quarta-feira, 31 de agosto de 2016

ARENGA 310


Constituída pelo povo de mais baixo nível mental entre todos os povos do mundo, a sociedade brasileira vive com festas a mesma situação de desconforto que levou o povo francês a um movimento revolucionário tão grande que se tornou marco divisor entre as Idades Moderna e Contemporânea. Na página 590 do segundo volume de História da Civilização Ocidental, do historiador Edward McNall Burns, são citados como causa da sublevação social denominada Revolução Francesa iniciada no ano 1789, situações semelhantes às vividas por este povo imprestável e medíocre, incapaz de indignação apesar de viver uma infelicidade tão grande a ponto de levar pais de família a cometerem suicídio e “suicidarem” seus entes queridos para preservar a si e a eles de tormentos ainda maiores do que os já existentes. Enquanto isso ocorre, os imbecis ainda não atingidos pelos horrores que lhes alcançarão mais cedo ou mais tarde vivem alegremente, incapazes de perceber os horrores que os aguardam. A sede de poder para ser usado em benefício próprio, um dos motivos que causou a insatisfação dos revolucionários franceses, aqui é encarada sem qualquer indignação pelo povo festeiro que paga satisfeito o festival de cinismo das propagandas eleitorais nas quais viciados em politicagem e aspirantes às suas sacanagens se apresentam desavergonhadamente buscando apoio para pretensões antissociais ou criminosas. Cita também o historiador, como motivo para o movimento revolucionário francês o fato de terem os três últimos governantes, Luís XIV, Luís XV e Luís XVI arrastado o governo aos derradeiros extremos da extravagância e da irresponsabilidade. Apesar de ser isto a mesma coisa que vemos acontecer aqui, os brasileiros estúpidos lotam igrejas, terreiros de brincadeiras e de axé, numa felicidade que se converterá em lágrimas. Outros fatores de desagrado mencionados pelo historiador como impulsionadores do movimento revolucionário do povo francês eram a grande quantidade de órgãos e funcionários desnecessários recebendo emolumentos dos cofres públicos, o desperdício e o suborno. Não é o que temos aqui, com um amontado de mais de trinta ministérios, inclusive um para esportes, empreiteiras subornando autoridades, montanhas de dinheiro desperdiçado nas olimpíadas? Mas, para a manada de cuja cabeça, se aberta, emanará mau cheiro, tal situação passa ao largo de suas cogitações paquidérmicas. Ainda como elemento da insatisfação francesa está também a nossa realidade de não haver distinção entre as rendas do governante e as rendas do Estado. É o que corre também entre a malta ignorante de brasileiros que se vira satisfeita para proporcionar vida faustosa e riqueza pessoal para governantes.

A aceitação dos brasileiros e a não aceitação dos franceses de uma situação análoga encontra explicação em dois fatores mencionados pelo historiador como indispensáveis a uma revolução social por ele descrita como sublevação política e social. Um desses fatores seria o esclarecimento do povo, e outro seria a existência de guerras externas que desmoralizassem o sistema vigente. Isto explicaria a posição de quatro da massa bruta de brasileiros ante qualquer imposição. Formada por analfabetos políticos, além de avessos a assuntos diferentes do resultado do exame de urina do jogador de futebola, a única guerra que travam é uma guerra interna contra si mesmos. Entretanto, nossa situação chegou um nível tão baixo em todos os sentidos que reclama transformação, mas uma transformação que deve ser conduzida pela sabedoria em vez da violência das revoluções sociais históricas que em nada contribuíram para elevar o padrão de vida social. Se o povo era infeliz antes de sua revolução, foi mais infeliz ainda durante ela, voltando à mesma infelicidade que havia entes dela. Não pode mais restar dúvida quanto ao fracasso do modelo mundial de administração pública baseado na manutenção de noventa e nove por cento da população em condições subumanas com a única finalidade de sustentar vida faustosa para o grupinho antissocial de um por cento. Inté.

 

 














domingo, 28 de agosto de 2016

ARENGA 309


A observação da vida pode dar sabedoria até mesmo à espécie de seres viventes mais desinteligente entre todas, a espécie do bicho povo. Há bastante sabedoria na afirmação popular de ser a teoria diferente da prática. Entretanto, como não poderia faltar desinteligência mesmo em observações inteligentes vindas de povo, deixou-se de ressalvar o “às vezes”, porque não é sempre que a teoria falha quando posta em prática. A falha ocorre quando escapa algum detalhe na elaboração da teoria. Um vasilhame calculado para caber quarenta litros falha se usado para medir grãos por não ter levado em conta os espaços vazios entre os grãos. Depois da conclusão da necessidade da vida coletiva, várias teorias foram elaboradas em torno da solução dos inúmeros problemas decorrentes deste tipo de vida, mas todas falharam redondamente pelo simples fato de não levar em conta a estupidez do ser humano decorrente do fato de ainda ser ele orientado mais pelo instinto do que pela racionalidade, como prova a necessidade de matar, roubar e enganar, práticas brutais comum entre os irracionais. Até cuspir no semelhante o ser humano cospe como fazem os bichos peçonhentos que lançam substância paralisante em suas presas. A brutalidade humana não escapa à sensibilidade dos poetas como demonstram estes versos do poeta Wilson Souto:

Oh homem estúpido e cruel,
Que culpa tem o inocente,
Matam em nome do Céu,
De forma tão inclemente.

