quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

ARENGA 464


400 mil poupadores tungados por bancos morreram sem ver acordo de reparação. Com este título, pode-se tomar conhecimento no blog do Josias de Souza, da resposta à pergunta sobre o que mais teria chamado a atenção dele, o entrevistado, Dr. Luiz Fernando Casagrande, advogado dos poupadores roubados. Eis a resposta do advogado: “Primeiro, a constatação de que temos o Judiciário mais caro do mundo em relação ao PIB. Mesmo assim, não conseguimos resolver em duas décadas um litígio que atingia 2 milhões de pessoas. O Judiciário é caro e ineficiente. Em segundo lugar, me impressionou muito a força que os bancos têm no STJ. Eles ganharam todas as teses que levantaram para reduzir o montante da dívida. Isso forçou os poupadores a aceitarem um acordo que não contempla o que eles queriam.” Esse “queriam”, está mal colocado porque, na verdade, não só queriam, como também tinham pleno direito. O dinheiro teria de ser devolvido com o mesmo poder de compra que tinha na época em que foi desapropriado pelo governo. Portanto, o “queriam” não esclarece toda a realidade.

Demonstrações de que povo é sinônimo de burro de carroça estão à toda prova. Entre os comentários à entrevista acima citada, um deles diz que em nosso país só há espertos e canalhas que fazem do povo bobo. Verdade que nosso povo é um burro que puxa carroça mais pesada que a carroça de outros povos. Entretanto, todos os povos do mundo não fazem outra coisa senão também puxarem sua carroça. Falta um despertar para a realidade de viver a humanidade uma farsa monumental. Tudo são falsidades, e o povo do mundo inteiro, ricos e as várias espécies e subespécies de não ricos haverão de amargar as consequências de uma vida fundamentada em falsidades. Fala-se numa tal de democracia como se fosse uma bênção para os sofrimentos humanos, quando, na verdade, é uma grande mentira. Ficando a escolha dos mandatários a cargo do povo, o resultado é serem eleitos aqueles que mais promovem o sofrimento desse mesmo povo que os escolheu. Tomando-se por exemplo os Estados Unidos, país cujo espírito tem a forma de cifrão. Ali, apesar de uma destas pesquisas idiotas revelar que a senhora Hillary Clinton é a personalidade mais admirada por aquele povo da bunda branca, ela perdeu a eleição para o monstruoso Trump de cujas ações decorrerão ainda maiores sofrimentos não só para aquele povo adorador de riqueza e infelicitado pelo medo dos inimigos, mas também para o mundo inteiro ante a opção feita pelo presidente escolhido de manter a agressão à natureza para não prejudicar a sede de riqueza dos Reis Midas. O engodo da democracia, entre nós, está refletida na eleição dos declarados inimigos do povo que perseguem abertamente os funcionários públicos cumpridores do dever de zelar pela sociedade, e protegem os criminosos de forma tão aberrante a ponto de se perdoar o crime de corrupção por ser considerado um crime não violento, quando, na realidade, é muito mais violento do que o crime à mão armada que vitima apenas um, enquanto o crime de corrupção vitima a sociedade inteira.

