quinta-feira, 28 de abril de 2016

ARENGA 254

Ao trocar por dinheiro as condições de vida a humanidade retesou o arco ao máximo e agora se vê em palpos de aranha. Tenta estupidamente morar em outro lugar no universo, comportamento tão infantil quanto o do garotinho que queria levar para casa o buraco que tinha feito na praia. Antes de encontrar moradia no cosmos, o que tem de ser feito é dar um chega prá lá na ação predatória do agribiuzinesse e do consumismo por constituírem pragas que dão origem a muitos tipos de cânceres e outras muitas doenças que infelicitam os seres humanos e os animais. O imbróglio está tão bem montado que a verdade é solapada pela mentira através de um verdadeiro exército de papagaios de microfone e escritores assalariados protegendo os monstros espirituais para quem dinheiro é tudo que importa. Os defensores do modo nefasto de vida em que vivemos não tem outra opção que não dinheiro, dinheiro e mais dinheiro, objetivo impossível de ser alcançado honestamente, razão pela qual existe a instituição Papagaios de Microfone para escamotear a verdade. Em entrevista, um politiqueira afirmava não caber aos partidos políticos indicar nomes ao presidente da república para compor o ministério, mas que, ao contrário, cabia ao presidente da república escolher dentro dos partidos políticos os nomes. Entretanto, em função da desmoralização em que se encontram os partidos políticos, não seria melhor que os nomes fossem escolhidos fora deles? O problema é que fora do ambiente doentio da politicagem, dificilmente uma pessoa honrada concordaria em participar da esculhambação em que foi transformada a nobre profissão de administrador público. Recentemente um homem íntegro devolveu o ministério da cultura ao presidente da república por não compactuar com a canalhice que lhe propôs outro ministro.
O ministro do turismo expôs a bunda de sua mulher como prova de eficiência, no que não deixa de ter razão porque a transformação da política em politicagem tornou a nobre atividade de administrar a sociedade em porcaria equivalente à que sai da bunda. Inté.
 

