terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

ARENGA 386


O doutor Carlos Velloso demonstrou comportamento ético quando recusou o Ministério da Justiça por ver nisso a possibilidade de haver influência positiva a favor da clientela de seu escritório de advocacia, uma vez que, segundo informa a jornalista Eliane Cantanhede no Estadão, passaria a ter informações privilegiadas de imenso valor para seus clientes. O mundo da política é mesmo um mundo que precisa ser revisto por ser tão sem pé nem cabeça que uma pessoa pode ser ético ao mesmo tempo em que exerce atividade antiética. Há nobreza no comportamento do doutor Velloso frontalmente contrário ao comportamento das muitas outras pessoas que ocupam cargos públicos para dele usar em benefício próprio ou de alguém. Na história política não é novidade cargo de secretária servir de fachada para concubinas. Portanto, há de se louvar o gesto nobre do doutor Velloso, oposto a tudo que com muita tristeza presenciamos no ambiente putrefato da politicagem como, por exemplo, o doutor Nelson Jobim condenar a tentativa de moralização política da Lava Jato da mesma forma como fazem os declaradamente desonestos. Em sendo banqueiro o doutor Jobim, fica esclarecida sua ojeriza a quem é contra parasitas sociais. Entretanto, se é que há, e não pode deixar de haver ladrão do dinheiro público entre os clientes do escritório do doutor Velloso, não seria antiético defender criminosos cujos crimes levaram os brasileiros à situação aflitiva em que se encontram de completo abandono, como fizeram todos aqueles advogados, entre eles o doutor Thomaz Bastos, no julgamento dos criminosos do Mensalão, e fazem ainda todos os advogados que garantem e assinam embaixo serem inocentes seus clientes sendo eles ladrões ainda mais socialmente prejudiciais do que os milhares que abarrotam as pocilgas/presídios.

O princípio de direito segundo o qual ninguém deve ser condenado sem defesa se justifica plenamente quando há possibilidade de ser inocente o acusado. Mas, em se tratando de políticos, nenhuma possibilidade há de não se tratar de criminoso porque as evidências falam por si sós. A imprensa mostrou um secretário municipal de São Paulo que durante a gestão adquiriu mais de cem imóveis, o que afasta totalmente alguma dúvida quanto existência de ação criminosa. Do mesmo modo, as imensas áreas de terras adquiridas por políticos e mostradas no livro O Partido da Terra, de Alceu Luís Castilho, as acusações constantes dos livros Honoráveis Bandidos, Privataria Tucana e O Chefe, são provas suficientes para condenar os acusados uma vez que não partiram com tudo prá cima dos acusadores como faria qualquer cidadão honrado acusado de ser ladrão. Entretanto, o que se vê são advogados riquíssimos de uma riqueza extraída do produtos de crimes e até mesmo pessoas investidas de autoridade para defender a sociedade defendendo os inimigos dela. Os descendentes destas personalidades torpes haverão de envergonhar-se de tais ascendentes, salvo se portadores do mesmo aleijão moral. É claro que o trabalho dos advogados trazem grandes benefícios à sociedade. Mas, como em toda profissão, há também profissionais com espírito de Midas do tipo o oftalmologista Rui Cunha e o cardiologista Nilzon qualquer coisa cujos espíritos de Midas levaram-nos a encontrar em mim falsa necessidade de cirurgia. Para tais profissionais o dinheiro está acima de qualquer consideração de ordem moral. Mas canalhas desse tipo, felizmente, são minoria. Já fui beneficiado pelo profissionalismo sério e competente do advogado que me salvou de ser vítima da fome de dinheiro dos bancos Bradesco e Itaú. Nem por isso deixa a sociedade de ser prejudicada pelo trabalho dos famosos escritórios de advocacia, entre eles o da mulher do governador do Rio de Janeiro, hoje na prisão por conta de crimes dos quais resultou a situação vexatória dos trabalhadores no serviço público do Rio dependendo da boa vontade da população para que possam se alimentar.

O mundo carece ser repensado porque depois de tanto tempo de existência os seres humanos ainda não concluíram estar num caminho tão errado que produzem sua própria infelicidade. A brutalidade ainda existe até naqueles agrupamentos que se sobressaem entre os demais como os mais civilizados como mostra a notícia de ter sido transmitido ao vivo pelo Facebook um estupro coletivo na Suécia. Há de se cogitar com ênfase sobre o que disse o escritor Nelson Rodrigues: “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”. Com a devida permissão, poder-se-ia acrescentar a esta sábia observação esta outra observação que não precisa ter a genialidade do famoso escritor para ser observada e que é a realidade de serem os idiotas que sempre dominaram o mundo depois da invenção da democracia. Se antes dela aqueles que punham a carga no lombo o burro/povo eram levados a os postos de parasitagem por uma questão de nascimento, caso em que o bicho povo não interferia, inventada a democracia são os próprios parasitados que escolhem seus parasitas. Depois de domesticados, os bichos não vivem sem a condução de quem os domesticou, razão pela qual o bicho/povo não pode dispensar liderança. Aí está a massa ignara a lamber o saco de Lula sem que lhe passe pela cabeça a verdadeira pretensão de qualquer líder.

Resulta de idiotia a notícia de que o parceiro de falcatruas de Sergio Cabral, o governador Pezão, será testemunha de defesa do seu companheiro de exploração sobre a massa bruta de cariocas, o que é uma estultice do tamanho do mundo uma vez que a lei não obriga que alguém promova provas contra si mesmo. Os idiotas a que se refere Nelson Rodrigues são, efetivamente, a quase totalidade dos seres humanos, mas não a totalidade. Havendo os que não são idiotas, é injusto, que estas exceções sejam conduzidas por idiotas tão idiotas que ante a aproximação de circunstâncias grandemente infelicitadoras de fome, sede, doenças e um crescer assombroso da violência, como loucos incapazes de um só comportamento coerente, vivem num festejamento inexplicável para quem não foi tomado da idiotia a que se refere o famoso escritor e teatrólogo. A mesma idiotia faz com que sem nenhuma justificativa, seres na realidade menos importantes entre os menos importantes dos humanos sejam considerados tão importantes a ponto de serem reverenciados com riqueza e os termos “famosos” “celebridades” e “excelências”.

Na página 1009 do segundo volume de História da Civilização Ocidental, o historiador Edward Mac Nall Burns diz o seguinte: “Todo aquele que vive muito acima do nível animal recorre constantemente às lições da História”. Acima do nível animal só pode ser interpretado como sendo aqueles que integram a exceção à regra da idiotia. Portanto, tal observação corrobora a afirmação de Nelson Rodrigues porque absolutamente nenhum ninguém que enquadre na sua classificação de idiota se interessa por estudo de história porquanto suas mentes não ultrapassam o interesse pelo exame de urina de jogador de futebola, igreja e axé, enquadrando-se, desta forma, na classificação de animal feita por Burns. Entre as muitas manifestações da idiotia está a afirmação pomposa de não se incomodar com opinião alheia porque os paramentos brincos, tatuagens, etc., são colocados exatamente em função das outras pessoas uma vez que ninguém se enfeita para ser apreciado por si mesmo. Aliás, o escritor/pensador Edimilson Movér afirma que as mulheres se enfeitam muito mais em função das mulheres do que dos homens. Dá o que pensar tal afirmação. Carece absolutamente de fundamento a afirmação de independência pessoal porque as opiniões alheias têm peso imensurável quando se está nu, cagando, trepando, e até mesmo mijando, embora vestido.

