masmorras, cubículos frios, úmidos e doentios onde aos montes estão confinados pobres desafortunados que embora sendo os preferidos de deus são os que mais padecem no mundo por lhes faltar o dinheiro que a canalha da agiotagem do sistema financeiro acumula para puro deleite.
Desta forma, onde está a vantagem da democracia tão falada pela papagaiada de microfone a reboque da turma do me dá um dinheiro aí, quer dizer, da política? Não seria o caso de se engendrar um sistema de governo que pessoas civilizadas merecem? Problema é que de civilizados mesmo só gatos pingados. O resto é pipocador de bomba, bailarino de axé, frequentador de igreja e futebola, além de admiradores de “famosos” e “celebridades”.

















quarta-feira, 29 de julho de 2020

ARENGA 546


Casos do gravíssimo problema social da corrupção pipocam todos os dias em todos os órgãos de todos os governos, facilitados pelas medidas tomadas pelas autoridades governamentais para solução de outros problemas sociais. É uma situação curiosíssima que parece coisa mesmo de brasileiro, o povo mais povo do mundo, festeiro e infeliz ao mesmo tempo, com uma juventude apática a futucar telefone indiferente à realidade de ter de ralar, levantar de madrugada para amorcegar em corrimãos de transportes, contrair corona vírus, ser assaltado, para, no final, chorar num corredor de hospital graças à falta de dinheiro para ter uma velhice menos infeliz do que a que lhe aguarda.
Embora haja dinheiro aos montes, as verbas liberadas para resolver os vários problemas sociais vão servir mesmo é para alimentar a corrupção porque o roubo no Brasil é praticado abertamente à luz do dia ante um povo boquiaberto e incapaz de mover uma palha para evitar ser roubado. Nesse exato momento corre solta uma roubalheira tresloucada de canalhas travestidos de autoridades a embolsar o dinheiro de socorrer as desgraçadas vítimas da pandemia enquanto ministro do STF impede apuração de roubo e enquanto o povo se liga é na papagaiada de microfone anunciando jogos de futebola e carnaval em meio à pandemia.
Ao lado de tudo isso, parasitas sociais, por meio da agiotagem do famigerado sistema financeiro, sem dar um prego sequer, rouba descaradamente imensa fortuna da sociedade impotente e já tão calejada que não demonstra reação alguma ante o fato de ser roubada. Mas não é bem assim porque se ninguém é tão desprovido de inteligência a ponto de ficar indiferente se ladrão lhe rouba algo de pequeno valor, muito menos ficaria quem está sendo roubado do produto resultante do sacrifício de ralar o mês inteiro e por causa de ladrão lhe faltar tudo aquilo de que precisa.
A indiferença é fruto de uma lavagem cerebral resultante do trabalho da papagaiada de microfone que os ricos donos do mundo mantêm em atividade dia e noite a falar mentiras sem parar para segurar a manada na condição de manada em que foi transformado o povo, evitando, desta forma, ocorrer a possibilidade de se saber ser possível superar a falta de tudo que falta por falta de dinheiro porque dinheiro há aos montes. Apenas escorre aos borbotões pela roubalheira através da tubulação do esgoto da corrupção mostrada no Jornal Nacional. Se liga juventude!  


terça-feira, 28 de julho de 2020

ARENGA 545


Os que não sabem voar, da expressão de Friedrich Wilhelm Nietzsche (Quanto mais alto nos elevamos, menores parecemos aos olhos de quem não sabe voar), são os mesmos que também não sabem ser os idiotas causadores de tristeza da expressão de Sigmund Freud (Antes de diagnosticar a si mesmo com depressão ou baixa autoestima, primeiro tenha certeza se você não está, de fato, cercado por idiotas).
Por ser a humanidade constituída de causadores de baixa autoestima e de quem não sabe voar é que ela é tão infeliz que nem sabe ser infeliz. Desconhecendo a realidade da vida, toma riqueza e religiosidade por felicidade, no que erra fragorosamente por não se mirar no espelho de quem por saber voar não se torna causa de baixa autoestima, os Grandes Mestres do Saber.
Mas a humanidade não é infeliz por opção porquanto ninguém faria opção pela infelicidade. A humanidade não tem outro caminho senão o da infelicidade se as crianças são educadas para se tornarem adultos tão infelizes que a possibilidade de ter segurança em suas vidas depende da insegurança de conseguir um emprego e manter-se nele. É esta coisa efêmera e estressante que os seres humanos consideram felicidade e agradecem a deus por tê-la alcançado.
Embora depois de enraizada, uma cultura passa a ser considerada civilização, não há civilização se a sociedade é infeliz porque civilizar-se implica na capacidade de ter paz e tranquilidade porque é isso em que se resume a verdadeira felicidade, ao contrário do que se aprende em criança que ser feliz é ter deus e riqueza, por um sistema educacional que tem por objetivo impedir que os seres humanos aprendam a voar e não ser motivo de tristeza para quem aprendeu por esforço próprio uma vez que na escola aprende a ser MARIA-VAI-COM-AS OUTRAS.
É em criança que se aprende a fazer funcionar a “máquina infernal” de que trata importante matéria do blog Outras Palavras, escola de alfabetização política, intitulada CELSO FURTADO: ECONOMIA PARA A LIBERDADE. Daí não se poder avançar rumo a uma civilização de verdade sem aprender a voar na escola de voos espirituais como a do mestre Platão que mostrou à humanidade de onde vem sua mediocridade: A DIREÇÃO EM QUE A EDUCAÇÃO INICIA UM HOMEM DETERMINARÁ SEU FUTURO NA VIDA.










segunda-feira, 27 de julho de 2020

ARENGA 544


Por volta de meados do século passado, na minha então Itapetinga de agradáveis lembranças, no Cine Glória, que ficava no Ponto Certo, quando não se falava ainda em televisão, e nos cartazes apoiados nos postes de luz lia-se Tecnicolor, quando o filme era colorido, e quando apesar de menino semianalfabeto tinha eu a mesma mentalidade dos adultos de hoje, assisti a um filme que mostrava uma senhora ao pé de um rádio e uma pilha de remédios que ia tomando um a um à medida que no rádio o papagaio de microfone recomendava. Para nós era motivo de risadas, do mesmo modo como seria hoje para os adultos atuais diante da mesma cena. Mas aquilo, para quem superou a fase mentalmente inferior de frequentador de igreja, axé e futebola, objetivava mostrar a condição de manada que caracteriza a humanidade. Como tal, além de hilaridade, devia provocar em todos a mesma reflexão que provoca em quem se ligou nos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber e se tornou capaz de entender o que quis dizer Nietzsche quando disse que quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos de quem não sabe voar.
Não sabe voar quem não entende coisas como os recados dos pensadores. O mesmo historiador citado também nos deu importante recado quando ao falar da Revolução Francesa usou a expressão “uso da espada canônica” para se referir ao uso que a política faz da religião na arte satânica de parasitar o povo inocente capaz de comprar feijão milagroso.
Até hoje a humanidade se mostra incapaz de reconhecer a farsa monumental da religiosidade que a envolve e que representa apego ao retrógrado e ojeriza ao novo, razão pela qual a menor religiosidade dos gregos antigos ter sido a razão pela qual aquele povo superou os demais da época na atividade mental. Esta observação não pode ser contestada ante a realidade de ser mais forte a religiosidade onde também é mais forte a ignorância, fato que apesar de importantíssimo é ignorado pela massa bruta de povo cujo peso determina o rumo a ser seguido por todos.    



