Se há
alguma vantagem em ter o saco roxo como afirmou Collor, o presidente cor de
rosa dos americanos das bundas brancas tem muito o que agradecer aos papagaios
de microfone brasileiros por arroxearam o saco dele com tanta puxação. Se o
cara der um pum, a papagaiada faz comentário a respeito de algo tão comum.
Falta aos subservientes puxadores de saco a compreensão de ser de amigo da onça a amizade entre países, razão pela qual se
deve buscar uma autêntica autonomia entre os diversos agrupamentos humanos porquanto
diferentes culturas os separam. Ante a impossibilidade de constituir a
humanidade um só agrupamento, faz-se necessário que ao menos haja sinceridade
no relacionamento entre os diversos grupos, do mesmo modo como seria melhor a
vida havendo sinceridade e respeito mútuo entre os indivíduos de cada grupo.
Ocorre, entretanto, que em virtude dos tempos bárbaros de escassez, cada grupo
procura tomar de outro grupo as coisas que ele tem, da mesma forma como também
acontece entre os indivíduos. Decorre daí que o grupo em cujo saco se
dependuram os papagaios de microfone é justamente aquele do qual eles deveriam
ignorar porque a riqueza que causa tanto deslumbramentos na papagaiada de
microfone custou o bem-estar do futuro de seus filhos. No livro Evolução Política
do Brasil, Caio Prado Júnior nos dá magnífica aula sobre esse assunto ao
mostrar as artimanhas através das quais a Inglaterra passou mel na boca de
Portugal a fim de conseguir vender aos brasileiros de triste memória e aos
próprios portugueses os produtos de sua nova e imponente indústria, tão
imponente que mereceu da História a classificação de Revolução Industrial. Todo
aquele empenho da Inglaterra em colocar sua poderosa força naval a serviço da
corte portuguesa fustigada por um francês baixim de nome Napoleão, que usava um
chapéu de duas pontas, chapéu esse que, segundo o jornal O Estado de São Paulo
(Estadão) teria sido comprado em leilão por um sul coreano tão pobre de
espírito quanto os frequentadores da revista Fobes, chamado T. K. Lee, proprietário
de uma rede de empresas alimentícias, que pagou por um chapéu seis milhões e
cento e cinquenta mil reais, tomados a título de lucro de quem precisava comprar
comida. É através deste meio desonesto e perverso que se faz um mundo tão
deturpado que dá origem à notícia publicada também no jornal Estadão de que a
Unicef prevê a morte de um milhão e quatrocentas mil crianças por desnutrição.
Não obstante tanta crueldade a título de lucros, tal mundo tem o saco roxo de
tanta puxação e paparicação pelos papagaios de microfone, escritores e
filósofos assalariados.
Foi também o espírito de Midas que orientou a Inglaterra na artimanha de
fazer com que ao contrário das outras colônias que romperam os laços de
subordinação nos campos de batalha, como bem observa o fabuloso historiador
Caio Prado Júnior em Desenvolvimento Político do Brasil, livro que a juventude
precisa ler quando aprender a ler. Desta forma, é o próprio império português
que, premido pela possibilidade de ser atacado por Napoleão, faz da colônia a
sede da monarquia, lançando, assim, paradoxalmente, as bases da independência
da qual se aproveitou a Inglaterra com a abertura dos portos brasileiros até
então restritos aos navios portugueses. Foi assim que antes da paixão pelas
compras em Me Ame, a macacada brasileira comprava adoidado dos ingleses e
vestiam ternos de casimira azul, tecido próprio para o frio, mas que a macacada
mesmo suando sob o sol do Rio de Janeiro transformou em modismo. Eu mesmo tinha
um que usava em Itapetinga depois barbear orgulhosamente a penugem que
prenunciava a vinda da barba para mais tarde.
Daquela miscelânea teria resultado a independência do Brasil. Entretanto,
o que temos não é um país independente nem uma colônia, na verdade, uma bosta.
De serviçal da Inglaterra, passou a servir a quem quer que queira dele
desfrutar, principalmente as empreiteiras. Cadê uma juventude esperta bastante
para entender estar desaprumado o modo de viver nessa terra tão bela? Inté.
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