terça-feira, 30 de abril de 2024

ARENGA 730

 

 

1 – Desembargador rejeita pedido do MP e mantém Eduardo Cunha elegível.

2 – Justiça eleitoral de SP autoriza candidatura de Eduardo Cunha à Câmara dos Deputados.

3 – Eduardo Cunha atua como consultor de deputados do União Brasil e do PL do RJ.

4 – STF anula condenação de Eduardo Cunha a quase 16 anos de prisão na Lava Jato.

5 – Supremo Tribunal Federal anula condenação do ex-deputado Eduardo Cunha na Lava Jato.

Estas notícias na imprensa, não dão a impressão de ter sido vítima de calúnia o senhor Eduardo Cunha, cidadão honrado e zeloso no cumprimento de seus deveres políticos? Se não, por que haveria um deputado, o vice-presidente da República e tantos órgãos da justiça, inclusive a mais alta corte de justiça do país, se empenhado tanto em protegê-lo? Afinal, é para proteger cidadãos de bem e resguardar a sociedade do pernicioso contágio de cidadãos do mal é que existem todas estas autoridades a custo de ouro.

Mas, como nem sempre aquilo que aparenta ser é o que, a verdade nesse caso, lamentável e infelizmente para as futuras gerações é bem outra que clama aos céus por província que socorra o futuro destas inocentes crianças de hoje que por inocência, apesar do amor que os pais dedicam aos filhos, por desconhecimento da verdade, pais têm ensinado aos filhos o grande erro de procurar no céu o conforto espiritual impossível de ser encontrado em meio à violência que a todos infelicita, inclusive aos que a praticam. Esse episódio que envolveu o honrado cidadão doutor Janot é de tamanha imoralidade política que tornaria ainda mais duras as palavras de Rui Barbosa caso ele fosse capaz de conceber o quanto pioraria aquilo que há tanto tempo ele já achava desonroso para homens de bem.

Prestem atenção na narrativa do doutor Janot porque ela expõe as chagas purulentas que tomaram conta do corpo político desse belo país de triste sorte e povo tomado pelo maior índice de analfabetismo político do mundo. Nosso país não merece tamanho desprezo político se é dela, da política, que depende não só a qualidade de vida, mas a própria vida, chavão que este cantinho de pensar vai repetir à exaustão por ser uma verdade incontestável que se o povo não observa é por não saber que pode pensar.

Vejamos, então, o que nos conta o doutor Janot. Se quem vai ler não quer que os cabelos fiquem de pé como os de Supla, deve untá-los com um unguento à base de cola. Dito isto, vamos lá:

Chamado ao Palácio do Jaburu (que o povo paga a peso de ouro para moradia da figura inútil de um do vice-presidente da república), nesse caso o doutor Michel Temer, que recebeu o doutor Janot ao lado do deputado Henrique Eduardo Alves, amigo próximo do vice-presidente. Disse este ao doutor Janot tê-lo chamada para ter uma conversa não com o procurador-geral da República, mas com um brasileiro preocupado com o Brasil, com um patriota. Foram as palavras do doutor Michel Temer. Feita esta introdução, tomou a palavra o deputado já citado e que disse ao procurador-geral da República que ele não podia investigar o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha por ter recebido uma propina de 40 milhões de dólares em transação para compra de dois navios porque este podia ter uma reação que colocasse o Brasil em risco.

Quem está pasmo até aqui se segura porque vem chumbo ainda mais grosso. Vamos lá:

Indignado, o procurador perguntou ao Vice-presidente Michel Temer se ele estava ciente da gravidade do que propunha ao procurador-geral da República, ao que o Vice-presidente, sem se abalar, disse que aquele pedido não era feito ao procurador, mas sim ao patriota Rodrigo Janot, ao que este respondeu: “o que os senhores estão me propondo é que eu cometa um crime de prevaricação. Isso eu não farei jamais”. Como devem ser realçadas as raras atitudes dignas em meio ao mar de lama costumeiro, diz o doutor Janot que o então ministro da justiça José Eduardo Cardoso que a tudo assistira calado veio depois a se prontificar para testemunhar o ocorrido quando necessário.

E então, senhores pais, é ou não é necessário mudar radicalmente nosso mundo político, ou vão admitir que seus filhos aprendam ser patriotismo prevaricar para proteger criminoso?

É dever de todo cidadão brasileiro assumir alguma parcela da tarefa de nos salvar a todos, inclusive estas almas que o bem perdeu para o mal. São pessoas que por falta da convicção de ser este um caminho que possivelmente conduzirá a uma infeliz velhice de remorsos e sofrimento, precisam ser reconduzidas para o caminho certo.

