Depois da religiosidade, entre as
muitas outras falsas crenças nas quais se fundamenta o comportamento humano
desponta a excelência da democracia como a segunda mais prejudicial. Embora
pudesse ser benéfica à humanidade, a democracia é prejudicial. E não pode deixar
de ser devido ao estado mórbido de ignorância que a religiosidade impõe aos
seres humanos de forma tão avassaladora que praticamente anula no homem a
capacidade de raciocinar e o torna tão inocente que é capaz de conversar com
estátua e comprar feijão milagroso. Como poderiam seres tão ingênuos fazer uma
escolha acertada para que as vantagens da democracia pudessem se materializar? Por
esta razão é que para o bem da juventude os pais não devem prescindir de
meditar profundamente sobre como evitar continuar transmitindo para os filhos o
que aprenderam dos avós deles uma vez que deste aprendizado resultou a
infelicidade das guerras, destruição da natureza, doenças, fome, violência e
putaria televisiva invadindo os lares, transtorno mental levando jovens à
depressão e suicídio além de tamanha estupidez que a meditação é considerada
desperdício uma vez que tempo é dinheiro.
Se há implicância deste cantinho de
pensar quanto à religiosidade, e realmente há, é uma implicância tão justificável quanto a de quem implicasse em não beber o veneno que lhe fosse oferecido. Não
se pode prescindir de mudança se o mundo se encontra a mercê de um
sistema financeiro que por meio de um estelionato legalizado se aproveita da
falta de conhecimento de quem procura resguardar suas economias da inflação
para lhes roubar livremente, mau exemplo aprendido da religiosidade que vendendo
falsas promessas arranca imensa riqueza de pobres diabos que escrevem foi deus
que mim deu em seus carrinhos ordinários. Nem é diferente com a política que de
responsável pela organização da sociedade humana passou a ser responsável por
sua desorganização vez se encontrar a sociedade humana em tamanha desordem que
um por cento dos seres humanos detêm maior riqueza do que os noventa nove por
cento restantes.
É, portanto, boa ação implicar contra
os males dessa trilogia satânica sistema financeiro/religiosidade/má política que
desde sempre se nutre do desconhecimento a fim de desfrutarem seus líderes de
vida faustosa de tripa forra. Enquanto a religião convence o ser humano de ser
deus o responsável por seu destino, a má política disso se aproveita para dar
expansão à maldade natural do ser humano ainda não civilizado para engendrar
uma política tão má que entra em conluio com o sistema financeiro criminoso e o
resultado são levas de necessitados infernizando a vida de quem ainda não
precisa se marginalizar para tomar-lhe o que consegue ter a duras penas. Tudo é
falso no mundo. Uma pergunta cala na consciência de quem superou a fase triste
de povo: estará a humanidade condenada à infelicidade?
Não! Não é o que acontece. Se assim
tem sido é por falta de interesse em viver a realidade em vez de se contentar
com as mentiras de sempre que têm entre os males delas decorrentes o de eliminar
a vantagem que poderia proporcionar ao bem-estar social o instituto da
democracia de que tanto falam papagaios de microfone e cientistas de politicagem,
mas que só não acontece em virtude de ser o eleitorado incapaz de distinguir
entre falso e verdadeiro para que pudesse não se deixar iludir com falsas
promessas e fazer melhor escolha entre a plêiade de malandros que se apresentam
com intuito inconfessável. Como não é esse o caso, e a escolha é decidida por
quem está mais interessado na cor da fumaça na chaminé do Vaticano, em saber
com que “famoso” determinada “famosa” está trepando, ou se a bola passou do
lado ou entre as pernas do goleiro, o resultado é se ter ladrão responsável
pelo erário.
