Se
dependemos da política de forma tão absoluta que inclui nossas próprias vidas,
por que, então, tem a atividade política de ser exercida às escondidas de nós?
Se assim tem sido até agora, assim não deve continuar sendo. Ou se cura a Peste
Paquidérmica que assola a mente da juventude e se crie uma tradição nova, ou a humanidade
jamais passará da materialidade de viver em função de dinheiro. Conhecedor
apenas por teoria da necessidade que tem os políticos de subterfúgios, inclusive
através das recomendações de Maquiavel, passei a conhecê-la na prática aqui em
minha Cidade de Vitória da Conquista, em reunião na seção local da Ordem dos
Advogados, onde era recebida com justificadas honras a candidata a senadora, a
ministra Eliana Calmon. Há muito uma dúvida me entalada o pensamento: Como
entender a existência dos livros Honoráveis Bandidos, Privataria Tucana e O
Chefe sem que nem acusadores e nem acusados fossem levados às barras da
justiça? Sabendo da sinceridade, honradez e competência jurídica da ministra Eliana Calmon, em quem votei
conscientemente, mas que foi derrotada pelo analfabetismo político deste
povinho desqualificado em todos os sentidos, estava eu convencido de sair de lá
com minhas dúvidas esclarecidas. Entretanto, apesar de sua conhecida
sinceridade como ministra, como política, limitou-se apenas a dizer que
Fernando Henrique havia esclarecido no programa de televisão Roda Vida serem
falsas as acusações a ele imputadas. Só disse isso aí. Portanto, nada ficou esclarecido
e continuo querendo entender este “mistério”. Sendo notório o caráter nobre e a
competência jurídica da ministra Eliana, sua resposta não explica o fenômeno
porque também não se pode desconhecer a nobreza de caráter do jornalista Hélio
Fernandes, que no seu jornal Tribuna da Imprensa escreveu magistrais artigos
sobre a desonestidade de FHC na privatização da Vale do Rio Doce. Além disso, é
do conhecimento de quem se interessa por política que um tio de Fernando
Henrique Cardoso, o general Felicíssimo Cardoso, afirmou não ser de confiança o
seu sobrinho. Assumir o peso da responsabilidade sobre atos ímprobos praticados
é atitude que passa a anos luz da personalidade dos políticos tradicionais como
prova o chavão enjoativo martelado pelos papagaios de microfone “NEGA AS
ACUSAÇÕES”. A recusa da ministra em esclarecer o motivo pelo qual Maluf,
Sarney, FHC e Lula não sejam obrigados a provar inocência e nem os autores das
acusações punidos por calúnia e difamação foi a experiência prática que tive da
necessidade de serem os políticos reticentes com a verdade.
Num ato
falho, o governador de São Paulo disse que se o povo tomar conhecimento do que
se passa por baixo dos panos no mundo político, a guilhotina será ressuscitada.
Embora não seja de desejar acontecer com a guilhotina o mesmo que aconteceu com
Lázaro porque dela não resultou nada de construtivo, alguma coisa precisa ser
feita porquanto dos acontecimentos que acontecem debaixo dos panos resultam as
seguintes notícias: No livro Tudo ou Nada, da jornalista Malu Gasper, lê-se o
seguinte: “Eike Batista é legítimo
representante do empresariado brasileiro, com algumas poucas exceções. Defende
o capitalismo puro, mas busca todo o tipo de facilidades, como ser financiado
por um banco público, no caso, o BNDES”. Também na
Folha, reportagem de Bela Megale e Mariana Dias: “Ex-executivos
da empreiteira Andrade Gutierrez relataram, em delação premiada à Operação Lava
Jato, que a empresa mantinha uma espécie de "tesouraria interna" dedicada
ao pagamentos de propina e caixa dois para agentes públicos”.
Tendo sido
a atividade de administrar os recursos transformada em conluios desse tipo,
evidente fica a necessidade de ser feita por debaixo dos panos. Faz-se
necessário portanto, para o bem das futuras gerações, de uma vacina contra a
Peste Paquidérmica a fim de poder a juventude retirar os panos e deixar a luz
do sol clarear a atividade política por ela a única fonte do bem buscado nas
igrejas ou do mal encontrado no medo da violência, a depender da mentalidade
dos jovens. Inté.
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