Ah, ia esquecendo: embora sejamos capazes dos próprios pensamentos, algumas pessoas do passado nos deixaram pensamentos sobre os quais vale a pena pensar, como este de Platão: “O preço que os homens bons pagam pela indiferença dos negócios políticos é serem governados pelos homens maus”.

Tal afirmação mostra que uma pessoa que existiu há mais de três séculos antes de Cristo já sabia o que o povo ainda não sebe hoje: a verdade de depender da política nossa qualidade de vida.   

 

          

  

 

 

 

domingo, 28 de abril de 2024

ARENGA 729

 

É costume se encontrar aqui no cantinho de pensar assuntos já tratados. Mas é que por considerar de suma importância tais assuntos para a a vã esperança de despertar interesse para a importância da política em nossas vidas que o cantinho sempre volta a alguns assuntos já tratados. A repetição torna falsa o dito de ser inútil malhar em ferro frio porque de tanto malhar o ferro esquenta. Dito isto, vamos lá: de tanto ler na imprensa escrita e ouvir na imprensa falada as palavras comunista, socialista e terrorista, como manchas máculas que denigrem o caráter de alguém, e por não pensar por si mesmo, mas por receber seus pensamentos prontos e acabados nos laboratórios satânicos dos ricos donos do mundo, o povão tomou horror àquelas palavras sem saber que por trás desse horror rolam coisas do arco da velha. Verdade que as palavras em questão têm servido para definir comportamentos brutais. Mas, se não se aplica aqui o raciocínio de Thomas Paine de que uma mentira de tanto repetida acaba virando verdade, porque se as brutalidades praticadas pelas ideias das pessoas que professam o ideário dos comunistas, socialistas e terroristas ou esquerdistas, são verdades também crueldade ainda maior à qual o povo é indiferente apenas por ser camuflada pela atividade do pão e circo que tira as pessoas do sério e as leva para brincadeiras e vulgaridades. Presenciasse o povão a realidade a que se refere Ladislau Dowbor na página 17 do fabuloso livro O Capitalismo Se Desloca, de haver 850 milhões de pessoas passando fome no planeta, das quais mais 150 milhões são crianças, as pessoas deixariam a indiferença para se comiserar da infelicidade daquelas pessoas que são em maior número do que as vítimas das ideias das esquerdas, principalmente no que diz respeito a crianças. O fato é que nada justifica a violência nem de esquerda nem de direita considerando a conveniência do diálogo uma vez que os seres humanos podem se expressar com palavras.

Se não se pode aplicar aqui a conclusão de Thomas Paine de que mentira muito repetida acaba se tornando verdade, porque violência é uma realidade, lembremos que Paine também observou que o tempo faz mais convertidos que a razão, o que é uma verdade do tamanho do mundo. Basta observar que o tempo converteu em mitologias as religiões antigas e ninguém mais faz orações para o espírito de um rio caudaloso a fim de atravessá-lo sem incidentes desagradáveis como se fazia, assim também serão convertidas em mitologias as religiões atuais e nenhum profissional de alguma das muitas espécies de fé aspergirá água santa em transportes para evitar acidentes.

Podemos estar certos de que as realidades inventadas, que é como o filósofo se refere a fenômenos não naturais, portanto sociais. Nenhuma fé em divindade entre as muitas que existem será capaz de amenizar os sofrimentos cada dia maiores. A ganância humana tudo deturpa para obter vantagem. O acontecido com as ideias generosas de Cristo para uma vida simples e feliz, a brutalidade humana deturpou de tal forma que santarrões em nome de um tal de Senhor, envolvidos em falcatruas políticas, levam barras de ouro tiradas de uma sociedade infelicitada por muitas necessidades desatendidas. E isto em nome de Deus. Abundam templos faraônicos onde sob as mais absurdas alegações e crendice são arrecadadas fortunas que somadas aos custos destes templos serão suficientes para resolver a questão da pobreza no mundo. Até uma excrecência de invenção satânica de banco, o Banco do Vaticano, existe em lugar da recomendação cristã de vida simples.

E assim é que não há como esperar de esquerda nem de direita aquilo que só pode acontecer quando o povo se tornar civilizado, ou seja, no dia em que galinha nascer dente por ser mais fácil civilizar uma fera do que o elemento povo condenado à infelicidade pela exorbitância da estupidez de deixar que as artimanhas malignas do pão e circo lhe tirem a capacidade de raciocinar e perceber que seu maior ou menor bem-estar depende é de dinheiro, do dinheiro jogado fora pela má política e de forma alguma depende da ilusão de esperar inutilmente que venha de santidades inexistentes. Querer saber o que está sendo feito com o dinheiro dos impostos tem resultado infinitamente maior do que um quaquilhão de orações.     

