quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

ARENGA 376


Cinismo sempre foi a característica dos políticos. Entretanto, por estas bandas de cá do planeta, o cinismo assumiu proporções extraordinariamente estapafúrdias. Apesar de ser a situação encarada pelo povo como motivo de chacotas, tal não se justifica pela inevitabilidade de se chegar à situação desastrosa que precedeu as revoluções russa e francesa de triste memória porque legaram apenas sofrimentos e nenhuma novidade acrescentaram no que diz respeito à exploração da massa ignorante de povo cujo comportamento em nada se difere do comportamento da manada estourada nos filmes americanos, quando transtornado pelo ódio que o cinismo dos nossos políticos está a insuflar com o comportamento de desastrosa indiferença ao fazerem leis escancaradamente protetoras de seus crimes prejudiciais aos cidadãos num descaso irritante. Decisões da maior importância para a administração pública, portanto também para o futuro da juventude robotizada de futucadores de telefone, são tomadas em orgias como na Roma dos Césares. A imprensa noticiou reunião/farra num luxuoso barco de propriedade de um senador para escolha do ministro da mais alta corte de justiça do país. Embora não pareça haver sentimento na massa bruta como mostra a cena ridícula do povo peruano eufórico a saudar seu presidente que fugiu com uma fortuna arrancada do seu lombo, mas e realidade é que apesar de sua notória estupidez, povo tem sentimentos onde vão se acumulando as imagens constrangedoras das figuras de sorridentes políticos sabidamente corruptos justificando leis absurdas destinadas a proteger seus companheiros estraçalhadores do erário. A imprensa noticiou que o ex-promotor italiano Antonio Di Pietro disse haver muita amargura na opinião pública italiana por conta da continuação das propinas no governo de seu país, o que frustrou seu trabalho como responsável pela Operação Mãos Limpas. É o mesmo que a bandidagem da política procura fazer aqui votando leis que os protejam contra a Operação Lava Jato.

Entretanto, por mais que os papagaios de microfone se esforcem na propagação do “panem et circenses” que consome incalculáveis fortunas a ponto de seus protagonistas esbanjarem dinheiro, chegará inevitavelmente o momento do acerto de contas, momento que poderia ser evitado mediante uso da racionalidade e da inteligência que parece banida da humanidade em sua busca eufórica e incansável por riqueza. Absolutamente nada justifica a manutenção da crença da divindade dos políticos se as divindades propriamente ditas perdem prestígio a olhos vistos à medida que também perde força a monumental ignorância que leva multidões de biltres mentais às igrejas com seus filhos escanchados no pescoço. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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