Os idiotas a que se referia Nelson Rodrigues são os que formam a massa amorfa de povo. A palavra povo encerra a ideia de coisa insignificante, reles, desqualificada em termos de organização social civilizada porque povo não se incomoda com barulho, grosserias e se interessa por vulgaridades. Mas não são apenas os frequentadores de igreja, axé e futebola que integram a trupe ordinária de povo cuja idiotia atrasou o avanço civilizatório da nossa sociedade quando apoiou o assassinato dos nossos jovens progressistas pelo impropriamente chamado Movimento Revolucionário de 1964, ordenado pelos Estados Unidos. Integram-na também tanto os imbecis que pavoneiam suas montanhas de riqueza na revista Forbes, quanto seus paus-mandados, os papagaios de microfone, escritores e filósofos assalariados e as “autoridades” porque também estes impedem o desenvolvimento civilizatório social por aniquilarem o dinamismo da inteligência jovem que sem a orientação maléfica destes biltres mentais produziria excelentes frutos em vez de imbecilidades como futucar telefone, frequentar igrejas, axé e futebola.  Inté  

 

 

    

      

 

 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

ARENGA 385


Ao ouvir um jovem de brinco e tatuagem dizer que o rock é um som mundial, uma garota que já superou a fase reles de frequentador de igreja, axé e futebola disse que som realmente igual em qualquer lugar do mundo era o som de arroto, bufa e ronco. Não fosse a natureza tão estúpida a ponto de fazer criar o pavor estampado nos olhos do animalzinho sendo devorado vivo, ela devia ter encarregado um ateu para substituí-la na hora de fazer os seres humanos a fim que lhes ministrado um forte sentimento de irmandade que os diferenciasse das feras. Caso fosse eu o escolhido, faria um sentimento de irmandade ainda com maior ou pelo menos o mesmo vigor que tem a sexualidade sobre todos os seres humanos, sem distinção de um só deles porque não há um só homem ou mulher no mundo inteiro que não se interesse por um buraco de fechadura numa porta atrás da qual duas mulheres esfregam as xoxotas. Entretanto, a mesma burrice que orientou a natureza a impedir o pau de endurecer sem excluir a vontade de trepar levou-a a fazer os seres humanos ainda mais brutos que os irracionais por se destruírem mutuamente sem que disso dependa sua vida como acontece entre as feras. Mas a desunião parece não merecer a devida atenção até mesmo de ilustres personalidades literárias porque na sinopse do livro O Fim da América, de Naomi Wolf, há referência à frase saída da mentalidade rasteira de políticos afirmando que a eterna vigilância é o preço que se tem de pagar a fim de se ter liberdade. Ora, isso é mais uma contradição das muitas que norteiam o caminho seguido pela humanidade, como, como por exemplo, viver sobre a falsa crença de que será levada a porto seguro pela condução de líderes cujo comportamento revela escancaradamente más intensões. Mas a ninguém parece ocorrer a necessidade de se cogitar sobre tal realidade. Fala-se sobre quem vai ser isso ou aquilo nos quadros da administração pública, mas sem se levar em conta a realidade de que ninguém vai ser isso ou aquilo com o objetivo de levar a sociedade a bom termo. Isto já devia ter sido percebido há muito, uma vez que já foi percebido ser impossível engar a todos todo o tempo.

Há tanta falsidade na frase “O PREÇO DA LIBERDADE É A ETERNA VIGILÂNCIA” quanto há na liderança que conduz o mundo. Nesta frase não há beleza. Ela nasce do seio das falsidades pelas quais os seres humanos pautam sua vida porque onde há paz não há necessidade de vigilância por ser um ambiente no qual prevalece o sentimento da verdadeira irmandade que se traduz por uma elevação espiritual capaz de levar à compreensão de que o bem-estar de cada um depende do bem-estar de todos, razão pela qual ninguém precisa ser vigiado a fim de não fazer mal a ninguém por ser o próprio indivíduo a não querer prejudicar ninguém face à compreensão de estar prejudicando a sociedade, prejuízo esse que viria afinal a recair sobre si mesmo. Como observou Hemingway, quando morre alguém também morre junto um pouco de cada um, razão pela qual os sinos dobram também por aquele que pergunta por quem eles estão dobrando.

A necessidade de vigilância decorre da belicosidade necessária à avareza dos Reis Midas do mundo e seu aleijão mental que exige fortunas e mais fortunas, razão pela qual se fazem necessários os ataques com objetivo de tomar as coisas das sociedades atacadas, e por isso precisam ser vigilantes. A palavra vigilância indica a necessidade de arma, portanto, ambiente ainda incivilizado necessário à barbárie própria de um ambiente cuja brutalidade permite que apenas um por cento das pessoas se apropriem de noventa e nove por cento dos bens que deveriam servir a todos os cem. É este o objetivo da liderança que lidera o mundo. No Blog da Amazônia, o jornalista Altino Machado nos dá notícia de que os ingleses através da expressão “trouble-maker” (criador de problema), já reconheceram a realidade de que os líderes políticos criam problemas em vez de resolvê-los. Entretanto, mesmo sabendo disso, os ingleses acrescentam aos falsos líderes uma realeza parasitária. Encerrando esta “prosa” temos que Altino Machado nos dá também prova irrefutável da falsidade da liderança política entre nós na reportagem publicada no mesmo blog acima citado, denominada Riqueza, miséria e insegurança na terra do papi soberano, matéria que precisa ser obrigatoriamente conhecida por se tratar de uma verdadeira lição própria de Grandes Mestres do Saber, por mostrar a verdadeira finalidade dos líderes políticos com os quais conta esta sociedade de imbecis incapazes de ver a realidade mostrada na notícia de que o governo se pavoneia por destinar cem milhões para apoio ao sistema prisional enquanto bilhões rolam pelos tubos de esgoto mostrados no Jornal Nacional, por onde a corrupção faz escoar bilhões e mais bilhões. Ao lado disso, famílias são enlutadas pela violência, agentes de segurança são punidos por reivindicar mísero aumento de salário e promotores do pão e circo viram reis e vivem como verdadeiros reis. Inté.

 

 

domingo, 26 de fevereiro de 2017

ARENGA 384


Como qualquer outro folião, políticos também têm o direito de curtir o carnaval, de dançar, pular, paquerar, beber. Isto aí faz parte de matéria no jornal Folha de São Paulo, evidência de que quem escreve por força de um contrato de trabalho escreve sem pensar, daí imbecilidades desse tipo. Se os políticos podem se auto intitular deuses, e Brasília, o seu Monte Olimpo; se um simples “nego as acusações” convence a justiça de sua inocência; se transformam em juiz o correligionário para julgá-los; se têm duzentos e vinte milhões de brasileiros dispostos a não deixar lhes faltar nada, alguém é capaz de imaginar alguma coisa a que político não tenha direito? Paquerar? Curtir carnaval? Beber? Tá de brincadeira! Isso é fichinha prá político! Político tem direito a aviaozão e secretária prá trepar no azul do céu. Têm direito a surubas e cardápios milionários. Têm direito de traficar droga e influência através de “mulas”.

O direito ao carnaval, na verdade, considerado por quem escreveu a matéria como exclusivo do povo ou ralé, no meio da qual mulheres se pavoneiam pelo fato de esfregarem suas aranhas, esse direito é dado ao povo pelos políticos. São eles os mantenedores do pão e circo. Se apenas um ou outro se mistura com a malta desprezível, o faz a contragosto. Como disse o general Figueiredo, que já começa a deixar saudade, cheiro de cavalo é preferível a cheiro de povo. Os que não saltitam no meio da massa repugnante é porque têm coisas a fazer mais importantes para suas contas bancárias como, por exemplo, a reforma da previdência que lhes renderá polpuda comissão do sistema bancário que já esfrega as mãos e baba a baba gosmenta de monstro capaz de se comprazer com a miséria de quem lhes deu a vitalidade e recebe em troca uma velhice desassistida para amargar, destino para o qual ruma a massa amorfa dos bichos carnavalescos que por não poderem raciocinar, privilégio que a natureza nega aos jovens, desconhecem completamente a realidade da vida. Vez em quando, entretanto, como acontece nesse exato momento, em matéria publicada no jornal Estadão, para algum conforto espiritual de quem pensa, alguns gatos pingados, talvez até mesmo carnavalescos estes gatos pingados, demonstram alfabetização política ao caírem de pau prá cima do banqueiro Nelson Jobim, que, temendo como todo banqueiro teme a Operação Lava Jato, dá entrevista àquele jornalão condenando o trabalho dos bravos jovens que buscam a moralização política temida pelos depredadores do erário. Por amarem seus filhos, os jovens da Lava Jato pensam também nos filhos dos adoradores de igreja, axé e futebola que não têm quem pense neles. Com justificável medo dos defensores de uma Nação Brasileira que substitua a República de Bananas, dos heróis em busca de um Estados Unidos do Brasil em vez do Brasil dos Estados Unidos, covarde e cretino como todo surrupiador, o banqueiro/ministro/jurista Nelson Jobim afirma que os jovens da Lava Jato estão atrás é de fama em vez de moralização política, e os aconselha a buscarem biografias na política e não no judiciário, sem se dar conta de que da biografia de político exala podridão moral.