Os homens são bestiais
Se dizem filhos de Deus
Não consta que os animais
Procedam assim com os seus.

Ao longo da história humana diversas teorias tentaram inutilmente aparar as arestas da brutalidade humana, permitindo uma vida comunitária menos atribulada. Houve quem defendesse um administrador nomeado por Deus que não devia ser contestado sob nenhuma hipótese, posto que indicado por Deus. Não deu certo e a escolha passou a ser feita pelo povo a ser administrado. Defendeu-se até que o administrador precisasse mentir, esconder dos administrados coisas da administração. Em torno desta questão desfilaram pela história humana centenas de teóricos e teorias sobre império, república, poder absoluto, liberalismo, democracia, socialismo, comunismo, o diabo a quatro, visando organizar a sociedade de modo que seus integrantes desfrutassem do conforto da tranquilidade, uma vez que, diferentemente dos irracionais, pode promover os maios necessários para tanto. Mas tudo resultou em nada. Falharam todas as tentativas como se pode ver pela barbaridade da qual resultam sofrimento, mortandade, balbúrdia e desorganização. O povo se recusa a superar a animalidade de bichos e se destroem mutuamente como disse o poeta.

Entre nós, por exemplo, os meios de comunicação embrenham-se numa discussão inútil que lembra o título do livro de Schopenhauer Como Vencer Um Debate Sem Precisar Ter Razão. Aliás, nos comentários sobre esse livro na internete, alguém afirma não se interessar em saber o que é individualismo porque só lhe interessa o que une as pessoas, mas não o que as separa. Não é por falta de inteligência tal opinião porque o desinteligente não se interessa por problemas sociais a ponto de ler e comentar matérias a respeito. Tal opinião é comum ao povo em virtude de lhe ter sido castrada a capacidade de pensar pela religiosidade segunda a qual não há que meditar sobre os mistérios divinos. É acatá-los simplesmente, e tá acabado. Mas isso é de uma estupidez monumental por ser daí que provém o analfabetismo político. Se aquele comentarista se desse ao trabalho de usar daquilo que faz a diferença entre nossa espécie e as demais, a capacidade de pensar, perceberia haver contradição naquela conclusão porque o individualismo pelo qual ele diz não se interessa é o que separa as pessoas, ao contrário do coletivismo ou socialismo que é a única maneira de se viver bem em sociedade, porque as une. É do individualismo que nasce a perversidade de não se poder dispor da comodidade de se ter luz, água, comida, alívio ao sofrimento físico ou psíquico que a natureza impõe, proteção contra a fera que habita cada ser humano, enfim, não se pode ter nada disso sem contribuir para o acúmulo de riqueza de alguém. Parte de cada conta que se paga, em função do individualismo, destina-se à agiotagem internacional dos infernos fiscais, quando, na verdade, como se faria no socialismo, nada se pagaria a mais do que o necessário para se produzir e distribuir os bens necessários. O fracasso na administração pública entre nós levou à existência de trinta e cinco partidos políticos consumindo fartos recursos públicos, cada um com sua teoria de organização social, e o resultado é isto que aí está sendo demonstrado pela Operação Lava Jato.

Não há o que estranhar no fato de nenhuma das modalidades de administração pública até hoje experimentadas ter conseguido realizar a função à qual se destina em função do instinto de rato sugado junto com leite materno aliado ao individualismo antissocial. Esta união satânica leva à roubalheira e nada mais. Não há, portanto, que se acomodar com esta situação e não procurar melhor modo de viver porque todo o mal que aflige a sociedade é de responsabilidade exclusiva de uma administração pública tão canhestra que é tida como a melhor apenas por não haver outra pior ainda do que esta que aí está cuja finalidade é repartir o erário entre bandos de ladravazes.  Que ninguém se engane, embora a juventude pareça eterna, um dia percebe-se ser diferente. O motivo pelo qual os velhos não são brincalhões é o fato de lhes ter chegado a realidade da vida. Portanto, melhor faria a juventude se começasse mais cedo a pensar sobre a orientação que lhe dá os mandatários do mundo porque ao se dispor a pensar fatalmente se chegará à conclusão de estar tudo errado como prova a inexplicável situação de cães e gatos tomarem sorvetes e seres humanos não disprem do básico feijão e arroz. O ministro Gilmar Mendes, dá uma amostra do fracasso de administração pública na seguinte declaração:A inexistência de refeitórios, chuveiros, banheiros, pisos em cimento, rede de saneamento, coleta de lixo é deficiência estrutural básica que assola de forma vergonhosa grande parte da população brasileira, mas o exercício de atividades sob essas condições que refletem padrões deploráveis e abaixo da linha da pobreza não pode ser considerado ilícito penal, sob pena de estarmos criminalizando a nossa própria deficiência”. Aí está, pois, a verdade nua e crua de nos encontrarmos na situação inusitada de sermos obrigados a viver na pobreza extrema apesar da quantidade de dinheiro da sociedade tragado pela fúria individualista.

