sexta-feira, 17 de maio de 2024

ARENGA 739

 

Os calhamaços de mil ou mais páginas, geralmente de leitura chatíssima, expressam incapacidade de transmitir o pensamento ou gosto pela prolixidade desnecessária. Vejam com que facilidade mestre Jean-Paul Sartre esclarece do seu ponto de vista um assunto de filosofia sobre a natureza humana que ele denomina de essência. Como se sabe, tais assuntos sempre envolvem complexidade. Esta lição está aqui na página 269 do livro O LIVRO DA FILOSOFIA, da editora Globo Livros:

“Ele (Sartre) nos convida a imaginar um abridor de cartas, aquele tipo de lâmina própria para envelopes. Essa lâmina nasceu das mãos de um artesão que teve a ideia de criar tal ferramenta e que teve claro entendimento sobre o que é necessário para um abridor de cartas: afiado o suficiente para cortar papel, mas não a ponto de ser perigoso. Deve ser fácil de manejar, feito de substância apropriada (metal, bambu ou madeira, talvez, mas não manteiga, cera ou penas) e talhado para cortar de maneira eficaz. Sartre disse que é inconcebível um abridor de cartas existir sem que seu fabricante saiba qual a sua finalidade. Portanto, a essência do abridor de cartas (todas as coisas que o tornam um abridor de cartas, e não uma faca de cortar carne) vem antes da existência de qualquer abridor de cartas específico. Os humanos, claro, não são abridores de cartas. Para Sartre, não há plano predeterminado que nos transforma no tipo de seres que somos. Não somos feitos para qualquer finalidade específica. Existimos, mas não por causa de nossa finalidade ou essência, como um abridor de cartas: nossa existência precede nossa essência”.

Seria bem melhor para a humanidade encarar a realidade de que nossa origem não está em divindade alguma que nos teria imaginado, principalmente nós, brasileiros, imaginados para requebradores de quadris e ladrões porque, como observa mestre Sartre, a ideia da criação antecede à criatura.

Mas o ser humano não faz uso da inteligência por não ter inteligência. Só não faz uso dela é por ser impedido pelas Forças Ocultas a que se referia Jânio Quadros, mas que estão à vista de quem conseguiu escapar da armadilha para aprender nos bons e simples livros como é que funciona a vida. Estas forças supostamente ocultas são obra de satanás e estão nas telas das TVs e celulares de onde pobres coitados mentais não conseguem se desligar. É uma maldade do tamanho do mundo entorpecer deliberadamente as pessoas para incapacita-las de concentrar sobre suas vidas, principalmente o povo porque como observou o filósofo, é mais fácil em a multidão do que o indivíduo.

Em outras palavras, o objetivo das telas (TV e celular, principalmente este) é emburrecer as pessoas atrofiando sua inteligência com tamanha eficiência que ter os filhos mandados para matar e morrer em guerras é a coisa mais natural do mundo. Daí a sabedoria de Humberto Eco ao afirmar que quem controla os meios de comunicação controla o mundo. Sendo manipulável o cérebro como mostra o hipnotismo, e sendo que aos ricos donos do mundo, dos governos e dos meios de comunicação interessa um povo incapaz de raciocinar para se conformar em esperar que deus lhe dê o que só dinheiro pode dar, o dinheiro que eles usurparam para si e que por ser de tamanha importância que salva vidas e socorre os pobres bailarinos de axé e de futebola lá do Rio Grande Sul. Se ninguém vê a inutilidade das orações do Papa é justamente por terem todos tido a inteligência apequenada.

Pior de tudo é que pela cara feia da natureza, tudo indica que junto com a insanidade de despejar crianças no mundo para um futuro nada promissor, o povo deve diminuir o tempo dos requebros para trabalhar mais a fim de fazer mais bilhões para novos socorros. Tomara que não, mas pode ser outra grande bobagem só se falar em reconstrução sem imaginar a possibilidade de novas destruições. Esperemos que não, mas custa nada botar as barbas de molho.