terça-feira, 26 de abril de 2016

ARENGA 253

Em 1971 o viaduto Paulo de Frontin que estava sendo construído no Rio de Janeiro desabou e matou quarenta e oito pessoas. Em 2011, deslizamento na região serrana do Rio de Janeiro matou mil e duzentas pessoas. Nesse mesmo ano, desastre com o bondinho de Santa Tereza, também no Rio de Janeiro, matou cinco pessoas e deixou cinquenta e quatro feridas. Até bueiros explodem no Rio de Janeiro que já foi Cidade Maravilhosa, mas que hoje, segundo estudioso preocupado o resultado do consumismo na natureza, os cariocas não contam mais com a amenidade noturna do calor por ser o mesmo do dia. No último dia16 havia no Jornal do Brasil a seguinte manchete: Ciclovia da morte: os bastidores da tragédia e seus verdadeiros responsáveis. A matéria informava que morreram duas pessoas no desabamento da ciclovia Tim Maia (que dispensaria tal homenagem) da Avenida Niemeyer, recém construída no Rio de Janeiro, desastre decorrente de falcatruas entre a prefeitura e a empresa responsável pela obra. Os empreiteiros são responsáveis por quase todas as sacanagens prá cima dos frequentadores de igreja, axé e futebola. O então governador Sérgio Cabral foi flagrado com um deles em grossa farra em Paris com lenço amarrado na cabeça, em vez de cobrindo a cara como fazem os bandidos. Embora queiram atribuir ao mar a responsabilidade pela infelicidade das famílias enlutadas na queda da passarela, os canalhas de sempre são os verdadeiros responsáveis porque dezenas de trabalhadores, ou material humano para estes cretinos, morreram em função dos roubos e da pressa com que são tocadas as obras destinadas às brincadeiras que por sua vez se destinam a desviar a atenção do povo festeiro do lugar onde ela devia estar. Quem não é um completo idiota jamais perdoará a cena criminosa da presidente “socialista” ao lado do velho coxo inaugurando para brincadeiras a monumental piscina digna de fazer parte do mundo encantado de Walt Disney.
Não é sem razão que o prefeito do Rio inspirado no Sergio Cabral com o lenço na cabeça foi apanhado pela Lava Jato em telefonema censurando Lula por roubar pouco. E isto na cara dos babacas cariocas que se acham muito espertos.
É preciso urgentemente mudar a forma de administração pública porque só completos idiotas entregam uma montanha de dinheiro a ladrões para administrar. Qualquer pai de família menos imbecilizado percebe a inviabilidade do atual modelo de administração pública como mostra a seguinte notícia na imprensa: “Sindicato dos Advogados de São Paulo entra com representação contra Moro no CNJ”. Mas então o perseguido é aquele que representa o bem e a ordem? Acordem pais imbecis! Que futuro terão seus filhos numa sociedade que protege bandidos e persegue os homens de bem? A triste realidade é que os advogados aprenderam com Thomaz Bastos, e, ávidos por uma parte do roubo dos achacadores do erário, perseguem o doutor Mouro pelo seu trabalho heroico em defesa da sociedade e das futuras gerações cujos pais não dão a mínima porque se ligassem para o futuro de seus filhos não estariam seiscentos palhaços brincando de correr quarenta e dois quilômetros em São Paulo sob temperatura de trinta e dois graus. Eu vi, com estes olhos que estão agora com visão dupla, um idiota correndo na Avenida Paulista ente duas fileiras de três carros cada uma. Fiscalizar o uso dos recursos públicos em vez de fazer pataquadas é a única maneira de conseguir que as autoridades percebam não serem os donos do erário. Prá que suplentes, Palácio do Jaburu, tantos ministérios e parlamentares? Embora a fábula de dinheiro desperdiçado seja suficiente para acabar com a miséria no país, enquanto permanecer a preferência do povo por igrejas e brincadeiras ele continuará fazendo o mesmo papel das bestas de carga que no fim da labuta, quando retiramos do seu lombo a cangalha ou a sela fica na maior felicidade, como também ficam os escravos dependurados no corrimão do transporte no fim da labuta diária.
É preciso estar de olho vivo na Operação Lava Jato porque os tosquiadores das ovelhas de Cristo estão se mobilizando para lhe criar obstáculos ou mesmo acabar com ela, o que é inteiramente compreensível uma vez que do trabalho moralizador dos doutores Sergio Moro e Rodrigo Janot devidamente acompanhados pela rapaziada da Polícia Federal resultará cadeia para a ratazana e esta é a razão da perseguição que empreendem contra o doutor Moro. Conviver com povo é desagradável. Fazer o quê, né não? Inté.