 

 

 

  

 

terça-feira, 23 de abril de 2024

ARENGA 728

 

O jornal Gazeta do Povo do dia 22/04/2024 noticia o seguinte: O resultado desastroso do método Paulo Freire nas escolas dos Estados Unidos.

Qual será o motivo para ser considerado desastroso um método de ensino que desenvolva nas crianças a capacidade raciocinar, como queria mestre Paulo Freire? As entrelinhas desta notícia no jornal revelam tantas coisas que se a juventude mundial tivesse tido desenvolvido o raciocínio em criança seria capaz de perceber o tamanho das maldades do mundo como as que a notícia contém e quanto o mundo seria diferente para melhor!

No livrinho Convite À Filosofia consta que perguntado a um filósofo qual a utilidade da filosofia, respondeu que é evitar ser acatada sem meditar a respeito as informações que nos chegam. Que tal, então, meditarmos um pouco sobre a notícia do jornal?

Em primeiro lugar, a quem interessa um povo que não aprendeu raciocinar, senão aos líderes mundiais que conduziram o mundo para a calamidade na qual chafurda a humanidade vitimada por tamanha exclusão social a fim de que insignificante percentual dos humanos possa satisfazer um vício mais pernicioso do que qualquer outro posto que dele resulta infelicidade para todos e que é o vício de ajuntar para si a riqueza que a todos deve servir?

Em segundo lugar, qual é o povo no mundo todo que por não ter aprendido em criança a raciocinar é tão enganado que acredita ser o tempo dinheiro senão o povo americano a quem o método de Freire é desastroso senão? Assim, O que a notícia contém nas entrelinhas é o medo dos defensores da cultura do venha a mim e os outros que se danem, medo de que venha o povo a perceber a impossibilidade de apaziguar os padecimentos de que é vítima a humanidade enquanto orientada pela cultura de poucos com muito e muitos sem nada. Estes poucos com muito só não percebem a impossibilidade de vida social em tais termos por não terem também aprendido a raciocinar em criança.

Outro jornal, A tribuna da Bahia, traz outra notícia cujas entrelinhas provam o erro monumental a que por não raciocinar incorreu o povo americano, e esta notícia é a seguinte: “Somos Hamas”: o inacreditável clamor vindo de universidades americanas. Manifestantes de Columbia também ameaçam estudantes judeus com um “7 de outubro todos os dias”; protestos se disseminam.

Aí está. A cultura do ajuntamento de riqueza está levando universitários americanos ao absurdo de aprovar o terrorismo. Não é crível que estes jovens prefiram as infelicidades resultantes da violência. O que acontece com eles o resultado da observação de Thomas Paine em Senso Comum, de que o tempo faz mais convertidos que a razão. Assim, com o passar do tempo, estes jovens estão percebendo a inviabilidade do modo como é conduzida sua política, e, ademais, a política mundial que infelicita a humanidade. 

 

     

domingo, 21 de abril de 2024

ARENGA 727

 

Tantos infortúnios a atormentar evidenciam que a humanidade tem uma qualidade de vida inferior à que poderia ter se se dedicasse a refletir sobre o porquê de viver tão mal. Pior é pensar que nós, cá da América Latrina, ainda não alcançamos nem esta inferioridade como mostra a Operação Lava Jato condenada à exaustão não só por quem se dá bem com o mal, mas também pessoas acima de suspeita condena o trabalho dos destemidos garotos do Paraná que até hoje pagam caro por terem mostrado uma pontinha do iceberg da corrupção que suga nossos recursos impiedosamente,  expondo pela primeira vez a tremenda culundria que macula nosso sistema político, sob argumentos dos mais absurdos e desinteligentes de ter havido falhas no trabalho que pela primeira vez levou ladrões ricos a confessar a desonestidade que os levou à prisão. Ora, se realmente houve tais alegadas falhas, em vez de perseguir como perseguiram e ainda perseguem a Lava Jato, o correto seria corrigir estas faltas em vez de interromper um trabalho que resgatava bilhões de dinheiro público roubado de um povo pobre por Midas insaciáveis a quem por maior que seja a riqueza ainda é pouca.

 Embora não seja privilégio do Brasil a distorção na arte de administrar a sociedade, que é como entendemos a política, porquanto é exercida de modo a prejudicar o povo em benefício de gatos pingados que orbitam o poder público feito urubus numa tramoia de desonestidades das quais o povo festivo e requebrador não faz o altíssimo preço que paga por tamanha indiferença política que chega ao absurdo de condenar ideias socialistas como coisa do demônio quando o próprio nome “socialismo” traz a ideia de justiça social uma vez que pretende usar o produto do trabalho coletivo em benefício da coletividade. Se há distorção do socialismo, também como na Lava Jato, cabe corrigi-las em vez de condenar tais ideias.