  

quarta-feira, 15 de maio de 2024

ARENGA 738

 

 “Os partidos comunistas de Cuba e China têm pouco a ensinar”. Diz o ex-ministro Maílson da Nobrega, o que faz pensar no seguinte: Se alguém com desenvoltura intelectual bastante para ser ministro de estado tem tão curta visão dos problemas sociais, qual não será a falta de visão do povão ligado em igreja, axé e futebola? Análise menos superficial leva à conclusão de que nem os partidos de Cuba, nem da China e nem de lugar algum tem o que ensinar, salvo se um aprendizado de como fazer a infelicidade de um povo porque outra coisa senão infelicidade pode resultar da insensatez da concorrência por mais riqueza e maior poder, premissas que apesar de falsas sempre orientaram a humanidade num descaminho que leva também a cada vez maiores desatinos. Não há lugar para paz e tranquilidade na cultura humana da barbárie para a qual a vida é insignificante quando se trata de interesses antissociais de Midas cuja avareza desconhece limite. Tão grande é a insensibilidade destes monstros de cuja boca escorre baba de dragão que se apropriaram do mundo e fazem a humanidade infeliz e ignorando a causa de sua infelicidade de modo tão evidente que os pobres, os mais infelizes, abominam a simples menção da ideia de alguma organização social diferente desta que aí está onde são os que mais sofrem por falta do dinheiro que não chega até eles por ser usado incorretamente para pavonemento de gatos pingados na Revista Forbes.

A sabedoria que a sensatez encerra nunca fez parte do vocabulário humano ante tamanha diferença entre o desejo de felicidade de cada um e o tamanho da infelicidade coletiva revelada na existência de imensas riquezas individuais e levas de deserdados da vida a perambular e morrer de fome e doenças curáveis.

Meditar sobre o comportamento humano faz concluir que a humanidade fez opção pelo sofrimento tamanha é a distância que a separa da realidade, não obstante a capacidade de pensar que a distingue dos outros seres vivos.

Só não é incompreensível a insensatez humana por ser tão exuberante sua estupidez que deixa seu destino a cargo de um ser que apesar de imaginário integra o cotidiano de forma tão equivocadamente real que a palavra deus é dita várias vezes por dia e por cada ser humano. Embora o fenômeno ocorra com maior frequência em lugares onde é nenhum o desenvolvimento intelectual, intelectuais também incorrem na mesma ingenuidade. Aqui na página 33 do magnífico livro Os Donos Do Mundo lê-se o seguinte pensamento do intelectual G.K. Chesterton, teólogo britânico: “Quando o homem deixa de crer em Deus, pode crer em qualquer coisa.” E aqui temos maior falta de conexão com a realidade do que o dito na inicial sobre partidos políticos porque não existindo deus, quem é capaz de acreditar em qualquer coisa é exatamente quem acredita no que não existe.   

 

 

 

     

    

terça-feira, 14 de maio de 2024

ARENGA 737

 

Ficaram fora da moda pensamentos capazes de fazer refletir seriamente como este de Noam Chomsky, citado na página 162 do fabuloso livro Os Donos Do Mundo, da fabulosa Cristina Martín Jiménez, esta, sim, uma celebridade:

“O problema das verdadeiras democracias é que elas cedem à heresia de acreditar que os governos deveriam atender às necessidades de sua própria população, em vez dos interesses dos investidores”.

Uma análise acurada deste raciocínio é capaz de trazer à compreensão o conteúdo de todos os compêndios existentes no mundo sobre a aflição humana e que é nada mais do que se ver a humanidade amarrada por um Nó Górdio que nem mesmo por maior que fosse Alexandre, O Grande, conseguiria superar. Estando tão atrasada no caminho da civilização, não pode viver sem uma autoridade que lhe refreie os impulsos bestiais que impossibilitem viver em sociedade e nem haver ser humano capaz do elevado trabalho de manter em ordem os seres humanos visto serem todos bestiais. Este é um ponto tão importante na vida dos seres humanos que precisa ser repetido à exaustão posto não haver como superar a infelicidade humana sem que se concentre esforço na solução deste verdadeiro enigma.