A humanidades só terá infelicidades enquanto perdurar a cultura do acúmulo de riqueza e de pobreza, cultura que se perpetuará enquanto o povo não passar de massa de maldar nas mãos de um por cento da humanidade. A vida só poderá ser agradável quando o povo sair da condição de massa bruta e for capaz de entender o que se passa por trás de notícias como esta no jornal Folha de São Paulo: “Os brasileiros que andam céticos sobre o futuro ganharam de presente nos últimos dias do ano duas histórias que fazem pensar no que ainda dá certo no país. Mesmo quem nunca tinha prestado atenção na cantora Anitta pôde perceber como ela foi longe. Aos 24 anos, rebolando numa favela carioca com um biquíni de fita isolante, sem vergonha de expor as imperfeições do próprio corpo, ela atraiu a atenção de milhões de pessoas para o clipe de sua nova música na internet.” Algo de verdadeiramente estranho acontece com um povo que se liga em coisas assim estando diante de uma situação em que as maiores autoridades não só protegem os crimes contra a administração pública, mas também os praticam. Não menos necessária de ponderação é a notícia que os papagaios de microfone dão sobre o fato de Neymar chegar de jatinho em Barra Grande, na Bahia, onde há um luxuoso hotel que dizem ser de propriedade de Duda Mendonça, portanto, adquirido com dinheiro roubado do povo que nem sequer desconfia dos motivos pelos quais professores recebem salários miseráveis e são agredidos, enquanto jogador de futebola vai curtir descanso milionário. A falsidade da vida é tão grande que mediocridades são elevadas à categoria de “famosos”, “celebridades” e reis, na verdade, personalidades simplesmente ridículas e ávidas por riqueza, que se acham realmente importantes, o que se deve a ser elevado seu grau de ignorância. O fato de multidões prestigiarem estes idiotas lembra o conto de Machado de Assis A Igreja do Diabo, no qual tendo o Diabo resolvido fundar sua igreja, teve multidões ao pé de si, do mesmo modo que a turba de mendigos espirituais de atores de Hollywood correm atrás do estelionatário fundador da igreja da Cientologia.

Sendo o povo o verdadeiro responsável pelos recursos de custear as despesas da sociedade humana, nunca, jamais, em tempo algum, pode ele permanecer na condição de mero espectador do que está sendo feito desses recursos. Absolutamente nada pode justificar uma apatia tão grande a ponto de ser indiferente aos gastos astronômicos com templos religiosos, palácios e mais palácios para políticos, imensas fortunas absorvidas em esporte e corrupção. Aliás política e religião são os dois gumes da peixeira de escalpelar o povo. Na página 32 do livro 1808, de Laurentino Gomes, tem-se o seguinte sobre a política e a igreja: D. João Morava no palácio de Mafra, mistura de palácio, igreja e convento. Tinha 264 metros de fachada, 5.200 portas e janelas e 114 sinos. O refeitório media cem metros de comprimento. Sua construção levou 34 anos e chegou a mobilizar 45.000 homens. O mármore tinha vindo da Itália. A madeira, do Brasil. Ficou pronto em 1750, no auge da produção de ouro e diamantes em Minas Gerais. Além dos aposentos da corte e de seus serviçais, havia trezentas celas usadas para alojar centenas de frades. Era nesse edifício gigantesco e sombrio que D. João passava seus dias longe da família, entre reuniões com ministros do governo e missas, orações e cânticos religiosos”.

Enquanto pais desnaturados não perceberem o engodo da religião estarão levando suas inocentes crianças para as igrejas onde aprenderão a serem tão estúpidas quanto eles ao acreditarem que seu bem-estar depende de Deus e não da política. Aprenderão haver um motivo nobre no gesto ridículo do Papa beijando o pé do presidiário ou um boneco em forma de criança, coisas sobre as quais faz-se necessário meditar profundamente. O Natal que a massa bruta encara com respeito, na verdade, é um meio de aumentar a riqueza dos Reis Midas do Mundo. Em matéria intitulada O NATAL DAS CRIANÇAS CLANDESTINAS, publicada no blog Outras Palavras, escola de alfabetização política, o jornalista Nuno Ramos de Almeida declara com todas as letras: Para mim, o Natal sempre foi uma merda. A religiosidade é a maior das mentiras que envolve a humanidade. Por trás do manto de bondade há um mundo de maldade. Na página 362 do livro Deus Um Delírio, acusado de hostilidade contra a religiosidade, seu autor, Richard Dawkins, diz o seguinte: “... essa hostilidade que eu ou outros ateus às vezes expressamos contra a religião limita-se a palavras. Não vou atacar ninguém com bombas, decapitar ninguém, apedrejar ninguém, queimar ninguém em fogueiras, crucificar ninguém nem lançar aviões contra arranha-céus só por causa de uma discordância ideológica”. Entretanto, tais ponderações passam ao largo da capacidade de entendimento da malta ignorante com os filhos escanchados no pescoço rumo às igrejas. A religiosidade é algo tão estúpido que analfabetos contestam cientistas. Para os religiosos, na verdade brutamontes espirituais, as coisas do mundo só existem há seis mil anos e nós já surgimos no mundo do mesmo modo como somos hoje.

