quinta-feira, 27 de junho de 2019

ARENGA 582


                A aprovação pelo senado de projeto que criminaliza juízes e promotores por abuso de autoridade de, não fosse a indiferença do povo às questões políticas, teria consequências inimagináveis por ser uma bofetada na cara da sociedade já calejada de tanto apanhar. É uma total inversão de valores. Futuras vítimas de condenações pela Lava Jato, as “autoridades”, contrariando toda a população ansiosa por ver na cadeia os ladrões do povo, aprovam um projeto capaz de tornar bandido o mocinho. Como povo existe para ter o rabo esfolado, continuará mais interessado nas trepadas de Neymar do que nesta nova esfolada de rabo. A imprensa dá a dica, mas o povo não entende porque a própria imprensa o torna tão mentalmente débil que prefere saber do mundo vulgar dos “famosos” e das “celebridades”, ainda que diante da falência do sistema econômico anunciado pelo economista Ladislau Dowbor em entrevista ao blog Outras Palavras.

Nesta entrevista, o grande economista pergunta: (“Como superar um sistema econômico falido?”). Qualquer pessoa sensata chegará à resposta de ser impraticável a deterioração de uma economia que tem por objetivo tornar os pobres mais pobres e os ricos mais ricos. A imprensa noticia também que os bilionários do agribiuzinesse sonegam bilhões em impostos e a ninguém é dado o direito de saber que a roubalheira e o desperdício e não apenas a previdência social é a causa da falta de dinheiro. Para salvaguardar a impunidade, os ladrões do colarinho branco acusarão de abuso de poder os representantes da justiça se denunciarem seus crimes contra os apreciadores de igreja, axé e futebola. Dentro deste sistema cultural não pode haver salvação. Portanto, os pais que cuidem de ensinar a seus filhos a necessidade de pensar também na atividade de viver porque isto que está aí vai dar em cabeças cepadas fora do corpo, e suas crianças poderão estar entre os cepadores de cabeça ou os de cabeça cepada.

O que não faltam são motivos sobre os quais se debruçar para refletir. Consultando a imprensa percebe-se que as notícias giram em torno de crimes praticados exatamente por pessoas encarregadas de zelar pela ordem pública. Ante tal realidade, como pode a juventude ser indiferente a tais coisas, se disto depende seu futuro? É necessário repetir à exaustão de não se poder abrir mão de se dedicar algum tempo à meditação sobre a realidade de se encontrarem os seres humanos ainda na imaturidade, o que absolutamente não se justifica, mas que esta distorção só poderá ser corrigida por meio da atividade de pensar e tirar conclusões. Como dizem pelaí, nunca é tarde para começar. Inté.

terça-feira, 25 de junho de 2019

ARENGA 581


Destas pessoas que conversam pelos cotovelos, um motorista de taxi me disse que sem ler a bíblia, a palavra de deus, o sujeito tá perdido. Apontando o dedo para o teto do carro, disse que tal pessoa vai se dar mal na vida lá de cima.

Com cartazes, velas e flores, pessoas adultas se reúnem no Reino Unido para homenagear a princesa Diana enquanto outras acendem bombas para ouvir o pipoco, outras lotam templos para ouvir Edir Macedo, outras para saber o desfecho da trepada de Neymar e outras se ligam no Yahoo para saber das últimas novidades sobre os “famosos” e as “celebridades”. O que se passa com a humanidade ao se recusar terminantemente de crescer espiritualmente? Em relação à atividade de viver, o comportamento de jovens, adultos e velhos é o mesmo comportamento de criancinhas brincando despreocupadamente num parque infantil.   