No que diz respeito à tentativa de estruturar um poder que ponha ordem na desordem em que incorrem os seres humanos sempre que se ajuntam, pensadores como Hobbes, Paine e Rousseau concluíram por um contrato segundo o qual a sociedade humana transfere para uma autoridade (governo) o poder de administrar a sociedade, o que seria uma boa ideia. Entretanto, como todo trabalho precisa de um método, o melhor método até hoje inventado para o trabalho de administrar a sociedade é o da democracia, segundo o qual o povo escolhe quem vai ser as autoridades, o que exige qualidade de cidadania para se fazer a melhor escolha possível. Entretanto, e este é o X do problema, tendo sido o povo envolvido pela maldade de maus caracteres em tamanha alienação política que o torna incapaz de escolher bem, o resultado é escolher sempre os piores e, como não podia deixar de ser, o resultado também é ser tão pior que apesar de pobre a sociedade, leis destinam vultosa soma de dinheiro a ser usada pelos meios de comunicação para convencer a população a votar nos piores, o que sempre acontece em escala ainda maior em sociedades chamadas idiotamente “em desenvolvimento” de um tipo que desenvolver significa enriquecer, sendo que esse tipo de desenvolvimento tem sido aflitivo para as sociedades que desenvolveram enriquecendo e causando infelicidades mundo afora.

Observa-se que democracia tem sido causa de Infelicidade porque dela tem resultado esta situação socialmente desastrosa mencionada aqui na página 11 do livro O Pão Nosso De Cada Dia, de Ladislau Dowbor: “... o 1% dos mais ricos do planeta se tornaram donos de 50% das riquezas produzidas por toda a sociedade”. Como se vê, trata-se de uma situação socialmente catastrófica porque os excluídos de participar da riqueza que ajudou a fazer não haverão de permanecer num eterno conformismo. A História mostra que por várias vezes chutaram a mesa onde se banqueteiam os insensíveis causadores de suas infelicidades.

 

quinta-feira, 9 de maio de 2024

ARENGA 736

 

Uma pesquisa indagando o que realmente salva vidas se dinheiro ou milagre, evidente que a resposta optaria pelo milagre, tal é a falsidade a que foi conduzida a humanidade pela cultura do venha a mim e os outros que se danem, enraizada profundamente na mente humana de modo tão evidente que apesar da realidade de apenas por notícia se ter conhecimento de salvamento por milagre, ao contrário, todos conhecem pessoas que foram salvas pelo dinheiro, inclusive este rabiscador de garatujas que o dinheiro de pagar um bom plano de saúde por duas vezes permitiu que médicos lhe salvassem a vida. Mesmo diante de evidência irrefutável, ainda assim, todos, absolutamente para todo mundo quando alguém de sua estima é salvo pela medicina e recupera a saúde, é a deus que se atribui o trabalho feito pelas pessoas da saúde.

 Uma vida sem conhecimento não vale a pena ser vivida, disse o filósofo. No entanto, conhecimento é o que povo não tem. E se não tem não é por falta de capacidade de ter. É por lhe ser vedada a oportunidade de superar a fase de povo adquirindo conhecimento porque isso é prejudicial aos aproveitadores a quem serve o desconhecimento.

E é aqui onde se encontra a barreira que impede o avanço da civilização. A partir do momento em que surgiu agrupamento, também surgiu o aproveitador formas de ludibrio ou malandragem. O historiador Burns conta que possivelmente os faraós e sacerdotes tivessem origem no trigo. Isso porque ao observar que uma semente deixada prá trás virava uma planta, quem observou logo arrumou um jeito de levar vantagem sobre os demais.

O incentivo ao desconhecimento levou mestre Paulo Freire à cadeia por aconselhar uma educação que desse conhecimento ao povo. Portanto, sendo o desconhecimento do interesse dos donos do mundo e dos governantes, tem-se que sob a égide do desconhecimento a vida só vale a pena para pessoas de uma alegria tão efêmera que desaparece junto com a insensatez da juventude. Vai daí que no mundo a vida só é agradável para quem está enganado com a cor da chita porque todo o alvoroço dos requebramentos cederá lugar a dores das mais diversas, que fazem gemer para sentar (lembram da velha surda de Roni Rios? Pois é. E tem ainda muito mais: remédios, análises laboratoriais e consultas médias a puxar de gancho.