O blog Outras Palavras, que deveria interessar à juventude se ela não fosse tão burra, dá conta da situação insustentável de estar nos infernos fiscais destinada à agiotagem quase metade PIB mundial de setenta e três trilhões de dólares, o que diz da necessidade de mudar esta situação porque é dela que resulta a violência que assola o mundo. Inté.

 




terça-feira, 23 de agosto de 2016

ARENGA 308


Embora podendo pensar, a massa bruta de seres humanos nunca pensou em determinar seu destino. Como gado, vem sendo conduzida para destinos do interesse de seus condutores. Se a capacidade de pensar deu ao homem o poder de domesticar o gado em seu benefício, não se justifica passar o homem de domesticador de gado para gado domesticado. Obrigado à condição vil de servos de condutores acastelados em palácios por conta de uma ficção chamada Estado em torno da qual giram mil e uma explicações sobre sua origem e de que formas tem atuado ao longo da sua existência, em vez disso, deveria este enorme falatório se ater à forma como atua o Estado, e como deve atuar, por depender desta atuação a qualidade de vida dos seres humanos. Se o Poder de Estado se faz necessário face à brutalidade humana, não se justifica um
Estado promotor de brutalidade porque isto o inutiliza. Estado tem a função de impor a ordem uma vez que os indivíduos são desordeiros. Promover a necessária harmonia social deve ser o nobre objetivo do Estado. Aconteceu, entretanto, no caminho da vida, que as autoridades representativas do Estado passaram a ser também desordeiras, o que põe a sociedade humana nas mesmas condições de caos em que, segundo a mitologia grega, se encontravam os elementos de que é feito o universo antes da intervenção divina que os separou de modo a pôr ordem no que era desordem. Então, tirando fora a preguiça de pensar, conclui-se que o Poder do Estado não tem tido sucesso quanto ao objetivo a que se propõe, razão pela qual há maior conveniência em estabelecer um Estado que cumpra seu sagrado dever do que ficar a jogar conversa fora em torno de como foi ou deixou de ser os princípios que orientam a existência do Poder de Estado.

A ignorância geradora da violência que fazia parte da vida nos tempos bárbaros continua presente e com força bastante para impedir que as conquistas dependam de evolução espiritual em vez de canhões. Desprezam-se sábias orientações enquanto são acatadas outras totalmente desprovidas de inteligência e bom senso, chegando-se à situação insustentável na qual a juventude não tem um só bom exemplo para incentivá-la no caminho da honradez porquanto as autoridades representativas do Poder de Estado vieram a se tornar inteiramente desonradas, situação que precisa ser revertida porquanto nada justifica que o Estado inverta seu dever de impor ordem e passe a promover desordem. Manter o povo em perpétuo estado de ignorância a ponto de acreditar que vida se resume a festas é uma maldade que só será percebida quando acabar a disposição para sacolejar os quartos no axé e caminhar para as igrejas. Desta forma, para que serve então o Poder de Estado? Para promover desordem não é preciso porque a brutalidade humana se encarrega disso com eficiência. Alguma coisa deve ser feita no sentido de reverter a situação de se manter uma máquina caríssima que não funciona.

Deve-se a inconsequência generalizada à falta de uma juventude lúcida que se ligue nestas coisas em vez de obedecer aos papagaios de microfone encarregados de popularizar indiferença às atitudes inteligentes, mantendo-a em nível mental tão medíocre que encontra motivo de fama e celebridade em “famosos” e “celebridades” cujo único mérito se reduz em disputas esportivas e expor “as partes” ao público. Talvez seja sabedoria em vez de estupidez a atitude do povo alemão em voltar a cultuar os deuses da mitologia grega. No livro Mitologia está dito que os gregos antigos estavam certos de que os elementos água, terra e ar se encontravam todos numa mistura chamada caos. Do nada, surgiram deuses que os organizaram formando o universo. Quem sabe a imbecilidade do povo alemão juntamente com os deuses da mitologia grega consiga também organizar o caos social? Triste juventude, incapaz de perceber o triste destino que lhe é reservado por um Poder de Estado exercido às avessas. Inté.   

