domingo, 23 de fevereiro de 2014

NO INVERSO, A VERDADE.


O programa Brasil Urgente apresentava como vilões os senadores que rejeitaram a diminuição da responsabilidade penal. Afirmava o apresentador do programa que os senadores iam de encontro à opinião pública, no que estava certo porque a opinião pública é errada. Se é a televisão que forma a mentalidade da população, não poderia ela, a população, discordar do que diz a televisão. Entretanto, mandar rapazolas de caráter deformado para a violência dos presídios, disso resultará que eles saiam de lá com o caráter ainda mais deformado. Pessoas amontoadas em cubículos imundos encaram a sociedade como o cão preso e atiçado encara seu atiçador. No dia que se ver livre, atacará com maior fúria quem o atiça. Entretanto, a visão das pessoas comuns como o apresentador do programa e a população que aplaude seu discurso, não vai até onde vai a visão dos sociólogos, pessoas que estudam questões sociais, categoria da qual faz parte muitos dos senadores que foram contra o malfadado projeto de encarcerar rapazolas. A todo instante nos chega a confirmação da veracidade de que toda a infelicidade decorre da ignorância, ou desconhecimento da verdade.

E onde está a verdade nessa história? Está no fato evidente de ser a política dos politiqueiros a arte da enganação. A existência de presídios lotados em nada diminui a violência. Como as pessoas comuns que são quase a totalidade da população não sabem disso, o governador de São Paulo quando em campanha alardeava a título de eficiência que no seu governo a polícia encarcerou cento e quarenta e quatro mil presos e que tinha feito o maior número de presídios do país. Apesar de tudo isso, a violência só faz aumentar. Como quem não sabe é como quem não vê, as pessoas comuns escolhem este tipo de enganador.

São infinitos os meios de combate à violência. Até iluminação eficiente das ruas é um deles. Entretanto, a revanche não é. A educação é o inimigo número um da brutalidade da violência. A Reforma Agrária que as pessoas comuns dizem ser coisa de satanás é um processo eficiente para reduzir a violência. Como as pessoas comuns pensam que Reforma Agrária é apenas entregar uma área de terra a alguém, ela nunca dará certo entre nós. Os politiqueiros, donos de imensas áreas de terra, usam os papagaios com microfone para convencer as pessoas comuns de que são bandidos aqueles que lutam por uma verdadeira Reforma agrária, aquela que desafogaria as cidades levando para o campo milhões de famílias.

Estes pobres jovens são vítimas da sociedade que os deixa crescer como bichos. Eles não tiveram um mínimo de afeto e tudo o que conheceram em suas tristes vidas foi o desprezo. Agora retribuem à sociedade o que recebeu. Em vez de cadeia, a sociedade deve lhes der educação e condição de vida compatível com a dignidade humana. Inté.     

 

 

 

 

 

sábado, 22 de fevereiro de 2014

ARENGA NÚMERO CINCO


 

Um sábio afirmou que sua convivência com as pessoas comuns causava nele um mal-estar equivalente ao mal-estar provocado por doença. Quer dizer, pessoa comum é doença mental para quem tem a mente elevada. Pessoas comuns são aquelas para as quais a vida se resume em aprender uma atividade, exercê-la para ganhar dinheiro para comprar carro, apartamento, casar, ter filhos, tentar ficar rico, e, como disse o sábio Leonardo da Vince, encher latrinas. O sábio, ao contrário das pessoas comuns, como nos ensinam os Grandes Mestres do Saber, dão maior importância aos assuntos relacionados à espiritualidade porque a utilidade destes transcende a vulgaridade da vida das pessoas comuns.

Aqui estão alguns exemplos de comportamento das pessoas comuns: Estava eu, pessoa apenas um milionésimo menos comum, numa sala de espera aguardando a vez de ser atendido quando um telefone celular de alguma pessoa comum soltou um berro semelhante ao apito de um navio, causando-me susto tão grande que quase arremessou longe o livro que eu lia. Na semana anterior, na mesma sala, também fui impedido de ler meu livro porque um pai (pessoa comum) berrava no celular enquanto sua inocente filhinha subia na mesinha do centro da sala e pulava de lá aos gritos enquanto sua mãe (pessoa comum) olhava indiferente para a televisão e folheava uma destas revistas sobre as futilidades das pessoas comuns. Em outra ocasião, esperava eu um elevador, quando uma senhora (pessoa comum) que acabara de chegar entrou no elevador, e eu que chegara primeiro, fiquei do lado de fora. Buzinar carros e roncar motos na madrugada, despertando quem dorme, às vezes a custo de medicamento, é também comportamento de pessoas comuns.

A mente destas pessoas é inferior à dos sábios, nem sempre por desinteligência, mas por falta de oportunidade de elevar-se a um plano superior. A sabedoria do sábio vem menos da inteligência do que dos objetivos sobre os quais ela, a mente, tem por prioridade posto que a atividade de pensar é a praia deles, os sábios, enquanto que o dinheiro e invejar os americanos das bundas brancas é o mundo das pessoas comuns. Exercer a atividade de pensar eleva a espiritualidade e diminui a brutalidade. Platão afirmava que a atividade de governar deveria ser exercida por filósofos (pessoas que pensam).