Por força da podridão moral dos políticos, o relator da reforma previdenciária pedida pelos banqueiros, um dos Maias brasileiros que matariam de vergonha os Maias portugueses do livro Os Maias de Eça de Queiroz, está propondo o fim da isenção tributária que beneficia as entidades filantrópicas. Diz ser uma vergonha que tais instituições não recolham os impostos que deveriam. Claro que rola malandragem nas entidades filantrópicas por serem as malandragem, a safadeza, a falta de vergonha, a desonestidade e a imoralidade parte integrante da cultura do brasileiro. Entretanto, por menor que seja, em algo de concreto as entidades filantrópicas beneficiam o bicho povo, ao contrário das igrejas que só beneficiam as falcatruas dos politiqueiros ao fomentar o analfabetismo político que tanto serve à corrupção, prejudicando, portanto, o povo, não recolhem imposto nenhum, mas o Maia de triste memória não vê nenhuma falta de vergonha nisso.

É também a podridão que faz cair aos pedaços a política o motivo da notícia noticiada no jornal Folha de São Paulo de estar o presidente Temer conquistando deputados de pouca expressão com paparicos e atenção visando obter apoio para suas pretensões privatizantes do interesse de banqueiros , o que deixa quem pensa com uma interrogação preta em cima da cabeça uma vez que a função de presidente da república é buscar atender as reivindicações do bicho povo, o que leva à conclusão da necessidade de mudar de rumo a política, mesmo porque o mesmo jornal Folha de São Paulo dá notícia de que sem Padilha, cresce o isolamento e dependência do presidente Temer, o que escancara que o presidente fica de pé e mão atados se não estiver apoio de ladrão. Mas, o fato de terem sido rechaçadas as safadezas do Jobim injeta algum ânimo na esperança de quem deseja um Brasil que mereça orgulho. Inté.    

 

 

sábado, 25 de fevereiro de 2017

ARENGA 383


A notícia no jornal Folha de São Paulo de que há 85 anos as mulheres conquistaram direito ao voto traz à lembrança meu tempo de menino lá na fazenda do meu pai, quando era necessário fazer algum procedimento numa rês xucra. Conduzido o animal para dentro do curral, era ele laçado. Por ser xucro, atacava o vaqueiro que mais que depressa passava para o lado de fora por entre os varões da cerca, enrolava o laço no varão, e, à medida que o animal corria e esbravejava, o vaqueiro ia puxando o laço de modo a encurtar cada vez mais o espaço disponível para o animal correr e saltitar. Desse modo, ele acabava por encostar os chifres na cerca e imobilizado. Para fazê-lo deitar a fim de marcá-lo ou colocar creolina ou benzocreol na bicheira, depois de peado (amarradas juntas as pernas), ia-se afrouxando o laço aos poucos à medida que seu corpo era puxado de lado por uma corda e, em consequência, ia caindo até ficar deitado. O lance de afrouxar o laço aos poucos é exatamente o que acontece com o povo. O momento em que o laço estava totalmente recolhido e o animal se encontrava com a cabeça encostada na cerca, impotente porque imobilizado, correspondia ao tempo em que o povo trabalhava debaixo de chibata tantas horas quisesse o empregador. Depois, passou a ter direito a trabalhar menos, depois ao voto, dos pobres, depois das mulheres, mais tarde veio o direito ao salário, a férias, décimo terceiro, aposentadoria, Bolsa Família, um faz de conta de proteção à segurança, saúde e educação. A cada uma destas conquistas correspondia a cada afrouxadinha que o vaqueiro dava no laço que sujegava o boi, de forma que assim como o boi, aos poucos, ia se vendo algo mais cômodo, também o povo através dos milênios tem conseguido alguma coisa em sua eterna busca por comodidade. Percebe-se, entretanto, que a busca do povo por comodidade limita-se exclusivamente à comodidade física. Também o boi procura sombra, comida, água e descanso. Para que o povo alcance a verdadeira comodidade faz-se necessário antes de tudo diferenciar-se do boi, fazendo uso da capacidade de pensar que ele desconhece ter, o que fica evidente pelos usos e costumes medíocre que os pais passam para os filhos, resultando na cultura que orienta comportamentos também medíocres, razão da identidade entre povo e manada.

A sociedade da juventude parva de futucadores de telefone, adoradores de igreja, axé, futebola, “famosos” e “celebridades” depois de acreditar ter chegado ao fundo do poço descobriu tratar-se de um fundo falso. A fossa a que chama de sociedade continua descendo indefinidamente, chegando à equiparação daquilo que devia ser política ao tráfico de drogas e à putaria porquanto as altas cúpulas do poder se declaram promotoras de suruba e “mula” para transportar dinheiro, processo também usado pelos traficantes para conduzir as drogas por não disporem de helicóptero e a faculdade de ficar tudo bem com o fato simplório de negar as acusações.

Diferenciando-se de manada através da capacidade de pensar, o povo descobrirá a existência de coisas infinitamente mais elevadas a se conquistar do que apenas o direito de trabalhar, descansar, comer, cagar e trepar. Descobrirá que a liberdade tão falada não depende apenas das coisas materiais. Pode-se perceber esta realidade olhando para os donos das imensas fortunas mostradas na brutalidade social da revista Forbes. Seus donos não são livres. Os medos lhes atormentam por todo lado, principalmente o medo de ficar pobre ou ser preso em virtude das falcatruas inerentes à formação das grandes fortunas. Liberdade mesmo é não precisar ter medo de nada. Nem passar pela cabeça a possibilidade de ficar sem as coisas das quais depende uma boa qualidade de vida. Como se vê, tais coisas não dependem só de riqueza porque tanto os ricos como os pobres bebem água com bosta, comem comida com veneno, respiram ar empesteado e correm o risco de nem isso terem mais. Inté.

  

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

ARENGA 382


Refletindo a respeito do termo ECONOMIA conclui-se ser apenas mais um dos muitos equívocos em que se baseia a vida dos seres humanos. Ao contrário da sugestão inteligente e racional proposta pelo verbo economizar, no sentido de se usar com a devida parcimônia as coisas necessárias, a economia sugerida pelos sabujos dos reis Midas do Mundo, os papagaios de microfone, escritores e filósofos assalariados, ao contrário, sugere consumir perdulariamente tudo que as fábricas dos ricos donos do mundo produzem, ainda que desnecessárias como quase tudo que a manada abarrota as lojas para comprar em função da existência de um complô criminosamente arquitetado para deturpar a realidade. O escritor Edimilson Movér, na página sete do Ensaio ANTITRATADO DA ECONOMIA faz referência a esse complô num alerta sensato de quem pensa sobre o eminente desastre proveniente do comportamento insensato de quem por não pensar enfia a cabeça no buraco da burrice. Conclui o escritor. É realmente uma burrice maior que o próprio mundo a que envolve a massa amorfa e desprezível de povo, menos por ação sua, mas por uma omissão a que é levado graças ao trabalho nefasto dos deformadores de opinião que faz com que o povo viva numa alegria de débil mental que festeja a própria desgraça. A cultura que sempre orientou o comportamento humano baseada no tripé religião/necessidade de liderança/riqueza trouxe o mundo ao estado de desgraça em que se encontra. A coisa é tão sem pé nem cabeça que a maior parte dos seres humanos padece de sofrimento por não ter as coisas de que precisa enquanto a menor parte deles padece também de desassossego ante a iminência de ser vítima dos necessitados, resultando daí que o mundo se encontra mergulhado no padecimento por exclusiva sandice de gatos pingados possuídos pelo espírito de Midas que mesmo dispondo de imensas fortunas, como o jovem de olhos arregaladas e boca escancarada a berrar na revista IstoÉ que sua empresa dobrava a cada dez anos, mas que ele queria era muito, muito mais ainda.