domingo, 24 de abril de 2016

arenga 252

 “As Forças Armadas não existem para fiscalizar governo nem para derrubar governos. Temos que contribuir para a legalidade, dar condição para que as instituições continuem trabalhando e encontrem caminhos para superar o que estamos vivendo. Vimos que os embates [políticos] têm sido acirrados, mas as instituições estão funcionando”.
Dá o que pensar, e muito, a declaração do comandante-geral do Exército Brasileiro, o general Eduardo Villas Bôas, no Dia do Exército, da qual faz parte o trecho acima, refutando intervenção das Forças Armadas do país em função da crise política. As instituições nunca deixaram de funcionar, mas do seu funcionamento resulta a situação de caos em que nos encontramos. O General demonstrou sabedoria ao afirmar não ser função do exército derrubar governos e que as Forças Armadas erraram em 1964 por terem elas missão bem diferente da de governar. Muito bem dito, senhor general. Entretanto, o artigo 142 da Constituição Federal, além de defesa da pátria, cuja necessidade está mais do que evidente, também atribui às Forças Armadas a defesa da lei e da ordem. Embora ponha esta segunda atribuição na dependência de iniciativa (solicitação) de um dos poderes constituídos, este detalhe pode ser contornado porque o foi quando as Forças Armadas passaram a governar, erradamente como reconhece seu comandante-geral atual. Quem dispõe das condições intelectuais como o general Eduardo Villas Boas para chegar ao topo da hierarquia militar não desconhece a dura realidade de estar o país e sua juventude sendo levados para o abismo como mostra esta notícia no jornal Folha de São Paulo do dia 24/04/2016: Dívida pública é bomba-relógio que cresce cerca de R$ 2 bilhões por dia.
Estando o país governado por seres tão brutos que reconhecem apenas a força física, como ficou evidente quando o prefeito de São Paulo fugiu apavorado na noite em que a multidão tomou conta das ruas daquela cidade, necessário se faz que uma força física tire o poder das mãos de criminosos que jamais solicitariam das Forças Armadas a imposição da ordem porque lhes interessa a desordem. Estão aí como prova desta afirmação as condenações à Operação Lava Jato por lutar brava e destemidamente para impor a ordem.
 A questão é saber se o poder das Forças Armadas tem bastante força para dobrar o poder do dinheiro dos ricos donos do mundo, aos quais interessa a desordem da corrupção que lhes facilita o transitar das pastas 007. O poder do povo é capaz desta façanha, mas por ser povo o povo, sua irracionalidade o impede de qualquer ação inteligente. Desta forma, enquanto o povo for apenas povo, estaremos na pior. Inté.
 

quinta-feira, 21 de abril de 2016

ARENGA 251

         
A politicagem brasileira é um caso tão perdido quanto a vida de um suicida convicto do que quer. Embora não seja eterna a bagunça posto que não se engana a todos o tempo todo, não se sabe até quando ela irá continuar. Embora pareça eterna a indiferença do povo aos sofrimentos que a politicagem lhe impõe e os socialmente maus tem prevalecido sobre os bons, estes são em número ainda insuficiente para substituir o mal pelo bem. Aí está o exemplo da perseguição dos maus intencionados sobre o bem intencionado Joaquim Barbosa pelo crime de ter botado na cadeia os ladrões do Mensalão malgrado a má vontade de alguns colegas seus e de advogados ávidos por uma parte do dinheiro roubado. A força dos maus não deixa a do bem botar a cabeça de fora que ele cepa como fez com Clodovil que queria uma câmara educada que prestasse atenção no seu discurso; Marcos Freire que queria fazer a reforma agrária; Cadê Celso Daniel e Toninho do PT que queriam política em vez de politicagem. Os bons que não deram aos maus motivo suficiente para serem “despachados” são postos de lado no campo da administração pública como Joaquim Barbosa, Heloisa Helena e Eliana Calmon.

No Yahoo Notícias foi publicada matéria com o título “PROPINA AO SERGIO MORO” insinuando que o doutor Sergio Moro era corrupto. Embora não fosse disto que tratava o assunto, é também forma e perseguição aos bons. Não deixa de ser animador o fato de haver muitos jovens se levantado em comentários de protesto contra a matéria intencionalmente ambígua, o que dá uma força à esperança de uma juventude sadia capaz de fazer um mundo digno de seres humanos.

Mais cedo ou mais tarde (tomara que não seja muito tarde) haverá e surgir uma juventude capaz de fazer com que nosso país mereça orgulho de seus filhos em vez de vergonha. Ou não é de fazer vergonha que bandidos presidam as instituições mais importantes da administração pública como dá conta o noticiário, e que contem com a indiferença ou ajuda do órgão máximo da justiça? A justiça por aqui, na verdade, é injustiça. É humor negro a afirmação do Romero Jucá de que ninguém está acima da lei. Fosse assim, ele e seus colegas estariam vendo o sol nascer quadrado, o que certamente acontecerá se deixarem trabalhar os doutores Sergio Moro, Rodrigo Janot e a rapaziada da Polícia Federal. Por enquanto há dificuldade porque a juventude continua composta de analfabetos políticos, imprestáveis para atitude política inteligente na proteção de seus filhos como, por exemplo, se insurgirem de modo pacífico, mas eficiente e decidido, contra conluios entre autoridades e empreiteiras. Inté.  