Toda a desarrumação da sociedade humana vem de um tipo de desconhecimento, o de dar ao dinheiro a importância que ele tem como agente promotor de bem-estar social do qual depende o bem-estar de cada um individualmente. Aqui está uma das milhões de maneiras erradas de uso do dinheiro: na página 11 do livro O Pão Nosso de Cada Dia, do batalhador por um mundo melhor Ladislau Dowbor, consta que nos Estados Unidos o salário de um administrador de instituição parasitária da especulação financeira corresponde ao salário de dezessete mil professores do ensino primário, um trabalho que multiplica conhecimento enquanto o trabalho do especulador multiplica crises, conclui mestre Dowbor.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

ARENGA 735

 

Na imprensa, a notícia de que a viúva de um dissidente russo acusa Putin de ladrão e assassino. Infelizmente para a humanidade, senhora viúva, crime faz parte da política. Senão, veja o que temos aqui no livro Novas Confissões de um Assassino Econômico, de John Perkins mostrando com todas as letras que na verdade todos os mandatários do mundo são criminosos. E olha lá que este senhor Perkins sabe do que está falando porque foi assessor do Banco Mundial, das Nações Unidas, FMI, Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, Empresas da Fortune 500 e líderes de países da África, Ásia, América Latina e Oriente Médio, como economista-chefe de grande empresa de consultoria internacional. É o que consta da segunda orelha do livro.

Este senhor se auto define como um AE (assassino econômico), que o prefácio do mesmo livro define da seguinte maneira: “são profissionais altamente remunerados para o trabalho de lesar países ao redor do mundo em trilhões de dólares. Eles canalizam dinheiro do Banco Mundial, da United States Agency for International Development (USAID) e outras organizações de “ajuda” ao exterior para os cofres de enormes corporações e para os bolsos de algumas famílias abastadas que controlam os recursos naturais do planeta. Entre os seus instrumentos de trabalho relatórios financeiros fraudulentos, eleições manipuladas, subornos, extorsão, sexo e assassinato. Eles praticam o velho jogo do imperialismo, mas um tipo de jogo que rem assumido novas e aterradoras dimensões nesta época de globalização. Sei do que estou falado; eu fui um AE”., finaliza o autor que se refere à economia do mundo como ECONOMIA DE MORTE.

Na página 18 lê-se: “Embora a economia de morte esteja baseada num tipo de capitalismo, é importante notar que a palavra capitalismo se refere a um sistema econômico e político em que comércio e indústria são controlados por proprietários privados, não pelo Estado. Isso inclui mercados agrícolas locais assim como essa forma muito perigosa de capitalismo corporativo global, controlado pela corporatocracia, que é predatório por natureza, que criou uma economia de morte e que, em última análise, é autodestrutiva”.

E, no parágrafo seguinte: “Decidi escrever Novas confissões de Um Assassino Econômico porque as coisas mudaram muito durante esta última década. O câncer se espalhou de uma ponta à outra dos Estados Unidos assim como pelo resto do mundo. Os ricos ficaram mais ricos e todos os outros ficaram mais pobres em termos reais. Uma poderosa máquina de propaganda possuída ou controlada pela corporocracia tem feito circular suas histórias para nos convencer a aceitar um dogma que serve a seus interesses, não aos nossos. Essas histórias pretendem nos convencer de que devemos adotar um sistema baseado no medo e na dívida, acumulando coisas e dividindo e conquistando todos que não fizerem parte do nosso grupo. As histórias têm nos vendido a mentira de que o sistema dos AEs proporcionará segurança e nos fará felizes”.

Assim, a história da economia em que se baseia a cultura do venha a mim e os outros que se danem é uma história de maldades e crimes. Não é à toa que a política de vários países tem suas notícias nas páginas policiais. Estará a humanidade condenada a viver eternamente debaixo da sombra da criminalidade ou será que a rebeldia jovem nas sociedades ricas que são as mais criminosas visa uma vida sem as mentiras próprias de ambientes onde imperam a falsidade e criminalidade?