Por força da doença que produz baba gosmenta de riqueza, monstros espirituais infensos à noção de sociabilidade se fazem arrodear de um séquito de deformadores de opinião que afirmam a troco de salário haver vantagem em destruir os recursos dos quais depende a vida do planeta, o que conseguem mantendo no ar a peteca do “pão e circo” martelado tão incansavelmente que pais de família nada veem de anormal em haver até Ministério do “Pão e Circo” consumindo fabulosas verbas enquanto o governo anuncia congelar por vinte anos gastos em educação e saúde, na contramão do crescimento populacional. É tudo parte do complô maldito a que se referiu o escritor Movér. Não podendo o ajuntamento de riqueza dispensar a prática de crimes porquanto assim como meu pai não dava conta sozinho de executar as tarefas da fazenda, também os Reis Midas do mundo não podem construir sozinhos suas imensas fortunas, razão pela qual se fazem arrodear de um bando de protetores especializados pelas Harvards do mundo em fazer crer que o errado é que é o certo. Afinal, é a troco destas mentiras que eles atendem suas necessidades. O jornal Estado de São Paulo (Estadão) publica o seguinte: “A empresa britânica Rolls-Royce negocia com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) um acordo de leniência, espécie de delação premiada de pessoa jurídica, por meio do qual se compromete a confessar ilícitos, colaborar com investigações e ressarcir prejuízos ao erário”. Aí está, pois, para quem pensa que só por aqui os ricos são criminosos, o modo como se fazem as riquezas no mundo todo. Enquanto isso, o que faz a juventude em prol de um mundo melhor para seus filhos? Hein? Hein? Digaí? Inté.

 

 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

ARENGA 381


Por maior que seja a pompa, as mais elevadas personalidades cairiam no ridículo se determinados comportamentos viessem a público. A arte, embora encarada apenas como diversão, assim não deve ser porque através dela nos são revelados inúmeras facetas da realidade da vida, coisas que nos põem a pensar. O filme Casa dos Espíritos, que vale a pena assistir e pode ser assistido no Netflix, é um convite à meditação sobre a realidade da vida, coisa que passa a anos luz da mediocridade dos frequentadores de igreja, axé e futebola. A história do filme nos mostra a mediocridade existente nos juramentos solenemente jurados. Ante o poderia da natureza, comportamentos aparentemente irretocáveis de posudas e altas autoridades vão por terra abaixo, como acontece quando a intervenção dos encantos femininos de uma prostituta enfeitiçam algum dos chefões revolucionários cuja intervenção salvou a vida da filha de um milionário senador todo-poderoso que seria vilipendiada e morta pela brutalidade humana aumentada quando se trata de policiais porquanto do treinamento a que são submetidos os jovens a fim de se tornarem policiais a arma e a violência passam a fazer parte da sua personalidade. Aqui se faz mais que necessária a ressalva de que na referência à prostituta não vai nenhum desmerecimento às prostitutas porque em minha atribulada vida conheci muitas delas com mais nobreza de caráter do que muitas excelências pelaí).

Esse bolodório vem a propósito da necessidade de se pensar sobre a vida, porquanto ela tem sido tão negligenciada que o dinheiro passou a merecer atenção maior. A realidade da vida é completamente outra daquela que se imagina ser. Não corresponde à realidade nem mesmo a historiazinha bizarra de haver semelhança entre o entregador de pizza e o ginecologista visto que ambos sentem e cheiro, mas não comem. Na realidade, tanto entregadores de pizza quanto ginecologistas sucumbem ao ditame da natureza e, apesar dos juramentos feitos ante o dono da pizzaria e Hipócrates, com remorso ou sem ele, ambos tiram uma lasquinha nos seus instrumentos de trabalho. Mas, até mesmo no que diz respeito à História, deve-se refletir a respeito dela. Na página 1009 do livro História da Civilização Ocidental o historiador Burns questiona se nossa civilização estaria fadada a sucumbir diante de invasores bárbaros vindos de fora ou de dentro da própria humanidade e se seria ela substituída por uma nova Idade das Trevas.

Acontece ser a barbárie da própria humanidade a causa de sua destruição, e deixou ela a Idade das Trevas. Mais uma lição nos dá a arte cinematográfica através do filme Os Vikings, povo cuja cultura incutia nas crianças o ideal de serem guerreiros bravos e matadores, do mesmo modo como a cultura atual incute nas crianças o ideal de riqueza, portanto, a mesma brutalidade com a diferença apenas de que os assassinatos são praticados de forma indireta. Embora os detentores de imensas riquezas não espetam espadas na barriga e nem dá tiro em ninguém, eles matam quando impossibilitam que excluídos possam atender suas necessidades primárias. A realidade da autodestruição da humanidade por conta de sua própria barbárie está demonstrada no conceito dado à nossa História na opinião de Edward Gibbon, citado pelo mesmo historiador, página e livro acima citados, no seguinte teor: “A História seria o registro dos crimes, das loucuras e dos infortúnios da humanidade”. Inté.   

  

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

ARENGA 380


Se há alguma vantagem em ter o saco roxo como afirmou Collor, o presidente cor de rosa dos americanos das bundas brancas tem muito o que agradecer aos papagaios de microfone brasileiros por arroxearam o saco dele com tanta puxação. Se o cara der um pum, a papagaiada faz comentário a respeito de algo tão comum. Falta aos subservientes puxadores de saco a compreensão de ser de amigo da onça a amizade entre países, razão pela qual se deve buscar uma autêntica autonomia entre os diversos agrupamentos humanos porquanto diferentes culturas os separam. Ante a impossibilidade de constituir a humanidade um só agrupamento, faz-se necessário que ao menos haja sinceridade no relacionamento entre os diversos grupos, do mesmo modo como seria melhor a vida havendo sinceridade e respeito mútuo entre os indivíduos de cada grupo. Ocorre, entretanto, que em virtude dos tempos bárbaros de escassez, cada grupo procura tomar de outro grupo as coisas que ele tem, da mesma forma como também acontece entre os indivíduos. Decorre daí que o grupo em cujo saco se dependuram os papagaios de microfone é justamente aquele do qual eles deveriam ignorar porque a riqueza que causa tanto deslumbramentos na papagaiada de microfone custou o bem-estar do futuro de seus filhos. No livro Evolução Política do Brasil, Caio Prado Júnior nos dá magnífica aula sobre esse assunto ao mostrar as artimanhas através das quais a Inglaterra passou mel na boca de Portugal a fim de conseguir vender aos brasileiros de triste memória e aos próprios portugueses os produtos de sua nova e imponente indústria, tão imponente que mereceu da História a classificação de Revolução Industrial. Todo aquele empenho da Inglaterra em colocar sua poderosa força naval a serviço da corte portuguesa fustigada por um francês baixim de nome Napoleão, que usava um chapéu de duas pontas, chapéu esse que, segundo o jornal O Estado de São Paulo (Estadão) teria sido comprado em leilão por um sul coreano tão pobre de espírito quanto os frequentadores da revista Fobes, chamado T. K. Lee, proprietário de uma rede de empresas alimentícias, que pagou por um chapéu seis milhões e cento e cinquenta mil reais, tomados a título de lucro de quem precisava comprar comida. É através deste meio desonesto e perverso que se faz um mundo tão deturpado que dá origem à notícia publicada também no jornal Estadão de que a Unicef prevê a morte de um milhão e quatrocentas mil crianças por desnutrição. Não obstante tanta crueldade a título de lucros, tal mundo tem o saco roxo de tanta puxação e paparicação pelos papagaios de microfone, escritores e filósofos assalariados.

Foi também o espírito de Midas que orientou a Inglaterra na artimanha de fazer com que ao contrário das outras colônias que romperam os laços de subordinação nos campos de batalha, como bem observa o fabuloso historiador Caio Prado Júnior em Desenvolvimento Político do Brasil, livro que a juventude precisa ler quando aprender a ler. Desta forma, é o próprio império português que, premido pela possibilidade de ser atacado por Napoleão, faz da colônia a sede da monarquia, lançando, assim, paradoxalmente, as bases da independência da qual se aproveitou a Inglaterra com a abertura dos portos brasileiros até então restritos aos navios portugueses. Foi assim que antes da paixão pelas compras em Me Ame, a macacada brasileira comprava adoidado dos ingleses e vestiam ternos de casimira azul, tecido próprio para o frio, mas que a macacada mesmo suando sob o sol do Rio de Janeiro transformou em modismo. Eu mesmo tinha um que usava em Itapetinga depois barbear orgulhosamente a penugem que prenunciava a vinda da barba para mais tarde.