Os seres humanos erram fragorosamente ao dar atenção apenas às atividades laborativas, excluindo de suas cogitações a atividade de viver. Apesar de viver ser uma atividade como outra qualquer, que também tem princípio, meio e fim, apenas os incômodos provenientes de doenças são motivos de preocupação. Mas não deve ser assim porque tudo o que nos é dito precisa ser pensado e repensado antes de ser tomado por verdade. A absoluta maioria das crenças humanas são falsas. Entre todas as falsidades nas quais a humanidade se apoia encontra-se a religiosidade. Todos os males que afetam os seres humanos têm origem no erro monumental de não meditar sobre a atividade de viver, deixando-se que falsos líderes lhes digam o que fazer ou deixar de fazer.

Quando a ONU a proclama ao mundo que o governo da Venezuela desrespeita direitos humanos, tal afirmação, se analisada, torna-se de nenhuma importância porque absolutamente todos os governos do mundo estão cagando e andando para direitos humanos. Os seres humanos são submetidos à servidão de carregar no lombo uma plêiade de parasitas vivendo nababescamente.

Quando a humanidade concorda com a religião ao afirmar ela que os mistérios de deus devem ser acatados sem questionamento, incorre no grande erro de se privar do exercício da mais nobre de todas as atividades, a atividade de meditar. A meditação levaria à conclusão de não haver valor algum nas coisas mais valorizadas como democracia, religião, constituição, parlamentos, eleição, justiça, igualdade perante a lei, direitos humanos. Tudo não passa de falácia de nenhum valor. A humanidade precisa despertar para a realidade de viver de fantasias e de já ser hora de perceber que é inteiramente descabida a cultura vigente de deixar seu destino ser decidido por líderes falsos que instigam seus liderados às guerras. Sendo bárbaros os seres humanos, é impossível haver um só espécime desta espécie com o desprendimento que caracteriza um verdadeiro líder. Futucando telefone, os bichos humanos caminham rumo ao nada absoluto. Inté.

    












domingo, 23 de junho de 2019

ARENGA 580


Há LIVROS e “livros”. Entre os primeiros está Senso Comum de Thomas Paine, e entre os segundos estão a absolutíssima maioria dos livros cuja única finalidade é demonstrar a intelectualidade inútil de intelectuais com suas citações enfadonhas em línguas estrangeiras e chamadas que levam a outros intelectuais também inúteis. Na introdução do livro de Paine há duas observações que se não fosse a estupidez humana levariam à humanidade a luz que a tiraria das trevas mentais em que sempre esteve ao deixar-se levar pelo pão e circo do qual faz parte a religiosidade que ajuda a política a lançar areia nos olhos a fim de impedir a visão da realidade. São estas as afirmações do sábio: “O HÁBITO DE NÃO PENSAR QUE UMA COISA ESTEJA ERRADA DÁ-LHE A APARÊNCIA DE ESTAR CERTA” e “O TEMPO CONVENCE MAIS QUE A RAZÃO”. Para a massa bruta de frequentadores de igreja, axé e futebola estas observações passam a anos luz de sua compreensão. Entretanto, a quem é capaz de alcançar o recado do grande pensador vê destampada diante de si a razão pela qual a sociedade humana sofre mais males decorrentes de sua desorganização do que os inevitáveis males decorrentes da natureza. É que por não perceber ainda estar errado tudo aquilo que pensa estar certo a humanidade vive tão alheia à realidade como a felicidade do bêbado. A alegria do ser humano corresponde à do burro que de satisfação balança o rabo e resfolega no chão quando encerra a tarefa diária e lhe é retirado do lombo o apetrecho no qual se prende a carroça, embora tudo vai começar de novo no dia seguinte. Não pensando haver necessidade de pensar sobre a atividade de viver, para sobreviver, como o burro, o ser humano também é faliz por conseguir um emprego que lhe consumirá a vitalidade. Isto lá é motivo para regozijo? Pois, apesar de não ser, o imbecil vai à igreja agradecer a deus por ter-se escravizado a um patrão.