domingo, 26 de julho de 2020

ARENGA 643


A observação do historiador de ser a humanidade constituída de seres estúpidos é confirmada pela falta de interesse do povo em refletir a respeito porque quem cala, consente. Mas, é preciso frisar que tal indiferença só existe na classe de povo, que constitui a maioria absoluta dos seres humanos, e que é integrada por igrejistas, axesistas, futebolistas, “famosos”, “celebridades”, reis de pau oco, entre eles os Reis Midas. Da parte da classe de gente, constituída de gatos pingados, entre os quais se inclui o historiador, a observação nunca deixou de merecer esforço para ser superada, tendo, inclusive, já sido levantada a hipótese de ser a estupidez humana fundamentada na discrepância entre o que é tido como correto e seguido como se correto fosse, e o que é realmente correto, mas não é seguido.
Como o mundo segue a maioria, e a maioria é de povo, e povo não pensa, fica restrito à numericamente insignificante classe de gente o sentimento cívico de se incomodar por integrar uma humanidade de seres estúpidos a ponto de não perceberem a discrepância que há entre a informação de ser subversivo quem se insurge contra a ordem estabelecida e a realidade de representar esta ordem a subversão de ter invertido a função do Estado que é de cuidar do interesse pública para cuidar de interesse privado, o que faz de modo escancarado ao entregar cargos de altíssima importância para a administração pública a ricos e avarentos empresários cujo objetivo é o enriquecimento a qualquer custo. Não pode haver maior estupidez do que se esperar que empresários negligenciem interesses próprios para cuidar de interesse da massa bruta de povo, cuja sina é ter o rabo esfolado por ter seu destino decidido por empresários porque quando não é escorchado por empresários da política é atarraxado pelos empresários que arrancam da sociedade imensas fortunas em troca da prestação dos serviços e bens de que não se pode prescindir e não há outra fonte onde buscar. Não demora e haverá também um preço a pagar para respirar, como já há para comer e beber.
Se o tampo converte estúpidos em racionais, o faz com muito vagar. A subversão da ignorância para o esclarecimento que o filósofo observou chegar mais por ação do tempo do que da razão precisa acontecer por meio de uma revolução em vez de uma lenta evolução, o que só ocorrerá quando o número de gente (pessoas interessadas em viver melhor) superar o de povo (pessoas interessadas na vida de Cristo, anjos e arcanjos).

    




sábado, 25 de julho de 2020

ARENGA 642


Quando os papagaios de microfone não podem deixar de admitir a necessidade de se combater a corrupção, obrigados pela realidade de ter limite a burrice da massa bruta de povo, depois da admissão não deixam de acrescentar um “mas” que se faz seguir de um desfile de  argumentos absolutamente capciosos sobre haver necessidade de restrição à perseguição de corruptos. Tais argumentos, na verdade, significam não se poder dispensar o não-me-toques e finura quando se trata de ricos.
Embora os igrejistas, futebolistas e axesistas nem de longe percebam, este “mas” da papagaiada de microfone tem grande significação. Esconde a causa da pobreza no mundo e de todos os males que têm origem na pobreza e que são, na verdade, a maioria absoluta deles.  Consumindo os recursos públicos de maneira avassaladoramente impeditiva de poder haver bem-estar social a corrupção é a mãe, pai e avô de tudo que é ruim na sociedade. Se no dicionário o termo corrupção está ligado a podridão, como entender que se negue a necessidade de extremo rigor no tratamento para quem substitui por podridão a nobreza da atividade política responsável por nos assegurar paz e tranquilidade?
Seguinte: quando Platão disse que a direção em que a educação inicia um homem determinará seu futuro na vida, muito antes que a obtusidade dos seres humanos lhes permitisse perceber, Platão avisou à humanidade que o adulto é o resultado do que aprendeu quando criança. Assim, se no sistema capitalista as crianças aprendem a necessidade de deus, riqueza e competição, o resultado são adultos com uma espada em uma das mãos e uma bíblia na outra se engalfinhando numa disputa tão insana por riqueza que se aproveitaram da condição de manada da humanidade e instituíram a profissão de papagaios de microfone e de advogados famosos a ser exercida por pessoas inteligentes e bem-falantes que lhes apoiam ferrenhamente no objetivo de ajuntar riqueza ainda que por meio de crimes.
Cabe, pois, à humanidade, aprender a pensar para poder perceber o tamanho da malandragem em que está envolvida de forma tão espetacular que os seres humanos preferem se ligar em “famosos”, “celebridades” e reis de pau oco do que no futuro dos filhos.





sexta-feira, 24 de julho de 2020

ARENGA 641


A afirmação de um historiador da magnitude de Edward Mc Nall Burns (página 111 de História da Civilização Ocidental, primeiro volume), de que nenhum povo da antiguidade teve maior importância para o mundo moderno do que o povo da civilização hebraica, sendo o motivo desta importância o fato de terem os hebreus legado para o mundo moderno o substrato da religião, as histórias da criação e do dilúvio, o conceito de deus como legislador e juiz, junto com esta declaração o historiador esclarece que a infelicidade humana encontra explicação no fato de não terem os seres humanos alcançado ainda maturidade suficiente para habilitá-la a engendrar uma sociedade diferente do pandemônio em que vive. Aponta para esta direção o fato de terem por mais importante aquilo que é importante para pessoas tão inocentes que são capazes de comprar feijão santo, pessoas que constituem o rebotalho mental da sociedade, entre os quais se destacam os analfabetos. Ao contrário, para pessoas de elevado nível intelectual, entre os quais se destacam filósofos como Nietzsche, Politzer, Marx, Ingersol, Sam Harris, entre outros, a religiosidade constitui um mal por explorar a ignorância dos ignorantes da realidade da vida.
O fato de ser importante para a humanidade o que é importante para mentalidades inferiores, mas de nenhuma importância para mentalidades superiores, leva inevitavelmente à conclusão de haver algo de muito errado com a humanidade que considera importante o deus que estabeleceu a Pena de Talião (Êxodo 21:24,25). Ou como juiz se condenou um boi a morrer debaixo de pedradas por ter sido levado pelo instinto a chifrar alguém (Êxodo 21:28). Que condenou alguém à morte por apanhar lenho num sábado (Números 15:35). Que fez a mulher de Ló virar estátua de sal pela bestagem de olhar prá trás (Gênesis 19:26).
Vai daí que se são para a humanidade consideradas importantes estas coisas é porque ela vive ainda na infantilidade de ouvir histórias quaisquer na hora de dormir, o que explica o fato de viver num mundo tão infeliz que é qualificado de mundo cão.



 

quinta-feira, 23 de julho de 2020

ARENGA 640


Porque pensar é de graça e não dói, este é o cantinho de pensar. Então, pensemos:

Que utilidade terão para homens diferente de Belo as gostosonas de imensas bundas e peitos no espaço de tempo que vai entre o momento em que se desapeou de cima e o momento de montar em cima outra vez?
Por que os governantes comunistas são taxados de assassinos, se pela pobreza e fome os democráticos assassinam muito mais?
De onde vem a certeza de ser ruim uma sociedade socialista se o capitalismo não deixa existir nenhuma?
Pode ter algo mais cômodo para o político ladrão do que esperar por milagre quem não tem tratamento, zoar com tambores, apitos, requebros, tranca-ruas, em vez de lhe dizer educadamente ou dá ou desce?
Quando os papagaios de microfone noticiam que falta remédio, médico, vaga no hospital, não precisam acrescentar que falta vergonha?
 Terão a mesma personalidade dos pais, mães, filhos e filhas, irmãos e irmãs de quem rouba o dinheiro de socorrer vítimas da pandemia?
Precisa ser cara de pau para não ficar vermelho ao se registrar nos hotéis do exterior como brasileiro?
Seria apenas riqueza a diferença entre quem compra feijão santo e quem comprava as fórmulas mágicas do Livro dos Mortos egípcio, ou as Indulgência do Papa Leão X, que enfureceram Lutero, como passaporte para o céu?
Se há mais de dois mil anos no Egito, no Discurso do Camponês Eloquente, cabia às autoridades julgar com imparcialidade e punir a quem merecesse, por que hoje não cabe mais?
Saberão os frequentadores de igreja que as histórias da bíblia vieram de quem viveu muito antes dela? Conhecerão a interpretação do dilúvio pelos sumerianos, na página 82 do primeiro volume de História da Civilização Ocidental, do historiador Edward McNall Burns, na qual as moscas que esvoaçavam as carnes do sacrifício eram os próprios deuses que provocaram a enchente em razão da qual se estavam famintos?
Em Êxodo 4:11 deus diz ter feito o mudo, o surdo e o cego. Por que terá se gabado disso?
Será a bobagem de pensar estas bobagens menos agradável do que a bobagem de futucar telefone e se ligar em “famosos”, “celebridades” e reis de pau oco?


