domingo, 18 de setembro de 2011

INDIFERENÇA E ESTUPIDEZ


Um empresário da Avenida Bartolomeu de Gusmão me disse estar apreensivo com os assassinatos ocorridos nas imediações de sua empresa, e que ainda ontem (dia 12) uma menina de dezesseis anos levou três tiros na boca. Que a pobrezinha ainda correu e sangrava muito. Morreu pouco adiante.
O que faz a sociedade ser indiferente a tal barbaridade? É preciso ser mais bruto do que o mais bruto dos irracionais para não se sentir enojado e até revoltado ante tal barbaridade, principalmente quem tem filhas. Ser insensível ao sofrimento daquela criança é ser monstro! Os poucos que sofrem junto com a menina, estes nada podem fazer porque o rumo da sociedade é determinado pela absolutíssima maioria das pessoas, e elas só pensam em dinheiro.
O desconhecimento do que seja viver com outras pessoas leva a pensar na possibilidade de se ter seu mundinho particular, o que impossível. O que acontece na sociedade acontece conosco, mais cedo ou mais tarde.
Como a qualidade das pessoas determina a qualidade da sociedade, se a sociedade é insensível à brutalidade é porque esta brutalidade está em cada um de nós. É por ter conhecimento disto que escrevo mesmo sem saber, na ilusão de que seja minha gota de incentivo ao surgimento de uma sociedade onde as menininhas recebam carinho e educação. Nunca, de modo algum, não pode acontecer, é o cúmulo da degradação humana, dar tiros numa menininha. É incompreensível a indiferença dos pais de menininhas! É incompreensível, sobretudo, a indiferença dos jovens! Desperta, cambada! Lança longe o espeto do beiço e exija como cidadãos educados que as autoridades cumpram seu dever.
São evidentes as más qualidades das pessoas modernas. Assumir um compromisso atualmente não significa nenhuma obrigatoriedade. O homem atual não sabe o que é honrar sua palavra.
Sendo uma das pessoas que sofre junto com a menininha, havia eu feito uma carta ao prefeito pedindo limpeza na cidade porque as pessoas estão pisando em fezes que escorrem dos ralos e levando doenças para suas casas. Este assunto como se vê, é pertinente a todas as pessoas que prezam a higiene. Fui ao jornal Diário do Sudoeste saber o custo de publicação e me disseram que seria publicada sem custo por ser de interesse público. Saí de lá com a certeza de se tratar de gente capaz de sofrer também com acontecimentos iguais ao da menininha. Entretanto, no lugar da carta publicou fuxicos de novelas.
É necessário levantar mais alto a cabeça para enxergar além da necessidade de correr e fazer barulho em busca de dinheiro, mesmo porque ele será buscado pelos descendentes de quem atira em menininhas. O Japão estabeleceu um sistema tão rígido de educação para formar técnicos eficientes na produção de riqueza que muitos jovens japoneses se sentiam tão inferiorizados por não conseguirem acompanhar o ritmo e cometiam suicídio. Alcançou o objetivo e produziu imensa riqueza ao custo de infelicitar o povo rico com o medo justificado de viver numa ilha ponteada de usinas nucleares sujeitas a serem quebradas por cismas climáticos que abundam na região. Do mesmo modo, os Estados Unidos acumularam montanhas de dinheiro e tem por conseqüência seus cidadãos sob constante perigo.
Está enganado quem espera encontrar bem-estar junto a um monte de dinheiro estando ambos rodeados de necessitados capazes de dar tiro em menininha pela falta de apenas alguns reais. A desumanização embrutece as pessoas. Já chegamos ao cúmulo do absurdo de se morar em meio a uma construção com o consentimento do poder público que libera habite-se a um prédio inacabado. Neste momento sou bombardeado por marretadas, ronco de furadeira, enfim, um inferno. Não tem moral para exigir que as pessoas observem as normas de conduta o poder público que descumpre a norma que exige total conclusão do imóvel para obtenção daquele documento.