 

quarta-feira, 20 de abril de 2016

ARENGA 250

As pessoas esclarecidas conhecem a realidade de ser a política a única responsável pelo bem-estar social e o futuro das criancinhas de hoje, razão pela qual procuram se inteirar do mundo político. Como a única maneira de fazer isto é através da imprensa, quem tem esta salutar preocupação se vê às tontas ao buscar informação nesta única fonte de que dispõem porque ela informa coisas do arco da velha como autoridades praticando atos nocivos à sociedade que devem proteger, além de agir como se fossem senhores em vez de empregados que são. Consideram-se donos dos cargos públicos como eram no tempo de colônia declarada. A coisa estava tão desavergonhada com nomeação de esposas, filhos, parentes e aderentes que a constituição de 1988 considerou irregular o nepotismo, mas do mesmo modo como considera todos iguais perante a lei. Sem correspondência na prática. Faça-se uma varredura pelaí que aparecerão casos aos milhares como os das famílias de Sarney e Jader Barbalho, não obstante existirem leis proibindo tal prática. Os politicamente alfabetizados presenciam boquiabertos fatos estarrecedores como por exemplo o cupincha de Eduardo Cunha impor ao Conselho de Ética da câmara (onde não há ética) julgar seu parceiro apenas por mentir, mas não por roubar. Como mentir não é irregularidade para politiqueiros, o inexplicavelmente presidente da câmara dos deputados, coisa só possível numa câmara definida por um homem da estatura moral de Joaquim Barbosa como ambiente indigno, de fazer vergonha, seu presidente é também um dos denunciados de roubar dinheiro e depositar na Suíça.  Acabará ficando livre e presidente daquele colegiado de sorte tão triste quanto a do Brasil.
Outra coisa na imprensa que deixa a cabeça às tontas é esse negócio de encontrar socialismo no PT. Não resta dúvida que melhorou a situação dos miseráveis aos quais os outros governos sempre fecharam os olhos, mas quem lucrou com isto muito mais do que os miseráveis foi a sede de poder dos petistas ex-paus-de-arara. Poder-se-ia falar de socialismo se os pobres transformados em esmoleres tivessem sido transformados em cidadãos e os pretensos socialistas não estivessem de mãos dadas com Maluf, Jader Barbalho, Renan Calheiros, empreiteiros, enfim, o que há de mais conservador e prejudicial à sociedade. Socialismo passa a anos luz de uma presidente que deixa às traças a educação, saúde e segurança e faz pose ao lado de um velho coxo, de quem seu tio Tancredo Neves, teria vergonha por estar com a presidente “socialista” inaugurando monumental piscina destinada às brincadeiras a se realizarem no Rio de Janeiro, aberração mostrada pelo Jornal Nacional do dia 08/04/2016, sendo tal monstruosidade precedida por outra notícia dando conta do caos em que se encontra a educação naquele Estado, além de aposentados sem receber o dinheiro da feira por falta do dinheiro gasto nas tais brincadeiras. E não é menos estonteadora a notícia de que o prefeito Eduardo Paes censurava Lula por roubar pouco. E que dizer do governador do mesmo Estado em grossa farra em Paris ao lado de um empreiteiro parceiro de ladroagem? E os fabulosos estádios de futebola, quanto dinheiro foi enterrado ali enquanto os corredores dos hospitais estão abarrotados de chorões, como entender? Que espécie de socialismo é esse? O blog do Torcedor dá conta de que o estádio de Pernambuco acabará custando Cr$2,3 bilhões em mais alguns anos.
Verdade irrefutável que os outros partidos não têm outro objetivo senão roubar a fim de comprar poder para se manter no poder e continuar roubando. Outro não é o objetivo dos petistas contra quem há na imprensa denúncias de terem assassinado os dois únicos petistas honestos: Celso Daniel e Toninho do PT.
Aqueles que se ligam no bem-estar social certamente não discordam da retirada da presidente que prefere inaugurar piscina a zelar pela sociedade, mas não entendem como colocar Michel Temer em seu lugar, politiqueiro tão politiqueiro que antevendo-se na posse da caneta do poder, esfregava as mãos e lambia os beiços, atitude que levou a comentarista Dora Kramer a dizer que o Temer deveria ter atitude de estadista, coisa inteiramente impossível em portadores de mau caráter. Tudo é confuso. Se as leis existem para preservar a sociedade de comportamentos antissociais, como entender que autoridades se movimentem no sentido de impedir que bandidos denunciem outros bandidos de cujos crimes tenha conhecimento, como quando se cogita de invalidar a delação premiada? Nada pode haver de errado em pôr ordem onde há desordem por ser a ordem o objetivo maior das leis, visando evitar que a barbárie própria dos seres humanos (multiplicada por milhões de vezes nos brasileiros) infelicite a sociedade como tem feito. Os desencontros estão por toda parte. Condenam-se os Sem Terra e Sem Teto por invasão, sem levar em conta que o próprio Deus mandou o abestalhado Abrão que até aos setenta e cinco anos de idade ainda morava na casa dos pais, juntamente com um bando de desocupados e escravos para a Terra de Canaã que pertencia aos cananeus. É uma falta de lógica tão absoluta que transformaram a produção de alimentos em negociata entre o BNDES e os aproveitadores do agribiuzinesse, enquanto papagaios papagaiam que ora o tomate, ora o chuchu, é o responsável pela dificuldade encontrada pelos pobres para comprar comida. Tomate e chuchu podem ser responsabilizados por alguma coisa?
Como se vê, está tudo errado e só o povo pode consertar, mas como o povo é pai, mãe, avô, avó, bisavô e bisavó da burrice, fica tudo como está por ser impossível piorar. Inté.