 

quarta-feira, 22 de julho de 2020

ARENGA 639


Não existem mistérios no mundo, desde que se pense nas causas das coisas aparentemente sem explicação como a diferença de mentalidade entre as pessoas vulgares das vulgaridades do Yahoo e do mundo e pessoas como, a título de exemplo, Nietzsche, Marx, Rosa Luxemburgo, Anita Garibaldi, Olga Benário, Heloisa Helena, Irmã Dorothy, Marielle Franco, e tantos outros e outras para quem se deve buscar um mundo melhor. Este aparente mistério encontra explicação no tipo de ambiente  em que tais pessoas viveram a primeira e segunda infâncias. Quem foi criança num ambiente de pessoas convictas da importância de riqueza, e que se pode enriquecer praticando esportes com eficiência ou tendo grandes bundas e peitos, vai para o Yahoo. Quem viveu aqueles períodos num ambiente de pessoas convencidas de que o importante é viver num mundo de paz e tranquilidade, vai para o segundo grupo.
Outra coisa com aparência de mistério é o fato de não haver uma só pessoa no mundo que não almeje ter paz e tranquilidade, e ninguém ter. Também aí não há mistério algum. Quem buscou a explicação, encontrou. Mas como é preciso pensar para encontrá-la, fica desmisterizado o aparente mistério ao se concluir que não pensam os frequentadores de igreja, axé e futebola cujo peso determina o lado para onde pende a concha da balança na qual se encontra o destino do mundo.
É por não pensar que se come, bebe e respira veneno indiferentemente às consequências; é por não pensar que se carrega no lombo o peso de parasitas travestidos de líderes políticos e religiosos; é por não pensar que se acredita que “famosos”, “celebridades” e reis de pau oco sejam importantes; é por não pensar que se prepara um futuro maldito para as crianças; é por não pensar que se futuca telefone sem saber o porquê; é também por não pensar que não se percebe que o arrependimento só chega quando não tem mais nenhuma serventia, e é por não pensar que não se percebe o tamanho do mel que há em não pensar. 


terça-feira, 21 de julho de 2020

ARENGA 638


Nunca será demais dedicar a capacidade mental, por menor que seja, a um esforço voltado para superar duas forças gêmeas verdadeiramente malignas que impedem a humanidade de avançar para a civilização: a religiosidade e o analfabetismo político. Se ambas dependem da ignorância, é natural que procurem perpetuá-la. Enquanto a religiosidade precisa de quem compre feijão santo, e proseie com estátuas, a política precisa de quem se ligue em “famosos”, “celebridades”, igrejas, axé, futebola e as notícias do Yahoo ilustradas com fotos do “famoso” Belo com a imensa bunda da mulher seminua encostada na rola e as mãos nos peitões de silicone no lugar do sutiã. Mentalidades tão baixas não se ligam em não se verificarem as promessas de felicidade da religião e nem na tolice que é deixar a cargo de políticos rapaces a responsabilidade de tomar conta do dinheiro para gastos públicos.

Estudar significa apenas aprender para responder as perguntas dos professores nos exames que habilitam adquirir uma profissão para ganhar dinheiro. Nada mais que isso. Nunca se viu um examinando levantar ante o examinador a insensatez de ter a Rússia na Segunda Guerra Mundial arregimentado quinze milhões de homens para lutar. E depois, quando responsáveis pelas próprias despesas, portanto, cientes da importância do dinheiro, nem mesmo aos russos ocorre pensar quanto teria custado a seus pais comprar para quinze milhões de homens comida, bebida, vestes, calçados, remédios, barbeadores, local onde cagar, mijar, tomar banho, sabonete, toalha, escova e pasta de dente, fuzil, pistola, balas e xoxota onde descarregar a tensão da tesão para que pudessem brigar em paz. Tal alheamento tanto confirma que Hemingway estava certo quanto explicou o motivo pelo qual é desnecessário perguntar por quem os sinos dobram quanto certo também o poeta ao comparar a humanidade a manada porquanto nunca se viu um boi ligado no custo do pasto.

As mentes menos atrofiadas do mundo da papagaiada de microfone têm consciência de levantar expectativa quanto a decisões de autoridades apenas por cumprimento do dever de falar. Só toupeiras mentais ainda não perceberam que milionários não optariam por emprego. O que os leva a ocupar cargo de autoridade nada tem a ver com bem-estar social. Vão prá lá levados pela necessidade imperiosa de pose exigida pelo complexo de desembargador.  
  


segunda-feira, 20 de julho de 2020

ARENGA 637


Tirando fora a restrição imposta pela pandemia, mesmo sem ela, haveria no mundo motivo para tanta alegria, tamanha exorbitância em gastos com festividades, espetáculos esportivos endeusados pela papagaiada de microfone, farras monumentais e esplendorosas mansões de “famosos” e “celebridades” inúteis? Pencas de belíssimas mulheres de pernas abertas para reis de pau oco, coroados pelo pão e circo? De quem se deve esperar opinião sincera, de líderes religiosos e políticos ávidos por riqueza ou de filósofos desprendidos e sinceros? Bingo para a terceira opção. O Grande Mestre do Saber Nietzsche nos legou sábia orientação ao observar que o homem chega à maturidade quando encara a vida com a mesma seriedade com que uma criança encara sua brincadeira. Portanto, considerando a seriedade com que as crianças encaram suas brincadeiras, é de se pensar e repensar o porquê da falta de seriedade com que os adultos encaram a atividade de viver, dedicando seu curto período de existência à atividade de juntar uma riqueza cujo excedente do necessário ou vai virar motivo de briga entre herdeiros ou chamariz para ladrões, haja vista a disputa ferrenha que a imensa fortuna dos erários provoca entre os ocupantes do cargo de administrá-las e pretendentes ávidos por substituí-los no direito de gastá-la em enriquecimento pessoal, montar poderosas forças militares com as quais promover fratricídio entre jovens em busca de mais riqueza nos despojos das guerras.
A realidade de ser este o modo como a vida é encarada, apesar de passar longe da seriedade recomendada pelo filósofo, tal situação é indicativo da necessidade de buscar uma nova era isenta da loucura de transformar em indiferença ou obediência aos desatinos a rebeldia e sagacidade que caracterizam uma juventude mentalmente sadia.
Se a seriedade com que a vida deve ser encarada não exclui os divertimentos, exclui o exagero deles e inclui a necessidade do conhecimento de que o vigor físico esvai e dá lugar a uma velhice com exigência de cuidados cada vez maiores, até o exaurimento total e morte. Mas a única preocupação que esta realidade deve levantar é quanto a conveniência de se preservar alguma vitalidade a fim de se desfrutar de uma velhice menos atribulada, como a minha, por exemplo, que aos oitenta e quatro, passados os primeiros momentos da cirurgia para revigorar o coração, estou aqui feliz a meditar e teclar este papo com os gatos pingados que superaram a fase de povo, curtindo um uísque de boa qualidade, esperando que satanás leve de volta para os quintos dos infernos sua pandemia que é para eu sair mundo afora pilotando com muita competência meu carrão já ansioso de tanto esperar na garagem por seu competente comandante habilitado com maestria há sessenta e seis anos.      