 

 


domingo, 21 de agosto de 2016

ARENGA 307


A menção do historiador Burns de ter a humanidade demorado noventa e cinco por cento de sua existência até o aparecimento da escrita mostra que em apenas cinco por cento dela a humanidade deu um salto evolutivo extraordinário. Considerando as informações científicas de existirmos por volta de 500.000 de anos e que a escrita surgiu apenas há 3.000 anos antes do ano em que se acredita ter nascido Cristo, o que teria ocorrido há 2.016 anos atrás, juntando esses períodos teríamos o total de 5.016 anos decorridos da invenção da escrita até hoje contra 494.984 vividos antes, o que mostra o extraordinário salto evolutivo ao se comparar a evolução ocorrida até aos 494.984 anos de existência e a ocorrida em apenas 5.016 anos Se durante todo o primeiro período o homem ainda andava a pé, no segundo, vai ao espaço sideral e ao fundo do mar. Não nada de estranho nisso porquanto a evolução se processa em progressão geométrica. A segunda vez que se faz alguma coisa é sempre mais perfeita do que a primeira vez, a terceira ainda mais que a segunda, assim por diante. Entretanto a humanidade só evoluiu do lado material. Espiritualmente continua tão bárbara como sempre foi. O atraso mental que fazia crer ser divertido assistir feras devorando pessoas é o mesmo atraso mental que faz crer haver diversão ao segurar num pau de selfie e fotografar-se. Crimes se tornaram tão comuns que a ninguém espanta mais fatos como o narrado pelo fabuloso jornalista Elio Gaspari do Jornal do Brasil, criador da expressão petrolarápios para definir a rapinagem dos recursos públicos pelas próprias autoridades apaniguadas a cupinchas para praticar crimes contra a sociedade sob sua guarda. Apenas a título de exemplo, o jornalista menciona um tal de Zwi Skornick que adquiriu com dinheiro público uma casa cinematográfica em Angra dos Reis onde tinha doze carros de luxo entre os quais três Porches e duas Ferraris. Tão à vontade esta figura desprezível, que desfilava tranquilamente com um Rolex cravejado de brilhantes. As condições da vida moderna demonstram que a extraordinária evolução a que se refere o historiador não levou os seres humanos à civilidade da qual decorre a paz, a tranquilidade e a vida sossegada que deveríamos ter, de modo que espiritualmente involuimos, andamos para trás.

O atraso mental se deve única e exclusivamente ao modo de administração pública comandada pelos ricos donos do mundo aos quis interessa um povo mentalmente incapacidade de perceber a escravidão a que é submetido. Em tempos idos a administração pública era mantida longe do povo em função da religiosidade, como mostra Léon Duguit na página 6l do livro Fundamentos do Direito, através da menção de um texto do rei francês Luís XV no seguinte teor: “Só de Deus recebemos nossa coroa. O direito de fazer leis pertence a nós somente, sem dependência e sem partilha”. Embora tal justificativa para esconder a realidade de como é gasto o dinheiro público tenha se desgastado em função de diminuir a religiosidade à medida que diminui a ignorância, contudo, esta ignorância ainda não diminuiu o bastante para se chegar à realidade de ser inteiramente impossível esperar os recursos destinados à promoção do bem-estar social não sejam dilapidados uma vez deixados à mercê dos brutamontes espirituais e sua avidez por palácios e riqueza. Parasitas acomodados em Câmaras Municipais, Estaduais, Federal Vice Presidente, Vice Prefeito, dezenas de partidos políticos a roer o erário através da excrescência Fundo Partidário, obras públicas custando vários vezes seu valor real, funcionários públicos sendo transformados em milionários ou bilionários por conta da roubalheira desenfreada ora exposta pela Operação Lava Jato, tudo isto mostra sobejamente a impossibilidade de se deixar a cargo de ladrões o Tesouro Nacional. Só haverá evolução mental capaz de organizar uma sociedade civilizada, o que equivali a dizer uma sociedade na qual se possa estar a gosto quando aumentar os gatos pingados que superaram o analfabetismo político e se tornarem capazes de ensinar às suas crianças a realidade de ser mais producente em termos de diminuição de infelicidade acompanhar o pagamento das despesas públicas do que fazer orações. Inté.

 

 



ARENGA 306


Escritores que escrevem por obrigação não visam o esclarecimento de seus leitores. Tendo necessariamente que escrever, enveredam pela prolixidade. Desperdiçam montanhas de palavras para dizer o que pode ser dito com poucas palavras. Nesse exato momento os meios de comunicação desperdiçam palavras e tempo em torno de Fidel Castro. Esse homem foi exemplo para a humanidade. Mas o que se fala dele é o inverso do que se devia falar. O que fez o Fidel Castro foi simplesmente o inverso do que fazem os promotores da infelicidade humana, os ricos donos do mundo. Nunca li a respeito, mas já ouvi que o país de Fidel era um cabaré para os ricos americanos que disputavam no pôquer uma viagenzinha para deflorar, cuja virgindade seus pais trocavam por dinheiro para comprar comida. Não se prestando a capacho dos Estados Unidos como as figuras de Serra e Temer adorando numa submissão ridícula o ministro americano, Fidel conseguiu em seu povo adeptos suficientes para lutar a favor de seu país, diferentemente dos brasileiros que aderiram aos americanos em 1964 para lutar contra seu próprio país. Os adeptos da cultura individual, portanto, antissocialista do “é meu” maldizem o Fidel Castro como maldizem tantos quantos se arvorem a exigir que os recursos públicos sejam usados em benefício da sociedade em vez de serem usados para engordar a agiotagem dos infernos fiscais. Como isso impediria o que está sendo mostrado pela Operação Lava Jato, também perseguida pelos adeptos do “é meu”, as figuras antissociais de FHC e José Serra declararam que Fidel desrespeita os direitos humanos, o que é uma deslavada sem-vergonhice porque quem se sentiu melindrado com o socialismo de Fidel foram os antissocialistas que se mandavam para os Estados Unidos, paraíso dos ricos donos do mundo causadores da infelicidade humana. Contam os detratores do socialismo com a inteira burrice de quem houve a afirmação daqueles dois senhores porque desrespeitar direitos é justamente o que eles fazem ao parasitar a sociedade, terem vidas abastadas à custa de infelizes ignorantes para os quais a vida se resume a dependurar nos corrimãos de transportes em troca de oitocentos reais por mês, futebola, igreja e axé.