Enquanto o povo, principalmente a parte jovem dele, permanecer na condição de massa de moldar nas mãos dos escravocratas e imbecis ricos donos do mundo a vida não será diferente da vida do burro de carroça cuja atividade se limita a produzir uma riqueza da qual não usufrui, comer, trepar e cagar. Ou a massa bruta de povo substitui por civilidade a personalidade do bicho que já fomos, ou então estará eternamente destinada a levar ferro. É o próprio representante da classe que ajuda os ricos a atochar o ferro no povo que assim o declara. Ninguém menos do que o economista Joseph E. Stiglitz, no primeiro parágrafo do prefácio do livro O Mundo Em Queda Livre, diz o seguinte: “Na grande recessão que começou em 2008, milhões de pessoas, nos Estados Unidos e em todo o mundo, perderam casas e empregos. Muitos mais sofreram a angústia de temer que lhes ocorresse o mesmo, e quase todos os que pouparam dinheiro para a aposentadoria ou para a educação dos filhos viram seus investimentos reduzir-se a apenas uma fração do seu valor. A crise, que teve início nos Estados Unidos, logo se tornou global: dezenas de milhões de pessoas pelo mundo afora perderam seus empregos – só na China foram 20 milhões – e dezenas de milhões caíram na pobreza”.

Esse é o destino da massa bruta de povo que ignora o malefício que recairá sobre seus filhos em decorrência do compra-compra. Como urubus ante uma carniça, avançam os biltres aos montes para as lojas, queimam o dinheirinho sofrido no pipocar de fogos de artifício, esperneiam no axé, no futebola e nas igrejas, para regozijo de seus escravizadores, enquanto é tão fácil pensar de qual fonte provém tanta estupidez. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 17 de dezembro de 2017

