sábado, 25 de julho de 2020

ARENGA 642


Quando os papagaios de microfone não podem deixar de admitir a necessidade de se combater a corrupção, obrigados pela realidade de ter limite a burrice da massa bruta de povo, depois da admissão não deixam de acrescentar um “mas” que se faz seguir de um desfile de  argumentos absolutamente capciosos sobre haver necessidade de restrição à perseguição de corruptos. Tais argumentos, na verdade, significam não se poder dispensar o não-me-toques e finura quando se trata de ricos.
Embora os igrejistas, futebolistas e axesistas nem de longe percebam, este “mas” da papagaiada de microfone tem grande significação. Esconde a causa da pobreza no mundo e de todos os males que têm origem na pobreza e que são, na verdade, a maioria absoluta deles.  Consumindo os recursos públicos de maneira avassaladoramente impeditiva de poder haver bem-estar social a corrupção é a mãe, pai e avô de tudo que é ruim na sociedade. Se no dicionário o termo corrupção está ligado a podridão, como entender que se negue a necessidade de extremo rigor no tratamento para quem substitui por podridão a nobreza da atividade política responsável por nos assegurar paz e tranquilidade?
Seguinte: quando Platão disse que a direção em que a educação inicia um homem determinará seu futuro na vida, muito antes que a obtusidade dos seres humanos lhes permitisse perceber, Platão avisou à humanidade que o adulto é o resultado do que aprendeu quando criança. Assim, se no sistema capitalista as crianças aprendem a necessidade de deus, riqueza e competição, o resultado são adultos com uma espada em uma das mãos e uma bíblia na outra se engalfinhando numa disputa tão insana por riqueza que se aproveitaram da condição de manada da humanidade e instituíram a profissão de papagaios de microfone e de advogados famosos a ser exercida por pessoas inteligentes e bem-falantes que lhes apoiam ferrenhamente no objetivo de ajuntar riqueza ainda que por meio de crimes.
Cabe, pois, à humanidade, aprender a pensar para poder perceber o tamanho da malandragem em que está envolvida de forma tão espetacular que os seres humanos preferem se ligar em “famosos”, “celebridades” e reis de pau oco do que no futuro dos filhos.





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