Talvez Fidel tenha errado ao impor que os adeptos do “é meu” aderissem ao “é nosso”, única maneira de se ter uma comunidade pacífica, sem necessitados, portanto, civilizada e humana. É superestimar a incapacidade de percepção das pessoas afirmar como fazem os meios de comunicação dos ricos donos do mundo que Fidel Castro infringia alguma lei porque as leis devem servir para organizar a sociedade. Que contribuição para isso pode ser encontrada em nossa lei que afirma terem todos direito a morar, comer, divertir, educar-se, com apenas oitocentos reais por mês? Que diz serem todos iguais perante as leis, se ladrões privilegiados deixam de merecer punição apenas por negar as acusações? Merece respeito a lei que criou o Foro Privilegiado? Por não respeitá-las é que os inimigos do socialismo espinafram Fidel Castro através da papagaiada de microfone e dos escritores ganhadores do Nobel para os quais o capitalismo teve pleno êxito em proporcionar bem-estar social. Em sentido oposto, no sentido da verdade, o blog Outras Palavras publicou dois artigos, um do economista Ladislau Dowbor intitulado A Rede Corporativa Mundial, e outro do Frei Leonardo Boff intitulado Agroecologia Como Antídoto À Produção Transgênica, nos quais tanto o economista quanto o frei expõem aos leitores a monstruosidade da transformação da produção de alimentos em fonte de riqueza como querem os inimigos de Fidel e amigos do “é meu”. Nem precisa ser inteligente para perceber a monstruosidade de se apossar de imensas áreas, de recursos do BNDES, da expulsão dos camponeses para as cidades, da obrigação de se ingerir veneno, para engordar a agiotagem dos infernos fiscais. A cultura do “é meu” contra a qual se insurgiu Fidel Castro, motivo da ira de seus detratores, também o Papa Francisco se insurgiu conta ela como prova a presença de João Pedro Stédile ao lado dele quando se pronunciou contrariamente ao sistema capitalista, enquanto que a papagaiada de microfone da Rádio Bandeirantes AM de São Paulo espumava de raiva porque o Stédile fora convidado pelo governador de Minas Gerais para uma solenidade. Inté.

 

 


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

ARENGA 305


Os velhos que nem chegaram aos oitenta, mas já se encontram nas caríssimas UTIs, espetados por mil agulhas e tubos para alimentar, respirar, enfim, manter-lhes um simulacro de vida, depois de engordarem a conta bancária do hospital e passar desta para a outra vida que acredita existir ao lado de Deus deveriam contratar o advogado com o maior nariz que lá encontrasse, daqueles que obrigam as leis a fazer contorcionismo para provar que bandido rico não é bandido, com a finalidade de mover contra Deus ação de reparação ante a desigualdade de tratamento verificada no fato de agraciar este ateu com a sorte de estar aos oitenta anos, apesar de dor nas costas e cólica renal, firme como rocha, capaz de dirigir minha CRV quinhentos quilômetros com apenas algumas paradas para um cafezinho, fagueiro e a gosto aqui em frente ao computador, ao lado de um copo de cristal que me foi presentado e uma garrafa de bom uísque sorvendo moderada e prazerosamente deliciosos goles enquanto, ao contrário de quem Lhe lambe as botas, digito verdades que contestam não só Sua santidade, mas também Sua própria existência. Talvez exista mesmo um Deus diferente do Deus dos religiosos, um Deus que goste de verdades e vai enrolando a morte orientando a foice dela para lugares diferentes daquele em que me encontro. Saí de um enfarto sem nem precisar operação, embora um médico mercenário do hospital Santa Isabel, chamado Nilson sei lá das quantas, em Salvador, a fim de tomar meu escasso dinheiro, quisesse me operar.

Faço sempre um brinde à natureza em reconhecimento à sua benevolência ao me permitir fazer o que mais gosto que é tentar levar aos inocentes o que aprendi em oitenta anos de observação da vida, observação da qual resultou a conclusão de vivermos de modo infeliz quando deveríamos viver um mundo de paz e compreensão da necessidade de sermos tão unidos como irmãos educados em vez de vivermos às turras nos infelicitando mutuamente. No blog Outras Palavras, que deve ser visitado por quem deseja deixar a qualidade reles de povo, há uma imagem condizente com o assunto da reportagem que ilustra, na qual aparece uma mulher com ar de perplexidade ante a cena brutal na qual um soldado em plena rua manuseia como se fosse disparar uma possante arma de guerra semelhante àquelas dos filmes que as crianças assistem depois de terem sido levadas à igreja pelos pais criminosos que as ensinam mentiras em lugar de verdades.