Como também afirma Paine, a crença de estar certo o que está errado dá origem a um brado de defesa do errado e a condenação do correto. Nesse exato momento estamos diante desta realidade quando a bandidagem do colarinho branco procura levar ao banco dos réus jovens cumpridores do dever de coibir a imoralidade em que foi transformada a política. O certo mesmo é que a massa bruta de povo gosta de ter o rabo esfolado como provam o incremento da homossexualidade e o orgulho de ser homossexual.

Também a observação de que o tempo convence mais que a razão passa longe da compreensão da massa bruta que continua buscando proteção divina nos templos religiosos onde encontram explosão de bomba e rajada de metralhadora, o que só acontece por se tratar de massa bruta porque a literatura mostra que vários seres de mentalidade requintada já descobriram ser deus uma grande mentira e a religiosidade, a Circe da humanidade, afirmação que também passa a anos luz da percepção dos requebradores de quadris porque eles não sabem quem é Circe e o que ela fez. Desta forma, jamais poderão alcançar o sentido da observação de Nietzsche, também desconhecido da massa bruta de pipocadores de foguetório, incapaz da percepção de estar errada a construção de aviões, canhões, navios, submarinos, helicópteros, drones e milhões de homens educados para a atividade de manusear estes apetrechos de destruição. Inté.

  


sexta-feira, 21 de junho de 2019

ARENGA 579


Grande perversidade é a do Cassino Caixa Econômica Federal contra o povo. Cassino, sim, e um cassino que rouba de pobres em vez de ricos, como fazem os cassinos em geral. Ao colocar os pobres diante da possibilidade de ficarem ricos, além de enganá-los, os falsos líderes políticos causam neles uma ansiedade semanal que os torna ainda mais infelizes do que precisam ser como pobres. O engodo da mega-sena é um engodo ainda maior do que o do estelionato praticado pelos representantes de deus porque envolve também os descrentes que não contribuem para a riqueza de espertalhões. Este crime só é menor do que o de transformar seres pensantes em não pensantes, o que fazem todos os falsos líderes do mundo ao fomentar o pão e circo. O crime de manter o povo incapaz de perceber desempenhar o papel de bobo da corte vem desde quando os romanos o distraiam com os espetáculos do Coliseu, papel que hoje cabe às igrejas, o futebola, o pão circo, as putarias das “celebridades” e as baixarias dos “famosos”, marionetes manipuladas pelos falsos líderes do mundo inteiro de forma tão eficiente que o povo foi convertido em massa amorfa de imbecis incapazes de perceber não haver justificativa para sua condição de ser não pensante, realidade que se materializa na destruição de imensas fortunas em guerra, templos monumentais para oração e mordomias de políticos ao tempo em que falta riqueza para não ter pobreza.

Em São Paulo, o elemento negativo povo acaba de demonstrar sua incapacidade de raciocinar ao esperar que de uma cerimônia religiosa que mobilizou grande multidão pudesse vir alguma proteção para suas famílias, engodo tão visível que seu presidente da república que também participava está empenhado em que o Congresso Nacional aprove uma lei que permita ao povo a posse de arma de fogo como proteção. 

Intelectuais escrevem livros e mais livros indicando soluções para os problemas que envolvem a humanidade. O último deles que me levou a perder dinheiro adquirindo-o foi DEPOIS DO COLONIALISMO MENTAL, do filósofo brasileiro (mais americano do que brasileiro) Roberto Mangabeira Unger, provando mais uma vez que os intelectuais, como os políticos, falam apenas porque não podem deixar de falar. A fala deles são apenas palavras ao vento. Só não se pode mandá-los conversar para os presos porque nem mesmo os presos gostariam de ouvir suas divagações inúteis e antipáticas. O mais americano do que brasileiro Mangabeira Unger cita os Estados Unidos como uma país que nos serve de referência. Porém, o povo americano é tão infeliz quanto os demais infelizes do mundo. Sua felicidade talvez seja ainda maior do que a infelicidade dos pobres brasileiros frequentadores de igreja, axé e futebola porque os infortúnios destes ainda lhes permitem requebrar os quadris com alguma tranquilidade quanto à possibilidade de se tornarem vítimas de explosões ou rajadas de metralhadoras.