Assim, razão de sobra tem o sábio para não gostar da companhia de pessoas comum como nós, uns mais, outros menos. Se os bichos atendem suas necessidades fisiológicas em qualquer lugar, para as pessoas comuns também nada significa a presença de outras pessoas.

A absolutíssima maioria dos brasileiros é composta de pessoas comuns, embora haja em muitos deles inteligência superior à de quem já superou esta fase, faltando-lhes tão somente aprender como se comportar socialmente. Papagaios televisivos com microfones na asa, quer dizer, na mão, ensinam por refinamento social requintes fúteis como usar vários garfos e várias facas numa refeição, em que tipo de taça deve ser servido determinado tipo de vinho, ou que vinho é apropriado para acompanhar carne ou peixe. Entretanto, comportamentos adequados para se viver em sociedade sem molestar as outras pessoas, só são encontrados nos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber, mas tais ensinamentos passam ao largo das pessoas comuns.

Entretanto, a capacidade fabulosa de pensar pode transformar espiritualmente bichos em gente do mesmo modo como a natureza fez com o físico.

Arengaremos mais depois de descansados os sacos. Inté.

 

 

 

 

  

 

 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

ARENGA NÚMERO QUATRO


 

Não se pode desconhecer que nosso desassossego predomina sobre o sossego, a infelicidade sobre a felicidade, a guerra sobre a paz, a desarmonia sobre a harmonia e a competição sobre a cooperação. Cumpre saber o motivo pelo qual isto ocorre, se queremos sossego, felicidade, harmonia, e a ninguém mais é dado desconhecer que a competição gera violência. Este aparente enigma deixa de intrigar quando se analisa o comportamento individual das pessoas. Percebe-se então que os vexames são buscados voluntariamente por cada um. Percebe-se também que tal comportamento decorre do fato de ignorar que daquele comportamento resulte uma situação vexatória. Em determinado escritório desta nossa cidade, vi uma senhora grávida que manuseava dinheiro e as fichas de um fichário, sendo que para esta segunda operação ela umedecia o dedo na boca para melhor desgarrar uma ficha da outra, comportamento que pode afetar seriamente a saúde daquela mulher e a criança dentro dela. Se ela pudesse ver os germes transferidos do dinheiro e das fichas para sua boca e dali para o sangue que nutre sua criança, tal convencimento certamente a impediria de agir assim.

Do mesmo modo, ignorar o indivíduo a maneira correta de agir socialmente também é fonte de vexames para a sociedade. Os pobres diabos que buzinam na madrugada, que berram ao celular, que passam na frente de quem espera o elevador, que praticam vilanias em busca de riqueza, que acreditam ser a caridade sua única obrigação para com os deserdados pela sorte, estes tem comportamento tão danoso para a sociedade quanto tem aquela mulher lambedeira de dedo para si e seu filho ou filha. Entende-se a razão pela qual os Mestres do Saber afirmam que a infelicidade humana tem uma única causa: A IGNORÂNCIA.

É a ignorância dos conduzidos que dá sustentação aos condutores da sociedade. A política e a religião determinam o destino da humanidade e ambas só se mantém devido à ignorância que produz a indiferença quanto as coisas verdadeiramente importantes. Se a política visa a luxúria de poucos, a religião torna o resto indiferente à realidade e convictos de que só Deus pode melhorar o mundo. Nestas duas instituições está a força que subjuga a humanidade.

A situação em que nos encontramos pode ser representada no seguinte exemplo: Suponhamos a criação de duas grandes e influentes instituições. A primeira seria um imenso clube recreativo no qual a única participação de seus duzentos milhões de sócios se limitaria ao pagamento das mensalidades, uma riqueza fabulosa a ser administrada por pessoas cuja personalidade e caráter foram moldados por uma cultura na qual a desonestidade prevalece sobre a honestidade, o enriquecimento a qualquer custo é considerado a base da felicidade, e o sofrimento dos que sofrem é problema dos próprios sofredores que não quiseram escolher o caminho correto lá na encruzilhada do livre arbítrio. A segunda instituição deste exemplo teria por função manter os pagadores das mensalidades eternamente num mundo tão fantasioso que passam de geração a geração a convicção de que um velhinho viaja pelo espaço numa carroça puxada por veados voadores.

Estas duas instituições se completam na formulação do comportamento de quem paga impostos e dízimos para manutenção de fabulosas riquezas e vida faustosa para poucos em suntuosos palácios onde realmente se vive um mundo de fantasia.

Arengaremos mais depois de esvaziados os sacos. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

ARENGA NÚMERO TRÊS.