ARENGA 463


Ana Hickmann responde com bom humor comentário sobre sua bunda: 'Tenho um bumbumzinho'Ana Hickmann responde com bom humor comentário sobre sua bunda: 'Tenho um bumbumzinho'O mundo é muito interessante. São mais de sete bilhões de seres humanos divididos em dois grupos de idiotas: enganados e enganadores. No frigir dos ovos, estão todos enganados. Os enganadores não são mais do que um por cento dos seres brutos que compõem a humanidade. Tirando fora estes idiotas, sobram os idiotas enganados que por nem desconfiar serem enganados, vivem a curtir as festas com as quais os enganadores lhes enganam. Entretanto, quem observou a vida durante oitenta e um anos percebe que ambos estão enganados. Os enganadores, embora dizendo ter a paz e a felicidade por objetivo, vivem infelizes e desassossegados pelo medo de se tornarem objeto do desespero dos enganados. Estes, embora também visando o mesmo objetivo de felicidade, são tão infelizes quanto aqueles porque parte deles está agrilhoada a um emprego que lhes suga a vitalidade em troca do sustento, portanto, escravos em todo o sentido da palavra. Pior ainda que os enganados pelo emprego são os que nem emprego têm por ser impossível haver emprego para todos, restando-lhes o desassossego da fome. O escritor Edmilson Movér me disse um dia que minhas ideias só seriam entendidas daqui a duzentos ou trezentos anos. A princípio, não vi fundamento no que ele disse visto não ser eu intelectual e falar a mesma linguagem chula do povo. Assim, não conseguia entender o porquê da dificuldade de ser entendido. Mais recentemente, todavia, começo a perceber haver razão no raciocínio do meu amigo escritor e ensaísta. Quanto mais velho e experiente fico, quanto mais contato tenho com o povo, também mais convencido fico de ser inteiramente impossível que as pessoas possam perceber outra realidade que não esta falsa realidade repassada de geração a geração através de pais absolutamente equivocados ao ensinar a seus filhos serem Deus e dinheiro as coisas mais importantes da vida. Este é um entendimento tão equivocado que embora tendo cada um dos mais de sete bilhões de seres humanos por objetivo primeiro e acima de tudo uma vida tranquila, absolutamente nenhum deles logrou alcançá-la. Continuará inalcançável tal objetivo enquanto seus perseguidores se apoiarem em falsos os princípios tais como a submissão a falsos líderes sem se cogitar da necessidade de participar o grupo inteiro da administração pública da qual depende sua qualidade de vida, ficando tamanha responsabilidade a cargo de apenas alguns seres totalmente desprovidos do altruísmo inerente aos líderes, o que se deve ao fato de ser ainda demasiadamente forte nos seres humanos a falta de percepção da necessidade de cooperação e solidariedade entre eles. Esta é uma condição indispensável para se poder levar a vida com menor dose de sofrimentos. A modalidade de ser a riqueza pública entregue a meia dúzia de seres humanos tão brutos quanto os demais fracassou e continuará no fracasso enquanto o interesse da massa bruta de povo continuar fora do que se passa nos bastidores da política, dando preferência a assuntos do tipo desta notícia na imprensa: Ana Hickmann responde com bom humor comentário sobre sua bunda.Ana Hickmann responde com bom humor comentário sobre sua bunda: 'Tenho um bumbumzinho'

O fato de não ter ainda o ser humano superado o estado de natureza bruta foi observado pelo Grande mestre do Saber Richard Dawkins de acordo com o pensamento exposto na página 40 do livro O Gene Egoísta, de que para se construir uma sociedade na qual os indivíduos cooperem generosa e desinteressadamente para o bem-estar comum não se deve contar com ajuda da natureza biológica uma vez que nascemos egoístas. Aqui o grande pensador acionou a tecla que faz aparecer na tela toda a causa da infelicidade humana e que outra não é senão o fato de serem as pessoas tão natureza quanto os bichos do mato, razão pela qual ainda decorrerão anos luz sem que a humanidade seja capaz de alcançar desenvoltura mental suficiente para entender que a vida coletiva não pode abrir mão de um sentimento altruístico. É tão extraordinária a insignificante da capacidade de percepção do ser humano que eles estão convencidos de terem sido criados há apenas seis mil anos por uma entidade mitológica e a partir de um punhado de terra. Entretanto, se a vida não for destruída antes do surgimento de uma juventude inteligente, a humanidade poderá escolher melhor caminho. O próprio autor de O Gene Egoísta, na mesma página 40, dá uma dica nesse sentido da seguinte forma: “Os nossos genes podem nos instruir para sermos egoístas, mas não somos necessariamente forçados a obedecê-los a vida toda. Pode penas ser mais difícil para nós aprender o altruísmo do que seria se estivéssemos geneticamente programados para sermos altruístas”. Esta conclusão do Grande Mestre do Saber mostra que a humanidade pode muito bem passar da animalidade para a espiritualidade quando assim o desejar.