Se a humanidade é feita de seres humanos e não de bestas, por que, então, o comportamento bestial de considerar vida insignificante em relação a dinheiro? Há notícias de desvios do dinheiro de socorrer os gaúchos na aflição por que passam em consequência de também terem sido como todo mundo indiferentes à política predatória do meio ambiente cujo resultado só pode tender a piorar junto à maldição que acompanha ganância e usura que também só tendem a aumentar enquanto seres não pensantes buscam amparo de um deus bom quando tudo à volta são só coisas ruins que apesar de extremamente ruins não deixar de piorar. Ninguém pensa nestas criancinhas que o insensato instinto de reprodução faz as mulheres despejarem num mundo de tantas maldades? Por que será que ninguém pensa num jeito inteligente de viver?      

  

 

terça-feira, 7 de maio de 2024

ARENGA 734

 

Evento dos mais auspiciosos em relação ao futuro das novas gerações tem lugar nesse exato momento e por dois motivos também da maior importância para o futuro da humanidade porque pode estar na revolta dos jovens de países ricos demonstração de estar chegando a percepção da verdade escondida por milênios atrás das mentiras que fizeram a humanidade infeliz. De uma coisa não se pode duvidar: por mais que demore, a verdade sempre vem à tona. Por maior o esforço aqueles que enganadamente acreditam estar bem no reino das falsidades, tudo indica estar chegada a percepção da realidade de que ou se dá um basta para as mentiras que a humanidade tem por verdades ou chega ao exaurimento das condições de vida no planeta.  A História é plena de falsidades que o tempo fez dar lugar a verdades. Não já foi verdade que a Terra era quadrada e que era proibido à medicina intervir no corpo humano por ser obra divina? Pois hoje a Terra é redonda com lados um pouco achatado e um sujeito passa pela rua com um olho, fígado ou coração que apesar de ter morrido seu dono, voltam à vida em outra pessoa para a qual foi mudado pela medicina.

Assim é que as mentiras encheram a paciência e causaram insatisfação de jovens de sociedades ricas onde a orientação da cultura do venha a mim e os outros que se danem mostra-se falsa. A percepção desta falsidade pode vir a ser o evento mais significativo da humanidade uma vez que sem morticínio promete ser a única revolução capaz de mudar o mundo irracional em que vivemos para um mundo racional e humano que deveria ser porque habitado por seres capazes de raciocinar.

Afora a Juventude de Fé, por ser uma fé que no lugar da ação de fazer com as mãos, espera que as orações do Papa dirigidas ao céu venham em socorro dos sofrimentos dos irmãos gaúchos, enquanto que este sofrimento vem justamente do céu.

Porém, é certo que a opinião política de uma juventude socialmente integrada levará o mundo para onde pender esta opinião.  Daí que tomando a juventude consciência do desastre que lhe espera em consequência do modo errado de viver incontrolável ânsia de acumular mais do que o necessário, o que tornou os seres humanos tão indiferentes quanto bestas ao sofrimento alheio, deste erro resulta a aflição humana que, como se já não bastasse, os desastres climáticos provenientes dos mesmos erros prometem multiplicar.

Indiscutível estar na juventude o verdadeiro tesouro da humanidade. O erro que leva jovens ao suicídio ou almejar deixar sua terra é consequência infame de uma educação da qual resultam jovens convencidos de que tempo é dinheiro no lugar de uma educação que os faça ver a real importância de cultivar hábitos que tornem agradável a vida em vez de desagradável como tem sido em consequência de viverem os seres humanos às turras pela posse do muito que não vai no caixão nem pro forno.

Se a juventude das sociedades ricas se manifesta a favor dos inimigos dos Midas açambarcadores de riqueza e criadores de infelicidades, antes de serem estes jovens a favor do terrorismo, são, na verdade, contra a falsidade de suas vidas, o que é realmente uma grande e bem-vinda novidade uma vez que chega o momento de decidir se continua a destruição do meio ambiente ou se faz por evitar os fenômenos climáticos decorrentes da cultura desastrosa de transformar a natureza em dinheiro. A coisa está tão feia que segundo o jornal Outras Palavras, de 07/05/2024, o professor de física Raymond Pierrehumbert, da Universidade de Oxford, nos EUA, principal autor do relatório do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas afirmou o seguinte: “No que diz respeito à crise climática, chegou a hora de entrarmos em pânico”.