Decorridos milhares e milhares de evolução já devíamos ter atingido um nível mental capaz de nos levar a uma espiritualidade que nos desse a entender ser impossível encontrar paz através de guerra e tranquilidade na riqueza. Aqueles que mais professam religiosidade são também os que cercam para si maior quantidade do mais precioso bem que existe e que a todos deveria beneficiar porquanto dele depende a vida de todos: A TERRA. O representante máximo do falso Deus, o Papa, acaba de se pronunciar a esse respeito conforme matéria que pode ser vista pedindo ao amigão Google PAPA CONDENA INTERNACIONAL DO DINHEIRO. Observar a realidade de que o sol nasce para todos contribui mais para a felicidade do que observar os princípios bíblicos porque eles aprovam a escravidão e fazem apologia à riqueza à morte e à violência do saque. A humanidade, apesar de tanta religiosidade inútil, foi conduzida a um destino tão triste que a o assombro da morte se fundamenta no mesmo princípio que leva o asno a recusar deixar o capim. Como os troços de bosta que flutuam entre remadores da Olimpíada, também a mente dos frequentadores de igreja, futebola e axé se recusa a mergulhar e descobrir a realidade de se viver uma vida de asno. Inté.

 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

ARENGA 304



Neste tipo de vida esquisitamente vivida, a verdade precisa ser escondida a sete chaves. Há uma obstrução intransponível adredemente construída graças ao analfabetismo político de modo a vedar à percepção humana o conhecimento do que se passa no mundo de onde provêm as decisões das quais depende não só o bem-estar, mas também a própria vida. Não há justificativa para que o ser humano deixe sua existência à mercê de falsas orientações. De onde vem o horror às verdades, como a realidade da necessidade de sermos solidários uns com os outros? Na página 26 do Livro Vermelho, Mao Tsé-Tung cita como inimigos de uma sociedade socialista o setor reacionário dos intelectuais (o que podemos traduzir por escritores assalariados). Na página seguinte do mesmo livro, a 27, o revolucionário chinês se refere a estes inimigos do socialismo como os “inimigos sem armas”, no que se equivocou o grande líder chinês. O escritor Edmilson Movér lembra que os sábios são passíveis de falhas tanto quanto nosoutros. O equívoco do sábio Mao está no “sem armas” porque é com o poder das armas, das bombas que despedaçam crianças que os inimigos do socialismo garantem seus impérios a custo do sofrimento dos frequentadores de igreja, axé e futebola. Porém, arma mais eficiente do que as artilharias para garantir a privatização dos bens que a todos deveriam servir, seus adeptos contam com arma infinitamente mais poderosa que é o controle da mente humana. A este papel satânico se dedicam os escritores assalariados e a papagaiada de microfone aos quais também se juntam empregados para filosofar. Do controle mental demoníaco das mentes só escapam aqueles que aprenderam a verdade com os Grandes Mestres do Saber. Só neles se pode tomar conhecimento das armadilhas ideológicas que fazem a mentira assumir ares de verdade. Como não se pode tomar conhecimento da verdade aqueles de mentalidade ligada nas futilidades dos “famosos” e das “celebridades”, o sistema educacional montado pelos adeptos da sociedade individualista, a custo de ouro, mantém a mentalidade popular enterrada na lama da ignorância de se ligar no resultado do exame de urina do jogador de futebola.

Para isto muito contribui a religiosidade. Contestando o jovem filósofo americano e ateu Sam Harris, os religiosos representantes de um órgão de assistência social por meio de caridade, que pode ser conhecido neste endereço eletrônico, www.thinkagain.us, afirmam que o ateísmo não só carece de evidências, mas também não tem em que basear sua integridade moral, ao tempo em que admitem corrupção na Igreja. Aí está, o porquê da necessidade dos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber para aprender separar a mentira da verdade. De princípio, ensinam os Grandes Mestres que a caridade é socialmente negativa não só pela degradação espiritual do necessitado, mas também por não haver necessidade da existência de necessitados porque os recursos materiais existentes no mundo são suficientes para toda a humanidade viver dignamente desde que usados coerentemente. Também em mentira incorrem aqueles religiosos quando afirmam que o ateísmo carece de evidência. Estarão invertendo a realidade porque na religiosidade é que falta evidência posto nunca se ter visto Deus e, do mesmo modo, os milagres só existirem por ouvir falar. Além disso, apesar de tanta religiosidade, igrejas, orações, paracés de todo tipo há milênios, a humanidade é cada vez mais infeliz. A afirmação de que esta infelicidade é produzida pela desobediência a Deus também é pura descaração por contradizer a afirmação de que a vontade de Deus era que o homem fosse feliz. A ser verdade que a infelicidade ocorre por vontade de homem, ter-se-ia de admitir que a vontade do homem foi capaz de se sobrepor-se à vontade de Deus uma vez que o homem fez o que Deus não queria que ele fizesse. Mas não para por aí. Incorrem em contradição ao afirmar faltar base para a integridade moral dos ateus e afirmar haver corrupção na igreja. São as contradições que impedem a retidão de um caminho lúcido que leva a uma sociedade civilizada. Aí está quem garanta e assine embaixo que a melhor maneira de viver é disputando cada um seu lugar ao sol. Inté.

