quinta-feira, 30 de julho de 2015

ARENGA 141

               Que motivos terão os papagaios de microfone e os escritores assalariados para odiar Cuba e Fidel, agora que os Estados Unidos não os odeiam mais? Devem estar de sorriso amarelo os detratores do socialismo. Pode-se até ser contra o socialismo. O que não pode, sob pena de perder a condição de nobreza conferida pela capacidade de pensar, é ser a favor do capitalismo como fazem a papagaiada de microfone e escritores assalariados por ser um sistema desumano que ignora as pobres criancinhas negras de olhos tristes servindo de banquete para peixes tentando fugir da fome. Quem afirma valer a pena viver no regime capitalista é por ser completamente ignorante ou mal intencionado por ser desumana a cultura de considerar haver pessoas que não precisam comer. Esta será a causa do fim do capitalismo. Com permissão do mestre Nietzsche, é preciso escrever em todos os muros do mundo que os famintos não haverão de se contentar em ser famintos eternamente. Não é por falta de exemplo que os embevecidos com o gosto do poder que a riqueza confere continuam fazendo pose na revista Forbes. Quando meu pensamento rodopia em torno do assunto capitalismo/socialismo, me ocorrem duas lembranças do tempo de menino. Uma era na fazenda, quando um pintinho corria desesperadamente perseguido por vários outros pintinhos dispostos a partilhar da minhoca que o primeiro levava no bico, mas que ele queria saborear sozinho. A segunda lembrança é a figura de dois burrinhos amarrados cada um na ponta da mesma corda que os impedia de alcançar e comer cada um deles um montinho de capim que ficava separado do outro por uma distância maior que o tamanho da corda, obtendo sucesso quando mudaram o comportamento e ambos comeram um, depois o outro montinho de capim. Se não mais ensinam às crianças a necessidade e a vantagem da cooperação e lhes é ensinado a vantagem da competição, evidente que elas se tornam adultos acreditando haver vantagem em “levar vantagem”, cujo resultado é o que temos à volta.
               O que tem resultado do capitalismo é a fome que força o deslocamento dos famintos. No livro Geografia da Fome, Josué de Castro lembra que o pensador Espinosa via a fome como uma força motriz que impulsiona a evolução humana. É ela, pois, a fome, que está impulsionando os famintos mundo a fora em busca da reparação da injustiça contra eles cometida por seus colonizadores, os mesmos que agora constroem muros e atiram neles em vez de reconhecer o mal que lhes fizeram. Os poucos que preferem a verdade são preteridos pela massa nojenta de povo. Cadê o doutor Joaquim Barbosa? E a senadora Heloisa Helena, aquela que disse na tampa do nariz dos senadores que eles não merecem respeito? Já foi visto algum político dizendo tamanha verdade? Pois ela, numa demonstração de sincera ligação com a sociedade, disse. E por defender a sociedade de povo, foi esquecida por ele, que preferiu ser representado por Collor. Agora, digaí, meu, entre quem exige respeito em relação ao povo e outro que exige do povo vários carros de luxo, como preferir o derradeiro? A resposta é que se trata de povo. E a ministra Eliana Calmon, prá que maior demonstração de sinceridade e vontade de arrumar esta porcaria de justiça brasileira? Pois o povo não a conduziu ao posto de senadora.
               É este sistema esquisito de valorizar o néscio e desprezar o capaz, a exemplo do endeusamento de inúteis “famosos” e “celebridades”, em tal absurdo se fundamenta o monstruoso sistema capitalista sem futuro, por mais esforço que se faça para convencer o contrário. Está na imprensa a notícia de que o historiador econômico Richard Smith termina seu mais recente livro “The God That Failed” (O Deus que Fracassou), deixando no ar uma sentença: “ou nos livramos do capitalismo, ou o capitalismo se livra de todos nós. E em pouco tempo”. Taí, pois, quem sabe o que fala a confirmar o que fala quem não sabe o que fala. Inté.

 
 

 

segunda-feira, 27 de julho de 2015

ARENGA 140


            Com a mais absoluta das certezas, esse nosso país de fazer vergonha, para tomar jeito de país, precisa transferir o povo para os quintos dos infernos. Uma população de gente em vez de povo não aceitaria uma presidente da república capaz de dizer que o combate à corrupção prejudica o país. Como entender ser o país obrigado a conviver com a bandalheira de construtoras ladravazes, o que equivale a dizer que a corrupção beneficia o país? Como encarar uma juventude indiferente a tal estado de coisas? O que levará os jovens à indiferença quanto a tudo que diz respeito a seu futuro? Nem eles sabem o porquê de serem tão idiotas, mas se não se livrarem da idiotia vão ser excomungados por seus descendentes famintos e sedentos por única culpa da cultura de destruir a natureza para fabricar uma riqueza que não beneficia ninguém por se destinar às caixas-fortes que os ricos donos do mundo escondem nos infernos fiscais localizados nos países que se dizem civilizados. Num desses países, a Inglaterra, o jornal “Financial Times” escreveu matéria intitulada "RECESSÃO E POLITICAGEM: A CRESCENTE PODRIDÃO NO BRASIL". Esta é a manchete da matéria na qual consta o seguinte: “NÃO É À TOA QUE O BRASIL HOJE TEM SIDO COMPARADO A UM FILME DE TERROR SEM FIM”. Em resposta, o valoroso jornalista Mauro Santayana escreveu reportagem intitulada OS NOSSOS "YES, BWANA!" E OS NOVOS "HAI, BWANA!" DO FINANCIAL TIMES, desancando magistralmente a pose dos ingleses das bundas brancas que se internam em hospital para se sentirem como mulher parindo. Além de frescos, são tão corruptos quanto os demais seres bárbaros da humanidade ainda ligada aos tempos de caçador/coletor, barbarismo que aflora na atitude de ser indiferente às criancinhas virando comida de peixe na tentativa de fugir de bala e fome.
                 Homem de brios, coisa rara nessa terra de canalhas, o grande jornalista Mauro Santayana nos defendeu magistralmente no Jornal do Brasil. Só não se sente agradecido quem ainda é povo. Mas o que disse o grande jornalista é para não deixar de dizer alguns desaforos em troca da ofensa porque o que disseram os bundas brancas é a pura verdade como prova a matéria do mesmo Mauro Santayana denominada A CRISE DA RAZÃO POLÍTICA E A MALDIÇÃO DE BRASÍLIA, onde, de maneira precisa, expõe com clareza a monstruosa corrupção que grassava no governo militar e que hoje ainda é pior. Naquela ocasião, um ministro mandou fazer para o povo pagar, na mansão que o povo pagava, uma piscina em forma da letra inicial do seu nome.  É realmente humilhante gringo comparar o Brasil com filme de terror, mas os constantes esquartejamentos que resultam em pedaços de cadáver pelas ruas são cenas dignas dos filmes de Hitchcock.

Não há mais como não se estabelecer novos parâmetros para o comportamento humano acelerar o passo rumo à civilização. É bestial haver miséria porque no mundo há riqueza suficiente para que todos vivessem com dignidade. Todo o problema está na falta de compreensão de que em virtude da quantidade de seres humanos a demandar recursos não justifica a existência das caixas-fortes para deleite dos Tios Patinhas do mundo. A frase “Se o jovem soubesse. Se o velho pudesse” é de uma sabedoria tal que qualquer uma das duas situações levaria a uma sociedade civilizada. Se, por exemplo, os velhos pudessem fazer a mudança, a sociedade seria boa porque eles sabem que para não faltar recursos para coisa nenhuma é preciso ficar de butuca nos gastos públicos porque do jeito que está aí, não dá. Os velhos sabem das coisas, mas não tem disposição. Os jovens, por outro lado, se tem a disposição que lhes confere o poder invencível da energia, tem também o desconhecimento que os faz ignorantes da realidade que só lhes chegará quando já não prestarem mais para nada a não ser chorar no corredor do hospital. Para o jovem, a vida é só brincadeiras. Mas chega o dia de enfrentar a realidade, e ela não tem nada a ver com brincadeira. Portanto, seria melhor para os jovens (e o propósito deste mal amanhado blog é justamente procurar mostrar aos jovens ser possível evitar muitos tropeções que serão tropeçados por pura inexperiência), que dedicassem algum tempo a analisar se não deve ensinar outros valores aos filhos. É na criança que se forja a personalidade do adulto. O psicólogo americano John B. Watson afirmava que podia fazer de uma criança saudável, escolhida na rua ao acaso, um médico, advogado, artista, mendigo ou ladrão, independentemente de seu talento, inclinações, capacidades, gostos e origem de seus ancestrais. É por isso que os pais não devem deixar seus filhos aprenderem unicamente o que é tradicionalmente ensinado nas escolas porque lá vão aprender que a coisa mais importante do mundo é ganhar dinheiro o mais que puder, independentemente de como fazê-lo, o que leva a isto que aí está. Inté.


