segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

ARENGA 228



Os brasileiros de triste memória tanto regrediram que acabaram voltando ao estado de nômades obrigados a sacrificar os filhos quando estes se tornavam embaraço ao deslocamento constante a que eram obrigados os seres humanos do nomadismo. Como os pais daqueles tempos bárbaros, também os pais modernos matam suas crianças, embora por outras dificuldades. As dificuldades de enfrentar a vida em virtude de terem sido relegados pela sociedade à condição de miserabilidade. Não tem nada a ver com falta de Deus a brutalidade destes seres infelizes considerados “monstros” pelos papagaios de microfone. A “monstruosidade” destes “monstros” tem origem na injustiça social em dividir a riqueza de modo tão criminoso que dá direito a imbecis a fazer pose na revista Forbes e dá aos pobres o direito de chorar nos corredores dos hospitais. A pobreza é a única causa da existência dos “monstros” detestados pela mentalidade rasteira de quem se liga em BBB, Fazenda, igreja, axé e futebola. Só quem aprendeu ler nas entrelinhas com os Grandes Mestres do Saber, o que exclui a categoria asquerosa de povo com seus filhos escanchados no pescoço rumo às igrejas ou aos terreiros de escoicear bola, pode perceber que as crianças nascem todas iguais. Isto é, choronas, sujas, cagonas, mijonas, chatas e inocentes.  Aquelas cujos pais chegam de helicóptero ao hospital sofisticado, quando crescer será um bacana ajuntador de riqueza, pessoa da melhor qualidade aos olhos vesgos da sociedade de mentalidade vesga. Mas a criança que nasce ao lado do esgoto será “monstro” para a televisão. A verdade, portanto, é que é a falta do dinheiro que faz a criança virar “mostro” ou bacana. Sendo a sociedade responsável pela existência do esgoto, tem-se que a sociedade é responsável pela existência dos “monstros” que ela tanto odeia. Entretanto, como todos os impérios, também cairá um dia o império da injustiça social que teve início quando alguém descobriu que podia fazer alguém de bobo, fortaleceu à medida que mais gente era feita de boba, e chegou ao ápice ao transformar a administração pública em arte de espoliar os administrados. Como todos os império, também sucumbirá o da injustiça. A operação Lava Jato está ensinando aos jovens aonde leva a cultura da ladroagem. Velhos carecas e senhores de cabelos brancos sendo conduzidos à prisão. Estes, sim, são os verdadeiros monstros por terem herdado de seus pais tal monstruosidade. Assim, jovens, mirem-se na dignidade dos bravos jovens que procuram evitar tal futuro para outros jovens. Inté

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

ARENGA 227



 “Para nós, católicos, a Quaresma é um tempo no qual Deus permite que possamos olhar para nós mesmos e a partir de nossos passos trilhar novos rumos para o céu. A tradição da Igreja afirma que esse tempo quaresmal é propício para se plantar o sacrifício para colher na páscoa a ressurreição”.
Esta asnice aí em cima, própria dos analfabetos políticos citados por Bertold Brecht, que se voltam para o céu em vez de se ligarem na forma como são gastos os recursos públicos, por incrível que pareça, tal sandice foi escrita por um jovem que deve ser parente do senador que do alto de sua “sabedoria” afirmou categoricamente que nós somos o resultado daquilo que sempre fomos. Como sempre fomos ridículos, o resultado foi nos tornarmos o povo mais ridículo do mundo. O autor daquela baboseira que dá início a estas mal escritas ponderações é um jovem que só é jovem na aparência. Sua mentalidade ainda cumprimenta Matusalém ao passar por ele levando pela mão seu neto Noé, que por ser ainda criança, nem desconfiava que seria obrigado a construir uma barca, enchê-la com um casal de cada bicho e vagar por meses sobre as águas do dilúvio em meio às bostas da bicharada e o trabalho insano de alimentar de comida e água o zoológico aquático.
 Ante tantos descalabros, infelicidade, choro, e o iminente desaparecimento das condições de vida no planeta, ante condição tão aflitiva, imbecis se aglomeram numa triste instituição denominada Juventude de Fé, voltada para a fantasia da religiosidade. Se todos aprendessem um milésimo dos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber as pessoas não teriam tantos problemas porque a mentalidade de quem aprende não lhe permite praticar ações antissociais das quais resultam os sofrimentos. Agir no sentido de tornar a vida agradável é a única maneira de se viver de modo agradável. A religiosidade é uma fantasia maldita destinada a moldar a opinião dos sofredores e levar sua atenção para as alturas do céu, desviando-a de onde devia estar: na política. Este trabalho satânico resulta em que por falta de dinheiro os sofredores fiquem à espera que suas necessidades sejam satisfeitas apenas pedindo a entes sobrenaturais que as satisfaçam. Para solução dos problemas, segundo o jovem companheiro de Matusalém que escreveu aquela idiotice, seria suficiente entrar numa igreja como fazem os imbecis com os filhos escanchados no pescoço, mexer os beiços em cochichos com uma suposta força divina e lhe pedir o que precisa, inclusive carro de presente. Pelo visto, a tal força divina funciona porque molambos espirituais são presenteados por Deus com carrinhos pebas feitos para pobres entre os quais a religiosidade é maior. A única maneira de se obter as coisas é lutar por elas, fato percebido pelo poeta Paulo Gabiru quando diz que “Quem espera sempre alcança, só basta lutar”. Assim, só haverá paz no mundo quando se lutar para substituir o espírito de Midas pelo de irmandade. Quem não acredita em Deus, mas acredita na irmandade como promotora de uma sociedade agradável, não pratica atos antissociais.
Não posso culpar meus pais por ter sido analfabeto político porque o ambiente onde eles nasceram, cresceram e me colocaram no mundo era um ambiente cujo conhecimento girava em torno de trabalhos braçais exclusivamente. Mas os descendentes dos atuais jovens imbecis e indiferentes aos assuntos dos quais dependerão suas vidas condenarão a imbecilidade de seus antecedentes futucadores de telefone. Inté.















terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

ARENGA 226



Anunciada como alvissareira a notícia de que a China está construindo um gigantesco e sofisticado aparato tecnológico para pesquisar o espaço sideral, tal notícia não é senão mais um desvario do monstruoso sistema capitalista das obras gigantescas que propiciam aos grandes grupos construtores retirar da sociedade imensas fortunas graças à deseducação social aprendida desde o berço que transforma as pessoas em seres indiferentes a às coisas do mundo político. O povo permanece com a mesma noção de realidade quanto na Idade Média quando se atribuía a Peste Negra à feitiçaria e se queimavam mulheres como remédio. Tal mentalidade também orienta a especular o espaço em vez de cuidar da Terra. Os seres humanos se afastaram da natureza e acreditam estupidamente que a vida só depende do social. No entanto, pelas manhãs, os vasos sanitários testemunham nossa dependência da natureza. O comportamento humano está tão antinatural que a interdependência entre as pessoas que levou os primitivos a se unirem parece ter deixado de existir e cada um voltou a cuidar apenas dos interesses pessoais como se fosse possível usufruir apenas das vantagens da união sem cumprir as obrigações que dela decorrem.  
Há tanto sofrimento no mundo por falta de dinheiro que corrigir esta situação deixa de ser questão de justiça para ser questão de segurança porque a inquietação que já começa a pipocar prenuncia a possibilidade de conflito social, situação em que sobrará sofrimento prá todo mundo. Carece de lógica o comportamento humano ao Jogar fora, desperdiçar, tornar de nenhuma utilidade a quantidade de riqueza esbanjada em coisas de nenhum valor real para a sociedade. O livro “O Lado Sujo do Futebol” mostra como esse tal de futebola usado para atrair os analfabetos políticos absorve vultosas quantias através da corrupção que tomou conta de tudo. Montar gigantescas árvores de natal, clarear o céu com fogo de pólvora e estrondos é outra forma de jogar dinheiro fora. Monumentais palácios para política e religião é outra forma de desperdício. Enfim, o que falta mesmo é racionalidade porque neste país de povo constituído quase que exclusivamente de espécimes de povo a insensatez e o ridículo não tem limites. A situação desse povo lembra um personagem de Jô Soares que tinha um filho homossexual, mas que para o pai era um verdadeiro machão de quem seu pai muito se orgulhava. Citava como exemplo de práticas machistas praticadas por seu filho coisas que na realidade são próprios de afeminados. A semelhança entre esse pai e o Brasil está no ridículo de ambos. A imprensa noticia que a empresa causadora do desastre mineiro foi multada seis vezes em bilhões, mas que nenhuma das multas foi paga. Falta uma juventude menos burra para colocar as coisas em ordem. Como disse o general De Gaulle, a política é assunto muito sério para ficar a cargo de políticos. Inté.