terça-feira, 19 de abril de 2016

ARENGA 249

Para brutamontes espirituais ligados na bíblia, axé e futebola, assuntos políticos ou ambientais são irrelevantes porque Deus é o responsável por tudo, de forma que para ter uma vida com menos atribulações a única coisa que o homem pode fazer é adular Deus. Antigamente, ensina a bíblia, adulava-se Deus imolando e esquartejando animais para oferecer-Lhe o sangue e pedaços de carne, ou ainda sangrando pessoas como Abraão ia fazer com seu próprio filho por ordem do Senhor que dizem ser muito bondoso. Hoje se puxa o saco divino através de representantes de Deus, fantasiados, bebendo o sangue de Cristo na forma de vinho e servindo uma espécie de bolacha santa aos fiéis, na realidade infiéis porquanto se negam a juntar forças com aqueles que buscam paz e a verdadeira irmandade inexistente na religião, o se percebe no fato de haver religiosidade desde tempos imemoriais e nunca ter havido irmandade fora das falas nas igrejas. Ao contrário, historiadores mostram que as disputas pela cadeira de papa contam com assassinatos e as mesmas artimanhas da politicagem. Na bíblia, é o próprio Deus que mata mais gente do que todas as guerras considerando a população moderna coma dos tempos bíblicos.
Quem, de sã consciência, pode encontrar lógica no fato de se lavar o beijar o pé de mendigo? Não seria melhor molhar-se o bolso? Dizem, e não se pode descartar assim sem mais nem menos, haver representantes de Deus que passam unguentos sagrados na vagina de mulheres de maridos puladores de cerca a fim evitar que elas contraiam possíveis infecções por eles contraídas em suas aventuras extraconjugais. Também se acredita conquistar graças divinas batendo a cabeça na parede, botando a bunda prá cima e a cara prá baixo ou cepando fora a cabeça de quem tem modo diferente de louvar o Senhor Todo Poderoso que tudo sabe, mas não sabia onde estavam Adão e Eva depois da trepada, nem que Abraão lhe era fiel, e nem da esculhambação que reinava em Sodoma e Gomorra, pois, segundo Gênesis 14,21, disse precisar saber se eram verdadeiros  os rumores sobre a putaria que reinava por lá e que não é menor do que a que reina por cá, capaz de tornar célebres, famosas e ricas pessoas de nenhum valor moral, espiritual ou intelectual por escoicearem bolas e mostrarem a bunda, enquanto quem rala a sua nos bancos escolares por anos a fio torna-se escravo da profissão e da falsa necessidade de ficar rico, sendo que a tudo isso se junta o fato tenebroso de ser o poder político exercido por bandidos, sob a mais completa indiferença da juventude que prefere futucar telefone e conversar bobagens do que lutar pelo futuro dos filhos que nenhum motivo terão para recordar deles com prazer quando faltar água, comida e ar para respirar.
A inocência dos imaturos frequentadores de igreja, futebola e axé equipara-se à inocência daquela mulher encantada com a festa do Quarto Centenário do Rio de Janeiro que disse entusiasmada nunca mais perder outro quarto centenário do Rio. Para estes pobres espirituais o destino do homem já teria sido traçado de lá do céu desde que ele nasce até quando morre. Evita-se, entretanto, cogitar não haver diferença entre os humanos tidos como obra prima de Deus e as feras no que diz respeito à concepção, gestação e nascimento.
Talvez por infelicidade, para quem evoluiu espiritualmente aprendendo com os Grandes Mestres do Saber, chega a ser repugnante a vida em meio a adultos tão infantis quanto as criancinhas que acreditam em Papai Noel. Nunca existiu Deus nenhum. A primeira vez que ouvi tal declaração proferida pelo homem mais inteligente e culto que já vi na vida, o saudosíssimo professor de filosofia do direito Alto de Castro, eu era ainda mais inocente do que os outros jovens da minha época e tomei um susto. Estudos e observação da vida por oitenta anos me convenceram da realidade de que tudo que existe é fruto das mudanças constantes da natureza, e que nosso destino é traçado por nós mesmos, não passando de aproveitadores inescrupulosos quem engana com essa baboseira de divindades.