domingo, 19 de julho de 2020

ARENGA 636


Quando o historiador mencionou como uma das causas da Revolução Francesa a corrupção desenfreada na qual estava envolvida a cúpula dos altos dignitários da igreja na França, de modo tão escancarado e avassalador que dava impressão de ter a igreja francesa apodrecido até o cerne, ressalvou não serem todos corruptos e de haver entre eles quem fosse cumpridor de suas obrigações eclesiásticas. Com esta ressalva prestou um desserviço à humanidade por ser dever de toda pessoa esclarecida, como fizeram vários filósofos, com destaque para Nietzsche, combater a religiosidade como se combate praga porque não é menor o mal que dela provém ao induzir a humanidade ao terrível erro de se omitir de lutar por soluções esperando inutilmente que  elas caiam do céu. Daí a sábia observação de que duas mãos trabalhando são infinitamente mais úteis do que milhares de mãos postas em oração. Quem já viu um milagre aí, levanta a mão!
O trabalho de religiosos prejudica principalmente os desfavorecidos pela vida por serem os mais sujeitos a ludíbrios. Entre eles inexistem descrentes. Encaixa como luva na tipificação do artigo 171 do Código Penal que tipifica o crime de estelionato (de stelio, camaleão em latim, cuja pátria mãe foi a fonte do direito do mundo ocidente, inclusive o nosso). Como o camaleão que engana sua presa tomando a cor do lugar em que se encontra, também o estelionatário induz sua vítima a erro com intuito de obter vantagem como fazem os representantes de deus vendendo-lhes uma inexistente proteção divina cuja falsidade pode ser encontrada no exemplo de Paulo de Tarso e seu “SE DEUS É POR MIM, QUEM SERÁ CONTRA MIM?”, o que não passa de engodo porque esta suposta proteção não evitou que o senhor Paulo de Tarso fosse assassinado justamente por proclamar a vantagem da fé. Apenas este exemplo bastaria para convencer da fajutice desta tal de proteção divina não fosse o fanatismo dos esfarrapados mentais que levou o escritor e ensaísta Edmílson Movér a afirmar ter a humanidade desenvolvido genes da religiosidade. Se há exagero na afirmação do escritor, basta substituir os genes da religiosidade por genes transmissores da necessidade da religião, o que dá no mesmo, porquanto os pais não podem resistir à obrigação de iniciar seus filhos na religiosidade. Não se é religioso por convicção, mas por indução, uma vez que ninguém nasce religioso.
      

sábado, 18 de julho de 2020

ARENGA 635


Sendo nosso objetivo chamar a atenção para a necessidade de meditar sobre a atividade de viver, questionamos se não é conveniente tirar algum tempo da futucação de telefone para pensar sobre a possibilidade de haver perigo para as próximas gerações visto continuarem as causas que segundo a História provocaram nos séculos XVIII e XX nas sociedades francesa e russa tamanha revolta que as levaram a se  insurgir contra seus governantes com tanta sede de vingança que não só os desbancou de sua pose de intocáveis, mas também matou muitos deles? A falta do hábito de pensar pode fazer crer não haver correlação entre os atuais e aqueles tempos. Mas, vejamos se assim mesmo:
A corrupção política, que é uma das causas das revoltas citadas, continua campeando impávida mundo afora. A única diferença é ser mais disfarçada nas sociedades supostamente civilizadas, mas civilizadas não são se as pessoas nunca deixaram de carregar no lombo o peso de uma plêiade de autoridades a desfrutar vida faustosa às custas do trabalho alheio. Em sociedades como a nossa, aí nem se fala. A corrupção corrói abertamente os recursos públicos com desenvoltura tão espetacular que ladrões do erário contam com impunidade garantida por artifícios legais engendrados por eles mesmos e postos em prática por outros ladrões que a pretexto de advocacia ajuntam fortunas partilhando com os primeiros ladrões o produto do roubo.
Injustiça social, que também teria sido motivo da revolte, em vez de ser banida, aumentou porque tanto aumentou o número de pobres quanto a participação dos ricos no bolo que Delfin Neto recomendava deixar crescer para dividir, mas sem esclarecer que a divisão consistia em noventa e nove por cento para os ricos e um por cento para os pobres, graças a um sistema econômico arquitetado para esta finalidade defendido a unhas e dentes pelos lambe-botas do babaovismo que sempre apoiou qualquer sistema de governo, por mais perverso, opressivo e antissocial que seja.
Interferência perniciosa da religiosidade na política, outro dos motivos da revolta, e que continua influenciando negativamente o mundo inteiro ao consumir recursos suficientes para pôr termo à pobreza, aqui entre nós a religiosidade participa ativamente da ação governamental com tamanha força negativa que substituiu o método do educador Paulo Freire que ensinava a pensar por outro que ensina orar. Tornou obrigatório o ensino religioso, culminando por fazer Ministro da Educação um pastor evangélico integrante do esquema da venda de feijão milagroso contra pandemia.
Daí não ser demais avisar aos jovens que já têm barba a pô-las de molho porque a barra pose pesar prá seus filhos.
     




sexta-feira, 17 de julho de 2020

ARENGA 634


Sendo nosso objetivo tentar estimular o exercício do pensamento, embora possa parecer pretensiosismo, tal não se configura. A observação da vida por oitenta e quatro anos permitiu perceber estar na carência desse hábito o motivo pelo qual a humanidade se comporta como manada. Explicado que está, vamos ao trabalho:
Na Rádio Bandeirantes AM de São Paulo, comentarista de politicagem teceu loas à ação do Japão e Coréia do Sul pelo fato de terem investindo pesado em educação e, com isto, enriquecido. O que diriam a respeito os gatos pingados que perdem tempo lendo as bobagens do Zé Pensador? Ser indiferente significa analfabetismo político, e estar de acordo significa ser “Maria vai com as outras”, o que não são nosso caso. Seguinte:
Indiscutível é a importância da educação uma vez que moldando a personalidade do educando molda também a qualidade de vida social. Como a competição necessária ao enriquecimento é incompatível com bem-estar social por implicar na extinção de um para que outro sobreviva, conclui-se pela falta de lógica da fala do comentarista de politicagem.
A dificuldade em se abandonar um hábito ainda explica o medo da fome dos tempos de caçador/coletor, quando comer dependia de achar o que comer, e esse medo alimenta a crença na necessidade de riqueza, e esta crença leva Reis Midas a parasitar a sociedade por meio da excrescência do sistema financeiro e ajuntar montanhas de riqueza que além de ser impossível ser consumida pela enormidade, traz o desassossego de quem porta consigo muito dinheiro no meio de multidão de necessitados.
É extremamente necessário haver quem alerte a juventude para a indispensabilidade de analisar as informações que lhe chegam porque tirando fora zero vírgula muitos outros zeros, todas trazem consigo mensagens falsas das quais resultam seres humanos se comportando como feras. O tipo de educação a que se refere o comentarista de politicagem nada ensina da vida além de produzir a falsa necessidade de riqueza da qual resulta a roubalheira desenfreada que corrói o erário tão sistematicamente que é encarada com indiferença, merecendo no máximo a indignação de gatos pingados. No entanto, sendo o erário responsável pelo bem-estar social, tal tipo de educação precisa ser pensada e repensada porque a depender dela o planeta será transformado num dinheiro inútil para os necessitados que permanecerão eternamente necessitados graças à cultura questionável de ser necessária a existência de quem para sobreviver precisa executar as tarefas que os almofadinhas consideram indignas. Como não se pode questionar sem pensar, vai daí ser válido chamar a atenção para esta realidade.         