 
  

terça-feira, 16 de agosto de 2016

ARENGA 303


Do apego às tradições não escapam nem mesmo seres humanos capazes de nos orientar com sábias observações sobre o processo de viver. Apesar de se encontrarem à frente da mente comum de povo, mostram-se apegados a tradições milenares a serem abandonadas e dar lugar a pensamentos dos quais resultem novos comportamentos. Não se deve continuar a caminhar por caminho apenas por se encontrar nele. Cabe, antes de prosseguir na caminhada, verificar se o caminho leva aonde se pretende chegar. O livro PORQUE SOFREMOS, do filósofo Huberto Rohden, que é brasileiro apesar do nome, entre outros livros, é um exemplo perfeito da realidade de como pessoas espiritualmente superiores se deixam trair por tradições a serem superadas. Ali encontram-se citações de grande sabedoria como o esclarecimento de que o principal não é sofrer, mas é como saber sofrer. Realmente, tal conclusão só não leva grandes benefícios à humanidade em função da incapacidade de pensar e raciocinar sobre o que se ouve. Mentalidades capazes da euforia verificada nos espetáculos grotescos em que um ser humano acerta um soco na mandíbula de outro ser humano e lhe tira a consciência ainda se encontram a anos luz do esclarecimento de sociabilidade necessário para que alguém possa deixar a fase bruta de povo e se elevar espiritualmente. Aqueles com capacidade de absorver o sentido da observação a que chegou o filósofo muito se beneficiarão com o aprendizado porque sendo inevitável o sofrimento, há sabedoria em se adaptar a ele em vez de repudiá-lo com o estardalhaço comum nas pessoas ainda incompletas na formação mental ao se encontrarem em situação difícil. O absurdo do descontrole emocional aparece de forma mais visível na loucura do suicídio por paixão. Aqueles que não chegam a tal exagero, dia chegará em que até brincarão ao perceberem o absurdo que é colocar sua paz espiritual na dependência de alguém que nada tem a ver com ela uma vez que também tem sua paz espiritual para cuidar. Também longe da realidade se encontram aqueles que se deixam dominar por um mal-estar altamente prejudicial ante a morte de um ente querido por ser grande contrassenso opor-se à marcha inexorável e sem rumo da natureza. Além de tudo, sofrimentos provenientes das nossas próprias ações são em número infinitamente maior do que os provenientes de quaisquer outras causas, razão pela qual o filósofo nos ensina que o remédio para os sofrimentos deve começar antes deles. Algo assim como a vacina contra determinada doença que deve ser aplicada quando se está em plena saúde. Nesse sentido de uma preparação prévia, cita o filósofo a seguinte frase de Napoleão Bonaparte, em resposta à pergunta a respeito da idade apropriada para se começar a educar uma criança, ao que o general teria respondido: “Pelo menos vintes anos antes de nascer”. Aliás, aqui também nos deparamos com a contradição entre a sabedoria e o comportamento de pouca sabedoria comprovando o poder dominador da cultura de cada época. Não obstante a genialidade comprovada historicamente de tantos generalíssimos, dedicaram-se eles à brutalidade das guerras, comportamento nada inteligente e cuja necessidade, assim como a religiosidade, decresce à medida que também decresce a força da cultura que impulsiona umas e outra.

No que se refere à contradição observada no livro Porque Sofremos, a afirmação de que o sofrimento é uma reação das leis cósmicas contra o pecador, ou aquele que desarmonizou estas leis vai de encontro à tranquilidade dos sábios registros ali constantes por ser uma informação que deixa dúvida quanto ao seu alcance. “Pecado” remete à religiosidade que, como as guerras, nada mais são do que fases culturais ultrapassadas como mostra o constante desgaste e enfraquecimento de ambas. Da mesma forma, também fica dúvida quanto a provir o sofrimento da desarmonia das leis cósmicas ante a realidade do sofrimento dos animais predados nas garras dos predadores, o que é uma imposição das leis que regem o universo, as leis cósmicas. Inté.