Enquanto vida tiver, não deixarei de pirraçar para que as pessoas aprendam a pensar. Descobrirão existir um universo de coisas além de dinheiro. Descobrirão que não somos obrigados a suportar barulho e que ele faz mal. Veja o que disse o juiz paulista Dr. Antônio Silveira Ribeiro dos Santos no jornal Notícias Forenses, de junho de 1997, página nove: “Atualmente o direito de propriedade não é absoluto, devendo assim o proprietário utilizar sua propriedade de forma a atender os fins sociais, não prejudicando terceiros, bem como não produzindo nenhuma ação poluidora que afete seu vizinho ou a coletividade, uma vez que o direito a um ambiente sadio é previsto constitucionalmente, reconhecendo-se uma nova função da propriedade: a ambiental”.
Se não temos de suportar barulho, como pode o poder público permitir que seja habitado um prédio em construção?
Precisamos refazer nosso comportamento social de modo a que nos preocupemos com as menininhas. Principalmente os jovens. Não devemos nos esquecer de que a violência social, de um a um, acabará atingindo a todos, garante o autor de Por Quem os Sinos Dobram. E ele é bem mais inteligente que nós.





segunda-feira, 12 de setembro de 2011

PENSAR É PRIVILÉGIO DO HOMEM


Olá, juventude envelhecida. Ói eu traveis nos pé docêis.
Como o barulho de alguma festa não me deixa dormir nesta madrugada de sábado, fiquei a pensar como a vida seria melhor se os jovens tivessem conhecimento do que seja vida social. Seria bom porque com a vivacidade própria dos jovens eles haveriam de aprimorar este conhecimento, de modo que depois de algumas gerações viríamos a ser uma sociedade civilizada. Entretanto, com a mentalidade de dar preferência a assuntos do tipo Programa do Ronco – Miss boniteza – Fashion Week – Fórmula Um – Futebola – Basquetebola – Voleibola, fica difícil elevar a mente a coisa menos rasteira. Para aumentar minha tristeza, ao ligar o rádio ouço a notícia de que Ronaldinho Gaúcho foi a estrela que mais brilhou na Bienal Do Livro. É simplesmente assustador! Livro tem a ver com o cérebro e ele fica na cabeça. Não nos pés. Os jovens estão tão velhos que caducam. Já estão querendo usar califon. Qualé, meu!
Sendo do tipo teimoso que não larga o osso, não desisto de abrir uma brechinha no monte de bobagem que vocês tem na cabeça para colocar uma pitada da sabedoria que a velhice me deu e que seria proveitoso vocês prestarem atenção na prosa de hoje porque vocês não sabem, como eu também não sabia quando era jovem, o que é vida social, e a falta deste conhecimento levará vocês ao destino horroroso previsto pele ciência e vocês nem sabem disto porque preferem a atividade doa pés. O conhecimento da vida social é mais importante do que o conhecimento que levou o homem à lua. Prova isso o fato de que o país que levou o homem lá é o mesmo país onde os cidadãos vivem com medo da própria sombra porque tem inimigos no mundo todo.
Não se pode desconhecer o fato de que para se viver em sociedade é necessário levar em conta a existência das outras pessoas. Nós que constituímos a sociedade humana precisamos uns dos outros e de cooperação para que haja harmonia. Uma sociedade na qual se possa viver com dignidade não pode existir onde se desconheça que antes do EU individual há o EU social e ele impõe limite ao meu EU individual pela necessidade de observar que não estou só, que há pessoas em volta e que estas pessoas, do mesmo modo que eu, também tem seu espaço, afazeres, lazeres e direito de exercê-los tanto quanto eu tenho direito às mesmas coisas. Como os interesses são desencontrados porquanto uns querem coisas diferentes de outros, faz-se necessário o conhecimento do que seja vida social para que se esteja convencido da vantagem na conciliação dos interesses para evitar perturbações que prejudicam a harmonia social.