 As riquezas particulares não só contam com indiferença dos administradores públicos, mas também com o favorecimento deles, o que se explica pela inexistência de liderança autêntica em meio a seres ainda tão brutos como são os seres humanos. Daí o empenho de todo governante em manter o povão festivo e sempre alegre ligado em igrejas e festejamentos de vários tipos com objetivo de desviar sua atenção dos jogos macabros que rolam pelos corredores do poder onde pastas 007 tramitam prá lá e prá cá levando a possibilidade de melhores condições de vida da população e deixando atrás de si um rastro de pobreza, fome, doenças e violência, comportamento inimaginável a um líder de verdade para o qual o interesse dos liderados vem em primeiríssimo lugar, o que até hoje ainda não foi e nunca será o caso de nenhum governante no mundo enquanto permanecer a falta de interesse do povo sobre o que acontece nos bastidores do poder. É de causar pasmo que embora em outras épocas, mas houve um tal de Nicolau Maquiavel que dizia ser melhor o governante se temido do que amado. Esta é a humanidade que pena necessidade enquanto dá vida faustosa para falsos líderes e apaniguados.

Thomas Paine diz que uma mentira tida como verdade acaba por adquirir foros de verdade apesar de não deixar de ser mentira. Assim é que o triste elemento povão tristemente alegre nunca deixou de prestigiar quem seja capaz de convencer de que uma mentira seja verdade. Onde quer que seja chamado a comparecer, lá estará a malta festiva e saltitante a ovacionar e dar seu apoio até a corrida de tartaruga caso seja realizada do mesmo modo como são as corridas de cães, cavalos, idiotas da São Silvestre e carros dirigidos por bonecos do pão e circo que até um pum vira motivo para alarde na imprensa. Onde quer que seja anunciada alguma alegria lá estará a multidão para aplaudir. Até bolo do comprimento de um quilômetro merece alegria de povo antes de só restarem as migalhas, o que acontece com impressionante rapidez.

A humanidade nada faz para superar sua incapacidade de organizar uma sociedade civilizada. A melhor forma até hoje inventada para esse fim e que foi um Poder Estatal para conter a brutalidade que inviabiliza a ideal forma de vida em comunidade e em paz. Como não podia deixar de ser, esta invenção não surtiu o efeito esperado e nem podia surtir porquanto sendo o desempenho do Poder Estatal exercido por seres tão brutos quanto aqueles a quem deveriam educar, o resultado são as guerras por mais poder e ter a administração pública sido tão profundamente deturpada que aos governantes interessa um povo incapaz de raciocinar inteligentemente, mas, ao contrário, um povo tão fácil de ser conduzido que vê celebridade e motivo de fama no escoiceamento de bola e as vulgaridades das “famosas” e “celebridades” famosas e célebres não raro pela vulgaridade de expor ao público suas “partes”.

sábado, 20 de abril de 2024

ARENGA 726

 

 

“Vivemos em um país que produz muito alimento e tem muita gente passando fome. Para além do escândalo ético, isso é uma aberração em termos de organização econômica e social. A fome não admite neutralidade, e, em termos jurídicos, considerando a nossa Constituição, um governo que não toma nenhuma medida para assegurar o acesso básico à alimentação da população, quando os alimentos existem em abundância, está, no mínimo, incorrendo em prevaricação. Não há argumentos quando crianças passam fome”. (do livro DA FOME À FOME – diálogos com Josué de Castro), de Tereza Campello e Ana Paula Portoletto.

Por que será que a intelectualidade não merece da sociedade a mesma admiração dispensada à beleza e à vulgaridade da exposição da nudez? Quando a juventude souber a resposta a esta questão, o mundo ficará bom de se viver nele. Mas, se houver tempo para esta aprendizagem porque o mau humor da natureza em respostas aos maus tratos da praga humana não tá prá brincadeira, não. Mas, isso é outra história porque no momento o cantinho de pensar tem sua atenção voltada para o que disse mestre Josué de Castro, médico e intelectual que dedicou a vida ao estudo da problemática em torno da fome, principalmente da fome desnecessária.