Daquela miscelânea teria resultado a independência do Brasil. Entretanto, o que temos não é um país independente nem uma colônia, na verdade, uma bosta. De serviçal da Inglaterra, passou a servir a quem quer que queira dele desfrutar, principalmente as empreiteiras. Cadê uma juventude esperta bastante para entender estar desaprumado o modo de viver nessa terra tão bela? Inté.

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

ARENGA 379


De acordo com o que diz o historiador Burns na página 872 do segundo volume de História da Civilização Ocidental, a implantação do brutal regime fascista italiano contou não só com a aprovação, mas também com a participação da juventude daquele país, o que leva à conclusão de não ter a juventude em qualquer parte do mundo discernimento mental bastante para compreender que a vida demanda a necessidade de paz e entrosamento entre os seres humanos. Na página 876 o autor descreve as atrocidades dos fascistas sobre quem pensasse diferente deles, entre as quais espancamentos, arrancar dentes, ingestão forçada de óleo de rícino, rapto e assassinatos, estupidez que só encontra equivalência na religião, onde alguém é obrigado a pensar de determinada forma, como se o pensamento pudesse obedecer ordem para pensar assim ou assado. Inúmeras evidências provam que a mentalidade jovem se equivoca tanto quando age positivamente como fez ao participar da brutalidade italiana do fascismo quanto se equivoca também ao omitir como se omite a juventude brasileira quando se recusa a participar da política, omissão da qual resulta a infelicidade da transformação da Ciência Política em reles politicagem e estraçalhamento do erário, causa exclusiva dos choros e medos que a todos infelicitam. Enquanto as “excelências” atocham o ferro no rabo da juventude através dos lucros bancários, da privatização da previdência, da transformação da saúde, educação e segurança em negociatas, do foro privilegiado, da elaboração de leis protetoras dos esfaceladores do erário, da venda do território brasileiro como mostra matéria no jornal O Globo, intitulada GOVERNO QUER LIBERAR VENDA DE TERRAS AGRÍCOLAS A ESTRANGEIROS. Apenas o zero do Enem pode justificar tamanho desinteresse da juventude por tais assuntos, dando preferência às igrejas, ao axé, ao futebola e se derrete por “famosos” e “celebridades”.

Enquanto a juventude brasileira chafurda na ignorância política, acontecem coisas que inviabilizam seu futuro como as coisas mostradas na matéria do jornal Folha de São Paulo, da autoria do filósofo Vladmir Safatle, intitulada A RECEITA PARA DESTRUIR UM PAÍS, onde aparecem coisas assustadoras como esta: Nos últimos dias, o Banco Mundial divulgou uma análise segundo a qual espera que, até o final do ano, 3,6 milhões de pessoas voltem à pobreza no Brasil”. Absolutamente nada a não ser os desmandos provenientes do analfabetismo político da juventude justifica a alegada falta de dinheiro para coisa nenhuma. Toda a dificuldade provém do esfacelamento do erário, assunto que nem de longe interessa aos jovens imbecis em sua eterna estupidez de acreditar nunca lhes chegar a necessidade de assistência hospitalar que não encontrarão devido a seu desinteresse político que permite aos ladravazes se locupletarem impunemente enquanto os jovens se deixam iludir com o pão e circo. Se a vida no mundo tem sido um mar de lágrimas, tal fato se deve ao fato de ter sido o mundo um palco de guerras. Assim, é preciso repetir à exaustão a necessidade de se imbuírem os jovens do nobre sentimento de cidadania por ser o único meio de tirar das imbecilidades a vitalidade jovem e orientá-la no sentido de fazer um mundo de paz, sem medo e sem tantos sofrimentos evitáveis. Inté.  

 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

ARENGA 378


Quando uma igreja desaba sobre a malta imbecil de frequentadores, ou quando uma bomba os manda para os ares, o que não deixa de ter seu lado positivo apesar da tristeza que causa a supressão do futuro das inocentes criaturazinhas sacrificadas por seus pais ignorantes que as levam para a morte, tais acontecimentos lembram a possibilidade da existência de um Deus do tipo daquele Deus inventado pelo cartunista Henfil, porque também se fala num Deus criado por Einstein.  O fato horroroso de matar criancinhas inocentes nos desabamentos das igrejas e nas explosões de bombas não seria motivo de impedimento para a existência do Deus de Henfil uma vez que o Deus dos imbecis das igrejas também era indiferente à morte de crianças e as matou aos montes. O Deus do genial Henfil seria aquele da historinha em que o fradinho Baixim cospe no fradinho Cumprido. Algumas das muitas peripécias dos fradinhos do Henfil podem ser vistas propondo ao amigão Google OS FRADINHOS. A historinha que sugere um Deus de Henfil se passa quando o Baixim cuspia para qualquer direção e o cuspe fazia a volta e atingia o Cumprido que, resignadamente como todo carola, dizia coisas mais ou menos assim: “Perdoai-o Senhor” ou então: “Ele não sabe o que faz”. De repente, como se Deus tivesse ficado de saco cheio de tanta subserviência e resignação, uma enorme cusparada caiu do céu sobre o Cumprido. É um Deus assim, capaz de cuspir sobre o conformismo diante dos desmandos e iniquidades que se pode imaginar o Deus de Henfil a derrubar igrejas e orientar desorientados a jogar bombas sobre os estúpidos conformados com todo tipo de maldade que lhes impõem seus algozes, as “autoridades”.

A carga imposta pelas “excelências” à sociedade precisa ser jogada no chão como fez o burrico do poeta Elomar Figueira na canção Peão na Amarração. Desceu ao fundo do poço das indignidades o comportamento daqueles que se dizem líderes dessa sociedade de frequentadores de igreja, axé e futebola. Os três poderes uniram-se numa promiscuidade escancarada. Os ministros da mais alta corte de justiça, o Supremo Tribunal Federal, são indicados pelos politiqueiros acusados de crimes contra a administração pública, configurando-se uma situação esquisitamente aceita pacificamente em que julgados por crimes cometidos contra a sociedade escolhem seus julgadores. Uma colherzinha de chá sobre a falta do pudor indispensável ao judiciário pode ser vista no blog Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim, pedindo ao amigão Google o seguinte: FUX FAZ FESTÃO EM CASA DE ADVOGADO. A aberração denominada Foro Privilegiado também escancara a falta de sinceridade de uma justiça que sob a desculpa de não ser possível julgar todos os crimes dos administradores públicos, isenta-os de julgamento através da prescrição. O temperamento explosivo de homem sincero do doutor Joaquim Barbosa, certa vez, exigiu respeito por parte do ministro Gilmar Mendes dizendo que ele não lidava com um dos jagunços de sua fazenda. É tudo uma balbúrdia. Por que ministro do STF precisa de fazenda? Por que empresários milionários precisam de emprego público? O ministro Marco Aurélio Mello aprovou a atitude antissocial do presidente da república criando um ministério para através da excrescência do Foro Privilegiado abrigar um correligionário contra as investigações da Operação Lava Jato. Enquanto isso, os assuntos aos quais se ligam os jovens são coisas assim: Cleo Pires posta foto nua e é elogiada na internet, notícia acompanhada da foto da atriz nua, mas com as pernas fechadas. Ficaria ridículo se as abrisse e escancarasse a xoxota? Que esperar de uma juventude incapaz de perceber estar correndo o mesmo risco dos jovens da França de 1789, ou da Rússia 1917? Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

       

 

sábado, 18 de fevereiro de 2017

ARENGA 377


Se nenhuma ação inteligente mudar o panorama de degradação moral que tomou conta da administração pública, a mudança virá pela desinteligência da brutalidade, caso em que poderá mudar até mesmo para pior, tendo em vista ser permitido avisar aos desavisados o perigo que os ronda, ou então apenas substituir os atuais parasitas da sociedade por outros como aconteceu com a brutalidade das revoluções Russa e Francesa cujos povos continuam tão escravizados quanto antes daqueles dois acontecimentos pavorosos de esquartejamentos a facão, foice e machado. A brutalidade manifestada nos jogos de futebola, nas balas perdidas, nos cadáveres pelas ruas está apenas retida no interior, na mente. É como a gravidez: um dia saíra do interior para o exterior, e, quanto mais bruto o povo, mais tenebrosa será sua ação vingativa quando finalmente perceber o tremendo papelão de bobo a que é submetido pelas “autoridades”. O “pão e circo” não segurará a barra por muito mais tempo e é por isto que os analfabetos políticos devem se alfabetizar depressa a fim de se conscientizarem da inviabilidade de deixar a administração pública a cargo dos politiqueiros, sob pena de se instalar o caos absoluto com consequências terrivelmente desastrosas para seus filhos. A sugestão do mestre Nietzsche de se escrever em todos os muros do mundo aquilo que precisa ser do conhecimento geral precisa ser aplicada e fazer com que se escreva em todos os muros do mundo a realidade insofismável de ser absolutamente impossível encontrar a paz e a tranquilidade almejada pelas pessoas sensatas enquanto permanecerem elas à espera que tais benefícios lhes sejam doadas, limitando sua participação na administração pública ao pagamento de impostos sem interesse na sua aplicação.