 

Trabalhadores que abastecem os carros; que cortam mármore, azulejo ou amianto; que manipulam produtos químicos nas lojas; agricultores que se expõem aos raios solares ou manipulam venenos; todas estas pessoas que trabalham desprovidas dos meios de proteção, todas elas estão tendo um comportamento que lhes acarretará sofrimento no futuro. Aos requebradores de quadris no axé e no futebola, dos quais faz parte a quase totalidade dos brasileiros, este é assunto que não lhes toca. Entretanto, só aparentemente. Tal indiferença demonstra não só insensibilidade e falta de solidariedade humana, mas também total desconhecimento do que seja sociabilidade, ou a arte de se viver bem em grupo. As doenças que afetarão milhares de trabalhadores desprotegidos exercerão influência maléfica diretamente sobre todas as demais pessoas tanto porque podem ser contagiosas quanto por ocasionarem a ocupação de leitos nos hospitais, ou ainda porque priva a sociedade da participação no trabalho dos trabalhadores afetados, e aumenta a carga previdenciária em caso de invalidez ou morte. São, portanto, comportamentos errados do ponto de vista da formação de uma sociedade melhor.

Estas conjecturas, apesar de facilmente observáveis, são totalmente ignoradas tanto por quem as pratica quanto por quem pensa não ter nada com isso, estando todos completamente equivocados. Destes equívocos pessoais nasce o equívoco coletivo provedor da desarrumação social que produz os sofrimentos, razão pela qual os sábios afirmam ser a ignorância a única causa de toda a infelicidade existente. Pode parecer à primeira vista que a ignorância ou o desconhecimento dos comportamentos sociais adequados são privilégio daqueles integrantes de manada que buzinam durante a noite, que gritam ao celular, que passa na frente de quem espera o elevador, enfim, esse tipo de bicho de dois pés. Mas não é assim porque doutores de anéis de todas as cores adotam comportamento idêntico ao comportamento dos bichos de dois pés.

Quando o médico procede como o comerciante avarento e faz da saúde alheia um meio de enriquecimento pessoal, e é raro aquele que não faz, está adotando comportamento oposto àquele necessário para formação de uma sociedade equilibrada. Quando o advogado entra em conluio aos cochichos com os criminosos do Mensalão para ficar com parte do roubo que eles praticaram, também está se comportando erradamente do ponto de vista da sociabilidade, além de ter o nariz aumentado. Quando cientistas emitem opinião em troca de dinheiro como fazem os que se vendem ao Instituto Templeton para opinarem favoravelmente à religião, ou para afirmarem que as mudanças climáticas não se constituem em ameaça, estão tendo comportando avesso ao que deveriam ter para formação de uma sociedade sadia.

Dá o que pensar o fato de os Estados Unidos gastarem um bilhão de dólares todo ano comprando pareceres científicos sobre a normalidade das mudanças climáticas, ou do Instituto Templeton pagando gordas quantias de dinheiro anualmente em troca de pareceres favoráveis à existência de proteção divina. Por que será que ocorrem estas coisas? Se nada está ocorrendo de anormal na natureza, não há necessidade de comprar opiniões científicas que garantam esta realidade. Entretanto, estará a humanidade tão obtusa a ponto de não ver a bronca que está a caminho? Estaremos todos tão burros a ponto de não perceber a inexistência de proteção divina e da farsa que é ela precisar da confirmação de cientistas? Além do mais, tal proteção não protege nem mesmo seus mais graduados pregadores.

Veremos na próxima arenga, depois de esvaziados os sacos, o porquê de tudo isso. Inté.  

 

 

  

 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

ARENGA NÚMERO DOIS


 

Se a qualidade de vida depende do comportamento coletivo, e se o comportamento coletivo é o resultado da soma dos comportamentos individuais, por que, então, os comportamentos individuais são tão inadequados a ponto de não conseguirem formar um comportamento coletivo do qual resultasse um ambiente compatível com a dignidade a que todo ser humano tem direito? Não há justificativa para que seres racionais formem uma sociedade fundamentada na competição, inferior, portanto, à sociedade das abelhas e seu sistema de cooperação. Graças à racionalidade, o ser humano superou muitos dos sofrimentos impostos pela natureza, coisa que nenhuma outra espécie faz. Por outro lado, inexplicavelmente, criou outros sofrimentos para si próprio, coisa que nenhuma outra espécie faz. É desse tipo de comportamento individual distorcido que surge o comportamento coletivo pervertido em termos de convivência humana.

A afirmação do Frei Beto de estar errada a convicção de que o TER é superior ao SER deixa ver a realidade de ter nossa sociedade adotado  comportamento coletivo errado ao escolher este caminho.

A indiferença dos que tudo tem ante o sofrimento e o conformismo dos que nada tem indica que ambos estão no caminho errado. A crença dos ricos de que os pobres serão eternamente guardiões de suas riquezas indica que os ricos estão no caminho errado. O fato assombroso acontecido em São Paulo semana passada de dois bolivianos expostos à venda como no tempo dos escravos, é indicativo de caminho errado. Um inculto ter vida de rei e um professor ter vida de inculto indica caminho errado. Cenas televisivas de prostituição dentro dos lares doces lares também é sinal de rumo errado. Retratos de ricos na Revista Forbes disputando quem tem a maior montanha de dinheiro também indica rumo sem prumo porque estão arrodeados de famintos. Uma imprensa que se recusa a publicar um comentário sobre a vantagem de legalizar maconha sobre a luta perdida e cara da proibição também é indicativo de caminho errado. Estar convicto de que o sofrimento é obra do próprio sofredor como castigo divino por não observar preceitos religiosos é também caminhar pelo caminho errado porque a proteção divina poderia muitíssimo bem fazer com que todos se comportassem do modo como ela deseja em vez de ficar à espreita para flagrar o sujeito fazendo alguma besteira e nocauteá-lo. Rui Barbosa afirmava ser a ignorância o único motivo de todo o sofrimento humano, afirmação que encerra uma verdade absoluta.