 

 
 

 

 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

ARENGA 139

               A imprensa, espelho que reflete o momento vivido pela sociedade, retrata uma situação política difícil de ser superada através das instituições governamentais desse país de brutamontes mentais. As notícias dão conta de uma situação à beira do descontrole total. A notícia de que o governo corta um bilhão da educação e um bilhão e duzentos milhões da saúde, é loucura das mais perigosas por contrastar inteiramente com a irracionalidade da opulência dos festejos de futebola e a garantia do governo do Rio de Janeiro de que as águas da Baía da Guanabara estarão livres da quantidade de bosta que boia por lá a fim de que os “famosos” e as “celebridades” também de mentalidade de bosta possam exercer suas brincadeiras sem o mesmo desagradável odor que infesta também as instituições públicas. A população de bichos não se incomoda de beber água com bosta. Entretanto, para brincar de saber quem rema mais depressa ou quem dá maiores e mais altas cambalhotas nos esquis aquáticos, aí exigem água limpa. Só nas falas dos papagaios de microfone assalariados pelos ricos donos do mundo as brincadeiras merecem maior atenção do que as coisas realmente necessárias. Não se pode levar a sério a boa intenção destes senhores que esbravejam por justiça e fim da corrupção se ao mesmo tempo fazem alarde em torno da atividade corrupta que de esporte só tem o nome. O endeusamento do esporte visa na verdade manter o bicho povo entretido com estas bobagens enquanto o erário é saqueado. Criou-se uma paranoia tão grande em torno das brincadeiras que nem se presta atenção à possibilidade prevista pela ciência da eminência de acontecer desastre climático nos Estados Unidos maior do que aquele que devastou o Japão. As brincadeiras são os órgãos vitais do perverso sistema capitalista, terreiro protegido pelos escritores grã-finos. Sem as brincadeiras para manter fora de foco a atenção do populacho ignorante que mesmo sendo povo acabaria descobrindo o quanto é feito de burro, palhaço, boi-de-canga, cão-de-guarda, etc. e tal. Mas os escritores grã-finos e os papagaios de microfone acomodados à sombra do mundo dos ricos e senhores das guerras, exaltam à larga as benesses do capitalismo e das brincadeiras. Para isso são remunerados para recomendar aos ouvintes que não deixem de pagar as prestações.
 



               Apesar dos esforços, não conseguirá o mundo dos ricos manter os pobres apenas no mundo dos pobres. Eles se proliferam tanto que não será suficiente para a tranquilidade dos ricos a eliminação dos pobres através do abandono para que morram de fome e as doenças dela provenientes. Embora os patrões dos escritores assalariados e dos papagaios de microfone venham escondendo estes fatos há muito tempo, está ficando cada vez mais difícil mantê-los debaixo dos panos. Pelos buracos da peneira com que a tropa de choque dos ricos quer tapar o sol já dá para se perceber muita sujeira pelaí. São corredores de hospital entupidos de infelizes que tiveram sua vitalidade sugada pelas caixas-fortes do sistema capitalista. Veem-se também pedaços de cadáver, crianças amontoadas como porcos nos chiqueiro denominados presídios, aprendendo violência, ódio à sociedade e desprezo pela vida humana. Estas e outras evidências chegam ao conhecimento de cada vez maior número de seres que passam de povo para gente. Se um Zemané aprendeu esta realidade, é de se supor que grande quantidade de pessoas mais ilustradas tenha aprendido também e todos que aprenderam não acreditam mais nas falas de defender interesses do povo.
               Mas a gente vinha falando era da situação caótica mostrada pela imprensa. Outra notícia dá conta de que o ministro da justiça declara que a corrupção no Brasil é histórica e que é fundamental combatê-la. Isto aí contrasta com a outra notícia de que o trabalho de combate à corrupção pela Operação Lava Jato causará perda de R$ 187,2 bilhões de reais ao governo. Sabe-se que a corrupção consome várias vezes isso. Uma olhadinha sobre a malandragem das dívidas interna e externa mostrará uma realidade de espantar. Das privatizações, então, nem é bom falar. Como entender que meter essa bandidagem na cadeia e tomar de volta a imensa fortuna de roubaram pode ser prejudicial ao país? Só mesmo por aqui. Também causa espanto outra notícia dando conta de que o Procurador que abriu investigação contra Lula será investigado. É uma situação para rir e chorar ao mesmo tempo. O Estado cria uma Promotoria de Justiça, justo para promover justiça, no entanto, quando seu preposto vai cumprir o dever, passa de investigador a investigado. E o pior de tudo é que disto resulta tornar os recursos públicos coisa de ninguém. Existem milionários às custas do erário.
               Para não encher muito o saco, só mais outra notícia que também demonstra um perigoso impasse institucional em virtude de contradições das quais resulta o caos. Esta derradeira notícia dá conta de que os tucanos estão alvoroçados para voltar ao poder ante o fracasso do governo petista. Ora, segundo informa o amigão Google, o PSDB governou por oito anos e arrasou o país. O livro Privataria Tucana e os artigos de Hélio Fernandes da Tribuna da Imprensa confirmam o arraso. E não só querem, como realmente o povo lhes entregará novamente a chave do cofre que guarda o bem-estar social. O “Eles não sabem o que fazem” bíblico refere-se ao povo. Amém. Quer dizer, inté.  
 
 
 


 

 

                                                                       

quarta-feira, 22 de julho de 2015

ARENGA 139


               “Além de comprar helicópteros, lanchas e carros importados, o dinheiro desviado da Petrobrás também foi usado para pagar serviço de prostituição de luxo com “famosas” da TV e de revistas para diretores da estatal e políticos”. Diz a imprensa. Agora, conta uma novidade ai, vai? A política e a religião sempre andaram de mãos dadas na tarefa de fazer com que o povo lhes dê vida mansa. A administração pública não cobra imposto sobre o extraordinário faturamento das igrejas e a religião ajuda a política mantendo o povo longe de sentir vontade de saber o que se passa por lá, fazendo crer ao povaréu que espera por ele o maior bem-bom do mundo lá no céu, mas que para isso é preciso prestar atenção nas igrejas. Daí multidões de cabeças feitas pela religiosidade não sentem interesse em saber a quantidade de pastas 007 que saem dos palácios carregando para os infernos fiscais o resultado do trabalho coletivo. Enquanto a manada faz orações as empreiteiras em conluio com as “autoridades” estraçalham o erário e os jovens vão para as filas imensas a pleitear financiamento para estudar. Para eles nada significa quando autoridades lhes dizem na cara que não podem abrir mão dos serviços prestados pelos criminosos das empreiteiras. Como não, se em apenas uma obra em Pernambuco orçada em três bilhões já custou mais de vinte bilhões sem ficar pronta? Onde já se viu ter obrigação de ser roubado? Pois, na forma atual de se administrar os recursos públicos, ser roubado é necessário. Onde ficaria então a justiça? Ora, seus encarregados não fazem parte da administração pública? Portanto, estarão também do lado errado. Todos viram um ministro que depois de ocupar a pasta da justiço se empenhou tanto em defender os bandidos do Mensalão que seu nariz ficou maior do que já era. Tais coisas se devem unicamente em função de ter sido eliminada na juventude a capacidade pensar e tirar conclusões como, por exemplo, não haver motivo para faltar dinheiro para coisa alguma. Então, por que existe a pobreza, a carência de tudo sob alegação de faltarem recursos? A fabulosa riqueza existente no mundo é suficiente para que a humanidade viva bem, o que só ocorrerá quando a juventude voltar sua atenção para a possibilidade de haver melhor maneira de viver. Mas isto só ocorrerá quando se descobrir que depende de dinheiro em vez de igreja.
               
