Não há nem
sombra de dúvida quanto ao fato de faltar um paradigma para a lógica na
humanidade. Quando pessoas de alta intelectualidade e até filósofos se
disponham a argumentar a favor de um modo de vida que produza mais infelicidade
do que bem-estar, fica evidente haver algo de errado porque quando alguém se
dispõe a pensar, atividade dos filósofos, chega à conclusão de que viver melhor
é melhor do que viver pior. À conclusão simples desta realidade chegaram os primeiros
humanos que tomaram a decisão de se ajuntarem a fim de caçar melhor e se
proteger melhor tanto das feras quanto da natureza, visto que construir abrigo
em grupo era mais fácil do que sozinho. Desse modo, evidencia-se haver algo de
errado com os intelectuais e filósofos que fazem opção pelo viver pior ao
tecerem loas para a individualidade do capitalismo. Este algo errado pode estar
na loucura ou nas deformações sado/masoquistas, ou ainda no apego à riqueza, o
que caracteriza tais pessoas como escritores assalariados e falsos filósofos.
A
finalidade da vida nem de longe pode se resumir à tarefa de acumular dinheiro
em infernos fiscais. De tal procedimento resulta o ambiente em que vivemos,
onde mãe vende a virgindade da filha de nove anos, comportamento encarado com
indiferença pelos frequentadores de igrejas e requebradores de quadris dentro
da cultura estabelecida pelo sistema capitalista cristão, cujo sistema
educacional incentiva a desumanidade de promover a exclusão social e a
imoralidade de deturpar o verdadeiro sentido das coisas do sexo como faz a
televisão ao vulgarizar este sentimento que na realidade é uma necessidade
imposta pela natureza. Se a atividade sexual é parte integrante do organismo humano
que dela não pode prescindir, não pode haver imoralidade na sua realização. A
imoralidade está é em transformar em dinheiro a obtenção da satisfação sexual
como acontece no sistema de vida aprovado por estes escritores assalariados e
falsos filósofos. O sistema capitalista traz a imoralidade em suas raízes e por
isso mesmo cria infelicidade ao transformar tudo em dinheiro, do mesmo modo que
o rei Midas produzia infelicidade ao transformar tudo em ouro.
Toda a
infelicidade que atormenta a humanidade decorre apenas da situação
insustentável de considerar as fantasias como coisas reais. A humanidade vive
tão iludida quanto viviam os habitantes de uma caverna que não conheciam a realidade
do lado de fora. Trata-se de uma alegoria filosófica que nos mostra não só que nosso
comportamento depende apenas das conclusões a que chega nosso pensamento, mas
também que nosso pensamento pode chegar a conclusões falsas e produzir
comportamentos também falsos. Consta que o filósofo não falsificado Platão
teria imaginado uma situação em que alguns seres humanos que nunca tinham saído
da caverna em que nasceram e cresceram, desconhecendo, portanto o que havia do
lado de fora, encaravam como coisas reais as sombras das pessoas que passavam
pela entrada da caverna projetadas no fundo desta caverna pela luminosidade de
uma fogueira eterna do lado de fora, mas que não podiam ser vistas pelo grupo
de dentro da caverna porque as pessoas que formavam esse grupo não podiam se
virar e apenas conheciam as sombras e o murmúrio das vozes dos passantes, e por
isso pensavam serem coisas materiais o que eram apenas sombras. Embora se diga
que Platão apenas narrou esta criação elaborada no cérebro de Sócrates, seu
professor, tal circunstância é irrelevante porque a relevância está no exemplo
demonstrativo de como a mente humana pode errar a depender das aparências. A
super amiga Wikipédia esclarece que um dos habitantes da caverna teria
conseguido ir à entrada do buraco e enxergado a realidade, mas que teria sido
morto como mentiroso pelos outros enganados para quem a realidade era aquela a
que estavam acostumados. Esta complementação enriquece o exemplo dado pelo
filósofo que nos permite entender o porquê de serem destruídos todos aqueles
que perceberam viver a humanidade uma falsidade e tentar mostrar às outras
pessoas a farsa.