Vemos constantemente na imprensa notícia de dezenas de milhões de toneladas de grãos  e carne produzidos pelo agribiuzinesse endeusado pela falsidade da papagaiada de microfone em troca da despensa abastecida. Por que, então, a despeito de tanto alimento, há fome? Por que o povo dá mais atenção a escoiceadores de bola do que a um assunto tão relevante quanto a crianças morrendo de fome? Quando doutores repudiam a palavra socialismo não estariam sendo indiferentes à monstruosidade de inocentes crianças em tamanha penúria? Não seriam moralmente mais dignas as ideias socialistas na incessante luta por justiça social? A repugnância de quem torce o nariz para o socialismo não será menos desejável do que ser indiferente a crianças morrendo de fome? Não teria sido esta repugnância resultante de trabalho dos Midas a fim de embolsarem a riqueza necessária à salvação destas infelizes crianças que por ignorância do que seja vida social não só pobres como ricos despejam no mundo, indiferentes à realidade de que o ser humano demanda os recursos que a natureza vai cansar de produzir?

Sabem os senhores? O curioso nisso tudo é que tirando fora os religiosos para os quais quem sofre é porque merece sofrer, e os ricos para os quais pobre é pobre por ser preguiçoso, fora estes anormais, qualquer pessoa ao ver uma criança morrendo por fome compadece e toma alguma atitude para amenizar aquele sofrimento. Entretanto, como as pessoas não veem, então, é como se não existisse o problema. Se não dormem não por lhes pesar na consciência este drama, mas sim pelo resultado dos males trazidos para a vida, entre eles a insônia.

Dói na alma de quem não conta com deus, ver pais de crianças bem nutridas agradecendo a um tal de senhor de bondade infinita a mesa farta, sem pensar que outras crianças, esquálidas, nada têm para comer simplesmente porque os bilhões de quilos de comida produzidos são destinados a serem trocados por lucro a fim de aumentar a riqueza de quem só precisa de riqueza por vício e nunca por necessidade, como determina a cultura cruel do venha a mim e os outros que se danem.

Cruel, além de antissocial, porque quando se trata de vida em sociedade, ou todos estejam bem ou ninguém estará, realidade tão à vista que nem mesmo as engendragens satânicas do pão e circo conseguem mais esconder na totalidade uma vez que insatisfações pipocam mundo afora com resultado imprevisível.

    

 

 

 

 

segunda-feira, 15 de abril de 2024

ARENGA 725

 

Você sabe como um MINISTRO do STF é escolhido?

Pergunta o jornal Gazeta do Povo. Aliás, por que do povo se povo gosta é de requebrar em vez de ler? Mas isto é outra história e no momento lidamos com a pergunta da Gazeta do Povo.  Embora seja fácil a resposta à pergunta da Gazeta, nenhuma banca formada de políticos concordaria com a resposta fácil: os ministros do STF são escolhidos por quem lá no mais íntimo de sua personalidade guarda muitos motivos pelos quais algum dia virá a necessitar de foro privilegiado.

 

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A ordem política é fruto de uma ordem ética (Confúcio).

Infelizmente, verdadeiramente infelizmente, não é assim. Como seria bom se fosse. Pode ter sido verdade no tempo que viveu Confúcio porque se ética tem a ver com moral, que tem a ver com honestidade, que tem a ver com o objetivo da política, citado por Thomas Paine em Senso Comum, e que seria o de assegurar a tranquilidade social com o menor custo, sendo a intranquilidade e altíssimos os custos o resultado da política em todo o mundo, e se reina tamanha injustiça que segundo Ladislau Dowbor em O Capitalismo Se Desloca, um por cento dos humanos é porque estamos a anos luz do pensamento dos mestres Confúcio Paine porque a política que administra a sociedade humana tem por objetivo primeiríssimo incentivar o analfabetismo político a fim de ser mais fácil levar o povo no papo furado. Um exemplo desta triste realidade á a reivindicação de governantes para que jogos sejam realizados em seu país. Enquanto a turba esperneia no gol, o ferro canta no seu lombo.

 

Governo não é um cabide de emprego, o ato de governar deve estar nas mãos daqueles que estão dispostos a se sacrificar pelo bem comum. (Livro de Carlos Alexandre de Paula intitulado Qual é Nossa Crise, pag. 82).

Parece gozação com a cara da gente. Que sacrifício há em ter vida tão regalada em palácios com acesso a montanhas de dinheiro para fazer dele o que bem quer, inclusive levar para casa e aumentar a riqueza se já é rico ou ficar rico se era pobre?

 

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Estou cada vez mais convencido que chegou o momento de encontrarmos uma maneira de pensarmos a espiritualidade e a ética acima da religião (XIV Dalai Lama).

Nunca deixou de haver no mundo quem pensasse com sensatez pelo menos uma vez na vida sem que de nada adiantasse. As imensas turbas muitas vezes vitimadas por desastres e atos terroristas buscando proteção divina é a indiscutível prova do que diz Vinicius Bittencourt em Falando Francamente quando afirma que mesmo depois de ter a ciência provado a origem do universo, ainda permanecerá a crença na criação divina.