Certo dia, na Praça do Gil, um domingo pela manhã, alguns jovens funcionavam uma parafernália sonora em frente a um hotel. Esta preocupação em levar algum esclarecimento aos jovens, porque deles depende o futuro, me fez reclamar com eles, até com alguma rispidez, fazendo-os ver a situação de quem dormia no hotel. Dada a cordialidade daqueles jovens que acataram minha observação e fizeram silêncio, concluí tratar-se de pessoas de boa índole e com boa dose de educação doméstica, a quem peço desculpa pelo modo de falar. Só lhes falta a educação social, o conhecimento do que seja vida social. Um sistema educacional como o nosso onde os pés rendem mil vezes o salários do professor que usa a cabeça não tem interesse em produzir cidadãos, mas seres esquisitos com aspecto de adulto e mente infantil.
Não aprendem na escola que a sociedade é um abrigo para cada um de nós e que precisamos protegê-la. Certamente as crianças perguntarão: Como proteger algo que não se vê? Só não vê se não tirar o pensamento da preocupação de saber se vai botar o pirce no beiço de baixo ou no de cima. Se prestar atenção na quantidade de objetos e atitudes de que depende o bem- estar de cada um, verá de quanta gente ele depende. Nós dependemos uns dos outros.
O escritor Ernest Hemingway faz referência a este inevitável e necessário entrosamento entre os seres humanos no livro Por Quem os Sinos Dobram. Diz ele que ao perguntar por quem os sinos dobram a resposta seria que eles dobram também pela pessoa que está perguntando. (Perguntar por quem os sinos dobram equivale a perguntar quem foi que morreu. Era costume haver um sino repicando durante todo o dia quando morria alguém com alguma relevância social).
A afirmação do escritor de morrer um pouco de cada um quando morre alguém faz sentido levando-se em conta que as pessoas são as células do corpo social porque a sociedade é um organismo vivo que exerce influência sobre o nosso comportamento. Não cumprimentar uma pessoa tem efeito que provoca reação na prática. A sociedade é a força resultante da união das pessoas e o nível de conhecimento destas pessoas determina o da sociedade. Nós os seres humanos estamos para a sociedade humana assim como as células do nosso corpo estão para o nosso corpo. Se a morte de uma delas afeta o nosso organismo, do mesmo modo, a morte de um de nós afeta o corpo social ou sociedade em função de nossa interdependência.
Quando jovens inocentes arrebentam seus tímpanos e sistema nervoso com o som do carro ou o estrondo da moto eles também produzem o mesmo resultado danoso nas pessoas em volta. Elas não se incomodam porque também desconhecem o resultado negativo que o barulho produz. Agora, imagine a situação de quem sabe e é obrigado a suportar a tortura de ter sua saúde estragada sem poder cumprir o instinto primário da autodefesa de seu bem estar espezinhado pelo barulho. Neste exato momento escrevo sob marretadas provenientes de obra em algum apartamento no prédio. A vida seria melhor sem tanta ignorância.
Ante a inocência de vocês, sinto obrigação de mostrar um caminho com menos pedregulho do que este por onde vocês caminham e que lhes indicaram por maldade. Qualquer pessoa ficaria agradecida por receber tal aviso e pior para vocês se continuarem nesta indiferença indolente à deseducação que os leva a preferir quem dá pontapé a quem escreve livros.
Sociedades que investiram na formação de cidadãos em vez de barulhentos vivem infinitamente melhor do que nós. Tá na hora de pensar, ainda que de mansinho prá começar. A novidade pode dar dor de cabeça ao desenferrujar o cérebro. Vamos ficar no fácil, mas vamos aprender a pensar: Podemos começar pela situação absurda de estar o governo gastando bilhões na festa da corrupção do futebola e declara não haver dinheiro para aumentar a prevenção contra o surto violento de dengue que a ciência está anunciando vai arrasar com vocês. Vamos lá! Esqueça a academia e o pirce por um momento e aprenda a pensar que não dói, embora a pergunta exige muita concentração e esforço mental. Lá vai a pergunta, preparem-se: Um jogo de futebola onde houvesse noventa por cento de chance de ter dengue, alguém iria?