É desperdiçar dinheiro e tempo com os livros dos intelectuais porque ou eles vivem fora da realidade ou fingem por conveniência desconhecê-la uma vez que sua despensa abastecida depende de sues bestas de sela completamente inúteis. Aquilo de que se faz necessário a fim de ser a humanidade menos infeliz é despertar para o fato de se encontrar ela envolvida num engodo tão monumental que tudo em volta são falsidades. É impossível àquele que de boa vontade e espírito livre de interesses escusos se dedique a meditar um instante sobre como pode a humanidade deixar de padecer a maioria dos males de que padece. Isto os intelectuais não fazem porque se o fizessem chegariam à conclusão simples de não terem as autoridades interesse algum no bem-estar social porque se o tivessem não se encontrariam vivendo nababescamente às custas do pobre povo sob seus cuidados. Entre todas as demonstrações de desprezo das autoridades ao povo estão as guerras. Nelas se materializam duas demonstrações de que em busca da maldição denominada PODER as autoridades que deveriam zelar pelo povo faz dele bucha de canhão. E a prova mais evidente de haver uma criminosa manipulação cerebral do povo é ser ele capaz de ver sem questionar seus filhos serem mandados para campos de batalha para defender interesses pessoais de falsos líderes. O povo foi levado à condição de ser tão irracional que é capaz de se encantar ao ver queimar em fogos o dinheiro que lhe falta. A única maneira de evitar problemas sociais é elevar a espiritualidade do povo por meio de uma educação capaz de convencer cada um indivíduo da realidade de ser impossível viver em sociedade cuidando apenas do bem-estar individual. Acontece que às autoridades interessa um povo que não saiba disso porque tal percepção não lhes permitiria a vida fácil a que estão acostumadas. Esta realidade é facilmente percebível na preferência pelas brincadeiras e putarias em detrimento dos assuntos sérios que envolvem a atividade de viver. É por isto que a papagaiada de microfone papagaia incessantemente sobre esportes e festividades. É assim que leva o povo à condição de massa bruta, de seres tão mentalmente medíocres que no livro de Luiz Otávio de Lima GRANDES BATALHAS QUE MUDARAM O BRASIL, na página 9, a constatação de terem os índios Tamoios se cansado de trabalhar para os franceses em troca de presentes leva à conclusão de que até os inocentes selvagens são capazes de perceber serem iludidos enquanto a massa bruta de povo permanece eternamente indiferente a esta realidade. A verdade que ninguém quer reconhecer é que os seres humanos ainda estão muito distantes da evolução espiritual necessária para viverem de outra forma que não na infelicidade festiva em que vivem. Inté.

terça-feira, 18 de junho de 2019

ARENGA 578


Até final do século XIX eram a chibata e o lombo dos negros a força propulsora que movimentava a economia e se afirmava categoricamente que sem a chibata e o lombo dos negros estaria decretada a derrocada do sistema econômico, e os argumentos contra o fim da escravidão lembram a afirmação de Schopenhauer de que para vencer um debate a razão é menos importante do que a capacidade de bem usar da retórica para defender o ponto de vista contrário, ainda que capciosos ou inverídicos os argumentos do debatente. O livro Raízes do Conservadorismo Brasileiro, de Juremir Machado da Silva, mostra os mais diversos argumentos justificando a escravidão, entre eles a alegação do papa Nicolau V para o tráfico de negros africanos em função da necessidade de convertê-los ao cristianismo salvador de almas.