 

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Justificar tragédias como vontade divina tira da gente a responsabilidade por nossas escolhas. (Humberto Eco).

Grande! Doutor Humberto. Esta verdade era justamente a razão do combate sistemático de Nietzsche à religião. Não era atoa sua implicância, visto que a religiosidade castra a capacidade de raciocinar com sua história mal contada de não se discutir os mistérios de deus, quando, na verdade, deus não é nada mais que uma invenção humana. Esta é a razão pela qual ele é representado com forma de homem e não de mulher por causa do machismo que faz dizer “eles” para se referir a um grupo de cem mulheres e apenas um homem. Daí o dito de um pensador de que se o porco ou o cavalo criasse um deus ele teria a forma de porco ou cavalo.

 

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Quando o homem deixa de crer em Deus, pode crer em qualquer coisa (G. K. Chesterton).

Assim como a sabedoria do pensamento do Dalai Lama citado acima, a respeito de religião, deparamos com esta aberração mental do escritor britânico Chesterton se quem acredita em deus é que é justamente quem é capaz de acreditar em qualquer coisa como Jonas ter sido engolido por uma baleia e cuspido por três dias depois sãozinho da silva. E que dizer das pragas no Egito?

Olha, minha gente, um conselho de quem observa a vida há quase um século: é bom pensar sobre o seguinte pensamento de mestre Honoré de Balzac, em Ilusões Perdidas: “Existem duas histórias: a história oficial, aquela que nos ensinam; e a história secreta, na qual se encontram as verdadeiras causas dos acontecimentos, uma história vergonhosa”? Por não pensar é que o povo não sai da situação de povo a fim de ser gente.

 

 

 

quarta-feira, 10 de abril de 2024

ARENGA 724

                           

                            Pare Tudo O Que Está Fazendo E Vem Conferir O Valor Da Fortuna Dessas Celebridades. É a manchete de jornais importantes nesse nosso Brasil de triste sorte e povo onde o sem importância é importante. Senão, vejamos. As celebridades merecedoras de fortunas tão exorbitantes que você deve largar o faz para contemplar não são integrantes de nenhum grupo de cientistas que descobriu um meio de fazer as pessoas pacíficas, avessas a violência, de modo a acabar com as violências inclusive das guerras. Também a celebridade se deve Por terem descoberto como acabar com o câncer, ou porque teriam criado um método tão eficaz de tornar os rios limpos e cristalinos que suas águas pudessem ser bebidas sem necessidade de processo químico nem por terem descoberto um processo de rearborizar o planeta em cinco anos. Se não é nada disso, qual seria o motivo pelo qual são tão importantes que se tornaram celebridades e donas de imensas riquezas? Pasmem as pessoas realmente importantes, aquelas que contribuem para melhorar nossa qualidade de vida porque as tais celebridades a que se refere a imprensa são ninguém menos pessoas ligadas a atividades de distração como jogo de bola, luta de box, mulheres que expõem “as partes”. Nenhuma atividade para a qual se faz necessário ler um livro.

                          Talvez alguém entre as pessoas que vez ou outra se dignam a visitar este cantinho de pensar pensem consigo mesmas haver implicância com as atividades relacionadas a divertimento, mas é isso mesmo. Quem assim pensou, acertou. Depois de se tornar autodidata na arte de viver em sociedade, percebe-se vivermos como irracionais de modo tão evidente que é comum não se poder concentrar numa atividade que exige raciocínio sem ser perturbado por latidos de cães, roncos de motos carros de som, barulho de vizinhos, sem que haja o mínimo de respeito pelo semelhante.

                         Sobre viver em sociedade tem-se de ser autodidata se nas faculdades, além de uma profissão, nada mais se aprende. Vai daí que qualquer pessoa não exageradamente egoísta a ponto de desejar uma vida social agradável para todos, tal pessoa não consegue ser indiferente às mazelas maldosamente engendradas por parasitas que faz da sociedade seu hospedeiro. A esse respeito, diz Ladislau Dowbor, na página 16 do livro O CAPITALISMO SE DESLOCA, que dividindo o PIB mundial de oitenta e cinco trilhões de dólares, pela população mundial, constata-se que disto resultaria três mil dólares ao mês por família de quatro pessoas.

                          Aí está, pois, a razão da necessidade de se contestar a importância dada às brincadeiras e pessoas na verdade de nenhuma importância porque sem que nem mesmo estas pessoas saibam, elas são marionetes manipuladas pelos parasitas que exploram a sociedade. A função destes pobres vivendo na riqueza é não deixar sobrar tempo para a necessária reflexão sobre vida social, fomentando a negligência a este importante lado da vida.