Os comportamentos individuais equivocados resultam da maneira equivocada de se encarar a vida. O fato de desconhecer esta realidade produz a ignorância aludida pela genialidade do Rui. Enquanto se desconhece o fato de ser venenosa uma fruta, alguém pode comê-la e morrer. Isto já aconteceu muitas vezes quando os primitivos não sabiam produzir os alimentos e se alimentavam daquilo que encontravam. Do mesmo modo, não sabendo qual o comportamento certo, as pessoas adotam comportamentos errados e o resultado é sua própria infelicidade. É, pois, a própria pessoa que produz sua infelicidade. Entretanto, não é por desagradar às divindades, mas sim por ignorar que comportamento deveria ter. Espantosa é a constatação de que mesmo as pessoas com bom coeficiente de inteligência não sabem escolher o caminho certo por onde caminhar e adotam o mesmo comportamento não só dos menos inteligentes, mas também dos totalmente desinteligentes. O porquê deste fenômeno veremos depois de esvaziados os sacos. Inté.

 

 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

ARENGA NÚMERO UM


 

Ninguém, absolutamente ninguém, salvo em se tratando de um refinado idiota, pode ignorar que o mundo está em péssimas condições e a tendência é piorar. Estas criancinhas adoráveis cujos pais dizem amar estão com um futuro seriamente perigoso em decorrência não só de um comportamento coletivo que leva as pessoas a se considerarem inimigas entre si, mas também inimigas da natureza da qual fazem parte. Mas, e de onde vem o comportamento coletivo? Vem da soma dos comportamentos individuais. E o que faz o comportamento individual? O comportamento individual é feito do conjunto das crenças de cada pessoa. E de onde vem a crença que determina o comportamento de cada pessoa? Vem do aprendizado. E de onde vem o aprendizado? Vem da transmissão dos conhecimentos que tem as pessoas que aqui existiam para o recém chegado que ainda não existia, mas que passou a existir em consequência da fecundação de um óvulo existente no corpo fértil de um espécime do sexo feminino da raça humana por um espécime masculino da mesma raça. E o que é ensinado a cada recém chegado ou chegada? É ensinado aquilo que os adultos aprenderam através deste mesmo processo de aprendizado por transmissão quando eram também crianças.

O que tem esta arenga a ver com a péssima situação em se encontra o mundo? Tem que as crenças aprendidas pelos adultos e passadas para as crianças são totalmente falsas, decorrendo daí comportamentos dos quais resulta um ambiente também falso. Como a falsidade não pode criar os elementos necessários para que o mundo seja bom, posto que falsidade é sinônimo de mentira e que só a verdade constrói um ambiente sadio, resulta que as falsas crenças implantadas nas crianças cujas mentes puras são como um papel em branco onde tanto se pode grafar uma linda frase como uma pornografia do mais baixo calão, o aprendizado de mentiras tornam estas crianças adultos tão distantes da verdade e da realidade que ensinam a seus filhos a existência de um velho vestido de vermelho a voar numa carroça puxada por veados alados a distribuir presentes para as crianças de bom comportamento. Mas, e por que só às crianças de bom comportamento? Porque bom comportamento quer dizer aceitar tudo que lhe é dito sem nada contestar. É exatamente aqui que está o X do problema de viver tão mal a humanidade. É a indiferença para com as coisas realmente importantes da vida a fonte de todos os males.

As coisas mais importantes da vida não são as que são as ensinadas às crianças como as mais importantes da vida. Crianças que aprendem os ensinamentos do feioso Henry Kissinger de que o comportamento ideal é o da competição, do qual resultam inevitavelmente ganhadores e perdedores, haverão de se tornar adultos com um comportamento semelhante ao comportamento das feras na selva onde a vida de uma depende de acabar com a vida de outra. Este aprendizado leva o governo do qual fazia parte aquele conselheiro mais feio do que a morte a lançar bomba sobre crianças para tomar de seus pais os bens que eles possuíam.

As coisas realmente mais importantes da vida são as resultantes da atividade de exercitar a coisa mais importante que a natureza conferiu ao ser humano: A CAPACIDADE DE PENSAR. Crianças que tiveram suas mentes tenras recheadas de mentiras serão adultos que nunca alcançarão a verdade da qual resultariam outros comportamentos que não os costumeiros requebros de quadris nos terreiros de axé e de futebola, além de abarrotar templos onde levam dinheiro para abarrotar o banco do Vaticano e as fortunas dos pastores cujo conhecimento está à disposição de quem se dispuser a pedir ao amigão Google notícia sobre a “riqueza dos pastores brasileiros”.

Entretanto, como esta arenga já vai longe, teremos mais dela depois de esvaziados os sacos. Inté.

