Tantos infortúnios a atormentar
evidenciam que a humanidade tem uma qualidade de vida inferior à que poderia
ter se se dedicasse a refletir sobre o porquê de viver tão mal. Pior é pensar
que nós, cá da América Latrina, ainda não alcançamos nem esta inferioridade como
mostra a Operação Lava Jato condenada à exaustão não só por quem se dá bem com
o mal, mas também pessoas acima de suspeita condena o trabalho dos destemidos
garotos do Paraná que até hoje pagam caro por terem mostrado uma pontinha do
iceberg da corrupção que suga nossos recursos impiedosamente, expondo pela primeira vez a tremenda culundria
que macula nosso sistema político, sob argumentos dos mais absurdos e desinteligentes
de ter havido falhas no trabalho que pela primeira vez levou ladrões ricos a
confessar a desonestidade que os levou à prisão. Ora, se realmente houve tais alegadas
falhas, em vez de perseguir como perseguiram e ainda perseguem a Lava Jato, o correto
seria corrigir estas faltas em vez de interromper um trabalho que resgatava
bilhões de dinheiro público roubado de um povo pobre por Midas insaciáveis a quem
por maior que seja a riqueza ainda é pouca.
Embora não seja privilégio do Brasil a
distorção na arte de administrar a sociedade, que é como entendemos a política,
porquanto é exercida de modo a prejudicar o povo em benefício de gatos pingados
que orbitam o poder público feito urubus numa tramoia de desonestidades das
quais o povo festivo e requebrador não faz o altíssimo preço que paga por
tamanha indiferença política que chega ao absurdo de condenar ideias
socialistas como coisa do demônio quando o próprio nome “socialismo” traz a
ideia de justiça social uma vez que pretende usar o produto do trabalho
coletivo em benefício da coletividade. Se há distorção do socialismo, também
como na Lava Jato, cabe corrigi-las em vez de condenar tais ideias.
As riquezas particulares não só contam com
indiferença dos administradores públicos, mas também com o favorecimento deles,
o que se explica pela inexistência de liderança autêntica em meio a seres ainda
tão brutos como são os seres humanos. Daí o empenho de todo governante em
manter o povão festivo e sempre alegre ligado em igrejas e festejamentos de
vários tipos com objetivo de desviar sua atenção dos jogos macabros que rolam
pelos corredores do poder onde pastas 007 tramitam prá lá e prá cá levando a
possibilidade de melhores condições de vida da população e deixando atrás de si
um rastro de pobreza, fome, doenças e violência, comportamento inimaginável a
um líder de verdade para o qual o interesse dos liderados vem em primeiríssimo
lugar, o que até hoje ainda não foi e nunca será o caso de nenhum governante no
mundo enquanto permanecer a falta de interesse do povo sobre o que acontece nos
bastidores do poder. É de causar pasmo que embora em outras épocas, mas houve
um tal de Nicolau Maquiavel que dizia ser melhor o governante se temido do que
amado. Esta é a humanidade que pena necessidade enquanto dá vida faustosa para falsos
líderes e apaniguados.
Thomas Paine diz que uma mentira tida
como verdade acaba por adquirir foros de verdade apesar de não deixar de ser
mentira. Assim é que o triste elemento povão tristemente alegre nunca deixou de
prestigiar quem seja capaz de convencer de que uma mentira seja verdade. Onde
quer que seja chamado a comparecer, lá estará a malta festiva e saltitante a
ovacionar e dar seu apoio até a corrida de tartaruga caso seja realizada do
mesmo modo como são as corridas de cães, cavalos, idiotas da São Silvestre e
carros dirigidos por bonecos do pão e circo que até um pum vira motivo para
alarde na imprensa. Onde quer que seja anunciada alguma alegria lá estará a
multidão para aplaudir. Até bolo do comprimento de um quilômetro merece alegria
de povo antes de só restarem as migalhas, o que acontece com impressionante
rapidez.
A humanidade nada faz para superar
sua incapacidade de organizar uma sociedade civilizada. A melhor forma até hoje
inventada para esse fim e que foi um Poder Estatal para conter a brutalidade
que inviabiliza a ideal forma de vida em comunidade e em paz. Como não podia
deixar de ser, esta invenção não surtiu o efeito esperado e nem podia surtir porquanto
sendo o desempenho do Poder Estatal exercido por seres tão brutos quanto
aqueles a quem deveriam educar, o resultado são as guerras por mais poder e ter
a administração pública sido tão profundamente deturpada que aos governantes
interessa um povo incapaz de raciocinar inteligentemente, mas, ao contrário, um
povo tão fácil de ser conduzido que vê celebridade e motivo de fama no
escoiceamento de bola e as vulgaridades das “famosas” e “celebridades” famosas
e célebres não raro pela vulgaridade de expor ao público suas “partes”.
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