Pânico é exagero. Com calma é como melhor se encontra solução. Mas, também há exagero na indiferença como tem sido encarado o problema climático porque os jornais de hoje, 07/05/2024, noticiam grandes desastres ao lado de notícias sobre como vai ser o carnaval e a Copa do Mundo. Haja saco para tanta estupidez!

 

 

 

 

domingo, 5 de maio de 2024

ARENGA 733

 

Na imprensa, o eterno sorriso dos políticos mostrando a distância infinita distância que os separa da realidade e do perigo que representa a exorbitante degradação da política que chega à insustentável situação de absolutamente nenhuma autoridade merecer mais respeito de ninguém. Sequer dá para acreditar que as autoridades existem para impor a ordem sem a qual a vida em sociedade tende à degradação. A multiplicidade de vontades aliada à rara existência de algum ser humano com sensibilidade bastante para sentir-se emocionalmente afetado pelo desconforto de outra pessoa, enfim, são inumeráveis os motivos que inviabilizam aos seres humanos a uma boa convivência. Onde ajuntam, logo começam desavenças que logo dão origem a desarmonia e violência.

Para completar o desânimo de quem aprendeu por esforço próprio a mecânica do funcionamento da vida, que é proibida ser ensinada, ao lado do riso dos políticos, outro riso largo da “celebridade” bilionária Ronaldo o “fenômeno”, e, para completar, o envolvimento de políticos com o multimilionário espetáculo circense de Copacabana, quando se apresenta a cantora Madona, enquanto nossos irmãos gaúchos amarguram o resultado da insensatez aprovada pela política da cultura do venha a mim e os outros que se danem de trocar por dinheiro os recursos naturais dos quais depende a vida. A monumental festa de Copacabana faz perceber que Sérgio Cabral roubou até a tradicional esperteza dos cariocas.

A riqueza material preferida pelos humanos os torna infensos à verdadeira riqueza, a riqueza da paz espiritual que jamais poderá ser alcançada em meio à turbulência do desassossego de suas vidas estúpidas com ricos correndo atrás de mais riqueza, necessitados em agonia e, no meio, inocentes servindo de hospedeiros para os ricos que são quem em última análise se beneficiam do resultado do trabalho de quem trabalha, e que também serve para socorrer os pobres nas calamidades.

Serão as “celebridades” bilionárias e endeusadas pela mídia tão más quanto quem se aproveita da boa-fé alheia para extorquir inocentes, ou, o que é mais provável, como todo mundo mais, não serão também vítimas da inocência de que tanto se aproveitam os parasitas da sociedade? Esta é a hipótese mais provável por ser crível que se soubessem as “celebridades” que sua arte está sendo usada pela malandragem política para distrair o povo e evitar que a percepção da realidade de estar sendo enganado, pelo menos parte destas “celebridades” seria afetada por algum remorso.

O tempo envolvido em divertimento falta à conclusão de realidades como ser o povo fornecedor dos recursos de cinco bilhões a serem gastos para fazê-lo a decidir em quem votar.  

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 2 de maio de 2024

ARENGA 732

 

Cadê a Assembleia Legislativa simbólica que a juventude universitária do Piauí elegeu entre estudantes e presidida por uma jovem? Ou os jovens esmoreceram no caminho ou então a papagaiada de microfone foi proibida por seus patrões de voltar ao assunto. Em algum jornal na internet vi a notícia de que jovens do Estado do Piauí, por meio de voto democrático e consciente elegeram uma simbólica Câmara de Deputados feita de jovens, com uma jovem na presidência, fato animador desde que esta jovem seja tipo Heloisa Helena ou Eliana Calmon.

Com que finalidade teriam os estudantes se dado a tal trabalho? Se foi por brincadeira teria sido bobagem porque além de já existir brincadeira demais e não se dever brincar com assunto sério, do que também já estamos saturados, além disso, por que desperdiçar o tempo de trabalhos ligados aos estudos?