É de se observar, entretanto, que mesmo os Grandes Mestres do Saber não se empenham diretamente na necessidade de se ter por objetivo primeiro a qualidade de vida acima de qualquer outra coisa, inclusive das especulações filosóficas que nada têm a ver com o objetivo por todos visado de ter uma vida com o menor número possível de sofrimentos. É mesmo Richard Dawkins que mostra à humanidade a desnecessidade de se viver tão mal que se perde em elucubrações alheias ao objetivo de se viver melhor, como se vê do capitulo de O Gene Egoísta, intitulado – Por Que As Pessoas Existem? – que começa assim: “A vida inteligente de um planeta atinge a maioridade no momento em que compreende pela primeira vez a razão de sua existência. Se criaturas superiores vindas do espaço um dia visitarem a terra, a primeira pergunta que farão, de modo a avaliar o nível da nossa civilização, será: “Eles já descobriram a evolução?”. Ora, o nível de evolução espiritual de um povo pode ser aferido pela qualidade de vida desfrutada por esse povo, o que independe de conhecer a realidade de ser ele fruto da evolução e não da mentira da Criação. O bem-estar coletivo é fruto da boa aplicação do erário. Quando a humanidade aprender esta verdade, o mundo será infinitamente melhor. Nada, absolutamente nada pode justificar os gastos com milhões de armas e homens treinados para brigar. Enquanto perdurar tal mentalidade, haverá uma igreja e uma farmácia a cada esquina e infelicidade em todo canto. Inté.

 

  

domingo, 10 de dezembro de 2017

ARENGA 462


“A Folha de São Paulo apresenta a seus leitores, com exclusividade, a coleção Grandes Nomes do Pensamento Brasileiro. Nela, estão reunidos alguns dos mais importantes autores e obras clássicas da história e da economia, da sociologia e da literatura, que permitem redescobrir o país e toda a riqueza e complexidade da cultura brasileira. Às voltas com a comemoração dos 500 anos do Descobrimento, o leitor vai entender como e por que o Brasil se tornou o que é”.

Assim começa a apresentação dos dois volumes de OS DONOS DO PODER, de autoria do intelectualíssimo doutor Raimundo Faoro. Entusiasmado com a possibilidade de encontrar uma obra que desvendasse o mistério que mantém um país de imensas riquezas como o Brasil em situação de tal penúria que a única coisa ouvida de seu povo é justificado queixume de misererê. Além disso, também intrigado pela realidade ainda não explicada de ser o povo do mundo inteiro submetido à obrigação de cumprir fielmente o dever de sustentar uma plêiade de parasitas que em troca de muita mentira e discursos vazios se autodenominam EXCELÊNCIAS, REIS e RAINHAS, todos com contas nos infernos fiscais, esnobes que se consideram semideuses,  acreditando encontrar no livro Os Donos do Poder, que um brasileiro desnudasse tal mistério, comprei os dois volumes da obra citada, mas perdi tempo e dinheiro porque os intelectuais não fazem outra coisa senão tergiversar inutilmente sobre questões que nada têm a ver com nossa qualidade de vida, dando a impressão de estar tudo muitíssimo bem, embora esteja o tudo tão mal que o mundo se encontra à beira da extinção. Foi apenas mais uma das decepções a que são acometidos todos aqueles que superaram o analfabetismo político e passaram a saber que as tergiversações dos intelectuais quando não são apenas demonstração de erudição inútil, como se vê da página 273 do primeiro volume de Os Donos do Poder, quando o autor emprega a palavra PRÓDROMOS para expressar PRELIMINARES, COMEÇOS, OU PRINCÍPIOS. Tais tergiversações podem mesmo ser grandemente nocivas à evolução social rumo a uma sociedade civilizada como é a declaração do intelectualíssimo senhor Vargas Llosa ao afirmar que o capitalismo teve pleno êxito em proporcionar bem-estar social, ou ainda dos egressos das Harvards e das Sorbones do mundo que afirmam ser a concorrência a forma ideal para se viver em sociedade, quando ninguém que não seja tão imbecil a ponto de se ligar em igreja e futebola sabe perfeitamente que a desunião fomentada pela competição da concorrência é a fonte de onde provêm todos os males do mundo uma vez que ela se apoia na enganação, esperteza, mentira, falsidade e desonestidade, elementos indispensáveis à formação das grandes riquezas oriundas da competição que pessoas amorais em sua monumental ignorância social exibem mundo afora, numa clara demonstração de ter sido a criminalidade convertida em mérito. Absolutamente nada justifica que filósofos modernos como Huberto Rohden, na página 19 do livro Porque Sofremos, afirme ter Deus criado o homem, ignorando que segundo o historiador Edward McNall Burns, página 792 de História da Civilização Ocidental, segundo volume, já por volta de quinhentos anos antes de Cristo o pensador Anaximandro recusava esta teoria cuja falsidade veio finalmente a ser confirmada depois pelos estudos de Darwin e seus seguidores. Mesmo um adolescente menos imbecil do que os futucadores de telefone pode perceber a semelhança entre nós e os demais animais. Tivesse o ser humano sido criado por Deus seria algo muito melhor do que um saco ambulante de bosta e doenças. Além disto, será que também como os analfabetos que lotam as igrejas o filósofo contesta a ciência ao afirmar que o mundo existe há mais de seis ou sete mil anos e que somos frutos de uma lenta evolução que vem ocorrendo há milhões de anos? Como perder tempo com inutilidades é o forte dos intelectuais, o filósofo acredita que a palavra CRIAR é mixuruca para expressar a ação de Deus e a substitui por CREAR. Quem duvidar, dê uma olhadinha na página 19 do livro Porque Sofremos. A religiosidade é uma estupidez tão grande que seus adeptos têm seu Deus como uma suntuosidade cuja capacidade não tem limites, mas que não foi capaz de fazer com que o homem procedesse como desejava ao ser enganado por algo tão insignificante como uma cobra.