Em termos de uma elevação espiritual só alcançável por meio da evolução mental a humanidade ainda se encontra nos cueiros. A desumanidade de desconsiderar um homem a ponto de estender sobre ele o direito de propriedade denuncia a predominância da animalidade sobre a espiritualidade que separa o civilizado da besta fera. Animais irracionais é o que são os seres humanos. E sob os mais diversos argumentos capciosos, o direito infame de escravizar permanece exercendo seu poder através da instituição do emprego. No terceiro fascículo do curso “SPEAK ENGLISH”, da editora Escala, o assunto das aulas gira em torno do jovem estudante Roger, entusiasmado pelo fato de ter conseguido um emprego. Pouco adiante, na lição 22 do fascículo 24, encontramo-lo abatido, com aspecto doentio, desgastado pelo esforço sobre-humano a fim de corresponder às exigências do emprego e os estudos.

É, pois, de espantar a distância que os intelectuais se mantêm da necessidade de uma orientação capaz de transformar as crianças em adultos capazes de meditar sobre uma forma de vida na qual todas as pessoas estejam a gosto. Faz-se extremamente necessário trocar a canalhice de religiosos e políticos por uma orientação baseada na sabedoria em vez da burrice que impede a massa bruta de povo de questionar o motivo pelo qual o presidente da república desperdiça tempo recebendo em audiência um jogador de futebola. Por trás deste fato aparentemente simples rolam coisas do arco da velha. Como povo existe para ser iludido feito criança, as igrejas e os estádios para brincadeiras continuarão lotados, até quando não se sabe.    

Nestas terras brasileiras de raro esplendor e riquezas naturais, cujos habitantes vivem na total miséria material e moral, seu povo é famoso como ladrões safados, carnavalescos, adoradores de futebola e igreja. Tudo que pode haver de negativo em termos de uma boa convivência social é “o quente” por aqui. Toupeiras mentais são consideradas celebridades e a fala das autoridades tem tanta veracidade quanto o que diz a papagaiada de microfone ao fazer apologia dos bancos e do agribiuzinesse. Estamos abaixo do zero da escala mundial em termos de civilização. A massa bruta de povo brasileiro volveu com tal vigor seu queixo duro no rumo da religiosidade e do futebola que é impossível trazê-la à razão, não obstante a transparência dos fatos que demonstram tratar-se de instituições voltadas para manter o povo na condição de massa bruta, incapaz de elevar o pensamento além da necessidade de trabalhar, comer e trepar. Enquanto isto, intelectuais escrevem bestas de sela com prefácios de outros intelectuais afirmando tratar-se de obras monumentais. Monumental, na verdade, é a estupidez humana a clamar pela atenção das mentes que se encontram acima da mediocridade da massa bruta de frequentadores de igreja, axé e futebola. Inté.