               Este belo país de triste sorte só tem motivo para ser infeliz. Vi uma criança de três anos de uma escola particular conhecer em inglês os nomes das cores, o que representa sabedoria para a malta ignorante. No entanto, é apenas falta de amor à pátria, é o servilismo, a descompostura, a falta de vergonha de um povo que sente até orgulho em ser capacho dos Estados Unidos. Quando veio a público a espionagem do governo americano nos telefones do governo deste país de bosta, a presidente bradou ser inadmissível tal intromissão. Entretanto, como sempre, foi lá, tomou a bênção, ouviu de Obama que o Brasil é visto por ele como UMA POTÊNNCIA, recebeu devorteios e salamaleques, tapinha nas costas, e voltou declarando que o episódio da espionagem era página virada. Os filhos destes jovens imprestáveis haverão de amaldiçoá-los pela burrice monumental de nada fazerem em sua defesa. Matéria jornalística no blog Outras Palavras lembra que a quantidade água no planeta é a mesma de quando só havia Adão e Eva. Hoje, em vez duas, somos cerca de sete e meio bilhões de consumidos e a água prestável está resumida a quase nada se comparada com a apodrecida. Tal quadro não deveria merecer a atenção dispensada à futucação de telefone?
“Cunha promete retaliar Planalto se for denunciado - O peemedebista teria avisado o vice-presidente Michel Temer (PMDB) que irá instalar CPIs prejudiciais ao governo na volta do recesso parlamentar: a do BNDES e a dos fundos de pensão. Ele diz ainda que vai articular a convocação de Mercadante e Edinho Silva (Comunicação Social) na CPI da Petrobras”. Ao lado desta, outra notícia dá conta de ser nosso país um mangue: “Renan Calheiros e Collor criticam Operação Politeia”. O que pode explicar que senadores tenham algo contra a apuração de crime praticado contra a sociedade que representam? Até quando teremos de conviver com o banditismo? Inté.  

 

 
 


 

 

 

 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

ARENGA 138


No livro Estado, Governo, Sociedade, do famoso filósofo e escritor italiano Norberto Bobbio, lê-se o seguinte: “Desde a antiguidade o problema da relação entre direito e poder foi apresentado com esta pergunta: “É melhor o governo das leis ou o governo dos homens?” Platão, distinguindo o bom governo do mau governo, diz: “onde a lei é súdita dos governantes e privada de autoridade, vejo pronta a ruína do Estado; e onde, ao contrário, a lei é senhora dos governantes e os governantes seus escravos, vejo a salvação do Estado, e a acumulação nele de todos os bens que os deuses costumam dar aos Estados”.

No livro A Economia da Desigualdade, de Thomas Piketty, lê-se o seguinte: “Um indicador prático da desigualdade total dos salários é a relação entre P90 e P10, isto é, entre o limite inferior do 10º décimo e o limite superior do primeiro...”

Será realmente necessário saber estas coisas para se viver bem, ou serão tão desnecessárias quanto saber o que são topônimos, antropônimos, bibliônimos, axiônimos, hagiônimos, antropomorfizados, homofonia, para que se possa escrever um recado? Esta trapalhada é causada por aquele negócio de criar dificuldade para vender facilidade. Por traz desta baboseira correm rios de dinheiro. Enquanto a criançada recusa com razão aprender esta xaropada, o inglês vai entrando e criando raízes. Não custa repetir que vi uma criança de três anos sabendo os nomes em inglês das cores. Além disso, as lojas e até uma espelunca ostenta a palavra FASHION. A rádio CBN tem um programa chamado YOUNG PROFESSIONAL. E doutores dizem que vão estar telefonando em vez de dizer simplesmente que vão telefonar. Isto aí é o resultado da dominação do império sobre a colônia de onde abobalhados lotam aviões para levar dinheiro para Me Ame. É fácil constatar que as dificuldades nada resolvem. Nosso país de triste povo tem a mais emaranhada burocracia do mundo e, no entanto, é o país onde mais se rouba no mundo. A coisa mais simples do mundo é viver bem ou relativamente bem desde quando a natureza se encarrega de arrumar as contrariedades. Na simplicidade é que está a sabedoria de viver bem. Pensar, refletir ou filosofar não é jogar tempo fora. Pelo contrário, exercita a mente e aumenta a capacidade de raciocínio. É o tempo mais bem empregado que se gasta. Esse negócio de tempo ser dinheiro, isso é invenção dos gringos das bundas brancas que respiram Deus e dinheiro e jogam bomba em cima de criancinhas. Pois aí está uma coisa que leva a pensar, e com o bom resultado de concluir haver alguma coisa errada nesse negócio de ser religioso e jogar bomba em criança. É a prova de que o hábito de pensar pode levar a humanidade a se transformar em gente. A mesma falta de lógica em cepar fora a cabeça de jovens para regozijo de Deus, é também a que orienta o comportamento dos bundas brancas, certos de que o bem bom ao lado de Deus depende do bom comportamento, mas matam crianças. Quem quer que se dedique a pensar chegará à conclusão de não haver necessidade de se brigar por riqueza como cães brigam por comida. O esforço dos seres humanos deve objetivar antes de outra coisa o bem-estar coletivo inteiramente alcançável desde que os humanos ainda bichos sejam educados e transformados em gente, o que pode ser feito mediante aplicação correta do erário. Como nunca foi essa a intenção dos governantes, são criadas as confusões para esconder o que ocorre por debaixo do pano. O futebola é um exemplo perfeito deste estado de coisas. Por que motivo o governo derrama montanhas de dinheiro do povo bestialializado no futebola? O Jornalista sempre atento Alex Ferraz, de quem espero não tomar conhecimento do seu nome nestas garatujas, dá um exemplo de como se joga fora dinheiro no mar de lama do futebola. São simplesmente de quatro bilhões de reais do dinheiro da cambada festiva que o governo entregou ao futebola para em troca distrair a atenção da manada. Quando os papagaios de microfone bradam moralismo, mas ao mesmo tempo se dizem apreciadores de futebola, trata-se de fazer confusão na cabeça vazia de quem é povo, categoria de irracional em que se enquadra praticamente toda a mamada. É impossível que estes senhores já bastante adiantados na vida, inclusive safenados e portadores de outros achaques do correr dos anos sejam ainda tão inocentes a ponto de não saberem da safadeza que corre por trás do futebola. Estes senhores contribuem em muito para a imbecilização generalizada que toma conta de tudo. Se os recadeiros do mundo dos ricos, cientes do resultado do compra-compra, apregoam a necessidade dele, é por não se preocuparem com o futuro de seus descendentes. E se assim são, é evidente ser falsa a intenção pressuposta de visar seu trabalho o bem-estar social. Quem não se preocupa com os filhos e netos é evidente que só se preocupa com o emprego.

Pode-se garantir e assinar embaixo que a solução de tudo que pode ser solucionado está unicamente numa coisa inteiramente fácil de fazer que é aplicar corretamente o erário. Tudo o mais é pura confusão desnecessária. A realidade mesmo, no duro, é que em vez de ser distribuída a riqueza à população em salários e serviços, substituem-se trabalhadores por máquinas, avilta-se o salário dos que tem emprego, principalmente os professores, degradaram-se todos os serviços prestados pelo poder público, estado de coisas do qual resulta montanhas de dinheiro economizado e enviado para os infernos fiscais pelos ladrões do colarinho prateado de cuja ação resulta a infelicidade dos pobres diabos esperançosos em Deus, merecedores do destino desejado pelo deputado Justo Veríssimo, saído da inteligência de Chico Anísio. No momento em que o bicho povo é estimulado pelos papagaios de microfone a comprar e comprar, no momento que em que os papagaios de caneta que escrevem livros bons de vendagem afirmam ser bom exportar, é tudo mentira. Quem não é povo afirma que junto com o produto exportado vai parte do meio ambiente que exporta. Só o que falta é tirar um pouco a atenção do corre-corre por dinheiro, “famosos”, “celebridades”, futebola, axé e igreja e dedicar esse tempinho a pensar, por exemplo, sobre a situação das crianças que dizem amar, mas que vão ficar sem água. Se tá pensando que esse tempo não vai chegar, pode tirar o cavalinho da chuva porque vai. E como estouro de manada sempre termina em tragédia, do estouro da manada rumo às compras e a Me Ame vai resultar muito sofrimento. Infelizmente. Já que tudo depende da boa aplicação do erário, não é possível continuar ele entregue à responsabilidade de apenas um grupinho porque o ser humano ainda é muito bruto e mete a mão. Nada justifica a indiferença quanto aos gastos. Não é justo que quem não tem a assistência necessária seja obrigado a contribuir com os lucros astronômicos de bancos e outros carrapatos do erário e donos de imensas caixas-fortes nos infernos fiscais. É extremamente necessário ficar de butuca em cima do erário. Fazer como Gal Costa na parte da canção que indaga “cadê o dinheiro?” Fazendo-se isso, evita-se a resposta à pergunta de Gal, que é: “O gato comeu”. Inté.

