segunda-feira, 6 de julho de 2020

ARENGA 625


É inegável que a arte imita a vida. E há nesta realidade uma vantagem extraordinária que infelizmente passa desapercebida porque as obras de arte são frequentadas apenas por diversão, sem que delas se tire nenhum dos muitos ensinamentos que contêm. Os filmes que mostram o mundo torpe do tráfico de drogas como Pablo Escobar, O Senhor dos Céus e A Rainha do Tráfico convidam a meditar sobre a monumental falsidade em que vive a humanidade ao se deixar levar como gado, sem disposição embora tenha a capacidade, de refletir sobre o que se passa em derredor de si. Certamente os autores destas obras não tiveram este objetivo, mas o fato é que o trabalho destas pessoas mostra a triste, mas inegável realidade de haver mais hombridade em criminosos do que nas “excelências” supostamente responsáveis pela segurança da sociedade porque não há como deixar de admitir haver mais dignidade em bandidos corajosos que enchem malas de dinheiro roubado por meio da bravura e truculência que não dispensam o matar e morrer nas chuvas de balas do que tê-las cheias por bandidos covardes que usam da facilidade de que dispõem graças à posição de autoridade conferida por quem espera proteção contra os bandidos corajosos. Além do mais, graças à falsa aura de autoridade, os bandidos covardes contam com maior facilidade para serem defendidos pelos profissionais da socialmente prejudicial, mas inaceitavelmente legal profissão de dividir com o ladrão de milhões o produto do roubo.
Daí concluir-se, que por mais absurdo que possa parecer, sem as autoridades o povo estaria menos expostos às ações dos bandidos corajosos porquanto visando estes somente as grandes fortunas subtraem um dinheiro totalmente inútil que em nada contribui para o bem-estar social.
A infelicidade humana decorre de sua indisposição para meditar sobre a vida graças ao condicionamento do cérebro às coisas desimportantes para se tornar incapaz de se ligar nas importantes. O condicionamento cerebral pode ser observado na emoção que leva alguém a ser vítima de um piripaco cardíaco em função de não ter o goleiro evitado que a bola tocasse a rede, ou na convicção de ter um intelectualmente esfarrapado motivo para ser considerado célebre e famoso (incluído nesta ilusão o próprio esfarrapado). Inté.  


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