Embora com o tempo seja inevitável o
despertar para a realidade, este despertar tem sido retardado propositadamente
para que se perpetue este estado mórbido de indolência mental que tanto
beneficia aproveitadores desavergonhados e perversos. No dia 02/05/2020, às
cinco horas da manhã, na rádio Bandeirantes AM de SP, que desempenha o baixo
papel de arauto do pão e circo, papagaio de microfone dizia de lá que Alagoas
tem políticos importantes como Renan Calheiros e Artur Lyra. Quer dizer, então,
que político que carrega a pecha de ladrão é importante? E ninguém se incomoda
com tamanha inversão de valores? Por que o papagaio de microfone diz ser
importantes dois políticos que respondem por roubo, mas não mencionou Heloisa Helena
que não enriqueceu na política? Desta forma, sendo a preferência pela má
política, estaremos concordando em viver numa sociedade de gatunos na qual não
há lugar para verdade, moralidade e honradez. A malandragem é tão clara que a
faculdade de escolha, a periodicidade e o direito de substituição do eleito que
mija fora do penico, corolários dos arautos da democracia, caem por terra se do
direito de escolha resultam ladrões no poder, da periodicidade e do direito à
substituição resulta a reeleição e o continuísmo da locupletação. Se a cultura
em voga no mundo do venha a mim e os outros que se danem tem a locupletação por
finalidade, evidente é a impossibilidade de haver administração pública correta
sem que o interesse do povo não seja trazido de deus e do pão e circo para o
problema de estar o bem-estar social fundamentado numa tal de economia política
a respeito da qual, na página 18 do livro Novas Confissões De Um Assassino
Econômico, de John Perkins, é dito o seguinte: “... é importante notar que a
palavra capitalismo se refere a um sistema econômico e político em que comércio
e indústria são controlados por proprietários privados e não pelo Estado”. Aí
está algo capaz de esclarecer a razão do descompasso humano. Sendo lucro ilimitado
e a qualquer custo o combustível do proprietário privado, deixar que a usura desses
degenerados mentais jogue solta sem que o Estado lhes encurte as rédeas resulta
no descalabro de haver quem possua riqueza para viver mil vidas ao lado de quem
morre de fome, o que, inevitavelmente, levará ao desastre.
Ou haja um trabalho que revertendo o
efeito do pão e circo traga para a administração da riqueza pública o interesse
do povo ou instalar-se-á o caos para infelicidade das criancinhas de hoje porque
a realidade vivida é a seguinte: quando empresários (dos quais depende a
economia da qual depende o bem-estar social) de determinado setor, como
acontece nesse momento com o setor de combustíveis resolvem substituir por
modelos mais novos seus iates e comprar novos para os filhos, adquirir jatinhos,
celulares, automóveis, helicópteros e mansões mais luxuosos e modernos, se para
fazer isso precisam aumentar em vinte por cento o preço de seu produto
(combustível, como acontece nesse momento), aumentam-no em cinquenta por cento,
provocando o tremendo alarido do ídolo de pau oco de uma juventude oca, Roberto
Carlos. Infindáveis mexericos da papagaiada de microfone e cientistas de
politicagem se alevantam então em grande alvoroço. Afirmam alguns deles não haver
motivo para tamanho aumento; dizem outros ser o combustível mais caro do mundo
e de qualidade mais inferior, enquanto garantem outros que a responsabilidade é
da Rússia e para outros é do chuchu ou do pimentão. Passado o alvoroço e as
imensas filas para encher o tanque de carrinhos ordinários onde se lê foi deus
que mim deu e acostumado o povo com o aumento de cinquenta por cento, tomando
Romanée Conti e mamando caviar Beluga em novos e esplendorosos iates, mansões
com carrões na garagem e luxuosos helicópteros nos helipontos, os empresários retiram
os trinta por cento excedentes do aumento e a malta ignara de frequentadores de
igreja, axé e futebola respira aliviada e satisfeita enquanto a papagaiada de
microfone e cientistas de politicagem fazem nova festa para enaltecer a
democracia cuja política teria trazido tamanho benefício ao povo.
Vamos encerrar essa “prosa” sobre a
impossibilidade de poder a instituição democracia funcionar bem lembrando que
ela se fundamenta na faculdade de poder escolher a quem eleger, o que
corresponde ao direito de decidir quem deve ir para o trono da vida dourada
proporcionada pelo cofre do erário que garante tripa forra em devorteios mundo
afora e riqueza para levar prá casa. Mas, como ensina Fábio Konder Comparato,
na página 13 de A OLIGARQUIA BRASILEIRA, a decisão só é legítima quando não é influenciada
por sedução. Portanto, será ilegítimo o direito democrático se a escolha é
influenciada pela sedução da arte de explorar a estupidez humana, a propaganda,
que a custo de cinco bilhões pagos a malandros habilidosos na arte de seduzir,
conhecidos por marqueteiros, induzem o eleitorado a votar em fulano ou beltrano.
E assim é que entramos pelo pé de
pinto e saímos pelo pé de pato e meu senhor mandou dizer prá contar mais
quatro.