 

 

 

sábado, 18 de julho de 2015

ARENGA 137


Diz a imprensa: “Além de comprar helicópteros, lanchas e carros importados, o dinheiro desviado da Petrobrás também foi usado para pagar serviço de prostituição de luxo com “famosas” da TV e de revistas para diretores da estatal e políticos”.

Este país virou uma esculhambação geral. Sendo a juventude a maior prejudicada com o mar de lama que tomou conta da administração pública, como explicar, senão pela estupidez lapidar inerente a quem ainda é povo, a indiferença dos jovens ante tal situação? O Jornal do Brasil de 18/7/15 aponta outra situação de impasse institucional com o país praticamente refém de empresários bandidos cujas empresas tem por objetivo principal roubar, o que fazem em conluio com a administração pública, ficando o povo na situação desesperadora de necessitar das coisas mais elementares, enquanto canalhas abarrotam caixas-fortes nos infernos fiscais ante a pusilanimidade da juventude imprestável para qualquer coisa que dependa de inteligência. Nosso país caiu num Impasse aterrador. Não pode abrir mão dos serviços prestados pela malta de criminosos em que foi transformada a atividade empresarial de grandes empresários cujas tramas com os politiqueiros resulta em coisas completamente inaceitáveis a quem não é povo. Em apenas uma obra de Pernambuco resultou desta trama que uma obra orçada em três bilhões já mandou para os infernos fiscais mais de vinte bilhões arrancados do erário sem que ninguém se incomode, salvo o doutor Sergio Moro. Enquanto isto acontece, palhaços jovens vão mendigar empréstimo estudantil e centavos na passagem do ônibus que o governo americano mandou botar no lugar do bonde que pelo menos era menos abafado. Milhares de conluios consomem a arrecadação. Um deles transformou Lula pau-de-arara em Lula multimilionário, o que inviabiliza o país, contando com a indiferença de sua juventude maria-vai-com-as-outras para igrejas e campos de futebola, onde, junto com o ingresso, também deixam os jovens sua contribuição para pagar às “famosas” que vão trepar em Brasília com seus líderes políticos. Situação só verificável por estas bandas habitadas pela escória da humanidade que por sua vez seria também considerada escória de um mundo civilizado, se houvesse. Onde já se viu ser obrigado a ser roubado? É aqui o lugar para tudo que é ruim. Aqui, a justiça protege o ladrão de milhões como se viu no Mensalão e se vê agora com a perseguição ao doutor Sergio Moro, tudo visando proteger os “figurões” intocáveis até aparecer este jovem e destemido juiz cuja personalidade devia envergonhar os jovens por sua inferioridade espiritual. A cambada de vagabundos futucadores de telefone, fazedores de barulho, espetadores de espetos até no rabo, sobretudo portadores de uma ignorância monumental, nem mesmo percebem o grandioso benefício para seus filhos que decorrerá se o doutor Sergio Moro puder concluir seu trabalho saneador.

 Tive oportunidade de presenciar na Cidade de Barra da Choça uma criança de três anos de uma escola particular conhecer em inglês os nomes das cores. Para o bicho povo tal absurdo nada significa, senão a precocidade da criança. Quem é povo está a anos luz da compreensão do alcance desta coisa aparentemente simples. É a soma destas coisinhas que resulta na colônia de macacos subservientes criticados pelos atores americanos quando afirmaram que aqui as pessoas não se importam de serem machucadas. Quando veio a público a espionagem do governo americano nos telefones do governo deste país de bosta, a presidente bradou ser inadmissível tal intromissão. Entretanto, como sempre, foi lá, tomou a bênção, ouviu de Obama que o Brasil é visto por ele como UMA POTÊNNCIA, recebeu devorteios e salamaleques, tapinha nas costas, e voltou declarando que o episódio da espionagem era página virada. É revoltante para quem tem vergonha na cara ser misturado com cínicos, imorais, depravados, ignorantes, brutos, e, acima de tudo, macacos apaixonados por tudo que se refere aos Estados Unidos, na verdade, grande prejudicador do Brasil. Por orientação americana o Brasil estabeleceu seu sistema de transporte baseado em caminhões, e o resultado é frete altíssimo e mortes no asfalto. Mas os macacos não abrem mão de lotar aviões a fim de levar dinheiro para Me Ame. Não fossem bichos, os jovens deviam ser os primeiros interessados em mudar este estado de coisa porque as consequências funestas do que estão fazendo com o país advirão com a força de um dilúvio do qual nem Noé escaparia. Mas o que fazem os jovens enquanto apodrecem as instituições? Passam mensagens entre si a respeito do exame de urina do jogador de futebola. Os filhos destes imprestáveis imbecis haverão de amaldiçoá-los pela burrice monumental de nada fazerem em proteção ao futuro de desespero que eles terão de enfrentar com falta de água e comida. A quantidade de água existente sempre foi a mesma, lembra matéria no blog Outras Palavras. Quer dizer que o mesmo tanto d’água do tempo em que só havia Adão e Eva, sem contar que era toda água limpa, é o mesmo tanto de que dispõem sete e meio bilhões de bichos humanos a se destruírem mutuamente num esforço brutal que os faz suar e beber mais água. Nosso país de macacos está completamente desmoralizado perante quem não é povo. O trabalho de administrar foi substituído por roubo, futricas e chicanas das mais baixas. O roubo foi institucionalizado, bastando negar as acusações para ficar tudo bem. Os papagaios de microfone repetem à exaustão: “O acusado nega as acusações”. Tivesse esse país de triste sorte uma juventude que não fosse feita de bosta, estaria ela colada ao doutor Sergio Moro para blindá-lo contra a canalhice dos cupinchas de ricos a denegrir o valoroso trabalho daquele herói nacional. São órgãos da própria justiça a tecer comentários sobre irregularidades no processo de apuração de fraudes, quando as irregularidades estão é nas fraudes. O que fazem na realidade é proteger escancaradamente as quadrilhas que sugam o erário. Nunca se viu um homem da fibra do doutor Sergio Moro e sua teimosa e discreta disposição de moralizar esta merda de país que precisa de homens desse tipo e do tipo do doutor Joaquim Barbosa. Entretanto, como em 1964, enquanto alguns gatos pingados morriam nesta mesma tentativa do doutor Moro, o povo maldito apoiava o golpe que matou inclusive um meu amigo de infância que sonhava como eu sonho com uma sociedade sem os sofrimentos oriundos de nossa própria ação.  A única coisa que se pode esperar de povo é o que também se pode esperar de bichos quando falta comida: arrebentar o que encontrar pela frente. Fora disso, esta população de bichos da pior qualidade prefere mesmo é o que gira em torno de “famosos” e “celebridades”.

Outra notícia: “Cunha promete retaliar Planalto se for denunciado - O peemedebista teria avisado o vice-presidente Michel Temer (PMDB) que irá instalar CPIs prejudiciais ao governo na volta do recesso parlamentar: a do BNDES e a dos fundos de pensão. Ele diz ainda que vai articular a convocação de Mercadante e Edinho Silva (Comunicação Social) na CPI da Petrobras”.

Esta outra notícia complementa a primeira no que diz respeito à desmoralização institucionalizada. É de causar pasmo esta situação em que o presidente da Câmara Federal declare que se for denunciado pelo Planalto denunciará de volta seu denunciante, sem que os irracionais frequentadores de igreja, futebola e axé nem mesmo ante a confissão de estarmos liderados por criminosos, sejam motivados a uma ação moralizadora. Deve ser por não saber o que é moral. Se esta merda de país nunca teve hombridade, nos últimos tempos assumiu completa falta de pudor, caráter e honradez. Quem não é canalha ser governado por canalhas é demasiadamente doloroso. É indescritível a sensação de mal estar provocada por uma situação em que legislativo e executivo tenham trocado sua nobre função de cuidar de todos nós, principalmente das crianças que representam o futuro, por acusações mútuas de improbidade. Já não é preciso nem parecer honesto, quanto mais ser honesto. O trabalho do herói Sergio Moro a cada instante desnuda mais e mais canalhices e mais canalhas achacadores dos recursos públicos. O país virou um pardieiro entregue a covardes imploradores de empregos que lhes permita meter a mão no erário.

Mais outra notícia aterradora:Renan Calheiros e Collor criticam Operação Politeia”.

Há casos em que o próprio acusado admite a acusação, mas só ocorre quando o acusado é homem que mija na parede. Covardes que roubam dinheiro de pobres que choram no corredor do hospital, como denuncia a imprensa, não são homens. São ratos de esgoto. A preferência por Collor pelo povo de Alagoas à heroína Heloisa Helena mostra que povo é povo em qualquer lugar. Do mesmo modo, também errou feio o baiano por preterir a doutora Eliana Calmon. Enfim, em se tratando de povo, nada de bom se pode esperar. È por contar com a incapacidade crônica de raciocinar do povo que escritores assalariados e papagaios de microfone tentam desqualificar o trabalho da Lava Jato e são capazes de conseguir o intento satânico. Afirmam os lambe-botas dos ricos irregularidades a cada passo que se pega um rico ladrão. Eles, os escritores assalariados, estão em polvorosa porque querem que o erário seja roubado apenas por seus patrões que enviam montanhas de dinheiro para a agiotagem nos infernos fiscais. Inté.     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

ARENGA 136


A notícia publicada no Jornal do Brasil de que se São Paulo fosse um país estaria entre as cinquenta potências mundiais evidencia a realidade de não haver vantagem alguma em ser potência mundial ou local uma vez que esta potencialidade nada mais é do que riqueza material cuja construção deixa atrás de si um rastro de infelicidades. A vida na Cidade de São Paulo só não é pior porque não pode piorar ainda mais. O ajuntamento de riqueza decorre da falta de senso comum e da grosseria dos brutos seres humanos ainda apegados ao tempo primitivo quando havia escassez de comida, instinto que até hoje orienta os irracionais fazendo-os comer com grande gula como se aquela fosse a única comida existente no mundo. É desse modo como ainda procedem os também irracionais seres humanos ao avançar sobre tudo que puder colocar sob seu domínio e rosnar em defesa de suas posses infinitamente superiores às necessidades. O ser humano é o mais vil de todos os animais. Se o cavalo bebe água suja é por não distinguir entre água suja e limpa. Além disso, a natureza, através do “costume”, paramenta o cavalo com proteção. Agora, um ser humano que devia ser diferente do cavalo em função da capacidade de raciocinar, beber água misturada com bosta sabendo disso é comportamento de brutalidade incomparável. Trata-se de aberração concordar-se com uma quantidade de bosta na água de beber. Como ser normal beber água com bosta? Mas é o que fazem os bois, vacas, bezerros e bezerras enquanto futuca telefone para saber com qual “celebridade” outra “celebridade” está trepando. Corre pelaí grande zum-zum-zum em torno de uma foto de Caetano Veloso de cueca, enquanto as riquezas do país afundam num pântano de corrupção sem precedente e não se encontra uma única personagem política fora do banditismo. Fortunas são transferidas do erário para propriedade dos bichos primitivos com medo de escassez enquanto a juventude que é a verdadeira dona da riqueza roubada debaixo dos narizes dos jovens sem que eles se incomodem com outra coisa que não sejam imbecilidades como fazem os imbecis. O que os bichos com forma de gente encaram como bem-estar, a riqueza, é, na verdade, fonte de mal-estar. O processo de produzir riqueza é desintegrador, portanto, antissocial. O estado de degradação física e moral a que foi levado o mundo em função da febre do ouro mostra uma espécie de maldição a rondar as riquezas. No ambiente rural onde fui menino, contavam-se histórias de potes de ouro enterrados, mas sempre havia referência à presença do Tinhoso rondando o local. Acreditava-se haver uma força maligna envolvida com o achamento de tesouro enterrado. Até hoje, no meu tempo de velho, vejo filmes relacionando tesouro e maldições sobre seus achadores, principalmente quando envolve múmias. Elas estarão defendendo o ouro do qual depende sua manutenção na existência que só existe na latrina que povo tem no lugar onde gente tem cabeça. É esta mentalidade das múmias que justifica a existência das caixas-fortes abarrotadas de ouro nos infernos fiscais.  Dizem pelaí que a política é como a nuvem que muda de forma a todo instante. Mas a vida também é assim. A partir da concepção, cada novo segundo na vida do concebido encontra-o diferente de como era no segundo anterior. As mudanças são necessárias e inevitáveis. Entretanto, graças à ignorância de quem não leu os Grandes Mestres do Saber, os seres humanos se apavoram ante a possibilidade da mudança da existência para a inexistência, sem se dar conta de que a inexistência de antes de viver é a mesma inexistência de depois de se ter vivido. A consciência da inexistência apavora tanto os ignorantes que eles criaram a fantasias de outra vida. As mudanças trouxeram o mundo a uma realidade que não comporta mais espaço para as caixas-fortes abarrotadas de ouro apenas para deleite de Tios Patinhas porque há tanta gente dependendo desse ouro que se ele não aparecer, terá de ser buscado pelas multidões que já estão de olho nele. Aquele ouro deve ser trocado por bem-estar coletivo porque à coletividade pertence. Como ninguém morre de fome sem antes matar, pode ser terrivelmente desastroso tanto o hábito de esconder a riqueza quanto o de gastá-la perdulariamente construindo Torres Gêmeas para serem postas abaixo e serem substituídas por outra construção suntuosa, além de desafiar a fome dos famintos construindo réplica da Torre de Babel. O poder maligno que ronda todo monte de ouro são os fantasmas dos sacrificados na tarefa de cavá-lo. Até hoje ainda se usa a prática de construção de locais secretos para guardar ouro, matando os trabalhadores que os construíram para garantir o segredo. Estes injustiçados balançam correntes no sono de quem causa seus sofrimentos. Todo dono de um montão de ouro não abre mão da fé em Deus. Garantem e assinam embaixo que roubar apenas uma partícula do seu ouro é pecado que Deus castiga, mas a ninguém parece ocorrer a quantidade de pecados cometidos para se ajuntar um montão de ouro e muito menos ainda a possibilidade de ser Deus uma criação destinada a ajudar o ajuntador a proteger seu ouro. Ao lado da Senzala e da Casa Grande, havia sempre uma capela para manter viva a lembrança do pecado e do castigo se mijar fora do pinico. Entretanto, deixar crianças se tornarem bandidos e metê-las na cadeia nada significa para os esfarrapados espirituais que lotam igrejas e babam por ouro.

Vive-se um mundo que não existe na realidade (nada a ver com o filósofo do Mundo como Vontade e Representação, para o qual o mundo só existe na imaginação). O mundo existe, sim, e o fato de estamos nele e termos fome e sede dispensa especulações desse tipo e nos mostra a necessidade de cuidar dele em vez de destruí-lo em troca de uma riqueza que se bem pensada, não compensa. Portanto, usar o ouro escondido para limpar rios, plantar árvores, produzir comida sadia no lugar da produzida pelo agribiuzinesse ajuntador de ouro, proporcionar assistência à saúde no lugar dos planos de saúde ajuntadores de ouro, educação que ensine como viver em sociedade para substituir o sistema deseducacional ajuntador de ouro, desmontar o sistema falso de segurança que na realidade nada mais é do que forma de ajuntar ouro vendendo armas. Os países que cometeram crimes monstruosos e enriqueceram (não se enriquece sem cometer crimes), são tão infelizes que dispõem de armas poderosas para rosnar em defesa de sua riqueza manchada de sengue e sofrimentos que incluem lançar bombas sobre crianças. A notícia da riqueza de São Paulo confirma a vingança dos fantasmas dos sacrificados pelos colonizadores; pelos jesuítas; pelas Entradas e Bandeiras; pelos que despencam das construções lembrados apenas pelo nosso admirável Chico; pelas vítimas do trânsito e balas perdidas; pelos infelizes amontoados em porões medievais a título de prisões; pelas crianças transformadas em bandidos; pelas doenças causadas pelo ar empesteado, água podre e comida envenenada; por corolário, pelo nervosismo decorrente do corre-corre atrás de ouro, razão de outra notícia também do valoroso blog Outras Palavras dando conta de que o número de suicídios no mundo cresceu sessenta por cento nas últimas décadas, provenientes de fatores como insegurança social e, veja esta senhor Kissinger: PRESSÕES COMPETITIVAS que o senhor e sua feiura física e espiritual recomendam como melhor modo de se viver. Inté.   