O bem-estar que as igrejas garantem estar no céu e que os ricos garantem estar na riqueza jamais será alcançado por meio de tais expedientes porque ele se encontra em cada indivíduo, dentro de cada um de nós. Zé Ramalho tanto acerta quando compara o povo à manada quanto ao dizer que é de dentro do peito que a nave sai. Assim, é inútil procurar a paz em qualquer outro lugar que não em nós mesmos. A decantada felicidade nada mais é do que poder ter satisfeitas as necessidades que apesar de não serem poucas, são, em sua maioria, inteiramente possíveis de serem satisfeitas, excluindo-se apenas as doenças para as quais a ciência ainda não encontrou solução. O problema maior é que o próprio indivíduo produz novas necessidades. Ao vencer uma doença, a ação desastrosa sobre a natureza resulta em que várias outras batem à porta, convidadas pelo próprio dono da casa. Um jovem que vi sacudindo furiosamente um saleiro sobre um imenso saco de pipoca ao lado de imensa caneca de Coca-Cola cujo nome o computador exige ser escrito com maiúsculas a título de lhe atribuir uma importância que não tem. O comportamento daquele jovem está criando um monte de problemas para ele depois de passado o vigor da juventude. Os malditos Mac Donalds do mundo, o agribiuzinesse, o barulho, a produção de riqueza, são outra fonte de infelicidade só comparável aos bancos, às igrejas e ao futebola. Os bancos esfolam o povo e se apresentam como benfeitores. Veja-se na página 177 do livro O Mundo Em Queda Livre, seu autor Joseph E. Stiglitz, economista de renome mundial dizer que os banqueiros receberam bilhões de dólares em vez de punição em troca do prejuízo por eles causado que resultou na crise de 2008. Pertencendo ao mundo maldito dos banqueiros, será que o eminente economista americano esperava encontrar outra coisa em banqueiros que não falta de espírito coletivo, hombridade, honestidade e vergonha em suas caras sisudas como a de Henrique Meireles? Já se disse que o banqueiro não ri com medo de não poder mais parar ao lembrar a facilidade com que extorque a sociedade e ainda passa por gente importante. Também as igrejas tem sido causa de luto e infelicidade para inumeráveis famílias. O futebola, então, nem se fala. Veja-se o livro O Lado Sujo do Futebol, de Amaury Ribeiro Jr. e outros autores para melhor entendimento de quanto dinheiro é desperdiçado ali.
Fechem-se as igrejas, coloque os esportes na qualidade de simples brincadeiras que são, razão pela qual não devem envolver dinheiro, substitua-se nas autoridades o complexo de deuses do Olimpo pelo comportamento de Gandhi e Zé Mojica, adote-se entre os seres humanos comportamento de irmãos, uma vez que somos irmãos, e haverá bem-estar independentemente de divindades porque deixará de haver corredores de hospital abarrotados de chorões, inocentes crianças transformadas em bandidos, seres humanos junto com o catarro da sarjeta a espichar a mão por uma moeda, presídios lotados de infelizes criaturas cuja infelicidade decorre apenas do tratamento que a sociedade lhes dá ao negar-lhes evolução espiritual e dignidade ao tratá-los de modo inferior ao tratamento que se dá a cães e gatos com direito a dentista, médico e psicólogo. Feito isso, pode-se apostar que a felicidade reinará, o que jamais acontecerá enquanto se espera que caia do céu por pedidos do papa. Inté.




