Para as
consciências prostituídas, teúdas e manteúdas pela depravação do mundo
capitalista causador da infelicidade do mundo, para quem a vida se resume em
juntar dinheiro, as drogas são para este tipo de consciência as causadoras de
toda a desarrumação social. Garantem cientistas sociais falsificados e
contratados para fazer a mentira parecer verdade que as mortes decorrentes do
tráfico de drogas o são por causa do consumo destas drogas, o que não passa de
distorção da realidade. Usar droga só mata o usuário, e assim mesmo se exagerar
no consumo. Fora disso, não mata mais ninguém porque ninguém é assassinado por
comprar refrigerante ou roliúde para fumar. Embora estas drogas lícitas causem
tanto malefício ao organismo quanto as drogas ilícitas, os danos provocados
pelo consumo da garapa de tinta e açúcar, bem como do montão de venenos
contidos no roliúde, tais danos só se manifestam na velhice e na UTI. Antes
disso, é uma satisfação tão grande que sentem seus usuários quanto os fumadores
de maconha, e também convictos de que daquele procedimento só resultam
prazeres.
Ao
contrário do que afirmam os deformadores de opinião, a bagunça ou deterioração social
é que dá origem ao problema das drogas. Elas são um refúgio para a frustração
espiritual em que vive a humanidade, principalmente para quem carece também de
recursos materiais além dos espirituais. A sociedade foi envolvida em tal
estado de materialidade que a Rádio CBN comenta com entusiasmo uma educação
financeira para crianças. É exatamente desta educação que provém a desarmonia
vivida pelos seres humanos. Daí a frustração e a busca por algo diferente da
insanidade de anular a capacidade de raciocinar. Como o ser humano não foi
elaborado para ser teleguiado, ainda que sem saber estar sendo robotizado, seu
inconsciente repele esta subordinação incompatível com a inteligência que todos
temos e recusa de alguma forma o comportamento de burro de carroça. Não havendo
fuga do jugo capitalista, e sendo o jugo incompatível com a condição de ser
humano, como provaram Spartacus, Zumbi e João Cândido Felisberto, procura-se escapar do jugo da servidão
pela fantasia das drogas ou disparando arma sobre pessoas.
Os
propagadores de mentiras exercem tão grande influência sobre a sociedade que a
convence de que a solução dos seus problemas está nas igrejas, que a saúde está
nas academias, e que a diversão para o espírito está em evitar artificialmente
a velhice, ou na brutalidade das lutas sanguinárias, no barulho produzido para
o requebramento de quadris, ou nos terreiros de futebola e de axé. Deste
convencimento não pode resultar outro tipo de sociedade senão esta onde
prevalece a desarmonia entre seus integrantes. As pessoas são inimigas entre si
e grupos são inimigos de outros grupos do mesmo modo como era em tempos
considerados bárbaros. É o macaco sentado em cima do rabo a falar do rabo dos
outros macacos. Havia tanta barbaridade quanto há. Neste exato momento há seres
humanos em grande sofrimento nas Filipinas em decorrência de um tufão que
arrasou com a paz daquele povo, mas, como se não bastasse, outros seres humanos
saqueiam estes pobres infelizes, tomando-lhes o que conseguiram tirar consigo
de dentro dos destroços e que lhes poderia servir de algum alento. Pois este
resto de esperança é destruído por seus semelhantes.
O estado
desconexo da realidade vivido pelas sociedades humanas encontra sua causa na
brutalidade exercida pela forma de administração destas sociedades. Prova isso
o fato incontestável de serem os grupos com menor discernimento como nós os
mais infelicitados pelos administradores. Se a humanidade ainda se encontra na fase
anterior à civilização, nem por isso deixa e existir grupos que adquiriram mesmo
empiricamente alguma noção de sociabilidade e as autoridades procuram pelo
menos disfarçar sua brutalidade na ação predatória. Entretanto, nos grupos mais
brutos como nós, o cinismo e a desfaçatez não precisam de máscara e faz crer
ser verdade o que é mentira. A política de onde emana a diretriz dos rumos da nossa
sociedade é uma farsa tão grande que político ornamentado com as mais altas
letras disponíveis nas melhores universidades do mundo exerce uma política tão
danosa quanto a exercida por um analfabeto descido da carroceria de caminhão. Mas,
tanto um quanto outro garante ter feito uma administração exemplar, quando a
realidade é que vivemos em meio a cinquenta mil assassinatos a cada ano e temos
uma constituição que não presta para nada. Em tal ambiente, como saber quem
será o próximo a ser assassinado?
Ante tal
evidência, não é preciso ser sabido para saber haver algo de muito estranho
nisso tudo. Inté
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