 

 

 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

UM PRESENTE COM O PÉ NO PASSADO


 

No meu tempo de menino as histórias começavam com um “Era uma vez...”. Hoje, como o “chic” é falar ingreis, nossa história vai começar com um “Once upon a time”. Lá, muito, muito longe, no tempo dos reis, príncipes e princesas, um homem de grande inteligência, sabedoria, conhecimento e elevado senso de moralidade e solidariedade humana foi aconselhado a se tornar conselheiro de algum príncipe. Quem o aconselhava era um seu amigo que também era um sábio e acreditava que da sensatez e sabedoria do aconselhado resultariam sabias soluções em benefício do povo governado pelo príncipe que o tivesse como conselheiro.

A história tem quinhentos anos de idade e foi criada por Thomas More. Está na página 25 do livro A UTOPIA, editora Martin Claret, Coleção Obra Prima de Cada Autor. Trata-se de uma observação de um homem sensato sobre a insensatez da forma de governar de sua época, o que fica evidenciado na resposta do homem sábio e honrado que fora aconselhado a participar do governo de algum príncipe. Esta foi a resposta: “Em primeiro lugar, os príncipes preocupam-se apenas com a guerra ou a arte da cavalaria, cujo conhecimento não possuo nem desejo. As artes da paz são desprezadas: esforçam-se com mais aplicação em empregar todos os meios, bons ou maus, para aumentar os seus domínios, do que governar com justiça e paz os que já possuem. Para mais, os conselheiros dos reis julgam-se todos tão sábios que dispensam o auxílio de outrem; outros, ainda, vergonhosamente compartilham e aplaudem a opinião insensata de seus superiores. Todo o seu esforço se dirige no sentido de obterem as boas graças dos favoritos dos príncipes”.

Estas afirmações definem com absoluta correção a situação atual, quando os governos de todas as sociedades do mundo são exercidos por insensatos obedientes às ordens de seus superiores, os ricos donos do mundo, uns e outros incapazes de perceber já ir muito longe a época dos reis e dos príncipes, adotando o mesmo comportamento insensato de aumentar os seus poderes e domínios com o único objetivo de acumular riquezas para serem trocados por mais poderes e domínios que resultariam em mais riquezas para produzirem mais poderes e domínios, círculo vicioso que continua a pleno vapor. Até os qualificativos de “reis”, “príncipes” e “princesas” mantêm-se em voga e os descalabros a cada dia são maiores, situação ainda mais vexatória em função do incremento populacional do que os censurados por Morus há quinhentos anos. A decadência da qualidade de vida proveniente da correria insana, do barulho, da ingestão e respiração de venenos, da ignorância que produz toda a infelicidade do mundo e que é propositadamente fomentada pelos governos dos atuais “príncipes” através do constante fechamento de escolas ou dos maus-tratos aos professores obrigados a dedicar mais tempo aos “bicos” do que à educação de seus alunos em busca da sobrevivência, isso e a maldita cultura do TER, produzem uma sociedade tão infeliz que destruirá a possibilidade de felicidade das criancinhas de hoje cujos pais idiotizados e frequentadores de igrejas dizem amar.

A destruição dos recursos naturais de onde provém a vida é a mais cabal prova da ignorância humana, procedimento apregoado pelos “príncipes” obedientes a seus superiores, os ricos donos das indústrias de carros, saúde, segurança, moradias, educação e armas para promover a matança necessária ao controle da população de frequentadores de igrejas apenas na quantidade necessária para por em funcionamento as máquinas de produzir dinheiro e infelicidade. A ameaça já quase realidade de faltar terras com capacidade de produzir alimentos nada significa para os “príncipes” e seus apaniguados da ilha de riqueza num oceano de pobreza.

Enquanto se busca da infelicidade, lotam-se os templos dedicados à adoração de divindades e de “príncipes”. Não tem outra finalidade os tais Institutos Lula, FHC, Sarney. JK, e sabe-se lá quem mais. Inté.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

FORA DE FOCO


 

Não passa pela cabeça de quase ninguém o motivo de tanta brincadeira e futilidades. Se até um iletrado percebe coisas imperceptíveis até por doutores é por haver alguma coisa errada com quem não percebe tais coisas, inclusive os doutores. Realmente, a atenção das pessoas não se dirige para onde ela deveria ser dirigida. Mas, por que é assim? Assim é porque em todo o mundo vige o mesmo sistema de administração pública incompatível com os tempos atuais. Esta incompatibilidade existe desde tempos muito remotos quando o povo tinha sua atenção dirigida para espetáculos onde seres humanos eram destruídos por outros seres humanos ou por leões famintos e o governo era exercido por um rei a quem se atribuía matiz de divindade. Com a evolução intelectual, retiraram-se os leões da arena e a divindade do rei, permanecendo, entretanto, a cultura da subserviência ilimitada.

Porém, já na época do rei-deus havia um velhinho chamado Jeremias que sempre dava um jeito de entrar nas reuniões quando o rei ia fazer algum pronunciamento público e gritava da multidão advertências quanto à suntuosidade, o desperdício e desprezo ao povo que sustentava tudo aquilo. Mas, em vez de ser escutado, apanhava mais que cachorro sem dono. Mais tarde, embora historiadores afirmem nunca ter existido, outro sujeito, jovem ainda, foi terrivelmente massacrado, espetado numa cruz, e teve desviadas para a religiosidade sua verdadeira atitude política e sociológica que visava uma sociedade melhor.