quinta-feira, 16 de julho de 2020

ARENGA 633


Pensar sobre o comportamento humano de se deixar levar feito manada, inteiramente alheia ao destino, me levou um dia a ver a humanidade como imensa plateia hipnotizada por um hipnotizador disposto a fazê-la se comportar como idiota. Vai daí que em função da facilidade com que o cérebro pode ser manipulado, como prova o sucesso das propagandas ao fazer comprar coisas desnecessárias, levar à passividade com que as pessoas enriquecem “famosos” e “celebridades”, produzir a ânsia pela posse de riqueza ilimitada, entre tantas outras sandices. Desta forma,  as pessoas que sonham com uma sociedade menos irracional, mas que encontram resistência feroz da parte do próprio povo a ser beneficiado com a realização deste sonho, devem estes sonhadores se ligar na hipótese do hipnotismo para justificar a ojeriza ao ideal de justiça social materializada no pavor demonstrado pelos papagaios de microfone às palavras comunismo e socialismo. Tal repulsa por parte do povo corresponde à bestialidade da fera que ainda estando em perigo desfere golpe mortal em quem procura protegê-la. Não é uma possibilidade ser tal procedimento provocado por ação de hipnotismo?
Daí dever se ligar nesta possibilidade aqueles que buscam substituir por justiça a injustiça social que apesar de infelicitar a sociedade humana é por ela defendida com tal garra que pregadores de ideias de justiça social, a exemplo de Cristo, têm sido submetidos a prisão, tortura e morte.
Assim como não se pode negar que a humanidade caminha por caminho errado, é preciso reconhecer a inutilidade de esperar que autoridades indiquem o caminho certo porque elas são submissas aos monstros ajuntadores de riqueza de cuja boca escorre baba de dragão conhecidos por banqueiros e grandes empresários, agiotas que parasitam o sistema financeiro para quem não deve haver limite para a quantidade de dinheiro a ser açambarcada a qualquer custo.
Não sendo de se esperar que as autoridades livrem o mundo destes monstros de cuja ação decorre a fome, miséria, doenças, violência e destruição da natureza, resta à própria humanidade fazê-lo. Como, entretanto, só se procura corrigir algo que se sabe estar errado, em vez de “Best-Sellers” sobre política, economia e o diabo a quatro, é importante que intelectuais honestos consigo mesmos procurem fazer com que a juventude se ligue nestes assuntos. É nela que está a força que move o mundo, infelizmente neutralizada pelo poder de forças ocultas que já não são mais tão ocultas assim, desde que se despreze a recomendação religiosa de não se especular sobre os mistérios de deus, de imensa importância à conveniência de interesses escusos.
Daí que a convocação não deve ser para que os jovens do mundo se unam, mas que, individualmente, pensem.     


   






terça-feira, 14 de julho de 2020

ARENGA 632


A História registra casos de ser a atividade de governar exercida por pessoas cuja personalidade demonstra total incompatibilidade com a função, levando-se em conta ter ela por objetivo levar a comunidade a desfrutar de bem-estar. Sendo tarefa tão nobre, seu sucesso dependeria de estar a cargo de pessoa dotada do desprendimento próprio de um líder. Como não existe ainda ninguém no mundo capaz de superar a brutalidade que caracteriza a humanidade, não pode também haver ninguém capaz de liderança nesse sentido. Criaram-se figuras mitológicas como Moisés e Jesus Cristo para servir de exemplo de líderes, exemplo que tanto mostrou como procede um líder quanto também mostrou a impossibilidade de ser superada na conjuntura tradicional a brutalidade humana porque tanto Moisés quanto Cristo comeram o pão que satanás amassou com os pés. A brutalidade humana que faz com que ela tenha ojeriza à nobreza de espírito foi magistralmente explicada pelo Grande Mestre do Saber, Nietzsche, ao proferir a seguinte frase: “Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos de quem não sabe voar.
Sendo na sociedade humana os iguais que se atraem, ao contrário do mundo da física, é natural a atração de seres brutos por seres também brutos para liderá-los.
Embora desde sempre tenha sido a brutalidade a característica humana, a faculdade de raciocinar que nos diferencia dos irracionais pode mudar esta realidade por ser ela incompatível com a racionalidade se trouxe o mundo à beira da destruição. Infelizmente, para o futuro da juventude, a única forma de se chegar à mudança é por meio de uma educação que estimule as faculdades mentais de modo a dar origem à compreensão da necessidade de inverter o resultado da educação preconizada pelos brutamontes porque ela visa a manutenção da brutalidade. Faz-se necessário, pois, um sistema educacional do qual resultem cidadãos em vez dos carentes de espiritualidade frequentadores de igreja, axé e futebola. Se a personalidade de bruto do adulto resulta do sucesso de uma educação voltada para incutir nas crianças tal personalidade, um sistema educacional voltado para formar adultos com personalidade de não brutos terá o mesmo sucesso da outra porque a formação do adulto resulta do que aprendeu em criança. Mas como se ficar a depender dos brutos que lideram a humanidade uma educação que acabe com a brutalidade não terá nenhuma chance de prosperar, para que a juventude venha a merecer a admiração de seus descendentes faz-se necessário que os jovens substituam o torpor mental a que foram levados pela educação brutamontes e se liguem nestes assuntos porque  chegou-se à situação de não se não se pode deixar de comer, beber e respirar veneno é porque alguma providência precisa ser tomada.  
A partir daqui vou dispensar a saudação final do Inté.






segunda-feira, 13 de julho de 2020

ARENGA 631


A indiferença com que a juventude sempre encarou a realidade significa que estes jovens são também indiferentes quanto a desmerecer de seus descendentes uma lembrança espiritualmente carinhosa. E não fazem jus a tal sentimento porque esta indiferença os torna incapazes de se indignarem ante as mentiras de consequências funestas para o futuro propaladas como verdades pela papagaiada de microfone.
Destas mentiras resultarão consequências funestas para quem vier depois dos atuais jovens futucadores de telefone. A mentira de ser a competição melhor que a cooperação para a vida em sociedade, surgida quando a cultura moderna substituiu a medieval, trouxe o mundo ao atual estado de ser impossível evitar comer, beber e respirar veneno, em consequência da poluição arrasadora decorrente de outra mentira, a de uma economia baseada no consumismo desenfreado ao custo da destruição do meio ambiente.  Da mentira do agribiuzinesse resultará no exaurimento do solo, na exacerbação da incidência de câncer pela aplicação intensiva de pesticidas, no êxodo rural, no inchaço das cidades que provocará aumento das doenças conhecidas e surgimento de outras até então desconhecidas. A comunicação via zap-zap impedindo o indispensável inter-relacionamento leva à depressão e ao suicídio. A democracia, cuja necessidade de ser respeitada é incessantemente lembrada pelos papagaios de microfone resultou em se ter brutamontes mentais guindados a chefes de estado e legisladores. A atividade política responsável pelo bem-estar individual e coletivo foi assenhoreada por tamanha corrupção que virou assunto para a polícia.   
O que esperar de para um futuro resultante de um presente assim? Como pode a juventude ser indiferente a tal situação? Se todo ser humano é dotado de inteligência, o que leva os jovens a se deixarem levar como manada para um destino que promete ser tão tenebroso quanto o Inferno de Dante? Inté.


domingo, 12 de julho de 2020

ARENGA 630


A notícia de que um juiz do Rio de Janeiro proferiu sentença descabida concedendo prisão domiciliar a uma fugitiva da justiça mereceu de leitores dos jornais comentários alusivos ao fato de ter o juiz agido assim com vista à promoção para o STF. Isto significa que nosso país passou do fundo do poço da degradação moral debaixo do nariz de uma juventude imprestável se chegou ao ponto de ter a depravação tomado o lugar da reputação ilibada e notório saber jurídico, requisitos que eram exigidos para o fim a que se propõe aquele juiz. Se pessoas politicamente alfabetizadas, que se ligam em assuntos relacionados à política, não demonstram em seus comentários aversão a tamanha aberração, é de se imaginar a quantas anda o tamanho da indiferença do grosso da população.
Para bem geral e felicidade das crianças de hoje, os gatos pingados que conseguiram superar a fase bruta de povo devem aprofundar seus conhecimentos gerais porquanto só assim, aos poucos, chegar-se-á a uma conversão de povo em gente em número capaz de impor a compreensão de que baixarias como a da banalização da prostituição no Yahoo danifica enormemente nos jovens o conceito sobre relacionamento sexual saudável, de suma importância para o bem-estar das famílias.
A observação do mestre Freud de que a depressão pode ter origem no fato de estar o depressivo arrodeado de idiotas precisa despertar quem não é idiota para a necessidade de lutar contra a idiotice dos idiotas em vez de se deixar levar pela tristeza em se viver no meio de pipocadores de bomba, passeadores de cachorro, frequentadores de igreja, axé e futebola, entre outras imbecilidades. À medida que diminui o número de idiotas diminui também o motivo para tristeza. Inté.