                          Portanto, assim como é dever de todo cidadão primar por uma sociedade civilizada, ela jamais poderá existir em meio às falsidades em que vive a humanidade. A esse respeito, aliás, na página 25 do livro OS DONOS DO MUNDO, de Cristina Martín Jiménez, esta sim, uma celebridade, consta a seguinte sentença de Honoré de Balzac, em ILUSÕES PERDIDAS: “Existem duas histórias: a história oficial, aquela que nos ensinam; e a história secreta, na qual se encontram as verdadeiras causas dos acontecimentos, uma história vergonhosa”.

                          Caso alguém queira saber o motivo pelo qual a história da vida da humanidade é uma vergonha leia o livro de Cristina e perceberá ser a maior babaquice acreditar ser dono de si e quanto de ridículo há no “Sou livre. Ninguém manda em mim”. Depois da leitura do livro Os Donos do Mundo e ter conhecimento de um tal de Clube Bilderberg ninguém mais pensará do mesmo jeito que pensou até agora.    

sábado, 6 de abril de 2024

ARENGA 723

 

              Aos noventa e quatro anos e depois de sofrer um dos reveses da vida como todo mundo que chega à velhice, o grande artista Lima Duarte declara ser a morte o que lhe resta. Ora, Lima, você pensa, portanto, sabe que nem só a você a morte espera, mas a todos sem exceção. A diferença é que você sabe disso e os demais, como irracionais, tanto não sabem que o tempo entre nascimento e sepultura passam como se a juventude não lhes estivesse escapando a cada saracoteio dos festejamentos. Por não pensar é que o elemento esquisito povo passa seu tempo envolvido num mundo do faz-de-conta e tão distante da realidade que como fossem ainda crianças as atividades ligadas a divertimentos (muitos dos quais animalescos) merecem maior reconhecimento do que atividades que preservam ou que salvam vidas e absolutamente ninguém, nem mesmo doutores percebem haver algo de estranho em tal comportamento o que se deve à distância que os separa de livros outros que não os relacionados com sua atividade de ganhar dinheiro. Fora disso, ninguém quer saber dos mistérios nada misteriosos da vida.

              A esse respeito, aliás, o economista Eduardo Moreira ensina na página 12 do livro O Que Os Donos Do Poder Não Querem Que Você Saiba, o porquê de se dar maior importância a brincadeiras do que a coisas das quais depende à qualidade de vida e, como se sabe, à própria vida. É como se ele bancasse um Mister M da política econômica para mostrar o que está por trás do aparente mistério da supervalorização de atividades de pouca monta social. Diz o doutor Eduardo:

“Mágicos sabem que o segredo de todo truque é desviar a atenção dos espectadores para o que não importa, para que não percebam quando o truque é feito, a hora que realmente importa”. Com poucas palavras o jovem e inteligente Eduardo Moreira ensina a quem lê este pequeno livro monumental aquilo que não se aprende nas melhores universidades do mundo, mesmo porque elas são de propriedade dos donos do poder e eles não que querem que você saiba que enquanto você se ocupa de igreja ou esperneia no axé e no futebola estão acontecendo em sua vida tanta coisa do arco da velha. Que você está sendo enganado de alguma forma, inclusive ver com naturalidade o absurdo que é ser permitido que Midas tenham direito de se apropriarem de riquezas suficientes para atender todas as necessidades humanas cuja falta de atendimento é o berço da quase totalidade da desarmonia e infelicidade humanas.

              A tal respeito, aliás, na primeira orelha do livro A Era Do Capital Improdutivo, do pensador econômico Ladislau Dowbor, consta que cinco famílias concentram mais riqueza que metade dos habitantes do planeta, realidade que embora inadmissível em termos de sociedade passa indiferente pelo motivo magistralmente explicado por Eduardo Moreira, de tamanho contrassenso quanto este outro fato citado na página 13 do já mencionado livro de Dowbor: “Milhões de crianças morrem todo ano. Ao dia, cerca de cinco vezes mais do que as vítimas das Torres de Nova Iorque”.

              A propósito de tudo isto, um comentarista de notícia no Jornal Estadão a respeito do que não devia acontecer no STF disse o seguinte: PRECISAMOS REFLETIR.

 

 

 

quinta-feira, 4 de abril de 2024

ARENGA 722

 

              Em História da Civilização Ocidental, diz o historiador Edward MacNall Burns que a falta de preocupação com as críticas que sofria o governo do decapitado e último rei antes dos horrores da Revolução Francesa, Luís XVI, devia-se ao descaso com que era tratada a política de então, quando nobres e clero eram odiados pelo parasitismo de uma vida inútil e perdulária.