 

   

 

 

terça-feira, 14 de julho de 2015

ARENGA 135


Se existisse Deus, Ele bem que deixaria de lado o que disse a Noé sobre nunca mais afogar ninguém, mandava o Arco-íris às favas e tascava outro dilúvio prá cima de nós por causa da mania da manada dizer que Ele é brasileiro. Se até brasileiros, como mostram os jovens, gostariam de não ser brasileiros, imagine se logo Deus vai querer se misturar com a pior laia de espécie de ser vivente já surgido no universo. Isto aqui tá muito mais é prá Satanás. Embora Deus tenha feito todas as maldades contadas na bíblia, o Satanás é que é tido como o maioral nas maldades. Se assim é, nenhum lugar mais condizente com maldade satânica do que esse pedaço de chão onde o transeunte se desvia de bala perdida ao tempo em que pula por sobre pedaços de corpo humano. Esta sociedade que quer bancar a terra natal de Deus consegue ser ainda inferior entre todas as sociedades que formam a humanidade em sua eterna marcha-a-ré através da História. O historiador Edward Mc Nall Burns, no primeiro volume de História da Civilização Ocidental, página 44, conta que os egípcios criaram um sistema de leis ao qual se sujeitava o próprio faraó. Este fato histórico faria corar de vergonha os governantes modernos não fosse ter sido a vergonha varrida da face da Terra. Houvesse algum resquício dela, nunca que a política seria convertida numa tramoia dos diabos a fim de permitir as safadezas que correm por baixo do pano desde a mais humilde prefeiturazinha até o mais requintado dos palácios. Os governantes assumiram posição de donos das sociedades que administram, numa trama diabólica com os donos de imensas caixas-fortes. O blog Outras Palavras noticia que em São Paulo o povo paga doze reais por metro de água, enquanto shoppings, grandes indústrias e faculdades privadas pagam quatro reais. Todas as sociedades humanas assumiram caráter ilógico baseado na manutenção de um estado de inocência das populações impossível de continuar por muito mais tempo uma vez que mais pessoas a cada dia chegam à realidade de não ser verdade o que nos dizem ser verdade. É mentira do tamanho do mundo haver vantagem em abarrotar caixas-fortes de riquezas. O tapa-olho do costume (do sempre foi assim) não deixa perceber a insustentabilidade de um sistema que se baseia em manter todos os seres humanos no papel de uma plateia num espetáculo de hipnotismo com o hipnotizador encarregado de fazê-la de boba. Se nenhum espécime de ser humano concorda em beber água misturada com bosta e comer comida misturada com veneno, mas é isso que faz quando coletivamente, é por existir uma força que força este espécime a proceder de modo contrário ao modo como procederia se tal procedimento dependesse de sua vontade. Portanto, por traz de tudo que fazemos por conta do que nos dizem ser verdade, por trás dessa “verdade” há um trabalho de hipnotizador fazendo as pessoas de bobas. Quem é obrigado a fazer o que não quer, não tem vontade própria, é conduzido. Entretanto, o mínimo de inteligência que se pode esperar de quem é conduzido seria querer saber pelo menos para onde está sendo conduzido. Mas nem isso a humanidade quer saber. Apenas vai na conversa de escritores cheios de pose que lhe diz ser ideal este sistema de administrar a riqueza pública considerando os pobres tão insignificantes que até os chama de “material humano”.

Acastelados em palácios e cercados de infinitas pompas e não-me-toques, mordomias que incluem um baú cheio de tesouro prá botar no ombro e levar quando for prá casa, é nesse ambiente folgazão onde nada pode faltar que vivem os representantes dos governos, na realidade, empregados da sociedade, mas que se transformaram em donos dela. Os patrões de todos nós, mas empregados dos donos das caixas-fortes que os colocam em seus postos de dar ordens aos pobres e recebê-las dos ricos. Desde que se tem notícia da existência das chamadas sociedades organizadas, o que parece piada face à desorganização generalizada, sempre coube aos governados a obrigação de prover os meios materiais necessários para garantir o exercício do governo, o que sempre foi feito, e com sobra. O que não é feito, e que é mais importante do que fazer a riqueza, é empregá-la bem empregada, o que não é em absoluto o que acontece com a riqueza do mundo. Assim não fosse, não haveria tanta pobreza porquanto riqueza é esbanjada até para brincar de fazer Torre de Babel. É de espantar a indiferença em se comprar armas e fazer guerras com o dinheiro de comprar tranquilidade. Mas o efeito do hipnotismo que impede a percepção de não haver motivo para tanta festa já começa a mostrar sinais de fraqueza. Percebe-se isto no medo que assombra as pessoas inteligentes do mundo, como os cientistas que descobriram a possibilidade de um desastre climático capaz de causar grandes destruições em todo o planeta, a ocorrer dentro de algumas décadas no continente americano do norte. Enquanto os viciados em acumular riqueza contarem com a ajuda da manada mais interessada no futebola endeusado pelos papagaios de microfone, os hospitais ostentarão cada vez mais choro em seus corredores e as caixas-fortes continuarão sugando a vitalidade do material humano.  O ser humano ainda é tão estúpido que não percebe a desfaçatez que é o meio social. Estes senhores e senhoras defensores da moralidade nos assuntos públicos, apenas fingem. Caso contrário não seriam todos admiradores ferrenhos do futebola, armadilha para prender a atenção da manada. O futebola é o braço direito do hipnotizador que faz de bobos os seres humanos e é impossível que babaquaras não saibam disso. É falsa a opinião dos formadores de opinião. Válida, infelizmente, para a manada seduzida por propaganda porque, como disse quem sabe onde tem o nariz, a propaganda é a arte de explorar a estupidez humana.

Não existe um só governante em todo o mundo que não se diz ter por interesse maior o bem-estar do seu povo. É o que acontece? Não é. Mas a ninguém ocorre haver algo de estranho nisso aí. Até escritores famosos e de grande influência não se reservam a um recolhimento recomendado pela experiência de avô e vem a público fazer pose para dizer que esta forma de governar é boa para o povo.  O que se vê, na realidade, é mal-estar geral. Os ricos com medo dos pobres e estes procurando infernizar os ricos com explosões. Poucos foram os seres humanos que se dedicaram a conhecer a vida. Quem o fez concluiu que o “resto” segue as bobagens que ouve e se dá por satisfeito. Nada é capaz de demover o “resto” da condição de estar absolutamente convicto de ser verdade o que alguém lhe disse sobre a existência de Deus. O “só acredito vendo” não se aplica quando se trata de Deus e o “resto”. Multidões de bichos xucros deslocam mundo afora para encontrar no papa a paz que levam dentro de si. A burrice não permite perceber que o papa não consegue realizar nem seus próprios desejos. Está posta a aposta: Gente boa que é, o papa se empenha num “desbastar de arestas” da brutalidade do capitalismo, mas é contestado pela brutalidade dos ricos capitalistas. Se o papa conseguir dar dignidade apenas às nossas crianças é porque Deus realmente existe. Inté.

domingo, 12 de julho de 2015

ARENGA 134


A esperança é a derradeirona a cair (palavra em evidência). Nenhuma dúvida. Acaba de ganhar novo fôlego a esperança que este mal amanhado blog por falta de opção depositava na juventude como propulsora de algum movimento capaz de impor um tipo de vida inteligente, mas que começa por vezes a esmorecer ante a ignorância tão monumental da juventude que justifica seu enquadramento na classificação de manada. Sem qualquer sombra de dúvida, estamos diante de uma juventude de merda que não presta para nada. A nova esperança que desponta manda os jovens a um lugar apropriado para sua monumental burrice: os quintos dos infernos. Lá é o lugar apropriado para o tipo de bicho em que se encontra a juventude. Substituindo a juventude, a esperança em novas épocas passa para o pastor exorcizador de ratos. Figura divina que haverá de sacudir fora os demônios travestidos de ratos alojados na personalidade dos politiqueiros. Quem não é povo sabe que no roubo desenfreado da riqueza pública está a causa de tudo que nos atormenta como, por exemplo, o empenho dos politiqueiros possuídos pelo demônio em forma de rato em meter na cadeia a criançada que incomoda os ladrões de bilhões. É por falta de exorcismo que a ratazana dá lugar à existência dos livros Honoráveis Bandidos, Privataria Tucana e O Chefe. Falar nisso, Como haveria de se sentir Machado de Assis compartilhando o mesmo ambiente na ABL com o personagem central dos crimes constantes do livro Honoráveis Bandidos? Todas as mazelas terão fim com o pastor exorcizador de ratos. Basta levar esse bendito homem santo para Brasília com a missão divina de arrancar de dentro dos politiqueiros a ratazana que corrói o erário e acabarão o choro no corredor do hospital, as filas de jovens imbecis mendigando empréstimo para estudar, terão fim as malandragens das “conferências” que enriquecem tanto eruditos quanto analfabetos. Com esse pastor caçador de rato, estaremos salvos. Enfim, a religião mostrou sua real utilidade: eliminar ratos. São eles os únicos responsáveis por caixas-fortes abarrotadas de riqueza arrodeadas de miséria, fome, doença e muita ignorância, figuras apocalípticas que não perdem por esperar a chegada do pastor exorcizador do rato.

