Cinismo
sempre foi a característica dos políticos. Entretanto, por estas bandas de cá
do planeta, o cinismo assumiu proporções extraordinariamente estapafúrdias.
Apesar de ser a situação encarada pelo povo como motivo de chacotas, tal não se
justifica pela inevitabilidade de se chegar à situação desastrosa que precedeu
as revoluções russa e francesa de triste memória porque legaram apenas
sofrimentos e nenhuma novidade acrescentaram no que diz respeito à exploração
da massa ignorante de povo cujo comportamento em nada se difere do
comportamento da manada estourada nos filmes americanos, quando transtornado
pelo ódio que o cinismo dos nossos políticos está a insuflar com o
comportamento de desastrosa indiferença ao fazerem leis escancaradamente
protetoras de seus crimes prejudiciais aos cidadãos num descaso irritante.
Decisões da maior importância para a administração pública, portanto também
para o futuro da juventude robotizada de futucadores de telefone, são tomadas
em orgias como na Roma dos Césares. A imprensa noticiou reunião/farra num
luxuoso barco de propriedade de um senador para escolha do ministro da mais
alta corte de justiça do país. Embora não pareça haver sentimento na massa
bruta como mostra a cena ridícula do povo peruano eufórico a saudar seu
presidente que fugiu com uma fortuna arrancada do seu lombo, mas e realidade é
que apesar de sua notória estupidez, povo tem sentimentos onde vão se
acumulando as imagens constrangedoras das figuras de sorridentes políticos
sabidamente corruptos justificando leis absurdas destinadas a proteger seus
companheiros estraçalhadores do erário. A imprensa noticiou que o ex-promotor
italiano Antonio Di Pietro disse haver muita amargura na opinião pública
italiana por conta da continuação das propinas no governo de seu país, o que
frustrou seu trabalho como responsável pela Operação Mãos Limpas. É o mesmo que
a bandidagem da política procura fazer aqui votando leis que os protejam contra
a Operação Lava Jato.
Entretanto,
por mais que os papagaios de microfone se esforcem na propagação do “panem et
circenses” que consome incalculáveis fortunas a ponto de seus protagonistas
esbanjarem dinheiro, chegará inevitavelmente o momento do acerto de contas,
momento que poderia ser evitado mediante uso da racionalidade e da inteligência
que parece banida da humanidade em sua busca eufórica e incansável por riqueza.
Absolutamente nada justifica a manutenção da crença da divindade dos políticos
se as divindades propriamente ditas perdem prestígio a olhos vistos à medida
que também perde força a monumental ignorância que leva multidões de biltres mentais
às igrejas com seus filhos escanchados no pescoço. Inté.
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