Flagrantemente
enganada está a juventude ao se deixar seduzir pelos falsos filósofos, escritores
assalariados e falsos ídolos. Tudo isso visa esmagar as conclusões de
pensadores que observaram do lado de fora do buraco negro em que se constitui o
mundo capitalista. A questão do sexo é um bom exemplo deste engano e não é este
iletrado que pode provar tal realidade. Quem o faz é uma escritora não
assalariada, mas por convicção, e que traz na mesma pessoa uma filósofa não
falsificada. Trata-se de Loretta Napoleoni, cujo perfil pode ser visualizado
através do amigão Google, e principalmente na leitura do seu fabuloso livro
Economia Bandida, do qual extraímos do primeiro capítulo, matéria intitulada O
Muro do Sexo, o seguinte trecho sobre a brutalidade capitalista de transformar
seres humanos em escravos de produzir dinheiro através da atividade sexual. Com
a palavra a doutoríssima Loretta:
“Estendida ao longo da fronteira tcheco-alemã, a
Rodovia E-55 é também conhecida como a Rodovia do Amor. Nesse tenebroso trecho
de asfalto encontra-se a maior concentração de prostitutas da Europa. Mulheres
oriundas do antigo bloco soviético ficam à beira da estrada oferecendo seus
corpos a preço de banana: meia hora por 35 euros; sem preservativo, 45 euros.
Só a indústria sexual de Dubai tem preços comparáveis. Mas a Rodovia E-55 não
está só. Na antiga fronteira entre a Europa Ocidental e a Oriental não faltam
instalações do ramo: um aglomerado de mercados sexuais, bordéis e, em lugar da
imaginária Cortina de Ferro, quiosques acortinados.
Durante toda a década de 1990, a prostituição
proliferou nas rotas que levam às fronteiras dos países ocidentais. O
simbolismo impressiona: “As fronteiras abertas dão ao negócio sexual um ar de
internacionalismo, especialmente na zona fronteiriça ocidental, onde se dá o
‘encontro de nações’. Daqui, o negócio do sexo é exportado para os países da
Europa Ocidental”
Algumas das mulheres que trabalham na zona de
fronteira não são prostitutas, mas escravas sexuais compradas em mercados
especializados situados nas vizinhanças da antiga Linha de separação
Leste-Oeste. O infame Mercado Arizona, no noroeste da Sérvia, é bem conhecido
dos cáftens internacionais. Ele lembra uma cidade da corrida do ouro
norte-americana do século XIX, donde o seu nome. Escondido atrás de um trecho
da estrada batizado de Rodovia Arizona, próximo à fronteira croata, o mercado
foi apelidado de “Wal-Mart da Sérvia” por ter sido construído com a ajuda das
tropas norte-americanas no fim da guerra civil balcânica. Os comerciantes vêm
ao Mercado Arizona para comprar mulheres. “Eles mandam as garotas tirarem as
roupas e elas ficam nuas na beira da estrada. (...) Os homens chegam, tocam suas
carnes, inspecionam sua pele e olham até dentro de suas bocas antes de fazer
uma oferta”.
Em outro
trecho do mesmo capítulo, prossegue a fabulosa escritora:
“O desmantelamento do comunismo catapultou a
prostituição porque a população do antigo bloco soviético, feminina
principalmente, foi lançada na pobreza. Em meados da década de 1990 o
desemprego entre as mulheres russas atingiu a marca de 80%, contra praticamente
zero durante o regime soviético... Nessas circunstâncias, muitas mulheres se
tornaram prostitutas para poder sustentar os filhos”.
Esta é a
qualidade de vida que o sistema capitalista proporciona. A prostituição, como
as drogas, não se resolve com perseguição, mas com educação, coisa que o
sistema capitalista abomina para evitar o esclarecimento porque ele se nutre da
obscuridade da ignorância.
Um relacionamento
sexual extra-matrimônio é salutar porque proporciona o fortalecimento dos laços
familiares e, consequentemente, da sociedade, vez que a família é a célula
social. A garota de programa funciona como uma válvula de escape que permite ao
marido a oportunidade de dar vazão à pressão proveniente da mesmice de um relacionamento
sexual obrigatório. O desejo sexual, como o amor, não pode ser imposto. São
livres como os pássaros fora da gaiola. A descompressão decorrente da “pulada
de cerca” faz surgir um pai e um marido mais amoroso. Mas, nem só o homem sofre
o efeito danoso da exclusividade sexual. Esta idéia vem do tempo em que o macho
nocauteava a fêmea e a arrastava pelos cabelos para dentro da caverna.
Atualmente, quando foi banida a exclusividade do macho de prover os meios de
satisfazer as necessidades do grupo familiar, sendo esta obrigação atualmente
tanto do marido quanto da mulher, que já pode ser compelida a prestar pensão ao
marido em certos casos, diante desta nova sociedade é de se estender à mulher o
direito de “pular a cerca” vez que também ela passa pela mesma necessidade de
“variar”. Tal entendimento, entretanto, só habitará uma sociedade de pessoas
educadas, o que exclui a possibilidade de ter alguém a necessidade de trocar um
relacionamento sexual por um prato de comida, coisa corriqueira no monstruoso
sistema capitalista.
Entretanto,
são várias as faces monstruosas desse sistema que transforma os seres humanos
em consumidores e material humano. Mas, como os sacos tem limite, continuaremos
depois de recompô-los. Inté.