Os imbecis que acorrem às igrejas em busca de proteção não fazem a menor ideia dos horrores que recairão sobre seus filhos em consequência da mais recente ação antissocial desse governo de banqueiros noticiada no jornal Folha de São Paulo de sobre venda de terras brasileiras a estrangeiros. Se em vez das igrejas estes pais imbecis se ligassem em política e em vez da bíblia lessem o que o amigão Google mostra se lhe for sugerido o título DESERTIFICAÇÃO NO BRASIL, caso a estupidez permitisse, haveriam de se preocupar com o fato de que através de artimanhas e as costumeiras “vantagens” os politiqueiros burlaram a proibição de aquisição por estrangeiros de propriedade rural no Brasil de triste sorte, de modo que chineses e japoneses resolveram sua falta de terra adquirindo extensas áreas das melhores terras brasileiras para produzir o alimento que falta em seus países. Agora, os deuses do Olimpo/Brasília, vão promover altas negociatas em troca das terras que já escasseiam para alimentação das novas gerações porquanto aumenta a demanda por alimentos enquanto diminuem as terras férteis para produzi-lo em virtude da grande quantidade de produtos químicos nelas lançadas pelo maldito agribiuzinesse que economistas baba-ovo dos ricos donos do mundo alardeiam como benéfico à sociedade. Inté.

 

 

     

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

ARENGA 376


Cinismo sempre foi a característica dos políticos. Entretanto, por estas bandas de cá do planeta, o cinismo assumiu proporções extraordinariamente estapafúrdias. Apesar de ser a situação encarada pelo povo como motivo de chacotas, tal não se justifica pela inevitabilidade de se chegar à situação desastrosa que precedeu as revoluções russa e francesa de triste memória porque legaram apenas sofrimentos e nenhuma novidade acrescentaram no que diz respeito à exploração da massa ignorante de povo cujo comportamento em nada se difere do comportamento da manada estourada nos filmes americanos, quando transtornado pelo ódio que o cinismo dos nossos políticos está a insuflar com o comportamento de desastrosa indiferença ao fazerem leis escancaradamente protetoras de seus crimes prejudiciais aos cidadãos num descaso irritante. Decisões da maior importância para a administração pública, portanto também para o futuro da juventude robotizada de futucadores de telefone, são tomadas em orgias como na Roma dos Césares. A imprensa noticiou reunião/farra num luxuoso barco de propriedade de um senador para escolha do ministro da mais alta corte de justiça do país. Embora não pareça haver sentimento na massa bruta como mostra a cena ridícula do povo peruano eufórico a saudar seu presidente que fugiu com uma fortuna arrancada do seu lombo, mas e realidade é que apesar de sua notória estupidez, povo tem sentimentos onde vão se acumulando as imagens constrangedoras das figuras de sorridentes políticos sabidamente corruptos justificando leis absurdas destinadas a proteger seus companheiros estraçalhadores do erário. A imprensa noticiou que o ex-promotor italiano Antonio Di Pietro disse haver muita amargura na opinião pública italiana por conta da continuação das propinas no governo de seu país, o que frustrou seu trabalho como responsável pela Operação Mãos Limpas. É o mesmo que a bandidagem da política procura fazer aqui votando leis que os protejam contra a Operação Lava Jato.

Entretanto, por mais que os papagaios de microfone se esforcem na propagação do “panem et circenses” que consome incalculáveis fortunas a ponto de seus protagonistas esbanjarem dinheiro, chegará inevitavelmente o momento do acerto de contas, momento que poderia ser evitado mediante uso da racionalidade e da inteligência que parece banida da humanidade em sua busca eufórica e incansável por riqueza. Absolutamente nada justifica a manutenção da crença da divindade dos políticos se as divindades propriamente ditas perdem prestígio a olhos vistos à medida que também perde força a monumental ignorância que leva multidões de biltres mentais às igrejas com seus filhos escanchados no pescoço. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

ARENGA 375


Faz bem quem se liga em assuntos políticos porque é da política que depende o futuro. Assim, não desejando passar pela vida como mero condutor de comida e enchedor de latrinas, ao consultar os jornais como faz quem não seja analfabeto político, vi na Folha de São Paulo uma foto do prefeito dos paulistanos paramentado em trajes esportivos com a notícia de dirigir um carro esportivo, o que me lembrou Fernando Collor e suas atividades esportivas entre as quais fazer devorteios no céu, brincando de queimar combustível num avião de guerra. Como procuro participar da vida política, comentei a notícia do seguinte modo: “É o papel carbono do Collor”, que mereceu a seguinte contestação por parte de outro leitor da Folha: “Você está viajando, amigo. Volta para o reduto da estrela vermelha vai...”. Trata-se, evidentemente, de pessoa educada meu contestador, e agradeço pelo “amigo”. Entretanto, faço ver ao meu desconhecido amigo tratar-se de engano ao me supor petista. Tenho dado mostra em várias oportunidades de desacreditar nos partido políticos que transformaram em politicagem a Ciência Política. O modo tradicional de administração pública objetiva exatamente a desordem porquanto ela promove uma confusão tão grande que o errado passa a ser considerado correto como a norma segundo o qual o mais capaz (na verdade, mais “esperto”) arranca da sociedade os recursos que a todos deveriam servir, resultando daí nos lucros fabulosos dos bancos, na estupidez de se transformar em negociatas a produção de alimentos, saúde, segurança, fornecimento de água, energia e moradia, elementos que não obstante sua indispensabilidade à comodidade de todos, viraram objeto de especulação da qual resultam bilionários fazendo pose na revista Forbes sob indiferença coletiva, não obstante ser a causa da violência que a todos infelicita graças à falta dos recursos abocanhados pela lepra mental que corroe a harmonia social. Devem-se à ação predadora destes biltres espirituais notícias como estas estampadas na imprensa: “Bebê é baleado no colo do padrasto”. “Confederação de automobilismo deu R$ 780 mil a parente de cartola”. Pai corta o pescoço das duas filhas”. “Estudo demonstra, a partir de dados do IBGE: 0,91% dos proprietários rurais têm 45% das terras; e quanto maior a concentração, pior o IDH. Mas crédito oficial continua favorecendo o latifúndio”.

Esta última notícia sobre concentração de terras é a causa da deterioração da vida nas grandes cidades para onde vão as pessoas do campo expulsos de lá pelos gigolôs da terra, parasitas da sociedade. Na página 21 do livro Partido da Terra, de Alceu Luís Castilho, dá notícia de 38 senadores possuidores de 78.573 hectares. Na página 23, dois vice-prefeitos possuem respectivamente R.$1,2 e R.$1,5 milhão em equipamentos agrícolas sem nenhum hectare declarado à justiça eleitoral. Na página 34, um prefeito dono de uma fazenda de 3.128 hectares, e nas páginas 72 e 73 estão listados vários políticos proprietários de grandes áreas. Também os livros República da Propina, de Márlon Reis, Os Bem$ Que Os Políticos Fazem, Operação Banqueiro, de Rubens Valente, Assalto ao Poder, de Carlos Amorim, Honoráveis Bandidos, de Palmério Dória, Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Júnior e O Chefe de Ivo Patarra, relatam a distorção da finalidade da administração pública. Assim, meu amigo desconhecido, como esperar algo da política tradicional, se dela resultam coisas desse tipo? Na verdade, carecemos de algo novo, uma nova cultura que oriente na direção de um caminho não pavimentado de sofrimento e miséria como o caminho pelo qual sempre caminhou a humanidade. Ou a juventude se empenha nisso ou será tão lamentável seu futuro que nem haverá lugar para os festejamentos ainda em voga. Inté.