Tão inútil quando o CREAR e o PRÓDROMOS dos filósofos e os intelectuais é saber no que o Brasil se tornou. Em que se tornou o Brasil? Para desgosto de quem evoluiu de povo para gente, ele se tornou em algo tão repugnante que seus políticos deram origem à afirmação de que OS POLÍTICOS E AS FRALDAS PRECISAM SER TROCADOS COM FREQUÊNCIA PELO MESMO MOTIVO. E o motivo é a sujeira. Realmente, no Brasil a política exala o mesmo cheiro do conteúdo das fraldas. A coisa atingiu níveis tão alarmantes de desmandos que embora ninguém desconheça serem as assembleias de “representantes” do povo um antro de criminalidade, a mais alta corte de justiça do país atribui à bandidagem que as integram o direito de absolver seus membros da condenação imposta por algum juiz cumpridor do dever.  Se nas outras partes do mundo, disfarçadamente, o povo faz papel de burro de carroça ao trabalhar para sustentar parasitas em troca da ração que lhe mantém vivo, aqui no Brasil dispensa-se o disfarce e os parasitas debocham na cara do seu povo festeiro apesar de infeliz. Aqui, abertamente, funcionários do mais alto escalão da justiça acobertam crimes de políticos corruptos de forma tão acintosa que agridem verbalmente a imagem dos funcionários de segundo escalão que por estarem mais em contato com a ansiedade social tentam combater a ação perniciosa de tais criminosos. Bandidos cujos crimes dão origem à miséria da qual provém a violência que infelicita o povo contam com aliados em absolutamente todas as instituições públicas e privadas, não excluindo nem mesmo as de ensino, o que denuncia ter sido as instituições de ensino transformadas em escolas que ensinam criminalidade. O fato de ter sido o juiz Sergio Moro hostilizado por estudantes brasileiros e portugueses em Portugal quer dizer que os jovens atuais, mirando um futuro desonesto, repudiam a ação daquele juiz contra criminosos. Para encurtar conversa, a imprensa diz que os imbecis do Brasil comem cinco mil vezes mais a quantidade de veneno que comem os imbecis da Europa que também o comem. Ou não é um completo imbecil quem come veneno sabendo que ele mata? Inté.