Qualquer jovem teria pergunta a fazer a um bailarino da bola. Entretanto, estando diante de um profissional cuja formação exigiu adquirir conhecimentos científicos durante anos, teria uma pergunta a fazer? Digamos que diante de um advogado, teria curiosidade de lhe perguntar por que a imprensa diz que estão roubando o erário e nem os ladrões são presos nem a imprensa responde por calúnia? Diante de um profissional da saúde, perguntaria se as pessoas usassem água e sabão em lugar de papel higiênico haveria menos problemas de hemorróidas? A um engenheiro, perguntaria por que os apartamentos modernos se assemelham a uma moradia coletiva a ponto de se tomar conhecimento do que se passa no outro apartamento e por que a água do banho só corre para o lado onde o ralo não está? Ou ainda por que pias e vasos sanitários deixam voltar o meu cheiro para dentro de casa? Estando com um político, pergunta-lhe por que há tanto barulho e sujeira na cidade? Estando com um técnico da Embasa, pergunta-lhe que tipo de água estamos bebendo? A um religioso, perguntaria qual a superioridade do ser humano sobre os outros animais, se também comemos outros bichos e nascemos de um mesmo processo no qual até os movimentos do macho de bicho e de homem são iguais na hora da forniquexa que produz a proliferexa? Inté.





quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MOMENTOS AGRADÁVEIS

Nosso papo de hoje também inclui as pitadas de ensinamentos dos grandes mestres do saber que pesco nos livros deles e passo para vocês. Porém, desta vez, o assunto principal e que não vai ser lido como os outros, vai em torno de uma história legal que vem depois do conselho indispensável para que vocês dêem atenção também para outros valores como pensar num futuro melhor para seus filhos uma vez que a ciência está nos prevenindo da iminente falta de água e comida em virtude da estupidez de se acabar com a fertilidade dos solos e a vegetação que a protege. No Rio Grande do Sul, cerca de seiscentos mil quilômetros quadrados já viraram deserto e os cientistas afirmam que Minas Gerais terá em algumas décadas um terço de sua área em iguais condições. Enquanto os solos férteis desaparecem, a necessidade deles aumenta. Máquinas estão também dependendo de terra para serem alimentadas.
Uma dona de casa me disse que Jesus não deixará nada disto acontecer. Basta dar uma olhada nos lugares que viraram e que estão virando deserto para ver que Jesus num tá nem aí. Aliás, imaginem só o que espera por vocês depois de tomarem conhecimento de uma das informações do mestre Geoffrey Blainey: Até à época em que o nosso cabeludão andava por aqui nós teríamos feito apenas cerca de trezentos milhões de filhos. (volte e leia de novo do até que é preciso entender isso direitinho) Entretanto, só no tempinho de lá prá cá a fornicação colocou quase sete bilhões de pessoas para comer feijão e beber água junto com vocês. E vocês não pensam nos filhos dos filhos de vocês?
O mundo está muito ruim e vocês precisam dar um jeito nisso. Está muito errado esse negócio de deixar nosso país ser conhecido por causa de esporte e prostituição. Gira por aí uma propaganda da “paixão” de nossas mulheres e prova o dito com o testemunho de vários gringos que enaltecem as excelências das suas “paixões”. Já ouvi a “ferramenta” propagada no comércio do turismo ser tratada carinhosamente (como merece) de “perseguida” e até de “ligeireza”. Nunca de “paixão”.
Fica por aqui o aconselhamento de hoje porque vou lhes contar um fato legal que envolve o respeitável empresário UBIRATÃ AMORIM. E duvido que alguém fora do mundo dos negócios saiba quem é este respeitável senhor. Pois pode segurar na cadeira porque vou dizer que é ninguém menos que o nosso impagável Bira Bigodão, figura das mais estimadas e que dispensa apresentação. Da mais humilde oficina mecânica aos lugares mais refinados não há quem não se sinta bem com a presença de Bira Bigodão porque ele é como o violeiro que “alegrava o terreiro numa buniteza” da canção de Elomar. A diferença é que na canção, depois da alegria inicial, o sentimento espalhado pela música do violeiro trazia a tristeza de volta. Já com a chegada de Bira Bigodão é só alegria o tempo todo. Atrás daquela cara fechada há uma eterna juventude que contagia.