sábado, 15 de junho de 2019

ARENGA 577


Embora vivendo em comunidade, os seres humanos não cogitam de uma vida comunitária. O grupo-célula da sociedade, a família, tem como único objeto de preocupação seu mundinho particular, embora insignificante em relação à grandiosidade do mundo da sociedade humana. E a intelectualidade dos intelectuais em nada contribui para a sensatez de uma orientação no sentido de mostrar a necessidade de uma fraternidade universal como única forma de superar a irracionalidade ainda predominante no ser humano de forma tão acentuada que por interesses individualistas e mesquinhos a opinião pública é convencida a seguir caminho que leva a um destino oposto àquele que corresponderia aos seus verdadeiros interesses. São falsos, negligentes, ou mesmo criminosos, intelectuais que se omitem da tentativa de mostrar à humanidade ter sido ela transformada em joguete nas mãos de falsos líderes, seres infinitamente inferiores aos criminosos trancafiados nos presídios. Aqueles monstros, de cuja boca escorre baba de dragão, destroem os verdadeiros líderes a fim de assegurar seus privilégios conquistados por meio de artifícios capciosos que transformam seres humanos em irracionais que uma vez castrados da capacidade pensar por si mesmos, comportam-se do mesmo modo da manada, indiferente ao destino. Por conta da irracionalidade, não percebendo serem opostos aos seus os interesses dos ricos empresários, a massa bruta de povo os nomeia para postos da administração pública onde irão usar em benefício próprio o poder que o povo lhes atribuiu para cuidar de seus interesses. É intrigante o desinteresse dos intelectuais em tais questões uma vez de delas decorrerão malefícios generalizados para todos indistintamente. Entre nós que somos parte dos maiores sofredores do mundo, apesar da alegria fogo-de-palha, os malefícios já forçam jovens a abandonarem seus país, forçados por uma alegada pobreza ao tempo em que fortunas imensuráveis são desbaratadas de diversas maneiras, inclusive canalizada para as contas bancárias da maldita classe de agiotas, ante total indiferença de um povo extasiado por espetáculos circenses endeusados por papagaios de microfone e levados a efeito por esportistas, carnavalescos e representantes de deus. O grande número de estádios para esportes já pode ser acrescentado ao de farmácias e igrejas como indicadores do atraso mental do bicho povo que constitui a humanidade graças à apologia que fazem as Forças Ocultas das atividades esportivas em detrimento das meditativas, o que leva a ralé intelectual na qual se enquadra com perfeição a raça humana à crença de ser a vida em si mesma a coisa mais importante da vida, razão pela qual se deixa levar pelo som da estranha palavra gol que faz coro com as palavras deus, “famosos” e “celebridades”. Entretanto, a realidade da vida passa longe destas futilidades porque a vida só tem sentido se acompanhada do bem-estar que só pode ser alcançado por meio de uma elevação espiritual jamais encontrada nas igrejas, na mediocridade mental das “celebridades” ou nos festejamentos generalizados. Os envolvidos em tais atividades têm a vida como o bem primordial enquanto que o mentalmente evoluído sabe que a intensidade de um mal-estar é capaz de conduzir à opção pela morte.

Sendo a ralé intelectual incapaz de pensar, acredita ser eterna a vitalidade para o requebramento de quadris e é incapaz de perceber a existência dos mal-estares antes de serem por eles atingidos. Quando isto acontece é maior o infortúnio para os seres não pensantes por ser mais intenso o desconforto de quem é apanhado de surpresa por uma adversidade do que aquele que já contava com sua aproximação.

Apesar de se encontrar na atividade de pensar o divisor de águas entre o ser humano e a besta, é preciso pensar sobre como superar a insanidade humana capaz de trocar por dinheiro o ambiente do qual depende sua existência. É preciso repensar tudo que já foi pensado porque uma conclusão resultante de silogismo iniciado por premissa falsa leva resulta em generalização de inverdade. É o que acontece com a conclusão a que chegou o sistema econômico mundial de depender de haver emprego para quem dele precise o bem-estar social uma vez ser impossível haver empregos suficientes, sem contar com a realidade de ser o emprego uma trama diabólica por meio da qual, para sobreviver, o necessitado abre mão de sua vitalidade. Não obstante a nobreza da atividade de pensar, faz-se necessário pensar corretamente sob pena de, como já foi dito, tirar conclusões erradas. Um exemplo: No livro Os Filhos do Imperador, da escritora Claire Messud, consta o seguinte pensamento atribuído ao também escritor Anthony Powell: “Se você cultiva corretamente seu mito pessoal, pouco mais importa na vida. O substancial não é o que acontece com as pessoas, mas o que elas pensam que lhes acontece”. Isto é completamente falso porque q vida é realidade, enquanto que os mitos são fantasias. Quando os jovens inocentes da Juventude de Fé cultivam o mito deus, pensam que o beijo do papa no pé do infeliz seja capaz de prevenir a infelicidade, incorrem em grave erro porque sendo inócuo o gesto, a infelicidade os alcançará algum dia. Inté.















