Para
brutamontes espirituais ligados na bíblia, axé e futebola, assuntos políticos
ou ambientais são irrelevantes porque Deus é o responsável por tudo, de forma
que para ter uma vida com menos atribulações a única coisa que o homem pode
fazer é adular Deus. Antigamente, ensina a bíblia, adulava-se Deus imolando e
esquartejando animais para oferecer-Lhe o sangue e pedaços de carne, ou ainda
sangrando pessoas como Abraão ia fazer com seu próprio filho por ordem do
Senhor que dizem ser muito bondoso. Hoje se puxa o saco divino através de
representantes de Deus, fantasiados, bebendo o sangue de Cristo na forma de
vinho e servindo uma espécie de bolacha santa aos fiéis, na realidade infiéis
porquanto se negam a juntar forças com aqueles que buscam paz e a verdadeira
irmandade inexistente na religião, o se percebe no fato de haver religiosidade
desde tempos imemoriais e nunca ter havido irmandade fora das falas nas
igrejas. Ao contrário, historiadores mostram que as disputas pela cadeira de
papa contam com assassinatos e as mesmas artimanhas da politicagem. Na bíblia,
é o próprio Deus que mata mais gente do que todas as guerras considerando a
população moderna coma dos tempos bíblicos.
Quem, de sã
consciência, pode encontrar lógica no fato de se lavar o beijar o pé de
mendigo? Não seria melhor molhar-se o bolso? Dizem, e não se pode descartar
assim sem mais nem menos, haver representantes de Deus que passam unguentos
sagrados na vagina de mulheres de maridos puladores de cerca a fim evitar que
elas contraiam possíveis infecções por eles contraídas em suas aventuras
extraconjugais. Também se acredita conquistar graças divinas batendo a cabeça
na parede, botando a bunda prá cima e a cara prá baixo ou cepando fora a cabeça
de quem tem modo diferente de louvar o Senhor Todo Poderoso que tudo sabe, mas
não sabia onde estavam Adão e Eva depois da trepada, nem que Abraão lhe era
fiel, e nem da esculhambação que reinava em Sodoma e Gomorra, pois, segundo
Gênesis 14,21, disse precisar saber se eram verdadeiros os rumores sobre a putaria que reinava por lá
e que não é menor do que a que reina por cá, capaz de tornar célebres, famosas
e ricas pessoas de nenhum valor moral, espiritual ou intelectual por
escoicearem bolas e mostrarem a bunda, enquanto quem rala a sua nos bancos
escolares por anos a fio torna-se escravo da profissão e da falsa necessidade
de ficar rico, sendo que a tudo isso se junta o fato tenebroso de ser o poder
político exercido por bandidos, sob a mais completa indiferença da juventude
que prefere futucar telefone e conversar bobagens do que lutar pelo futuro dos
filhos que nenhum motivo terão para recordar deles com prazer quando faltar
água, comida e ar para respirar.
A inocência
dos imaturos frequentadores de igreja, futebola e axé equipara-se à inocência
daquela mulher encantada com a festa do Quarto Centenário do Rio de Janeiro que
disse entusiasmada nunca mais perder outro quarto centenário do Rio. Para estes
pobres espirituais o destino do homem já teria sido traçado de lá do céu desde
que ele nasce até quando morre. Evita-se, entretanto, cogitar não haver
diferença entre os humanos tidos como obra prima de Deus e as feras no que diz
respeito à concepção, gestação e nascimento.
Talvez por
infelicidade, para quem evoluiu espiritualmente aprendendo com os Grandes
Mestres do Saber, chega a ser repugnante a vida em meio a adultos tão infantis
quanto as criancinhas que acreditam em Papai Noel. Nunca existiu Deus nenhum. A
primeira vez que ouvi tal declaração proferida pelo homem mais inteligente e
culto que já vi na vida, o saudosíssimo professor de filosofia do direito Alto
de Castro, eu era ainda mais inocente do que os outros jovens da minha época e
tomei um susto. Estudos e observação da vida por oitenta anos me convenceram da
realidade de que tudo que existe é fruto das mudanças constantes da natureza, e
que nosso destino é traçado por nós mesmos, não passando de aproveitadores
inescrupulosos quem engana com essa baboseira de divindades.