Pensei em economizar tempo abreviando o “Bira Bigodão” para apenas BB. Porém, me ocorreu que este é o nome pelo qual é conhecida uma famosa mulher e mudei de idéia. Afinal, pode não dar certo alcunhar um macho que ostenta um bigode daqueles com nome de mulher.
Não há quem ainda não tenha curtido ao vivo uma das histórias sadias e bem humoradas que justificam a empatia do Bigodaço. Eu já presenciei duas. A primeira foi em companhia de um cidadão irrepreensível de nosso meio que é o nosso estimado João Alberto Novais, carinhosamente chamado de João Bocão. Este cavalheiro não haverá de negar seu honesto testemunho no caso de vir eu a necessitar provar perante alguma corte de justiça a veracidade do acontecido.
Certa vez alguém tentava por em ordem um aparelho desordenado, quando chega Bira Bigodão já mandando uma peruada: Não tá vendo que o problema aí é a junta, pô? – disse ele. – Qualé junta, ó bigode de puxada. – Respondeu o rapaz – (todos são íntimos do Bigodudo). Ajunta tudo e joga fora! – Arrematou o Bira.
A outra história de que participei foi também em companhia de alguém do mais alto quilate. Um empresário do setor automobilístico de boa qualidade como Renault, Honda e Nissan. Trata-se de Sebastião Cardoso Neto, cuja aparente sisudez não consegue esconder a sinceridade e compreensão estampadas no olhar que legitimam o apelido de Netinho. Os funcionários o estimam segundo me disse a simpática e agradável Adriana, a garota morena do cafezinho. Como são poucas pessoas com boas qualidades, precisamos valorizá-las para que elas venham a florescer também em nós.
Reunidos e conversando amenidades, dois empresários e este aposentado, o que desfez minha impressão de que todo empresário quando não está contando dinheiro estivesse maquinando coisas contra nós. Pois ali estávamos a jogar conversa. Perguntei a Bira se ele ainda lidava com laticínios. Respondido que sim, perguntei se ele tirava leite. Respondido que sim, comentei que eu até aos quinze anos era vaqueiro do meu pai e que tirava leite por obrigação, enquanto que o Bira fazia isso levado pela comichão que faz ele não ficar quieto. Disse que eu fazia requeijão, manteiga, ferrei animais e tratei de bicheiras. Falei que no meu tempo, do qual já se vai muito tempo, a barra era mais pesada que hoje. Naquela época havia chuva e uma camada da lama do esterco do curral fazia crer que se estava usando botas. O leite era tirado de cócoras e não raro se encostava a bunda na lama.
Como, entretanto, desde que se tem notícia de gente, é sempre dando um jeito de adaptar a natureza às suas necessidades de conforto, hoje não mais é necessário meter os pés aos poucos até se acostumar com a lama fria pela manhã porque o frio é amenizado pelas botas de verdade.
Enquanto eu falava Bira e Netinho escutavam como pessoas educadas que são. Prossegui falando que também observei o uso de um banquinho com uma perna só amarrado no trazeiro da pessoa de modo a não ser necessário carregá-lo. Ao se levantar, a única perna que tem o banco e que lhe dá sustentação fica na horizontal e a pessoa pode se deslocar livremente ostentando um rabo horizontal. Ao sentar-se, volta o apoio para a vertical, apóia-se no chão proporcionando relativo conforto ao trabalhador.
Perguntei a Bira se ele usava um banco semelhante e a resposta nunca mais saiu da minha mente. Disse ele que usava, sim, a ajuda do banquinho. Disse mais: que o banquinho dele tinha o apoio virado para baixo ao contrário do banquinho dos gaúchos que tem o apoio virado para cima.
Nenhum gaúcho encontraria motivo de ressentimento diante da figura do Bira Bigodão porque ninguém consegue estranhar o Bigodaço. Inté.