Quem não vai gostar nem um pouco desta inovação é a ciência econômica dos egressos das Sorbones do mundo representados pelo senhor feioso Henry Kissinger ao defender a roubalheira generalizada para acumular grandes riquezas dum lado e grandes pobrezas de outro lado. Tais excrescências não perdem por esperar até a chegada do santo homem com sua ratoeira espiritual. Ante tal poder, devidamente comprovado em seção realizada na presença de inúmeros fieis dispostos a jurar de pé junto que o pastor puxou para fora do corpo de um homem um tremendo ratão muito do folgado, razão pela qual a esperança no fim da roubalheira desenfreada vai para esse pastor raticida em lugar da juventude nota zero. Não se pode contar com a juventude para assuntos inteligentes por ser a desinteligência o forte dos jovens. Nos quatro cantos do mundo a juventude se mostra incapaz de encarar a vida com algum realismo. Nada significa para estes monstros vazios de sensibilidade e cheios de ignorância a existência de milhares de criancinhas fugindo desesperadas das regiões conflituosas para a morte por afogamento. Entre os ingleses, supostamente civilizados, depois de experimentar as dores do parto, a juventude “civilizada” da bunda branca promove agora, segundo a imprensa, um festival onde quinhentas pessoas passam quatro dias trepando entre si. Estes canalhas, dispondo da riqueza que seus antepassados mataram para roubar, não dedicam sequer um segundo de suas vidas inúteis de súditos para pensar naquelas infelizes criaturinhas. Também por aquelas bandas “civilizadas”, a juventude que já tinha transferido para as partes antes denominadas pudendas a responsabilidade pelo raciocínio, acaba de transferir também a responsabilidade pela ingestão de bebidas alcoólicas. Era só o que faltava! Os jovens das bundas brancas estão bebendo pelo rabo. É isso mesmo: as jovens embebem o absorvente e enfiam na xoxota. Os jovens colocam a bebida no reto por meio de tubo. Parece fazer sucesso a moda de enfiar tubos no rabo.

Quando a fina-flor da civilização promove festival de trepadas, faz alarde de ser tão promíscua quanto qualquer rebanho de éguas e cavalos. Quando passa para baixo as funções dos buracos de cima, do mesmo modo, demonstra ser e humanidade um amontoado de palermas imprestáveis para qualquer coisa que não se refira a dinheiro. Juventude de regiões ainda mais primitivas como a nossa, então, nem é bom falar. Aqui entre nós a coisa é tão desgraçada que serve de zombaria para quem procedo como o macaco que zomba do rabo do outro macaco. Verdade é que por estas bandas acontecem coisas do arco da velha. Aqui, ladrão rechonchudo de bilhões, cevado no erário, vai a julgamento usando um manto protetor da justiça que lhe garante o direito de não falar o que sabe, enquanto o pedreiro Amarildo é afogado para falar o que não sabe. É este o tipo de ambiente no qual a juventude se sente bem com sua Caixa de Pandora onde gente tem a cabeça.

A realidade de ser a imprensa a alma da sociedade mostra em que calamidade se encontra a alma da juventude destas terras habitadas por seres indignos delas. As figuras mais apreciadas pelos jovens, segundo a imprensa, são as seguintes: BEYONCÉ – CLÁUDIA LEITE – IVETE SANGALO – LUAN SANTANA – LUCAS LUCCO – Mc GUI – CRISTIANO RONALDO – LIONEL MESSI – NEYMAR – BRUNA MARQUEZINE – LUCIANO HUCK – KEFERA BUCHMANN, o que explica o zero do Enem. Se espremer qualquer uma destas figuras apreciadas pelos jovens não cai sequer um pingo de noção do que seja viver em sociedade. Enquanto os jovens gregos de cerca de quatrocentos anos atrás procuravam aprender sobre a vida com os filósofos sofistas, os brutamontes intelectuais modernos tem como mestres “celebridades” e “famosos”, “filósofos” incapazes de fazer um “O” com um copo. Qualquer uma destas “celebridades” cometem involuntariamente o erro cometido voluntariamente por um jovem inteligente que não se mira no espelho de “celebridades” e que venceu um concurso para cometer maior número de erros com o menor número de palavras. Este jovem escreveu apenas a palavra “SIM” da seguinte maneira: “ÇIN” com a letra “N” separada, formando uma sílaba à parte. Desta forma, a palavra “SIM” ficou um dissílabo em vez de monossílabo. Com isso, o jovem cometeu quatro erros numa palavra de três letras. O primeiro erro é que “sim” começa com “S”. O segundo é não se começar palavra com “Ç”. Terceiro, não se emprega “Ç” antes da letra “I”. Quarto, não pode dividir um monossílabo. O comportamento deste jovem foi o resultado de sua vontade. Ele criou a situação, enquanto que os jovens seguidores das “celebridades” e “famosos” incorrem em erros igualmente grosseiros, mas crentes do sucesso de estar abafando, o que os torna dignos de NOTA ZERO não só do Enem, mas também da vida. Com os olhos que as mulheres sempre gabaram, vi uma das muitas burrices provenientes do embotamento espiritual de jovens estúpidos impedindo com os próprios corpos o trânsito de ônibus, em protesto por alguns centavos a mais na passagem, enquanto uma verdadeira caudal de bilhões despenca livremente pela boca de hiena da corrução. Uma obra orçada em cerca de três bilhões em Pernambuco já engoliu cerca de vinte e três bilhões e ainda está longe de terminar. Como se admitir que técnicos calculem um orçamento de três quando devia ser de sete ou oito vezes mais? Mas é o que acontece ante o nariz destes completos idiotas disputando centavos enquanto fortunas são jogadas fora, inclusive desperdiçadas para proporcionar às “celebridades” e “famosos” vida e título de rei. Tais coisas passam ao largo do interesse dos palhaços futucadores de telefone. Todo este imenso acervo de estupidez provém da babaquice de pais conduzindo as crianças rumo às igrejas e terreiros de brincadeiras onde aprendem que “celebridade” é CELEBRIDADE. Do aprendizado na escola das “celebridades” e “famosos” resulta o preferir campo de futebola a escola e hospital. Se escolas e hospitais são mais importantes na vida real que campo de futebola, só burrice de alto quilate encontra razão para ver alguma “celebridade” em quem é tão cego mental a ponto de afirmar o contrário.