sábado, 11 de julho de 2020

ARENGA 629


Inteligência é a habilidade de se adaptar às mudanças. (Stephen Hawking).
Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos de quem não sabe voar (Nietzsche).
O homem chega à maturidade quando encara a vida com a mesma seriedade com que uma criança encara uma brincadeira (Nietzsche).
A direção em que a educação inicia um homem determinará seu futuro na vida (Platão).
Uma das penalidades por se recusar a participar da política é que você acaba sendo governado por pessoas inferiores (Platão).
Antes de diagnosticar a si mesmo com depressão ou baixa autoestima, primeiro tenha certeza de não estar cercado de idiotas (Freud).
O lado bom da internete possibilita a quem quiser, conhecer muitos pensamentos dos Grandes Mestres do Saber que nos legaram valorosas lições, infelizmente, inalcançável pelas mentes rasteiras de frequentadores de igreja, axé e futebola. Quero convidar os gatos pingados que por não terem coisa melhor a fazer e terem conseguido superar a fase triste de povo, caso contrário não estariam por aqui, para a tarefa agradável de meditarmos juntos sobre o recado contido nas frases daquelas feras do saber.
Na primeira e na segunda delas está a explicação de ser a falta de inteligência o motivo pelo qual os ajuntadores de riqueza gastam boa parte de suas fortunas assalariando filósofos que filosofam a em troca da despensa abastecida, autores de “Best-Sellers”, papagaios de microfone, “famosos” e “celebridades” do pão e circo, trupe assalariada com a finalidade de evitar justiça social e, pela banalização das vulgaridades, evitar a evolução espiritual que mantém a humanidade na condição de manada. Daí o sentido pejorativo das expressões comunista e esquerdista e mesmo o “desaparecimento” de pessoas que propõem paradigma diferente em que se basear a atividade de viver. Marielle Franco foi a última delas entre nós. Os apegados ao mesmismo excluem os inovadores do mesmo modo como as demais gaivotas do livro Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach, excluíram a gaivota Fernão Capelo por buscar aperfeiçoar seu voo alçando-se a grandes alturas e belas e emocionantes piruetas em vez de chafurdar como as demais no montão de lixo. Verdade que as loucas aventuras inovadoras de Fernão Capelo levou-o a morrer. Mas, para ele, foi melhor inovar do que viver em grande algazarra no lixo para, no final, ter de morrer do mesmo jeito.
A fim de inteirar do sentido da terceira sentença, também do mestre Nietzsche, é necessário observar com quanta seriedade uma criança encara suas brincadeiras. É a falta desta seriedade que justifica a algazarra da massa bruta de povo, que, tal e qual as gaivotas de Richard Bach, chafurdam no lixo das baixarias da proliferação da prostituição física e mental, incapaz de inovar.
No quarto e no quinto pensamentos o mestre Platão, discípulo de Sócrates, há cerca de dois mil e quinhentos anos, já ensinava não só a importância da educação uma vez que dela resultará a personalidade do adulto, mas também mostra ser impossível evitar ser governado por pessoas inferiores porque para os tocadores do berrante que conduz a manada humana, deve ser evitada a todo custo uma educação do tipo da proposta por Paulo Freire sugerindo inclusão de matéria que estimulasse a capacidade de raciocinar da juventude. Aos falsos líderes interessa a conveniência de uma educação que ensine amor a deus, apego à riqueza e conformismo às adversidades. Este tipo de educação forma um povo incapaz de se elevar além da mediocridade de orar e ajuntar dinheiro. Este tipo de educação impossibilita o sonho platônico de serem filósofos os governantes porque quem foi criança educada para amar deus e dinheiro jamais poderá elevar-se ao desprendimento que caracteriza o verdadeiro líder.  Daí ter a política virado caso de polícia e um presidente da república que estimula seu povo a comprar feijão santo. É de se notar, entretanto, que o homem tinha de ter apego à riqueza se foi criado à semelhança de um deus que tinha o esse mesmo apego demonstrado na participação do saque de Jericó (Josué 6:19).
Por último, o mestre Freud concorda como outro pensador que afirmou ser a convivência com o povo um mal-estar semelhante a uma doença. Realmente, sendo o ser humano fortemente estimulado a necessitar de companhia, aqueles que se elevaram espiritualmente e atingiram o estado de gente não podem se sentir bem em companha de quem ainda se encontra no estado de povo face a uma educação voltada para impedir a elevação espiritual, categoria na qual se insere a quase totalidade dos seres humanos. Daí a recomendação do mestre Freud.
Por último, aos gatos pingados que nos honram com sua atenção, com base na experiência de quase um século de observação da vida, queremos também fazer a recomendação de tirar algum tempo do corre-corre para iniciar os filhos em uma educação da qual resulte gente em vez de povo ou manada. Inté.    





quinta-feira, 9 de julho de 2020

ARENGA 628


            Pior do que os livros que não contribuem para a evolução mental, escritos por intelectuais que tendo como ganha-pão a atividade de escritor, precisam escrever muito sob pena de ficar sem pão. Como quem fala muito dá bom-dia cavalo, rola pelaí grande quantidade de livros que são apenas um amontoado de frases inúteis.

Entretanto pior do que os livros que livros inúteis são livros prejudiciais domo NÃO, SR. COMUNA escrito pelo professor de educação física, Evandro Sinotti, portanto, um Mick Tyson das letras, cujo trabalho demonstra além de atraso mental ao fazer apologia do perverso sistema capitalista, também demonstra desinteligência por partir esta apologia de um assalariado, portanto, também prejudicado pela escravidão do emprego por meio da qual os capitalistas enchem as burras de riqueza às custas de quem sua a camisa, principalmente sendo professor de educação física.

O livreco é como O Marimbondo De Fogo, de Sarney, que segundo Millôr Fernandes é desses livros que quando a gente larga não quer mais pegar. É um puxa-saquismo tão nojento que os Reis Midas do mundo estarão todos de saco tão roxo quanto o de um ex-presidente da república. Sendo o babaovismo capaz de provocar náuseas, não prosseguimos na leitura por ser tão imbecil quanto a do livro        QUE SE DANEM OS NORMAIS.

Entretanto, tendo este cantinho de pensar por objetivo brigar contra as mentiras, não vamos deixar passar em branco pelo menos a deslavada mentira com a qual o Holyfield das letras inicia o babaovismo: “... o capitalismo na Inglaterra transformou o povo inglês, que era pobre em épocas anteriores, em um dos povos com melhor qualidade de vida do mundo”.

Tal afirmação revela que este Muhammad Alli das letras está tão longe da verdade quanto a senhora Elba Ramalho ao se declarar cristã porque seu padrão de vida em nada combina com a simplicidade pregada por Cristo.

A riqueza inglesa a que se refere o Rocky Balboa das letras proveio da Revolução Industrial sobre a qual o historiados Edward McNall Burns na página 692 do segundo volume de História da Civilização Ocidental prova ser mentira o que diz o George Foreman das letras:

Em 1848, John Stuart Mill afirmava que todas as invenções mecânicas não tinham aliviado a labuta de um único ser humano.

As máquinas fizeram com que homens robustos perdessem seus empregos pelo trabalho mais barato de mulheres e crianças.

Muitas fábricas eram piores do que prisões. Tinham janelas pequenas conservadas fechadas para manter a umidade necessária à manufatura do algodão. A atmosfera viciada, o calor sufocante, a falta de higiene e horários intoleráveis reduziam inúmeros operários a pobres criaturas macilentas e minadas pela tísica, arrastando muitos ao alcoolismo e ao crime.

As cidades industriais se desenvolveram de modo tão desordenado que as condições de habitação dos pobres eram abomináveis.

Em Manchester, um oitavo das famílias operárias vivia em porões e outras se amontoavam em miseráveis habitações coletivas com até doze pessoas morando em um só quarto.