 

 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

ARENGA 374


Com título “Filhos de pais não religiosos têm valores éticos mais fortes” que pode ser lido solicitando ao amigão Google o título, o jornal mineiro O TEMPO publica interessante matéria na qual se lê coisas assim: “Crianças que vivem em ambiente ateu podem se beneficiar da falta de fé, diz estudo dos EUA”. Ou assim: Um dos argumentos mais comuns aos que defendem a religião na vida de uma criança é que a fé ajuda a desenvolver fortes valores morais e éticos. Mas pesquisa da universidade do sul da Califórnia – O Longitudinal Study of Generations (Estudo Longitudinal de Gerações) -, que mapeou a relação entre a religião e a vida familiar na população norte americana por 40 anos, revelou que pais ateus tem conseguido melhor desempenho do que as famílias ligadas a alguma religião. Além disso, segundo o estudo, quando esses adolescentes tornam-se adultos, eles tendem a apoiar a igualdade feminina e os direitos dos gays, ser menos racistas, menos autoritários e em média mais tolerantes que os religiosos”.

Isto indica o começo de uma cultura capaz de levar a humanidade a reconhecer a realidade de ter vivido desde sempre uma irrealidade. Só o fato de um jornal da sociedade mineira conhecida por seu conservadorismo publicar assunto pertinente à realidade da irrealidade que é a religião, admitindo que as crianças com formação sem influência da religiosidade tem formação moral superior é algo alvissareiro para o futuro humano porquanto a religiosidade é a causa principal do impedimento da evolução mental dos seres humanos. “Nones” é a denominação atribuída às pessoas que se aderem à nova cultura que se ainda não é considerada contrária à religiosidade, como explica a amiga Wikipédia se lhe for apresentado o tópico NONES, pelo menos é a indiferença à religiosidade, o que já é um grande avanço contra o predomínio dos religiosos ignorantes da realidade da vida, principalmente por ser cada vez mais forte este movimento nos Estados Unidos, país até então de religiosos tão fanáticos que o jovem filósofo Sam Harris, no livro Carta a Uma Nação Cristã, se mostra preocupado com o destino de seu país tendo seus líderes escolhidos por pessoas inocentes como são os religiosos. Se não se trata ainda de um movimento antirreligioso, o fato de não incutirem os pais a religiosidade na inocência de suas crianças será o mesmo que decretar o fim da religiosidade porquanto a religiosidade só existe por se ensinar às crianças sobre Deus e o batalhão de santos que aumenta a cada vez que o Papa transforma a lembrança de algum morto em mais uma divindade para ser ajudante de Deus.

De várias frentes surgem movimentos enfraquecedores da religiosidade. Em observância à resolução da ONU, o governo brasileiro, pelo artigo 18, parágrafo primeiro, do Decreto 592, de 06/07/92, estabelece que toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, inclusive no que diz respeito à religiosidade, o que evidencia o declínio do fanatismo religioso grandemente prejudicial a uma evolução intelectual capaz de permitir a compreensão da necessidade de haver harmonia entre os seres humanos, graças à ação maligna das irmãs gêmeas religião e política, voltada exclusivamente para infernizar a vida dos seres humanos como fomentadoras de guerras e da ignorância da qual ambas se alimentam. A História registra um fato ilustrativo a esse respeito denominado AS DOAÇÕES DE PEPINO, O BREVE. A safadeza se deu da seguinte forma: Com ajuda da força da religião, o Papa persuadiu o rei a virar monge e o substituiu por Pepino, o Breve, grande conquistador. Em recompensa, o novo rei invadiu a Itália, derrotou os lombardos, tomou várias cidades e as ofereceu de presente ao Papa, com o que se iniciou o poder temporal da igreja, definido pelo historiador Henry Thomas na página 230 do livro História da Raça Humana como influência poderosa e perniciosa na política mundial.

Por fim, como alento para quem aprendeu ser socialmente prejudicial a religiosidade, contrastando com a força que ela tinha quando não se admitia a ninguém discordar dela sob pena de virar cinzas, embora mais lentamente do que devia, vem sendo superada a estupidez de ser alguém forçado a pensar de determinada forma porquanto o pensamento não obedece imposição. Contrastando com a estupidez atual dos chineses em destruir a natureza para se tornar mais um império a ser também destruído, a sabedoria de Confúcio parece ter influenciado algo por lá uma vez que o artigo 46 da Constituição chinesa tanto estabelece liberdade para não se acreditar em religião, quanto propagar o ateísmo, coisa impensável nos tempos em que o mundo todo pensava como ainda pensam os idiotas que levam seus filhos para as igrejas. É alvissareira a notícia de se estar sendo retiradas as ataduras que mumificam a cultura. Inté.    

 

 


 

 

 

 

 

domingo, 12 de fevereiro de 2017

ARENGA 373


A regra política de governar contra o povo parece ser a única regra para a qual ainda não há exceção. Não poderá mesmo haver enquanto a estupidez humana não permitir à humanidade elevação espiritual capaz de torná-la autossuficiente o bastante para dispensar a necessidade de ser conduzida por líderes escolhidos não pela nobreza de caráter, mas com base na falsa crença de haver superioridade em função do nascimento como ocorria quando a liderança era passada de pai prá filho; da riqueza como ocorria quando apenas os ricos podiam votar; ou pela capacidade de ludibriar como fazem os atuais líderes que fomentam o analfabetismo político através de imenso esquadrão de prostitutos da consciência que a troco de salário impede a elevação espiritual da massa bruta de povo ao mantê-la num mundinho tão medíocre onde nulidades espirituais são consideradas “excelências”, “celebridades” e “famosos”. Graças ao trabalho nefasto dos papagaios de microfone e escritores assalariados o povo não amadurece mentalmente a ponto de se empenhar em conquistar sua elevação espiritual ou liberdade. Tanto não se empenha que inventou um tal de Deus que estabelece normas para a escravidão em Gênesis 17:12. Êxodo 21:1-11-20-21. Levítico 25:44-45-46. Efésios 6:5. Colossenses 4:1. A falta de participação do povo é a única causa de nunca ter saído do âmbito de quimera os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade surgidos quando a lenta evolução mental aparou um pouco as aresta da monumental ignorância que fazia crer ser normal seres humanos servirem de alimento para leões. A submissão, entretanto, apenas muda de aspecto em vez de ser abolida a fim de se chegar a uma convivência harmoniosa entre os seres humanos, única condição de tornar a vida razoavelmente agradável como acontece entre os membros de uma família na qual prevalece a união. Ao contrário, o que temos sem que a sociedade se dê conta é a realidade perversa, mas defendida pelos papagaios de microfone como a privatização da Previdência Social para beneficiar ainda mais o demoníaco sistema bancário, aconselhamentos para o consumismo, maravilhas decorrentes do agribiuzinesse. Enquanto o povo se deixar levar pela falsidade destes pregadores do apocalipse, a imprensa publicará absurdos desse tipo: “O senador Edison Lobão presidirá a Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Ou a notícia de que o ministro escolhido para a mais alta corte de justiça, o STF, irá para lá a fim de proteger contra a justiça seus correligionários políticos. Ou ainda a notícia de que o lucro líquido do banco Santander Brasil foi de sete bilhões e trezentos e trinta e sete milhões em 2016, absurdos encarados como coisa normal em função do analfabetismo político mantido sem tréguas pela papagaiada de microfone através do endeusamento do “panem et circenses”.

Entretanto, como nada é eterno, começando a perceber algo de errado no ar, surge um movimento denominado desescolarização levando pais a retirar seus filhos das escolas tradicionais. Se este movimento tiver por objetivo ensinar às crianças a necessidade de harmonia em vez de competição, será um passo de gigante no caminho para uma sociedade civilizada. Inté.  