 

 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

ARENGA 461


Pela manhã, é só decepção para quem tem o hábito de procurar saber as notícias que a imprensa publica sobre a sociedade. Elas trazem cada vez maiores dissabores para quem gostaria de viver de modo diferente dos pequenos animais destinados a servir de pasto para animais maiores nas selvas. Só estão a gosto nesse mundo pessoas obtusas cujas necessidades se limitam à materialidade dos festejamentos, igrejas e riqueza, comportamento proveniente de uma ignorância tão monumental que impede a estes biltres mentais a percepção da triste realidade de se estar caminhando rumo ao nada uma vez que a disposição física necessária para tais atividades tem prazo para acabar. Vive-se a cultura da falsidade, do engodo e da desfaçatez. Duas reportagens no jornal Folha de São Paulo de 03/12/2017, levam à conclusão da falência da cultura que orienta a humanidade desde a formação dos grupos humanos e da instituição dos governos pretensamente destinados a conter a brutalidade humana manifestada através dos crimes. A primeira reportagem, intitulada SEGUNDO MAIOR NAUFRÁGIO DO MUNDO AINDA ESCONDE SEGREDOS EM ILHABELA, conta que a monstruosidade humana causou propositalmente o naufrágio do transatlântico Príncipe de Astúrias, matando por afogamento 477 pessoas, para que fossem roubadas 11 toneladas de ouro. A segunda reportagem, intitulada POLÍTICA ATRAPALHOU A LAVA JATO, DIZ EX-PROCURADOR DA OPERAÇÃO NA SUÍÇA, deixa evidente o fracasso dos governos como responsáveis pela contenção da barbaridade humana uma vez que as instituições governamentais sendo comandadas por seres humanos também bárbaros, portanto também criminosos, inviabiliza a execução dos fins a que se destinam os governos. É o que deixa evidente a realidade materializada na violência que toma conta do mundo por conta de ações criminosas praticadas pelos representantes dos governos, posto que como seres humanos também são possuídos da barbárie comum a todos os seres humanos como mostra este trecho da segunda reportagem de que tratamos, comprovando ser o crime o verdadeiro interesse dos representantes dos governos: “Stefan Lenz, o procurador que comandava, até outubro do ano passado, as investigações da Lava Jato na Suíça, responsabiliza a articulação de forças políticas nos dois países pelo "fracasso nos esforços" para intensificar a cooperação bilateral. A proposta de criar uma força-tarefa conjunta foi anunciada em março de 2016, mas até hoje ainda depende de iniciativas do Ministério da Justiça brasileiro. Lenz, que era conhecido como o "cérebro" da Lava Jato no país europeu, declarou, em sua primeira entrevista ao Brasil desde que pediu demissão do cargo, também haver ingerência nas investigações suíças”. Aí está, pois, a dura realidade de ser o crime e a proteção a criminosos a ação tanto do governo do submundo, o Brasil, quanto ao governo do primeiríssimo mundo, a Suíça. Assim, uma vez que não se pode contar com os seres também bárbaros dos governos para combater o barbarismo, fica a humanidade condenada a viver sob o império da violência, do medo e da infelicidade enquanto não se dispuser a meditar sobre a questão levantada pelo filósofo Thomas Paine há mais de duzentos anos de que o sofrimento pode ser aliviado se os homens compreendessem os princípios do bom governo. Como é impossível um bom governo na atual conjuntura, necessário se faz trocar o que temos por algo que seja capaz de fazer com que os recursos públicos tenham por destino o bem-estar social. É o mesmo Paine que afirma também na página 27 do livro Senso Comum que o governo em seu pior estado é um mal intolerável. Uma vez que todos os governos do mundo sempre estiveram em seu pior estado, sendo portanto, um mal intolerável, é burrice das maiores permanecer sofrendo de mal intolerável sem buscar a cura. Toda infelicidade humana está na crença de ser possível estar bem num mundinho particular porque a realidade é que ou estejamos todos bem ou ninguém estará bem.  