Entende-se o porquê da orientação que a sociedade recebe de estar sempre ligada em assuntos não pertinentes ao bem-estar coletivo e dar preferência àqueles assuntos alheios ou mesmo prejudiciais à realização de tal objetivo. Se de todos os lados nos chegam montanhas de informações, todas elas tem o objetivo de desviar a atenção da realidade e levá-la para bem longe das causas que produzem a infelicidade não só dos enganados, mas também dos enganadores inocentemente alheios à realidade de estarem buscando sua própria infelicidade.

Hoje, 09/02/2014, entre oito e nove horas da manhã, A rádio Bandeirantes AM de São Paulo, mestra na arte de desviar a atenção, apresentou duas histórias apropriadas para idiotizar e anular a capacidade de raciocinar. Um desses papagaios que portam microfones para repetir o que lhes é mandado pelo mundo fantasioso e inocente dos ricos garantia ter sido testemunha de dois acontecimentos tão críveis quanto o fato de ser São Paulo um lugar bom para se viver, como garantia outro papagaio da mesma rádio, no dia do aniversário daquela infeliz cidade, agradecendo aos paulistanos por fazerem dela um lugar bom prá se viver. Se aquela cidade fosse um bom lugar para se viver seus habitantes não sacrificariam suas vidas na correria para fugir de lá em busca de paz nos finais de semana.

Voltando ao primeiro acontecimento narrado na linguagem papagaiana do encobridor de realidade, contava ser verídica a seguinte mentira: Um criador de cavalos muito rico e dono de um haras milionário era apaixonado por cavalos, havendo entre todos os seus belos animais um cavalo especial ao qual ele dedicava uma verdadeira paixão. Vindo este animal a ser acometido de uma doença que certamente o levaria à morte posto que desenganado pelos melhores veterinários, foi o ricaço aconselhado por um amigo a mandar seu helicóptero buscar um bruxo que habitava em um país vizinho, o qual apresentou o seguinte diagnóstico: o cavalo ficaria bom se seu dono consentisse que ele, o bruxo, lhe esmagasse todos os dedos das mãos com um martelo, o que foi feito, e, realmente, o cavalo ficou bom, embora viesse a morrer depois. O papagaio treinado para desviar atenção garantia que almoçou com este fazendeiro e que ele ainda se encontrava com as novas unhas roxas e incompletas.

O segundo acontecimento é tão crível quanto o primeiro. Garantia o papagaiador ter presenciado também esta estória sobre jogador de futebola. Aliás, futebola é o assunto predileto da Rádio Bandeirantes AM de São Paulo por ser o mais eficiente desfocador de atenção. Pois bem, garantia o papagaio que certo jogador foi acometido de um problema no pé esquerdo que não suportava a dor de apenas tocá-lo no chão, sem que nenhum médico resolvesse o problema. Aconselhado, foi o jogador a uma seção espírita onde um espírito lhe recomendou esfregar sebo de carneiro na perna. O jogador percorreu vários açougues até encontrar o sebo e comprou dez quilos. Tiro e queda! Ficou curadíssimo!

A intenção dos governantes atuais é a mesma do tempo dos reis-deuses. Os castelos cederam lugar aos palácios apenas na arquitetura. A suntuosidade e o desperdício continuam da mesma forma e seus habitantes, tão indiferentes em seu mundo de fantasia que não percebem a multiplicação dos que percebem a realidade como o fizeram Jeremias e Cristo, sendo mais do que necessário trazer estes homens à realidade antes que seja demasiadamente tarde pra todos. Inté. 

  

 

 

 

 

 

 

    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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domingo, 9 de fevereiro de 2014

AONDE LEVARÁ O PRÓXIMO PASSO?


São evidentes as provas do nascimento de um descontentamento quanto à forma pela qual nossa sociedade é administrada. Não é preciso nenhuma genialidade para saber disso vez que até iletrados podem constatar não só estar realmente tudo errado, mas também que as consequências destes erros recairão implacavelmente sobre os descendentes da atual juventude indiferente a tudo isso. Deve-se tal indiferença à impossibilidade de raciocinar imposta pela administração desastrosa a que nos referimos, criando uma violenta alienação maliciosamente arquitetada para esconder a realidade de viver esta sociedade uma cegueira cultural de desvalorização dos valores morais e valoração do enriquecimento a qualquer custo. Tal monstruosidade é transmitida de geração a geração, modelo que se mostra tão completamente fracassado que não demora a ser substituído por algo ainda desconhecido.

Se não mais se pode ser indiferente às mudanças impostas pela natureza que nos transformou de bichos a seres pensantes, também não se pode ser indiferente às mudanças sociais porquanto as sociedades são formadas por estes seres mutantes. Quando procuramos uma cadeira ou um colchão mais confortável onde possamos ficar mais a gosto, estamos sendo orientados pela capacidade de pensar que nos leva à ação de buscar conforto ou bem-estar.