              As críticas raivosas com palavras ofensivas, inclusive de baixo calão, dirigidas às autoridades de nosso país como se vê nos comentários às notícias nos, jornais não estarão indicando estarmos enfrentando situação também bastante desconfortável a ponto de sugerir intranquilidade social? Verdade infeliz que desde o berço nosso país não tem tido sua grandiosa exuberância natural correspondida por igual grandeza moral. Em Falando Francamente, Vinicius Bittencourt afirma que em épocas do primeiro reinado, um certo estrangeiro que passara por aqui observou que honra não era o forte do brasileiro. Entretanto, como era dito no mundo de onde venho, tudo demais é sobra. No mundo de onde venho nenhum homem ouviria com a mesma indiferença as ofensas que ouvem e que não incomodam as autoridades. Livros denigrem a moral das maiores autoridades de nosso infeliz Brasil sem que nada aconteça nem aos denunciados e nem aos denunciantes.

              Se nada há que se esperar dos representantes do tradicionalismo, muito há de se esperar da juventude cujo exemplo partiu dos jovens estudantes piauienses que como saturados do que temos tido, reuniram-se e elegeram entre si uma Câmara de Deputados. Pode estar aí o germe que dará origem a um universo político onde um homem se envergonhará se chamado de ladrão.  

 

 

 

terça-feira, 2 de abril de 2024

ARENGA 721

 

            A humanidade se conduziu de modo desastrosamente perigoso que acabou se encontrando na situação insustentável de aglomerar em grupos imensos e tão mal planejados que se são fustigados por violência e doenças, além de muros, árvores e postes a desabar sobre ela. Como entender que o próprio homem buscou e continua buscando sua infelicidade quando pode pelo menos evitar tornar a vida tão desagradável? Se perguntar a cada indivíduo se prefere felicidade ou infelicidade a opção, naturalmente, é pela felicidade. No entanto, quando em sociedade, a opção é pela infelicidade, o que não se pode entender sem considerar em primeiríssimo lugar a monumental estupidez do ser humano, tão exorbitante que expulsa de seu meio aqueles seres espiritualmente superiores que de caju em caju aparecem e tentam em vão transmitir um pouco de lucidez na tentativa de indicar comportamentos que permitiriam forma uma sociedade de seres humanos, diferente destes agrupamentos de bárbaros  que se digladiam entre si como se ainda vivessem tempos em que não se sabia ser possível produzir o que comer.

            Pois bem, não podendo viver cada um uma vidinha própria só sua, tem-se de viver em sociedade. Porém, seres estúpidos não podem viver juntos porque cada um vai querer ser superior ao outro e tal comportamento leva o mais forte a destruir o mais fraco como se fez exterminando os índios e a inadmissível e inexplicável asneira de considerar inferiores por ser negro ou bobo o bastante para professar determinado credo religioso.  

            Assim, foi criado o impasse e não ser possível viver senão em sociedade e de ser impossível viver em sociedade sem que haja desarmonia e infelicidade. Depois de quebrar a cabeça, chegou-se finalmente a um sistema democrático capaz de resolver o impasse: escolhiam-se no grupo pessoas que trabalhassem administrando a sociedade e os demais trabalhassem e produzissem os recursos para os gastos com a administração, o que, tirando fora a estupidez, resolveria totalmente as questões da vida social, mas eis que deu no que nos conta na primeira orelha do livro A Era Do Capital Improdutivo, seu autor e mestre dos mestres Ladislau Dowbor, um destes seres iluminados cuja luta por um mundo melhor haverá de surtir efeito. Diz o mestre: “Cinco famílias lideradas por homens brancos concentram mais riqueza que metade dos habitantes do planeta”. E, em seguida: “Em todo o Ocidente, a democracia declina e perde apoio porque é vista como um regime dos ricos e corruptos”.

            Viu? Aí está o resultado da ignorância de um querer ser mais do que o outro: a estupidez fez fracassar aquilo que poderia ser algo bom: o grupo escolheria pessoas para que cuidassem da administração da sociedade enquanto que as demais cuidariam de produzir os meios que fossem necessários para assegurar que houvesse comida, moradia, vestimenta, educação, estradas e tudo mais. Mas eis que a estupidez levou tudo por enxurrada abaixo que também graças a ela (a estupidez) está levando casas e os próprios seres humanos. E aqui ó, na página 9 do livro O Que Os Donos Do Poder Não Querem Que Você Saiba, Eduardo Moreira indaga: “Por que aceitamos pagar mais de uma centena de bilhões de reais em tarifas para os grandes bancos todos os anos sem reclamar, mas paramos o país por um aumento de centavos na tarifa do ônibus?”. Afinal, fazemos parte da humanidade. A pior parte. Felizmente a juventude começa a despertar lá no Estado do Piauí.