É flagrante o descompasso entre como se comporta o ser humano e como deve se comportar, realidade observada pelo filósofo Martin Hollís na página 13 do livro Filosofia, Um Convite, ao afirmar que a humanidade tem tentado compreender a natureza por razões outras que não aquelas que procuram tornar a vida mais fácil e mais conveniente. Tanto isto é verdade que os seres humanos ainda vivem sob a mesma escravidão mostrada na página 404 do livro História Geral e do Brasil, de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, numa gravura que faz referência à situação da sociedade francesa por época da grande revolução, e na qual consta um pobre camponês vergado sob o peso de um representante da nobreza e outro do clero que carrega nas costas, do mesmo modo como o asno leva sua carga e também do mesmo modo como os seres humanos arca com o peso da vida faustosa de seus falsos líderes políticos e religiosos. A submissão humana à servidão tem origem no tipo de educação engendrado pela artimanha dos comandantes do mundo cuja finalidade é impedir o desenvolvimento mental e espiritual. Paulo Freire, na página 32 de Pedagogia do Oprimido, diz da necessidade de uma educação que leve os oprimidos à reflexão das causas da opressão, o que nem de longe interessa aos opressores porque se as pessoas ficarem esclarecidas a ponto de compreender que seu bem-estar depende da política não concordariam com a estupidez de entregar a falsos líderes o dinheiro de comprar educação, saúde e segurança.

Os seres humanos serão infelizes enquanto se comportarem como criancinhas nos parques infantis, carentes de condução, permanecendo como objeto da política sem dela participar. No livro 1808, Laurentino Gomes dá dois exemplos da dependência e necessidade imperiosa que o povo tem dos governos. Na página 31, refere-se ao estado de abandono em que se sentiu o povo português quando seu governo, para fugir de Napoleão Bonaparte, protegido pela força naval da Inglaterra, deixou o país rumo à colônia Brasil: “Seus habitantes ficaram entregues aos interesses e à cobiça de qualquer aventureiro que tivesse força para invadir suas cidades e assumir o trono”. Antes, na página 29, supõe o Brasil na mesma situação de Portugal: “Imagine que, num dia qualquer, os brasileiros acordassem com a notícia de que o presidente da República havia fugido para a Austrália, sob a proteção de aviões da Força Aérea dos Estados Unidos. Com ele, teriam partido, sem aviso prévio, todos os ministros, os integrantes dos tribunais superiores de Justiça, os deputados e senadores e alguns dos maiores líderes empresariais. E mais: a esta altura, tropas da argentina já estariam marchando sobre Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a caminho de Brasília. Abandonado pelo governo e todos os seus dirigentes, o Brasil estaria à mercê dos invasores, dispostos a saquear toda e qualquer propriedade que encontrassem pela frente e assumir o controle do país por tempo indeterminado”. O que se conclui de tudo isto, é que a humanidade ainda se encontra no mesmo barbarismo que levou Josué a passar a fio de espada os habitantes de Jericó por ordem de Deus, os assírios a vazar os olhos dos vencidos nas guerras, os espetáculos do Coliseu, os cinco mil crucificados na Via Ápia. Não é sem razão que o filósofo Adrian Raine afirma na página 11 do livro Anatomia da Violência estar o crime relacionado com as forças das trevas de nosso passado evolutivo. Na verdade, em termos de civilização, muito pouco avançamos. Tal realidade fica sobejamente constatada na indiferença emocional dos criminosos do colarinho branco em relação a suas pobres vítimas. Entretanto, a selvageria será abandonada a partir do momento em que a atenção humana perceber o engodo do pão e circo e reconhecer haver apenas insignificância nas vulgaridades dos “famosos” e das “celebridades”, voltando, sensatamente sua atenção para assuntos dos quais depende seu bem-estar. Só assim chegará a humanidade à conclusão de que o passado é indigno de seres que podem pensar, conclusão que levará inevitavelmente a cuidar de promover um futuro onde a tranquilidade supere a intranquilidade. Inté.