Considerando que a forma de vida levada não permite à absolutíssima maioria dos brasileiros ficar a gosto em lugar nenhum, não resta a menor dúvida de que a natureza levará os desconfortados à procura de melhor posição dentro da sociedade. O fato de termos nossa cultura formada com base em qualidades altamente negativas como desapreço à honestidade, religiosidade excessiva, hostilidade, preguiça, batuque e requebramento de quadris, não significa que estejamos condenados à indignidade eterna. Alguns gatos pingados entre os jovens estão demonstrando descontentamento com a indignidade que até aqui imperou e continua a ser implantada pelo hipnotismo da televisão, e percebendo que seus descendentes não terão paz num futuro saído deste presente atormentado por todo tipo de indignidade.

Rebelando-se estes jovens, sua rebelião se constituirá num pólo positivo para o qual convergirá a negatividade das mentes ainda alienadas de milhares de outros jovens como os que lotam igrejas, campos de futebola, terreiros de axé e se propõem a trabalhar de graça para a FIFA no evento da Copa, não obstante o fato de lucrar esta entidade corrupta cerca de três bilhões de dólares com o tal festejamento, segundo matéria do Jornal do Brasil do dia oito de fevereiro de 2014.

Entretanto, este comportamento desinteligente não se deve à falta de inteligência dos jovens. Deve-se à imbecilização a que são submetidos desde o nascimento, situação facilmente perceptível ao tomar conhecimentos dos acontecimentos como a notícia da Revista Isto É, de 25/12/013, de que a diretora da Associação Brasileira de Psicopegogia garante ser negativo ensinar às crianças que Papai Noel não existe por ser um abuso de sinceridade. De uma cultura na qual a falsidade é melhor para as crianças do que a sinceridade só pode resultar em seres deformados moral e mentalmente. Tão deformados que para eles nada significa o relatório da Força Aérea Brasileira, mantida com o produto do trabalho coletivo, dndo conta de que setenta por cento das atividades daquela importante instituição pública são voltadas para transportar autoridades, notícia que deveria suscitar pelo menos dois questionamentos: Primeiro – Transportar para quê? Para implantar cabelo e para festas de aniversário e casamento? Isto não é trabalho para as caríssimas Forças Armadas. Segundo – Como indaga a matéria jornalística, sendo o transporte pessoal a principal atividade da Força Aérea, para que comprar aviões caças a troco de quatro bilhões e quinhentos milhões de dólares se tais aviões não podem ser usados como meio de transporte?

A imprensa tanto pode deformar a verdade como faz ao colocar a mentira acima da verdade ao afirmar haver inconveniência em dizer a verdade às crianças sobre Papai Noel, quanto pode despertar para a realidade desastrosa contida na matéria sobre as Forças Armadas na Revista Veja, de 08/01/014, seção Radar, matéria intitulada Ficção e Realidade, onde realmente nos mostra a necessidade de mudança porque uma sociedade sob orientação tão desastrosa tem como único destino o abismo. Esta mesma seção Radar também nos dá conta de que o Instituto Lula, mantido com o suor de quem trabalha, é um ponto de encontro de Lula com políticos e empresários em busca de influência no governo. Que tipo de influência seria esta é o que os jovens estão se perguntando através das manifestações. Eles já começam a desconfiar de que não seja para tornar eficientes a segurança, saúde e educação, tripé sobre o qual se apóia a felicidade de seus rebentos.

É por entender muito bem desta influência que o governador de São Paulo afirmou que se as coisas continuam como estão vai faltar guilhotina. Entretanto, pode-se perfeitamente cortar a cabeça do mal e conservar a daqueles que, enganadamente, acreditam na possibilidade de terem seus descendentes eternamente protegidos por uma redoma blindada de segurança mantida por aqueles que choram a perda dos seus. É conveniente para estas pessoas não se esquecerem do que disse um também político mais sensato de não ser possível enganar a todos todo o tempo. Inté.

    

  

 

 

 

 

 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

NATUREZA E MUDANÇA


 

A mudança é uma constante na natureza. Os incontáveis e diferentes seres existentes em nosso planeta resultaram de uma longa mudança iniciada a partir de uma ocorrência casual verificada há alguns bilhões de anos atrás, quando o calor solar aqueceu uma partícula de determinada matéria aqui na Terra, resultando desse encontro um serzinho vivo de constituição tão simples que foi batizado de unicelular. Posteriormente, sempre com muita preguiça, a natureza, apesar de ser uma verdadeira “roda presa”, ajuntou estes bichinhos de apenas uma célula, dando origem a outros bichinhos já mais complexos por serem formados de mais de uma célula, por isso mesmo batizados de pluricelulares. Esta complexidade foi se tornando cada vez mais complexa até formar a extraordinária diversidade de seres vivos existentes atualmente em eterna transformação imperceptível pela morosidade com que ocorre. Grosso modo, assim explicam os estudiosos das ciências que procuram um entendimento racional para a existência das coisas, descartada que está a explicação da criação divina dos idealistas de que as coisas já surgiram como são agora em vez de terem sido resultado de uma longa série de transformações.