Eram tão pavorosas as condições que os empregados das fábricas inglesas tinham no começo do século XIX um nível de vida inferior ao dos escravos das plantações americanas.

Esse é o retrato perfeito do capitalismo endeusado pelo Eder Jofre das letras.

      

     

 


quarta-feira, 8 de julho de 2020

ARENGA 627


Se ninguém escapará das inevitáveis consequências nefastas a que nos levará a insanidade da destruição do meio ambiente, por que a indiferença demonstrada pelos festejamentos? Qual a explicação para se resumir a dinheiro a preocupação dos jovens quanto ao seu futuro? O que mantém seres humanos em tamanha imaturidade que proseiam com estátuas em busca de conforto para os medos e compram feijão milagroso? Como explicar a concordância com a obrigação de comer, beber e respirar veneno? Por que será que as notícias sobre a pandemia se misturam com as de futebola? Qual a justificativa para ser indiferente ao desbaratamento do produto do seu esforço?
A primeira pergunta contém a explicação das demais. Basta ser capaz de pensar, e pensar para se chegar à seguinte conclusão: Optando as autoridades responsáveis em promover o bem-estar social (inclui a superação da ignorância), por desviar para seus bolsos o dinheiro dos impostos, em vez de cumprirem seu dever, engendraram um conluio com os ricos donos do mundo por meio do qual compraram a anuência deles não só facilitando-lhes as ações criminosas necessárias ao ajuntamento riqueza não só facilitando-lhes a sonegação de impostos, mas também usando o Poder de Estado para protegê-los por meios de artifícios graças aos quais a ilegalidade de se beneficiar com o produto de roubo se torna tão legal que é fonte de enriquecimento de advogados aos quais os papagaios de microfone se referem como GRANDES E FAMOSO ADVOGADOS. Assim como há fama e celebridade nos “famosos” e “celebridades” da papagaiada de microfone, a grandeza e a fama destes advogados é nada mais que a capacidade de transformar em foras da lei os nascidos com o defeito de serem honestos e que cometam a bestagem de acusar o criminoso rico de ser criminoso.
Como não se pode ligar em assuntos assim estando envolvido com cerveja, axé, futebola e igrejas, as autoridades carregam a mão nos festejamentos, onde rola muita cerveja e os homens vazios de Vinicius de Moraes, que é para impedir a capacidade de raciocinar além das futilidades do Yahoo e as bundonas deliciosas que abundam por lá, apesar do silicone. Inté.     



terça-feira, 7 de julho de 2020

ARENGA 626


À medida que cresce o número de livros na minha estante, mais evidencia o inexplicável desinteresse dos intelectuais em ajudar a humanidade a perceber a necessidade de achar um caminho que a leve para uma cultura que lhe possibilite viver com menos sofrimento. Que papagaios de microfone tenham por missão evitar que o povo se esclareça, isto se compreende porque além de incultos, eles o fazem em troca da despensa abastecida. Por volta de 4:30 desta manhã, ouvi no rádio um papagaio de microfone dizer que da Revolução Francesa resultou em uma nação livre, o que não é verdade uma vez que contestações têm pipocado por lá a exemplo de l968. Mas e os intelectuais, o que será que justifica sua omissão em ajudar a remir da indigência intelectual o pobre povo em seu comportamento de manada? Em linguagem tão distante do pobre povo, os intelectuais parecem escrever só para intelectuais. O primeiro volume de OS DONOS DO PODER, do intelectualíssimo Raimundo Faoro começa assim: “Nicht nur der Vernunft von Jahrtausenden – auch hr Wahnsinn bricht an uns aus. Gefärlich ist es, Erbe zu sein.”, passando em seguida a discorrer até com enaltecimento  o fato de ter sido o reino de Portugal fruto de vitórias obtidas em guerras, como se houve mérito em “ter nascido com uma espada na mão”. Heroísmo haveria na capacidade de superar os questionamentos sem sacrificar as famílias desfalcando-as dos filhos mortos nas guerras.
No livro ERA DOS EXTREMOS, outro intelectualíssimo, Eric Hobsbawn, refere-se às décadas de 1950 e 1960 como anos dourados face à estabilização do capitalismo, a expansão econômica e profundas transformações sociais, afirmando que a chegada dos anos 1990 teria trazido o começo de uma nova era. Mas a verdade é que o único evento que poderia ter sido realmente auspicioso para o país ocorrido na década de 1950, a fundação da Petrobrás, como também o capitalismo e a expansão econômica vieram a se mostrar uma forma de tirar o pouco que de quem tem pouco para aumentar o muito de quem já tem muito. Pasadena, malas, cuecas, pastas, bolsos e meias abarrotados de dinheiro são exemplos desta realidade.
Daí não se necessitar de intelectualismo estéril sobre sexo dos anjos, mas da praticidade de um trabalho visando substituir a indiferença coletiva pelo interesse em saber, por exemplo, a quantidade de dinheiro das emendas parlamentares que tem aplicação correta porque o que fica pelo caminho deve ser algo espantoso porquanto em 2010 o jornalista Carlos Amorim, na página 32 de ASSALTO AO PODER, diz que naquela época a corrupção correspondia a 200 bilhões de reais (20% do PIB). A quanto não andará isto atualmente? Faz-se necessário, portanto, não poupar esforço na tentativa de fazer ver à massa bruta de povo que enquanto ela faz oração, baila no axé e no futebola, não atenta para o fato de se esvair numa sangria incontida o dinheiro que se bem aplicado proporcionaria bem-estar social e individual. Inté.


segunda-feira, 6 de julho de 2020

ARENGA 625


É inegável que a arte imita a vida. E há nesta realidade uma vantagem extraordinária que infelizmente passa desapercebida porque as obras de arte são frequentadas apenas por diversão, sem que delas se tire nenhum dos muitos ensinamentos que contêm. Os filmes que mostram o mundo torpe do tráfico de drogas como Pablo Escobar, O Senhor dos Céus e A Rainha do Tráfico convidam a meditar sobre a monumental falsidade em que vive a humanidade ao se deixar levar como gado, sem disposição embora tenha a capacidade, de refletir sobre o que se passa em derredor de si. Certamente os autores destas obras não tiveram este objetivo, mas o fato é que o trabalho destas pessoas mostra a triste, mas inegável realidade de haver mais hombridade em criminosos do que nas “excelências” supostamente responsáveis pela segurança da sociedade porque não há como deixar de admitir haver mais dignidade em bandidos corajosos que enchem malas de dinheiro roubado por meio da bravura e truculência que não dispensam o matar e morrer nas chuvas de balas do que tê-las cheias por bandidos covardes que usam da facilidade de que dispõem graças à posição de autoridade conferida por quem espera proteção contra os bandidos corajosos. Além do mais, graças à falsa aura de autoridade, os bandidos covardes contam com maior facilidade para serem defendidos pelos profissionais da socialmente prejudicial, mas inaceitavelmente legal profissão de dividir com o ladrão de milhões o produto do roubo.
Daí concluir-se, que por mais absurdo que possa parecer, sem as autoridades o povo estaria menos expostos às ações dos bandidos corajosos porquanto visando estes somente as grandes fortunas subtraem um dinheiro totalmente inútil que em nada contribui para o bem-estar social.
A infelicidade humana decorre de sua indisposição para meditar sobre a vida graças ao condicionamento do cérebro às coisas desimportantes para se tornar incapaz de se ligar nas importantes. O condicionamento cerebral pode ser observado na emoção que leva alguém a ser vítima de um piripaco cardíaco em função de não ter o goleiro evitado que a bola tocasse a rede, ou na convicção de ter um intelectualmente esfarrapado motivo para ser considerado célebre e famoso (incluído nesta ilusão o próprio esfarrapado). Inté.  