O bem-estar
que as igrejas garantem estar no céu e que os ricos garantem estar na riqueza
jamais será alcançado por meio de tais expedientes porque ele se encontra em
cada indivíduo, dentro de cada um de nós. Zé Ramalho tanto acerta quando
compara o povo à manada quanto ao dizer que é de dentro do peito que a nave
sai. Assim, é inútil procurar a paz em qualquer outro lugar que não em nós
mesmos. A decantada felicidade nada mais é do que poder ter satisfeitas as
necessidades que apesar de não serem poucas, são, em sua maioria, inteiramente
possíveis de serem satisfeitas, excluindo-se apenas as doenças para as quais a
ciência ainda não encontrou solução. O problema maior é que o próprio indivíduo
produz novas necessidades. Ao vencer uma doença, a ação desastrosa sobre a natureza
resulta em que várias outras batem à porta, convidadas pelo próprio dono da
casa. Um jovem que vi sacudindo furiosamente um saleiro sobre um imenso saco de
pipoca ao lado de imensa caneca de Coca-Cola cujo nome o computador exige ser
escrito com maiúsculas a título de lhe atribuir uma importância que não tem. O
comportamento daquele jovem está criando um monte de problemas para ele depois
de passado o vigor da juventude. Os malditos Mac Donalds do mundo, o
agribiuzinesse, o barulho, a produção de riqueza, são outra fonte de
infelicidade só comparável aos bancos, às igrejas e ao futebola. Os bancos
esfolam o povo e se apresentam como benfeitores. Veja-se na página 177 do livro
O Mundo Em Queda Livre, seu autor Joseph E. Stiglitz, economista de renome mundial
dizer que os banqueiros receberam bilhões de dólares em vez de punição em troca
do prejuízo por eles causado que resultou na crise de 2008. Pertencendo ao
mundo maldito dos banqueiros, será que o eminente economista americano esperava
encontrar outra coisa em banqueiros que não falta de espírito coletivo,
hombridade, honestidade e vergonha em suas caras sisudas como a de Henrique
Meireles? Já se disse que o banqueiro não ri com medo de não poder mais parar
ao lembrar a facilidade com que extorque a sociedade e ainda passa por gente
importante. Também as igrejas tem sido causa de luto e infelicidade para
inumeráveis famílias. O futebola, então, nem se fala. Veja-se o livro O Lado
Sujo do Futebol, de Amaury Ribeiro Jr. e outros autores para melhor entendimento
de quanto dinheiro é desperdiçado ali.
Fechem-se
as igrejas, coloque os esportes na qualidade de simples brincadeiras que são,
razão pela qual não devem envolver dinheiro, substitua-se nas autoridades o
complexo de deuses do Olimpo pelo comportamento de Gandhi e Zé Mojica, adote-se
entre os seres humanos comportamento de irmãos, uma vez que somos irmãos, e
haverá bem-estar independentemente de divindades porque deixará de haver
corredores de hospital abarrotados de chorões, inocentes crianças transformadas
em bandidos, seres humanos junto com o catarro da sarjeta a espichar a mão por
uma moeda, presídios lotados de infelizes criaturas cuja infelicidade decorre
apenas do tratamento que a sociedade lhes dá ao negar-lhes evolução espiritual
e dignidade ao tratá-los de modo inferior ao tratamento que se dá a cães e
gatos com direito a dentista, médico e psicólogo. Feito isso, pode-se apostar
que a felicidade reinará, o que jamais acontecerá enquanto se espera que caia
do céu por pedidos do papa. Inté.