Mas a imprensa também diz que a nova geração de brasileiros infelizes e estúpidos sonha com carreira, alto salário e morar fora do país. Triste futuro deste triste país rejeitado pela própria juventude. A tal estado de apatia intelectual foi levada a juventude. Ela é responsável pela situação que ela mesma acha desagradável. Vá ser burra assim nos quintos do inferno. O entortamento proveniente do vício em riqueza faz acreditar só haver a opção de ficar rico como modo de vida, quando, na realidade, não é assim, e forçar a barra para que assim seja é insanidade da qual resultará muita coisa ruim. Inté.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

ARENGA 133

 

              Disse o Grande Mestre do Saber que o homem nasce livre, mas vive agrilhoado pelos quatro cantos do mundo, o que é uma verdade incontestável. Povo sempre se conformou em servir a dois senhores: Deus e governo. Trabalha prá cachorro a fim de manter riquíssimos palácios destinados a abrigar “excelências” e “divindades” sem receber nada de ambas as partes, não obstante tão altos custos. Interessante é notar que não há mais Navios Negreiros, Entradas nem Bandeiras para pôr grilhões em ninguém. O próprio homem os põe, e na alma em vez do pescoço. Subjuga-se espontaneamente à uma força demoníaca de modo tão absoluto que, diferentemente dos escravos sob chibata que se lamentavam e não raro se rebelavam, festejam seu jogo. As guerras são a grande demonstração desta realidade. Os jovens não são arrancados do seio de suas famílias debaixo de vara como faziam os nazistas. Apresentam-se por vontade própria ao destino cruel de matar até ser morto num campo de batalha cujos horrores Leon Tolstoi mostrou no livro Guerra e Paz. É o poder da força demoníaca escravizadora que leva os jovens à situação do cão que avança à ordem do dono sem a ninguém ocorrer esmiuçar em que se fundamenta a aceitação de uma situação em que jovens são levados a se estraçalharem em luta sangrenta sob explosões de todo tipo sem nem mesmo saber o motivo pelo qual trocam suas vidas por uma medalha e uma rudia de flor solenemente colocada no pé de um poste de cimento.
 
Já lhes disseram estar lutando em defesa de Deus. Ora, é absurdo admitir precisar ser defendido quem exterminou toda a população da Terra apenas com o pensamento. Outras vezes dizem aos jovens haver honra em morrer pela pátria. O certo é que a rapaziada, sob qualquer pretexto, sempre esteve a fim de guerrear. No dia em que eles procurarem saber, descobrirão que suas vidas estão sendo trocadas por dinheiro destinado às caixas-fortes dos infernos fiscais. A única coisa que pode explicar o comportamento absolutamente equivocado de povo é existir ainda em sua personalidade resquícios do tempo de bicho. Disto resulta a divisão da humanidade em dois monumentais tipos de ignorantes: aproveitadores e aproveitados. Esta dicotomia é a fonte de todos os absurdos vividos pela humanidade. De um lado, um punhadinho de nada de ignorantes rosnando abraçados a noventa e nove por cento da riqueza do mundo. Do outro lado, numa ignorância tão grande quanto a dos seus opressores, o resto da humanidade oprimida com apenas dois comportamentos cada um mais estúpido do que outro: curtir festas ou deixar-se revoltar a ponto de matar, duas situações das quais nada resultará de positivo em prol de uma vida saudável quer para oprimidos ou opressores.
Assim tem sido e assim continuará sendo enquanto a mentalidade dos seres humanos girar apenas em torno de riqueza. A estupidez humana chega ao absurdo de se deixar levar sem se interessar para onde está sendo levado. Absolutamente nada justifica a seguinte notícia num jornal contemporâneo: “Um mar de súditos tingiu Amsterdã de laranja ontem para se despedir de Beatrix, rainha da Holanda nos últimos 33 anos, e celebrar a coroação do seu filho, o novo rei Willem-Alexander”. E não se trata de povinho bunda suja de república de banana, não. Este comportamento imbecil típico da Idade Média é de espécimes do povo das bundas alvejadas tidos como os mais civilizados do mundo. Inté.

 
 
 

terça-feira, 7 de julho de 2015

ARENGA 132

              Há boas novas no ar. Está a se confirmar a realidade implacável da impossibilidade de se enganar a todos por todo o tempo. Já existem jovens de dezoito anos cuja mentalidade supera de longe a dos pais panacas com os filhos escanchados no pescoço rumo às igrejas. As criancinhas de hoje, talvez por reação da natureza contra tanta burrice, estão nascendo com uma inteligência admirável. Embora seus pais teimem em mantê-las na mediocridade que lhes foi imposta por seus pais das orações, da violência, do compra-compra, da necessidade de tirar fotos ao lado da turma do Mickey Mouse, de festejar o Halloween, a percepção que as criancinhas demonstram fará com que elas percebam também que seus pais estão completamente errados em seu analfabetismo político e sua preferência por "famosos” e “celebridades”. Nunca antes foi possível ter tanta esperança no surgimento de uma geração capaz de transformar o mundo de miséria num mundo agradável. Esta geração está aí nas figurinhas espertas com cheiro de alfazema que já demonstram rebeldia ante as ideias mumificadas de seus pais. Ouvi uma criança de quatro anos dizer que não existe Papai-Noel e sei de uma linda jovenzinha de dezessete anos que recusou participar do Halloween e do convite para ser modelo. Aliás, “modelo” porque sabem os menos burros ser bem diferente a atividade que se esconde atrás desse título. Assim, também vem à tona a realidade de ser a esperança a derradeira a morrer. Alguém já viu em tempo algum, a juventude discordar em pagar a conta exorbitante do abastecimento de comida para o avião presidencial? Pois agora está-se vendo, e com a mais absoluta razão porque é ser mais do que trouxa disputar financiamento para estudar e pagar para que politiqueiros se refastelem com finíssimas iguarias enquanto esvoaçam pelo mundo num avião superluxuoso para engendrar tramas inconfessáveis contra o burros de carroça de sempre. Outra coisa que a juventude precisa se ligar é sobre a necessidade que têm os governos de viajar tanto. Por trás disso há dente de coelho. Aos poucos haverá de se chegar lá também. Por enquanto, já é alvissareiro o fato de estar despertando para as malandragens dos politiqueiros. A imprensa noticia que ante a reação da juventude o governo Temer recuou de gastar um milhão e meio nas compras de iguarias para o avião presidencial, que dona Dilma gastou um milhão e novecentos mil, e que entre as iguarias de Lula até xoxota fazia parte do cardápio. Pelo menos nisso o Lula foi melhor que o Temer.
Está-se concluindo, finalmente, não ser possível ficar de longe esperando que dos palácios venha o trabalho de aplicar o dinheiro dos impostos para promoção do bem-estar social. As únicas coisas que saem de lá são falcatruas e muita safadeza. Os gastos monumentais com festas contrastando com a penúria que chega ao absurdo de não haver dinheiro para pagar funcionários públicos e afirmar que esta situação é causada pelas despesas com as aposentadorias dos trabalhadores comuns é a maior canalhice do mundo. Uma olhadela nos livros Dívida E(x)terna, de Marcos Arruda, Honoráveis Bandidos, de Palmério Dória, Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Júnior, e O Chefe de Ivo Patarra, é o bastante para se saber qual é a real causa da falta de dinheiro. A única coisa errada que há na Previdência Social é o acúmulo de aposentadoria dos politiqueiros e a roubalheira escancarada. Pergunte a dona Georgina Freitas que ela explicará direitinho. Inté. 

 
 


 

 

 

domingo, 5 de julho de 2015

ARENGA 131

              Quando as consciências prostituídas de escritores e filósofos assalariados, bem como dos papagaios de microfone fazem apologia desse tipo de sociedade na qual a imprensa noticia que a Globo já ganhou cento e noventa milhões de reais com o BBB, antes mesmo da estreia, tal situação merece que se reflita a respeito porque a sociedade não pode prescindir dos bons costumes que não existem naquela aberração social que incentiva a juventude à prática da prostituição. Se não há motivo para que a prostituição seja condenada, também não deve ser incentivada. Governo que convive com esta situação está longe de cumprir o dever que Thomas Paine vê como função do governo: proporcionar bem-estar aos governados, sendo o melhor governo aquele que alcançasse esse objetivo com maior eficiência e menor custo. Jamais chegará a bom termo uma sociedade para a qual tipos do tipo dos frequentadores do BBB sejam merecedores de destaque social a ponto de merecem ser considerados célebres e famosos. Algo de muitíssimo errado acontece em nossa sociedade e com os seres humanos de modo geral, o que fica evidenciado no fato esquisitíssimo de terem os analfabetos maiores conhecimentos do que cientistas quando se trata de assuntos relacionados à existência da vida e do universo.

Entretanto, a força da religião aumenta à medida que diminui o nível de conhecimento de modo tão evidente que o analfabeto está convencido de poder comprar um lugarzinho no céu junto de Deus com o dinheiro que entrega ao pastor salafrário. O ser humano, inexplicavelmente, teima em permanecer na ignorância a evoluir mentalmente a fim de ter a postura elevada a que pode chegar mediante a capacidade de pensar com que a natureza o distinguiu das outras espécies. Mas, prá que pensar nessas coisas, se vêm aí as Olimpíadas, nenão? Inté.