quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

ARENGA 380


Se há alguma vantagem em ter o saco roxo como afirmou Collor, o presidente cor de rosa dos americanos das bundas brancas tem muito o que agradecer aos papagaios de microfone brasileiros por arroxearam o saco dele com tanta puxação. Se o cara der um pum, a papagaiada faz comentário a respeito de algo tão comum. Falta aos subservientes puxadores de saco a compreensão de ser de amigo da onça a amizade entre países, razão pela qual se deve buscar uma autêntica autonomia entre os diversos agrupamentos humanos porquanto diferentes culturas os separam. Ante a impossibilidade de constituir a humanidade um só agrupamento, faz-se necessário que ao menos haja sinceridade no relacionamento entre os diversos grupos, do mesmo modo como seria melhor a vida havendo sinceridade e respeito mútuo entre os indivíduos de cada grupo. Ocorre, entretanto, que em virtude dos tempos bárbaros de escassez, cada grupo procura tomar de outro grupo as coisas que ele tem, da mesma forma como também acontece entre os indivíduos. Decorre daí que o grupo em cujo saco se dependuram os papagaios de microfone é justamente aquele do qual eles deveriam ignorar porque a riqueza que causa tanto deslumbramentos na papagaiada de microfone custou o bem-estar do futuro de seus filhos. No livro Evolução Política do Brasil, Caio Prado Júnior nos dá magnífica aula sobre esse assunto ao mostrar as artimanhas através das quais a Inglaterra passou mel na boca de Portugal a fim de conseguir vender aos brasileiros de triste memória e aos próprios portugueses os produtos de sua nova e imponente indústria, tão imponente que mereceu da História a classificação de Revolução Industrial. Todo aquele empenho da Inglaterra em colocar sua poderosa força naval a serviço da corte portuguesa fustigada por um francês baixim de nome Napoleão, que usava um chapéu de duas pontas, chapéu esse que, segundo o jornal O Estado de São Paulo (Estadão) teria sido comprado em leilão por um sul coreano tão pobre de espírito quanto os frequentadores da revista Fobes, chamado T. K. Lee, proprietário de uma rede de empresas alimentícias, que pagou por um chapéu seis milhões e cento e cinquenta mil reais, tomados a título de lucro de quem precisava comprar comida. É através deste meio desonesto e perverso que se faz um mundo tão deturpado que dá origem à notícia publicada também no jornal Estadão de que a Unicef prevê a morte de um milhão e quatrocentas mil crianças por desnutrição. Não obstante tanta crueldade a título de lucros, tal mundo tem o saco roxo de tanta puxação e paparicação pelos papagaios de microfone, escritores e filósofos assalariados.

Foi também o espírito de Midas que orientou a Inglaterra na artimanha de fazer com que ao contrário das outras colônias que romperam os laços de subordinação nos campos de batalha, como bem observa o fabuloso historiador Caio Prado Júnior em Desenvolvimento Político do Brasil, livro que a juventude precisa ler quando aprender a ler. Desta forma, é o próprio império português que, premido pela possibilidade de ser atacado por Napoleão, faz da colônia a sede da monarquia, lançando, assim, paradoxalmente, as bases da independência da qual se aproveitou a Inglaterra com a abertura dos portos brasileiros até então restritos aos navios portugueses. Foi assim que antes da paixão pelas compras em Me Ame, a macacada brasileira comprava adoidado dos ingleses e vestiam ternos de casimira azul, tecido próprio para o frio, mas que a macacada mesmo suando sob o sol do Rio de Janeiro transformou em modismo. Eu mesmo tinha um que usava em Itapetinga depois barbear orgulhosamente a penugem que prenunciava a vinda da barba para mais tarde.

Daquela miscelânea teria resultado a independência do Brasil. Entretanto, o que temos não é um país independente nem uma colônia, na verdade, uma bosta. De serviçal da Inglaterra, passou a servir a quem quer que queira dele desfrutar, principalmente as empreiteiras. Cadê uma juventude esperta bastante para entender estar desaprumado o modo de viver nessa terra tão bela? Inté.

 

 

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário