A
humanidade se conduziu de modo desastrosamente perigoso que acabou se encontrando
na situação insustentável de aglomerar em grupos imensos e tão mal planejados
que se são fustigados por violência e doenças, além de muros, árvores e postes a
desabar sobre ela. Como entender que o próprio homem buscou e continua buscando
sua infelicidade quando pode pelo menos evitar tornar a vida tão desagradável?
Se perguntar a cada indivíduo se prefere felicidade ou infelicidade a opção,
naturalmente, é pela felicidade. No entanto, quando em sociedade, a opção é
pela infelicidade, o que não se pode entender sem considerar em primeiríssimo
lugar a monumental estupidez do ser humano, tão exorbitante que expulsa de seu
meio aqueles seres espiritualmente superiores que de caju em caju aparecem e
tentam em vão transmitir um pouco de lucidez na tentativa de indicar
comportamentos que permitiriam forma uma sociedade de seres humanos, diferente
destes agrupamentos de bárbaros que se
digladiam entre si como se ainda vivessem tempos em que não se sabia ser
possível produzir o que comer.
Pois bem,
não podendo viver cada um uma vidinha própria só sua, tem-se de viver em
sociedade. Porém, seres estúpidos não podem viver juntos porque cada um vai querer
ser superior ao outro e tal comportamento leva o mais forte a destruir o mais
fraco como se fez exterminando os índios e a inadmissível e inexplicável
asneira de considerar inferiores por ser negro ou bobo o bastante para
professar determinado credo religioso.
Assim, foi
criado o impasse e não ser possível viver senão em sociedade e de ser
impossível viver em sociedade sem que haja desarmonia e infelicidade. Depois de
quebrar a cabeça, chegou-se finalmente a um sistema democrático capaz de
resolver o impasse: escolhiam-se no grupo pessoas que trabalhassem administrando
a sociedade e os demais trabalhassem e produzissem os recursos para os gastos
com a administração, o que, tirando fora a estupidez, resolveria totalmente as
questões da vida social, mas eis que deu no que nos conta na primeira orelha do
livro A Era Do Capital Improdutivo, seu autor e mestre dos mestres Ladislau
Dowbor, um destes seres iluminados cuja luta por um mundo melhor haverá de
surtir efeito. Diz o mestre: “Cinco famílias lideradas por homens brancos
concentram mais riqueza que metade dos habitantes do planeta”. E, em
seguida: “Em todo o Ocidente, a democracia declina e perde apoio porque é
vista como um regime dos ricos e corruptos”.
Viu? Aí está
o resultado da ignorância de um querer ser mais do que o outro: a estupidez fez
fracassar aquilo que poderia ser algo bom: o grupo escolheria pessoas para que
cuidassem da administração da sociedade enquanto que as demais cuidariam de
produzir os meios que fossem necessários para assegurar que houvesse comida,
moradia, vestimenta, educação, estradas e tudo mais. Mas eis que a estupidez
levou tudo por enxurrada abaixo que também graças a ela (a estupidez) está
levando casas e os próprios seres humanos. E aqui ó, na página 9 do livro O Que
Os Donos Do Poder Não Querem Que Você Saiba, Eduardo Moreira indaga: “Por
que aceitamos pagar mais de uma centena de bilhões de reais em tarifas para os
grandes bancos todos os anos sem reclamar, mas paramos o país por um aumento de
centavos na tarifa do ônibus?”. Afinal, fazemos parte da humanidade. A pior
parte. Felizmente a juventude começa a despertar lá no Estado do Piauí.
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