sexta-feira, 15 de novembro de 2013

DE CABEÇA PRÁ BAIXO


 

Para as consciências prostituídas, teúdas e manteúdas pela depravação do mundo capitalista causador da infelicidade do mundo, para quem a vida se resume em juntar dinheiro, as drogas são para este tipo de consciência as causadoras de toda a desarrumação social. Garantem cientistas sociais falsificados e contratados para fazer a mentira parecer verdade que as mortes decorrentes do tráfico de drogas o são por causa do consumo destas drogas, o que não passa de distorção da realidade. Usar droga só mata o usuário, e assim mesmo se exagerar no consumo. Fora disso, não mata mais ninguém porque ninguém é assassinado por comprar refrigerante ou roliúde para fumar. Embora estas drogas lícitas causem tanto malefício ao organismo quanto as drogas ilícitas, os danos provocados pelo consumo da garapa de tinta e açúcar, bem como do montão de venenos contidos no roliúde, tais danos só se manifestam na velhice e na UTI. Antes disso, é uma satisfação tão grande que sentem seus usuários quanto os fumadores de maconha, e também convictos de que daquele procedimento só resultam prazeres.

Ao contrário do que afirmam os deformadores de opinião, a bagunça ou deterioração social é que dá origem ao problema das drogas. Elas são um refúgio para a frustração espiritual em que vive a humanidade, principalmente para quem carece também de recursos materiais além dos espirituais. A sociedade foi envolvida em tal estado de materialidade que a Rádio CBN comenta com entusiasmo uma educação financeira para crianças. É exatamente desta educação que provém a desarmonia vivida pelos seres humanos. Daí a frustração e a busca por algo diferente da insanidade de anular a capacidade de raciocinar. Como o ser humano não foi elaborado para ser teleguiado, ainda que sem saber estar sendo robotizado, seu inconsciente repele esta subordinação incompatível com a inteligência que todos temos e recusa de alguma forma o comportamento de burro de carroça. Não havendo fuga do jugo capitalista, e sendo o jugo incompatível com a condição de ser humano, como provaram Spartacus, Zumbi e João Cândido Felisberto, procura-se escapar do jugo da servidão pela fantasia das drogas ou disparando arma sobre pessoas.

Os propagadores de mentiras exercem tão grande influência sobre a sociedade que a convence de que a solução dos seus problemas está nas igrejas, que a saúde está nas academias, e que a diversão para o espírito está em evitar artificialmente a velhice, ou na brutalidade das lutas sanguinárias, no barulho produzido para o requebramento de quadris, ou nos terreiros de futebola e de axé. Deste convencimento não pode resultar outro tipo de sociedade senão esta onde prevalece a desarmonia entre seus integrantes. As pessoas são inimigas entre si e grupos são inimigos de outros grupos do mesmo modo como era em tempos considerados bárbaros. É o macaco sentado em cima do rabo a falar do rabo dos outros macacos. Havia tanta barbaridade quanto há. Neste exato momento há seres humanos em grande sofrimento nas Filipinas em decorrência de um tufão que arrasou com a paz daquele povo, mas, como se não bastasse, outros seres humanos saqueiam estes pobres infelizes, tomando-lhes o que conseguiram tirar consigo de dentro dos destroços e que lhes poderia servir de algum alento. Pois este resto de esperança é destruído por seus semelhantes.

O estado desconexo da realidade vivido pelas sociedades humanas encontra sua causa na brutalidade exercida pela forma de administração destas sociedades. Prova isso o fato incontestável de serem os grupos com menor discernimento como nós os mais infelicitados pelos administradores. Se a humanidade ainda se encontra na fase anterior à civilização, nem por isso deixa e existir grupos que adquiriram mesmo empiricamente alguma noção de sociabilidade e as autoridades procuram pelo menos disfarçar sua brutalidade na ação predatória. Entretanto, nos grupos mais brutos como nós, o cinismo e a desfaçatez não precisam de máscara e faz crer ser verdade o que é mentira. A política de onde emana a diretriz dos rumos da nossa sociedade é uma farsa tão grande que político ornamentado com as mais altas letras disponíveis nas melhores universidades do mundo exerce uma política tão danosa quanto a exercida por um analfabeto descido da carroceria de caminhão. Mas, tanto um quanto outro garante ter feito uma administração exemplar, quando a realidade é que vivemos em meio a cinquenta mil assassinatos a cada ano e temos uma constituição que não presta para nada. Em tal ambiente, como saber quem será o próximo a ser assassinado?

Ante tal evidência, não é preciso ser sabido para saber haver algo de muito estranho nisso tudo. Inté

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