quinta-feira, 14 de abril de 2016

ARENGA 248

            No avião, mesmo apreensivo como sempre fico quando estou acima das nuvens, matutava com meus botões sobre o que teria levado dois senhores americanos sentados um à minha frente e seu companheiro um pouco à frente e à nossa esquerda, ocupando cada um deles duas cadeiras. O que fariam por estas bandas selvagens? O isolamento, afirmava um botão, devia-se ao nojo dos brasileiros pegajosos que adoram lhes babar o saco, enquanto outro botão dizia que era moleza para cada um deles pagar duas passagens uma vez que o dólar vale três vezes e meia mais que o real, o que torna a passagem de mil para nós apenas por trezentos e alguma coisa para eles. Um terceiro botão dizia que os brasileiros não tem um pingo de vergonha na cara com seu fanatismo por tudo que se refere aos americanos. Em nossa Vitória da Conquista há um Medical Center. Será necessário falar inglês para ser atendido lá? Outro botão acreditava que não porque também em São Paulo fomos atendidos num Medical Center sem necessidade de dominar o inglês. – Por que Medical Center em vez de Centro Médico? – Perguntou outro botão, o que me trouxe certa tristeza ao constatar a falta de personalidade do povo asqueroso, excremento da humanidade, que faz questão de não deixar a condição de subserviente e colonizado, além de uma falta de educação social do tamanho do mundo. Algumas poltronas atrás no avião umas senhoras riam e conversavam aos berros, o que me lembrou Zé Ramalho e sua equiparação do povo à manada: “Vida de gado, povo marcado, povo feliz”.
            Para quem se esforçou e aprendeu com os Grandes Mestres do Saber sobre como viver coletivamente é dolorosa a convivência com bichos que se comportam como se o espaço fosse apenas seu. Os bichos em forma de gente são indiferentes às pessoas à sua volta. Carros com alto-falantes estridentes, dirigidos por bichos, a mando de outros bichos, a berrar sobre as vantagens de lojas também barulhentas, não obstante a recomendação da ONU às autoridades do mundo para combater a poluição sonora porque dela decorrem grandes malefícios entre os quais se incluem ressecamento de pele, envelhecimento precoce e impotência sexual, além de muitos outros. Mui inocente essa pobre criança ONU porque antes de se preocupar com o povo as autoridades do mundo tem interesses bem diferentes do bem-estar social além do necessário para evitar revolta. O povo sente-se feliz coa as migalhas que caem da mesa dos imbecis ricos donos do mundo, esquecidos de um aparelho chamado guilhotina que tem por finalidade cepar fora a cabeça de ricos.
            Voltando ao nosso avião, os botões, os americanos cada um em duas poltronas e às vacas, isto é, as senhoras das gargalhadas ensurdecedoras tipo Fafá de Belém, sendo que esta cantora teria sida advertida em função de seu barulho em um desses restaurantes frequentados pelos brutamontes espirituais denominados “famosos” e “celebridades”. Pousado o avião (até que enfim), ao desembarcar, encontrava-me com a cabeça abaixada sob o porta-bagagem, esperando a vez de entrar o corredor que leva à saída, mas os bichos da manada citada por Zé Ramalho não deixavam, não obstante meus oitenta janeiros. Eis que um dos senhores americanos parou e fez um gesto gentil para que eu saísse, atitude que me fez perceber terem eles absoluta razão em desprezar os brasileiros por serem realmente desprezíveis. Inté.



quarta-feira, 13 de abril de 2016

ARENGA 247

A vida só é boa enquanto se é jovem e inocente como são os jovens, o que equivale a dizer antes de começarem os achaques. Eles começam quando se descobre pela primeira vez que não se consegue dar a segunda, e aumentam quando se descobre pela segunda vez que não se consegue dar a primeira. As decepções se sucedem. Minha derradeira decepção foi com o doutor Dráuzio Varela, personalidade que me parecia comunicativa e afável como gostaria que fosse toda a humanidade. Entretanto, é arrogante e pernóstico, comportamento de todo pretenso sabedor de tudo, que ignora o “só sei que nada sei”. Contando com boa receptividade por conta da impressão de tratar-se de alguém tratável, abordei o doutor Varela em frente ao banco que embora chamado de Hospital Sírio Libanês, está tão propenso a extorquir quanto os bancos, excrescência só concebível no perverso sistema capitalista para o qual seres humanos são chamados de material humano. Voltando ao fisicamente simpático doutor Varela, pedi-lhe que nos esclarecesse em sua coluna no jornal sobre a causa do vertiginoso incremento da homossexualidade. Do alto de sua estatura, olhou-me cá em baixo no meu metro e sessenta e seis, disse que escreve vez em quando sobre isso, virou as costas aparentando desprezo e foi embora. Considero a atitude ríspida à ojeriza que os paulistas tem contra os nordestinos, não obstante respirarem ar mil vezes mais sujo, beberem água mil vezes mais suja e comerem comida mil vezes menos saudável do que nós, além de nos deverem pelo menos um terço dos mais de cem bilhões que o governo de São Paulo deve ao governo federal.

Talvez o doutoríssimo Varela se sentisse ofendido quando eu disse ter minha opinião sobre o assunto, mas gostaria de ler sobre o assunto na opinião de quem tem sabedoria, conhecimento e sabe escrever. Certamente lhe causara asco a pretensão de um reles nordestino ter opinião sobre assuntos outros que não axé, religião e futebola. Entretanto, tenho a opinião de que os jovens estão decepcionados com a vida, no que tem absoluta razão. Não é fácil encarar anos a fio de estudo para alcançar uma posição de escravo do trabalho como o doutor Varela faz atendendo doentes em ambientes refrigerados, preso entre quatro paredes, enquanto quem nem sabe ler recebe em troca de brincadeiras muitíssimo mais do que aqueles que batalharam por um diploma, inclusive o doutoríssimo Varela. Na verdade, nenhum resultado positivo se obtém do esforço que faz o doutor Varela em suas recomendações em prol da saúde porque as atuais condições de vida impostas pelo capitalismo selvagem na sanha animalesca de trocar a natureza por dinheiro resultam na corrosão da saúde semelhante ao que a ferrugem faz com o ferro, como prova o fato de uma criança com apenas cinco anos sofrer os horrores dos cálculos renais. É tão cruel o modo de vida atual que a prática de envenenar comida, água e ar pode mesmo ter por objetivo levar as pessoas aos bancos denominados hospitais para serem depenadas quanto o são nos empréstimos consignados através dos quais os banqueiros tiram o coro da classe trabalhadora. Inté.