 

 

 

 

sábado, 11 de fevereiro de 2017

ARENGA 372


Na página 61 do livro Fundamentos do Direito, Editora Martin Claret, no capítulo 10, intitulado Doutrinas Teocráticas, seu autor Léon Duguit afirmou há mais de cem anos que a teoria de ser a assunção ao poder político determinada por um poder divino já se encontrava condenada pelo caráter não científico, razão pela qual merecia interesse apenas do ponto de vista histórico. Na página seguinte o autor deu um exemplo da influência negativa exercida sobre a política pela crença que atribuía a Deus o poder de investir no homem o direito de governar, ficando tal crença sobejamente demonstrada no célebre edito do rei Luís XV, datado de dezembro de 1770, onde se lê: “Só de Deus recebemos a nossa coroa: o direito de fazer as leis pertence-nos a nós somente, sem dependência e sem partilha”. A percepção da realidade da vida, infelizmente demasiadamente vagarosa, mostrou ser falsa a afirmação de provir de Deus o poder do governante, crendice que, segundo a História, entre os reis egípcios ou faraós, o casamento tinha de ser entre membros da família do faraó, inclusive entre irmãos, para não macular a linhagem de sangue divino. A ser verdade esta afirmação histórica, deveria haver muitos descendentes malformados. Entretanto, pessoa de poucos conhecimentos, nada sei a respeito. Mas, constatado o abandono da crença da intervenção divina nos assuntos políticos por seu caráter anticientífico, por que, então, não bani-la por completo se também no que diz respeito à existência da vida a falsidade religiosa atribui à divindade enquanto  a ciência prova que ela decorre da união do óvulo e do espermatozoide, realidade também verificada entre os bichos?  Quanto menos desprovidas de conhecimento as pessoas, mais fácil de serem enganadas, realidade também irrefutável dada a facilidade com que são enganadas as crianças. Decorrido tanto tempo do tempo em que se acreditava que o rei era também um deus, já é tempo de também se perceber a bobagem que é essa história de Deus porquanto está aí à vista de quem tiver olhos prá ver a realidade de ser maior a infelicidade onde maior também é a crença nesse Deus imaginário que serve para locupletar espertalhões aproveitadores da falta de discernimento dos frequentadores de igreja que desempenham papel de completos idiotas sustentando uma parafernália religiosa tão perdulária e inútil quanto as cortes medievais a valsar em imensos salões. Prova cabal de ser a religiosidade fruto da ignorância é a realidade indiscutível de ser mais fácil encontrar Jesus Cristo debaixo de uma cruz e chibatadas do que encontrar um ateu analfabeto. Inté.

 

 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

ARENGA 371


Qual a reação do povo, vendo todas estas manchetes? Pergunta o Jornal do Brasil. A matéria jornalística quer saber como o povo encara a situação atual de ter sido a política apossada por mafiosos, cujos crimes causam danos à sociedade infinitamente maiores do que os crimes praticados pelos criminosos comuns aos quais os papagaios de microfone se referem como monstros. Estes “monstros”, na verdade, foram levados à esta condição por decorrência da falta dos recursos subtraídos impunemente do erário pelos verdadeiros monstros tratados de “excelências”, que além do crime de latrocínio também cometem o crime de incentivo à criminalidade ao provar haver vantagem em ser criminoso. Ainda é fresca a história do tráfico de droga por helicóptero, impune por ser uma “excelência” o traficante. A pergunta sobre qual a reação do povo ante a criminalidade espantosa que assola o país parece ingênua porque povo não existe para reagir a coisa nenhuma. Ao contrário, através da História, povo sempre serviu de bucha de canhão, conduzido feito manada ao sabor de das pretensões de seus donos. A juventude, vítima de uma administração pública destinada a dar vida regalada aos administradores, além de fazendas, indústrias e riqueza, contenta-se em viver num mundinho de futucar zap-zap sem dar a mínima para o fato que deveria ser inaceitável de ter de ralar anos a fio se preparando para trabalhar duro a fim de conseguir um padrão de vida razoável enquanto jovens que nunca encostaram a bunda num banco de escola viram reis a esbanjar riqueza por chutar bola com destreza. Desse modo, a curiosidade do jornal sobre a reação do povo brasileiro ante o caos instalado na sua sociedade, pode-se garantir e assinar em baixo que não haverá reação alguma por estar cuidando dos preparativos para o carnaval, indiferente à realidade de ter à sua espera um corredor de hospital onde amargurar sua indiferença em relação à vida depois de passada a energia que faz endurecer o pau dos jovens e umedecer a vagina das jovens.

Em lugar algum do mundo a juventude foi capaz de perceber a imposição que pesa sobre ela de ser tão abnegada quanto Jesus Cristo e São Francisco, e paciente como Jó. Enquanto “excelências” criam a proteção do Foro Privilegiado e estende esta proteção a colegas de crimes criando ministérios a serem custeados pela juventude, os trabalhadores da segurança pública estão sendo enquadrados como criminosos por reivindicar um bilionésimo do padrão de vida das “excelências”. Inté.

 

 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

ARENGA 370


Não há dúvida alguma quanto à necessidade de se pôr a pensar. Tanto quanto recomendou Rodin através de sua escultura O PENSADOR. Num espaço de apenas quarenta minutos tive dois exemplos da necessidade de se pensar, e muito, sobre a questão da religiosidade, principalmente. Ao cumprir o vício de saber o que dizem os jornais, dei com a seguinte notícia na Folha de São Paulo: VEREADORA SE RECUSA A LER BÍBLIA EM SESSÃO E GERA POLÊMICA EM ARARAQUARA. Trata-se da bela jovem estudante de direito Thainara Faria, que estreia com brilho sua carreira política ao demonstrar compreensão de haver necessidade de novos ares que soprem prá bem longe o ar bolorento da tradição milenar enraizada na personalidade da massa ignorante incapaz de perceber não ser Deus o criador da religiosidade, mas a religiosidade a criadora de Deus. O historiador Henry Thomas afirma ser bem provável que Deus e os governantes tenham tido sua origem num pé de trigo. A explicação seria a seguinte: No lugar onde primeiro se formou o maior agrupamento de seres humanos, o Egito, a vida dependia do trigo, alimentação básica. Como se desconhecia o cultivo, as plantas para serem colhidas existiam espontaneamente ao sabor das enchentes do Rio Nilo. Da circunstância que diferencia os seres humanos tanto no físico quanto no psíquico resultou que alguns espécimes humanos tenham maior capacidade de percepção do que outros. Infelizmente, porém, esta circunstância sempre levou os de maior percepção a usar desta faculdade para tirar proveito dos demais. Foi assim que ao perceber a germinação do trigo, em vez de comunicar aos demais aquela grande descoberta, os observadores teriam se aproveitado para se fazer representante de deuses, passando a serem encaradas como pessoas “diferentes”. Para perpetuar e ampliar a vantagem desta “diferença”, inventaram um Deus para representar e um governo para chefiar. Daí afirmar o historiador que Deus e os faraós tiveram origem num pé de trigo.

Depois da auspiciosa notícia da lucidez da jovem vereadora, dois fatos confirmaram a insistência deste mal amanhado blog quanto à necessidade de se analisar o que se ouve e lê. O primeiro deles foi encontrar entre os comentários à notícia sobre o comportamento elogiável da jovem vereadora, quem a censurasse sob alegação de ser o Brasil um país cristão. Elevando o pensamento acima da mediocridade de BBB, “famosos” e “celebridades”, face o estado de miséria e choro que denuncia sofrimento, conclui-se pela necessidade de deixar o Brasil de ser cristão, razão pela qual aquela jovem merece ser elogiada e não criticada. O segundo acontecimento que também leva à conclusão da necessidade de pensar, ocorreu quando dei com dois trabalhadores cada um portando no ombro um fardo da mudança de alguém que deixa nosso prédio e ouvi um deles dizer que Deus é muito bom. Aí está a realidade percebida pela sociologia quando afirma ser maior o atraso mental de um povo de determinada comunidade quanto maior for o número de igrejas e farmácias. Depois de passada a vitalidade daquele trabalhador braçal e chegar seu aneurisma cerebral, Deus o internará no Sírio Libanês? É triste saber que este distanciamento da realidade é fomentado por aqueles a quem a natureza dotou de maior capacidade de percepção, mas que a usam tão mal que os benefícios pretendidos com esse mal uso se convertem em malefícios para todos, independentemente de serem ou não cristãos. Inté.