Certamente que a iniciativa despertou interesse em quem sabe da importância que a política tem em nossas vidas a atitude dos universitários. Nós cá do cantinho de pensar conjecturamos várias hipóteses com nosso travesseiro. Às vezes nós achamos que teria sido para ensinar aos deputados de verdade o que é preciso para ser deputado uma vez que eles não sabem porque se soubessem não haveria de haver notícias nas páginas policiais e nem estaria a política tão desacreditada que tendo os eleitores de votar para escolher o menos pior, o desânimo é visível nas filas de votantes por obrigação e a custo de cinco bilhões.

Por tudo isso não se ouve nas filas de eleitores nenhuma conversa entusiasmada sobre os planos de nenhum candidato, algo mais ou menos assim: “Cê viu cara? Te falei que dessa vez tem um homem certo prá gente votar e que esse homem é seu Zé do Buraco Redondo? Semana passada no derradeiro discurso que faz lá no Buraco Redondo não teve quem duvidasse do que o homem falou. Falou que vai pegar o mundaréu de terra sem utilidade e fazer a reforma agrária. Disse que já combinou antes mesmo a eleição com o DNER para abrir estradas, com a engenharia das Forças Armadas para soldados construírem casas, escolas, hospitais, e garantir mercado para os produtos dos novos agricultores. Falou que isso vai desafogar as cidades para evitar violência e doenças. Também falou que vai organizar um corpo de cientistas para fazer vacinas para a doençada que vem aí.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

ARENGA 731

 

Se, como disse o filósofo, uma mentira de tanto repetida tomo foros de verdade, uma verdade, quanto mais repetida, mas verdade se mostra. Como mentiras trouxeram a humanidade à camisa de onze varas em que se encontra, brigar contra as mentiras deve ser dever todo ser humano. Daí a implicância desse cantinho de pensar em relação à crendice na existência de um senhor deus porque tal crendice impede que as pessoas sintam-se responsáveis por seu destino e fiquem a espera de que esse senhor cuide disso e o resultado é o sofrimento humano ter chegado à situação extrema que ao contrário da realidade cada ser humano está certo de ser suficiente cuidar ainda que bem cuidado apenas de si e dos seus, ignorando a necessidade igualmente importante de também cuidar da vida social porque o ser humano foi feito para viver em comunhão com outros seres humanos em um relacionamento impossível de ser descrito porquanto esta dependência começa quando somos colocados no mundo e só termina quando alguém se livra das cinzas da cremação.

Sobre nossa dependência, há séculos o filósofo Thomas Paine fez a seguinte observação:

“...a força de um homem é tão desproporcional às suas necessidades, e o seu espírito é tão inadequado à solidão perpétua, que em breve é obrigado a procurar assistência e conforto com outra pessoa que, por seu turno, quer a mesma coisa”. E olha que o filósofo ainda foi parcimonioso em seu julgamento porque antes de virar pó a ‘..divindade, tanto quanto os magnatas atuais, passavam e passarão pela fase de matéria putrefata, em oposição ao processo higiênico da cremação.

               por falta desse cuidado com o TODO é que a vida está tão deteriorada a ponto de haver comida sobrando, a vida foi prolongada até três ou mais vezes mais do que no tempo das primeiras pessoas sobre a Terra quando só havia o que comer se fosse encontrada comida, e quando não se cogitava ainda de um senhor deus, não obstante passado tanto tempo para adquirir experiência, não se pode afirmar com certeza se aquelas pessoas eram menos infelizes do que nós.

Em algum lugar desse cantinho de pensar há uma proposta que vai aqui repetida para que façamos a experiência de pôr de lado durante uma década todas as divindades do mundo e dedicar cada grupo social a atenção que dedicava às divindades para ajudar na administração de sua sociedade se interessando em saber o custo de cada obra, o porquê das viagens dos administradores, enfim, o mesmo zelo que tem com os gastos com a família que tem uma zelosa dona de casa. Findo o período, se tudo continuasse o mesmo uma vez impossível estar pior, então votar-se-ia a atenção coletiva para as divindades.

Aliás, a respeito de divindades, estou vendo aqui na página 35 de Senso Comum, quando o governante se chamava rei, e para o povo era uma divindade, a seguinte referência do filósofo àquelas divindades: “Que heresia o título de sagrada majestade aplicada a um verme que no meio de seu esplendor se desfaz em pó”.

T