   




sábado, 8 de junho de 2019

ARENGA 576


Apesar de continuar moldável, dia a dia a massa bruta de povo tem mostrado alguma rebeldia em tomar a forma desejada pelos falsos líderes políticos e religiosos que pensam por ela. Embora a quase totalidade dos seres humanos ainda pensa existir deus, não são poucos os que contestam a existência de divindades. Quando o governo diz não se justificar tomar dinheiro emprestado no exterior para pagar aposentadorias, já não consegue ter unanimidade popular de aprovação às razões apresentadas como justificativa para reformar a previdência. Calejado de ser enganado pelos governos desde que eles existem, gatos pingados despontam do meio da massa bruta de povo demonstrando alguma capacidade de raciocínio, e, ouvindo de pessoas versadas em política tratar-se de mais uma mutreta contra o povo esta reforma, preferem estes gatos pingados dar ouvidos a estas pessoas do que ao governo.

A perda de credibilidade por parte dos falsos líderes lembra a afirmação de Thomas Paine de que o tempo convence mais que a razão. Levando ferro por tanto tempo, as pessoas foram convencidas de que as autoridades têm interesses diversos daqueles que dizem ter. Realmente, se há dinheiro para alimentar a agiotagem internacional, desperdiçar à larga com palácios e uma plêiade de “excelências”, “famosos”, “celebridades” podres de ricos, templos para orações e outros tantos para brincadeiras, há realmente dente de coelho nessa história de faltar dinheiro para pagar aposentadorias. O que se faz necessário, isto sim, é corrigir as distorções. Absolutamente nada justifica quem deu duro a vida toda receber uma merrequinha de nada enquanto parasitas sociais recebem várias e gordas aposentadorias.

A religiosidade é a maior demonstração de ingenuidade que alguém pode dar. Quando o chefe do atual governo religioso diz que o Estado é laico, mas ele é religioso, está demonstrando ser tão ingênuo que não sabe serem duas coisas distintas a pessoa física do presidente da república e a instituição Estado Brasileiro. A História mostra que desde sempre houve uma parceria entre política e religião. Só não sabe disso a massa bruta de povo mais interessada nas trepadas de Neymar do que nos assuntos pertinentes à sua vida. Vivendo ambas, política e religião, de passar mel na boca do povo, é compreensível a religiosidade do presidente como político, mas nunca como ser pensante.

A sociedade humana só tem a perder por não se interessar em corrigir a falta de lógica na qual está envolvida. Raciocinando a respeito, percebe-se não haver motivo algum para se acreditar nem no que dizem os políticos e nem nos representantes de deus porque tanto uns quantos outros se apresentam como portadores de poder capaz de promover o bem, mas predomina um mal tão evidente que os bancos, embora não passando de quadrilhas organizadas para roubar a sociedade e fazê-lo com maior eficiência do que as quadrilhas dos outros bandidos, como mostram seus lucros fabulosos, são estas últimas quadrilhas execradas enquanto as primeiras têm sua prática criminosa recomendada pelos papagaios de microfone.

É preciso pensar e repensar a organização da sociedade humana, mormente neste belo país de triste sorte. A prisão de bandidos perigosos à nossa sociedade não a protege das ações criminosas porque os bandidos continuam exercendo suas atividades de dentro dos presídios, contando, inclusive, com parceria de advogados e conivência da OAB, de olho nas mensalidades.

Mesmo vendo velhos arqueados, apoiados em bengalas ou em cadeiras de roda, os jovens jogam fora sua vitalidade, imaginando-se imunes a tal destino. Daí que a única preocupação quanto ao futuro se resume a guardar o que comer quando não tiver mais força trabalho para vender. A ninguém ocorre que o trabalhador é condenado a só ter sua parca refeição quando alguém precisa dele para fazer algum serviço.

A juventude mundial só tem a perder em deixar-se transformar em massa de manobra de uma liderança tão pervertida moralmente que na introdução do livro de Arthur Schopenhauer, TRINTA E OITO ESTRATÉGIA PARA VENCER UM DEBATE, está dito com muita propriedade que a vaidade e a hipocrisia triunfam sobre a verdade. Inté.