sábado, 4 de julho de 2020

ARENGA 624


A observação do filósofo de que o hábito de ter como certa uma coisa errada faz com que ela pareça certa explica a razão do sofrimento humano. É que os seres têm absoluta certeza de estar certo o procedimento errado de almejar e agir no sentido de se tornar rico por acreditar encontrar na riqueza a paz e a tranquilidade sonhadas por todos. Esta falsa crença leva escritores a escreverem livros cujo tema é como enriquecer, e papagaios de microfone papagaiam nos meios de comunicação dicas de como lucrar com a agiotagem parasitária do sistema financeiro. Daí haver necessidade de assumirem postura diferente da tradicional todos aqueles que superaram a lamentável fase da ingenuidade de povo, e que por isto mesmo se tornaram capazes de pensar além de futebola, axé e oração, se é que desejam para seus filhos um futuro menos infeliz do que o presente que lhes legaram seus antepassados, assumirem com devoção o dever de não perder oportunidade de despertar os jovens para o erro monumental de acreditar serem deus e riqueza as coisas mais importantes da vida. Quem quer que tenha se tornado capaz de escrever deve fazê-lo condenando o erro absoluto de ter como certa a orientação dada à vida pela cultura enviesada de deixar a cargo de ladrões a responsabilidade de administrar a imensa fortuna que a classe trabalhadora do mundo produz,  suficiente para não haver pobreza no mundo, não fosse haver permissão para que governantes imbecis se pavoneiem com glamuroso esplendor custeado por quem tem necessidade de coisas básicas. Para o bem da humanidade é necessário perceber-se estar errado tal comportamento. Thomas Paine, há mais de dois séculos, quando então o governante era chamado rei e ostentava uma coroa como símbolo do poder, já denunciava a nocividade de governantes ao declarar que um homem honrado era mais útil à sociedade do que todos os rufiões coroados do mundo. (Página 115 do livro Senso Comum, da coleção Obra Prima de Cada Autor).
Daí ser mais importante procurar despertar a juventude para a realidade de nada se poder esperar de governantes do que tergiversar sobre questões como esclarecer se Jesus é deus e se sua mãe o pariu virgem porque existe uma quantidade infinita de papagaios de microfone entre eles filósofos assalariados com a missão de fazer com que coisas erradas sejam tidas como certas tais como a apologia do agrobiuzinesse fabricador de cânceres, da prostituição que faz muito mal às jovenzinhas inexperientes, da agiotagem do imoral sistema financeiro, do compra-compra, de haver motivo para fama e celebridades nos “famoso” e nas “celebridades”. São provas de que não estamos mentindo. Inté.  

         

sexta-feira, 3 de julho de 2020

ARENGA 623


Se houver algum jovem entre aqueles que leem as bobagens aqui publicadas por obra e graça da internete, porque há gatos pingados bobos o bastante para isso, algum dia este jovem chegará à conclusão de apesar de ser mal amanhada a forma de dizer,  o conteúdo do que é dito aqui contém alguma luz ainda que de candeia a iluminar um caminho para um mundo com menor dose de infelicidade. Talvez à simplicidade e à forma tosca se deva a insignificância do que dizemos, porquanto enraizado é o hábito de haver necessidade da linguagem rebuscada dos intelectuais para fazer-se digno de crédito.
O que que fazemos é tentar mostrar aos seres humanos ser absolutamente impossível virem com menos motivos para lágrimas enquanto tiverem o destino traçado por enganadores fantasiados de líderes, porquanto o tipo de educação que forma a personalidade humana impossibilita a formação de outro tipo de personalidade senão o de cínico enganador por força do convencimento de estar na capacidade de angariar riqueza a confirmação de ter obtido sucesso na vida.
 Estaríamos sendo completos imbecis se nos arvorássemos a apresentar solução para os problemas do mundo. Mas não há imbecilidade em tentar despertar para existência de algo muito errado por trás da passividade e indiferença com que os seres humanos se deixam enganar, permitindo que enganadores profissionais travestidos de líderes decidam seu destino.
Não faz muito tempo foi levada a público a título de propaganda a imagem de um pretendente ao posto de líder maior da nação ao lado de um iletrado jogador de futebola. Atualmente temos publicada a imagem do ocupante deste posto de líder maior da nação ao lado de um estelionatário chefe religioso que vende feijão com poder de cura, o que significa identidade de personalidade entre o presidente e o estelionatário.
 A indiferença com que tais ocorrências são encaradas pelo povo indica na direção de inexplicável desinteresse em relação à qualidade de vida porque do contrário ninguém deixaria de perceber que um iletrado jogador de bola não tem qualificação intelectual para sugerir qualidade de liderança política em alguém e nem ser possível haver feijão com poder de interferir na saúde além da alimentícia.
Desta forma, havendo aceitação por parte dos aproveitados de uma liderança exercida por aproveitadores, perpetuar-se-á indefinidamente a sociedade humana dividida entre aproveitados e aproveitadores, o não é bom nem para uns e nem para outros, como se vê da infelicidade que grassa mundo afora cada vez com maior vigor.
Sabendo existir o problema, se não se pode saber a solução, pode-se ter absoluta certeza de não se chegar a ela sem interesse em encontrá-la. Inté.     

quinta-feira, 2 de julho de 2020

ARENGA 622


À notícia de que a Basílica de Aparecida vai ser aberta para receber fiéis, na Folha de São Paulo, fiz o seguinte comentário que não foi publicado: “Abrem-se porteiras para entrar a manada”. Absolutamente nenhum igrejistas, axesista ou futebolista é capaz de entender o motivo da censura, assim como não acreditará que se fosse capaz de entender não haveria tanta miséria e sofrimento no mundo. Como não temo ser ridicularizado pelos “sabichões” que discorrem brilhantemente sobre a questão de saber se Jesus é deus, que Platão e Aristóteles divergiam quanto à eternidade da ideia de uma coisa e sua perecibilidade material, e nem as razões dos almofadinhas das letras para não se poder escrever chícara em vez de xícara, mas que nada veem de errado em se escrever “fake news” em vez de notícias falsas, vou ensinar a esta triste juventude a importância negativa que representam para sua vida coisas aparentemente simples, mas que, na verdade dão causa à violência, pobreza, falta de investimento em educação, gastos extraordinários com igrejas e terreiros para axé e futebola. Vamos lá?
Todos sabemos ser o bem-estar a maior aspiração de todo ser vivo, e que não se pode ter bem-estar sem ter dinheiro. Constatada esta realidade indiscutível, por que, então, apenas algumas pessoas da sociedade humana podem ter dinheiro com o qual ter acesso a bem-estar? Aristóteles tinha percebido o erro de tal situação porque ingenuamente propôs distribuição de dinheiro para que pobres pudessem superar a pobreza por meio de alguma atividade. Trata-se de ingenuidade porque a existência de impossibilitados de satisfazer suas necessidades também impossibilita que o agrupamento humano, ou sociedade, tenha sucesso porquanto sua finalidade é justamente criar condições que permitam a todos a possibilidade de poder satisfazer as necessidades, não deixando de fora nenhum deles. Portanto, a existência de esmoleres, de quem necessite de ajuda alheia, é indício de sociedade que não alcançou seu verdadeiro objetivo, uma sociedade desorganizada.
São capciosos os argumentos dos ajuntadores de riqueza de ser a pobreza fruto da inépcia porque como justificativa não enche barriga, com justificação ou sem justificação a inquietação de quem tem a barriga vazia provocará, de qualquer jeito, a inquietação de quem a tem aos roncos, inviabilizando a harmonia social com a violência indispensável à ação de solapar o que lhe falta de quem tem em excesso.
Daí é que se nunca deixou de haver pobreza no mundo é porque o mundo sempre foi desorganizado. E assim continuará enquanto não se compreender estar nesta desorganização a causa dos males que infelicitam a humanidade iludida por um engendramento terrivelmente maldoso montado para esconder a realidade atrás de mentiras monumentais. Como disse quem pensa, a mentira muito repetida passa a ser verdade. A intocabilidade da farsa religiosa protege o fanatismo religioso, braço direito do pão e circo com o qual os ajuntadores de riqueza engabelam a manada de modo tão espetacular que lhe vende feijão santo. Inté.