Embora muito longe da explicação, a ciência vai desfazendo uma a uma as afirmações idealistas de tal forma que só os inocentes ainda lhes dão guarida. Tão inocentes que afirmam também contar com o amor e o apreceiamento da proteção divina aqueles que a rejeitam, sem atinar que ao assim afirmarem estão declarando a inutilidade de todo o aparato de templos, funcionários, cerimônias, montanhas de dinheiro, etc. À medida que as teses científicas avançam, a crença na criação divina recua. Tal fato, embora visível, é escondido a todo custo porque a humanidade até hoje está tão destinada a ser enganada que acredita não haver necessidade de pensar. Estão aí os fósseis, restos de seres vivos que a ciência prova terem existido há centenas de milhares de anos, ou mesmo milhões, mas, para os idealistas por inocência ou conveniência, nada existe há mais de cinco mil anos, época em que Deus mandou haver água, luz, terra, plantas, bichos e gente, história incapaz de convencer a uma criança esperta. Tais afirmações serão apreciadas futuramente como deleite ou diversão, do mesmo modo como hoje nos divertem as explicações apresentadas pela Mitologia Grega para a criação do mundo, magnificamente apresentadas no livro Mitologia, Histórias de Deuses e Heróis, apresentadas pelo escritor Thomas Bulfinch.

Pelo tempo decorrido entre o surgimento daquele primeiro tipo de vida na terra e o resultado das mudanças ocorridas de lá prá cá, percebe-se quão lento é o trabalho da natureza na execução de suas eternas mudanças. O Mestre do Saber, Doutor Ubirajara Brito, em seu livro pequeno no tamanho, mas gigantesco no conteúdo, Roteiro Para Reflexão Sobre O Pensamento Ocidental E A Educação no Brasil, nos dá notícia de que apenas nos últimos quatro milhões de anos estas mudanças resultaram num bicho denominado hominídeo, que de mudança em mudança chegou ao que somos atualmente. Para compensar esta morosidade, verifica-se, entretanto, que a evolução humana atrai cada vez mais evolução, principalmente na capacidade cerebral. Nessa direção, apenas um passo dado na escala evolutiva leva a uma posição várias vezes superior àquela em que se encontrava antes daquele passo. Se a evolução precisou de um espaço de tempo de bilhões de anos para chegar à criatura denominada hominídeo, em apenas quatro milhões de anos esse hominídeo que não passava de um bicho evoluiu tanto sua capacidade mental que se tornou capaz de retirar um coração saudável de um corpo morto e colocá-lo a funcionar e dar vida a outro ser que iria também morrer porque seu coração não prestava. Nesse sentido, o historiador Eduard McNALL Burns, em seu fabuloso livro História da Raça Humana, afirma que o tempo desde o surgimento do homem (fato acontecido há cerca de quatro milhões de anos) até a invenção da escrita (fato acontecido há cerca de seis mil anos), ocupa noventa e cinco por cento da história da raça humana. Isto significa que em apenas cinco por cento de sua existência a humanidade deu um pulo tão gigantesco em sua evolução mental que passou de um estágio primitivo em que nem existia ainda a escrita para outro estágio tão extraordinariamente elevado que viaja pelo espaço e cura doenças.

Entretanto, este extraordinário avanço na capacidade de trabalho do cérebro não parece ocorrer nos jovens na mesma proporção em que ocorre nas pessoas cujos cérebros produzem pensamentos capazes de nos alumiar com alguma saberia e lucidez. As coisas que despertam a atenção dos jovens são coisas inapropriadas a um ambiente salutar. Por exemplo, inexiste no jovem a capacidade de entender que o bem-estar deve merecer maior dedicação do que qualquer outro assunto, e que ele, o bem-estar, depende do bom funcionamento do complexo organismo humano. Ao contrário, os jovens arruínam tanto o funcionamento do seu corpo físico quanto a espiritualidade que dele provém. Consumindo drogas, injetando veneno para fazer desenhos na pele, espetando espetos até nas partes mais sensíveis do corpo, submetendo-se a um barulho infinitamente superior ao suportável, bebendo refrigerantes em vez de leite, consumindo as porcarias dos “fast foods”, provocando um desenvolvimento artificial dos músculos através de anabolizantes, atitudes tão estúpidas que lhes diminui grandemente o período saudável. Esta imagem representa o quão diminuta está a capacidade de raciocinar dos jovens facilmente enganados pela propaganda mostrando um jovem envenenado para produzir músculos, e garotas encantadas com tão estúpida atitude e deformação. Músculos são necessários em cavalos cujo trabalho não precisa de inteligência.



 

O funcionamento da mente também é prejudicado pelos jovens como provam os assuntos de sua preferência expressos nas seguintes notícias: Kamila afirma que André é impotente e gay – Zagueiro do Tricolor gaúcho, aparece em imagens fazendo sexo com duas mulheres – Globo dá passo à frente com beijo lésbico – Saiba onde Xuxa já fez sexo – Ronaldo posta foto ganhando mordidinha na boca – Tenho peitão, coxão, bundão, diz Marimoon – Lu Gimenez mostra calcinha fio dental – Casamento de Bolina chega ao fim – Kamila diz que Garrido é gostoso e irrita Eliéser – Ivete Sangalo fala de caso com Xuxa. “Não sou lésbica”.

Tal futilidade está mais apropriada para antes da invenção da escrita. De tal mentalidade só pode resultar o ambiente cão em que vivemos. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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