  

 

  

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

ARENGA 302


O que leva os seres humanos a se dobrarem ante vontades inaceitáveis das autoridades? Num livrinho aparentemente despretensioso chamado Dívida E(x)Terna, seu autor, o escritor e economista Marcos Arruda, expõe com clareza cristalina uma situação de inexplicável submissão aceita com também inexplicável naturalidade que é a falta de dinheiro alegada pelas autoridades. Está aí na imprensa um ministro desse governo de banqueiros afirmando que se não sacrificar ainda mais os aposentados será necessário aumentar impostos ou cortar gastos com educação e saúde, o que é frontalmente desmentido pelo livro em questão, escrito por quem sabe o que diz como prova o fato de ter sido perseguido como todos que falam a verdade, tais como os doutores Protógenes Queiroz, Fausto de Sanctis, Joaquim Barbosa e as tentativas de fazer calar os operadores da Operação Lava Jato na luta para implantar a moralidade na administração pública. A conformação com todas as imposições deu ensejo a uma inversão de valores tão grande que os empregados no serviço público passaram a patrões de seus empregadores e assumiram sem contestação o papel de piores criminosos que, segundo o filósofo, são aqueles a quem a sociedade encarrega de livrá-la dos criminosos. Ante a realidade de seguirem os liderados o exemplo dos líderes, e sendo os líderes criminosos, não há o que estranhar a criminalidade que toma conta do mundo.

O autor do livrinho referido lá em cima menciona a lida diária como fator preponderante para a indiferença das pessoas em relação aos problemas por ele descritos. Foi educado porque na verdade é o analfabetismo político a verdadeira causa da indiferença quanto à própria vida e, sobretudo a vida dos filhos. Lida diária não deixa faltar tempo para imbecilidades como frequentar igrejas e terreiros de brincadeiras imbecis como remar entre tolocos de bosta ou encontrar motivos para considerar alguém adversário a fim de justificar ganhar dinheiro, virar “celebridade” e ficar “famoso” por esmurrar-lhe a cara sob o aplauso e berros de uma plateia formada por imbecis alheios à escravidão mostrada pelo educado autor do referido livrinho aparentemente despretensioso, mas que expõe o cinismo das autoridades em sua luta demoníaca para manter a massa bruta e asquerosa de povo submissa a tudo que lhe é imposto, numa obediência cega. Coisas desse tipo: No ano de 1985 os brasileiros deviam à agiotagem internacional a quantia de CENTO E CINCO BILHÕES DE DÓLARES. Durante treze anos pagaram DUZENTOS E OITENTA E DOIS BILHÕES DE DÓLARES. Ora, quem recebeu duzentos e oitenta e dois por conta de uma dívida de cento e cinco, teria que devolver parte desse recebimento porque nem a lei nem a moral permitem a cobrança de juros extorsivos. Mas, em vez de crédito, os agiotas mil vezes mais criminosos do que os assaltantes de bancos, se acham ainda credores da quantia de DUZENTOS E TRINTA BILHÕES DE DÓLARES, e as autoridades pagam, e o povo concorda. Esta e tantas outras roubalheiras são a causa da falta de dinheiro atribuída à Previdência Social. Inteiramente impossível não faltar dinheiro ante tamanha corrupção. O que justificaria concordar-se com tal situação? Ali na estante há um livro que minha memória octogenária faz crer tratar-se de Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, mas que a lembrança do Jeca Tatu de Monteiro Lobato faz crer não pagar a pena levantar para confirmar. Neste livro consta que ingerimos junto com o leite materno substâncias químicas para “amolecer” o raciocínio de modo a facilitar aos “civilizados” sanguessugas dos impérios onde ainda se fala em reis, rainhas, príncipes e princesas e seus lacaios travestidos de autoridades, principalmente da América Latina, o trabalho nefasto de evitar que a manada tenha oportunidade de tomar conhecimentos dos crimes praticados por elas, as autoridades, encarregadas de livrar a sociedade dos criminosos, mas que em vez disso procuram livrá-los da cadeia com uma excrescência a que denominam Lei de Abuso de Autoridade, quando os maiores abusos são cometidos pelas próprias autoridades. 

Se subir num murundu e olhar em volta, o panorama descortinado mostra que realmente está tudo errado. Multidões de famintos, com alimento sobrando no mundo. O maior de todos os erros é não perceber que a história mostra muita infelicidade decorrente de situação semelhante. Inté.

 

domingo, 14 de agosto de 2016

ARENGA 301


A manchete no Jornal Folha de São Paulo Brasil precisa de providência contra abuso de poder” é um imenso mar aberto para o barquinho do pensamento navegar. De início, é intrigante porque sempre que se fala em abuso de poder é de referência à ação de uma autoridade sobre alguém. No entanto, ante a realidade de serem as próprias autoridades a abusarem tanto do poder que lhes é conferido para proteger a sociedade prejudicando-a em vez de protege-la, não como esperar que as autoridades tomem providências contra os abusos por elas praticadas.  Moisés Naim, logo no princípio do primeiro capítulo do livro O FIM DO PODER, define o poder comoa capacidade de conseguir que os outros façam ou deixem de fazer algo”. Dentro desta lógica incontestável, o que obrigam as autoridades o povo a fazer senão coisas contra o próprio povo? E uma vez que assim é, qual é o motivo de assim continuar sendo? Simplesmente a incapacidade de raciocinar castrada pelo religiosidade e os meios de comunicação para os quais há felicidade em destruir a natureza, ingerir veneno, conviver com a putaria que deturpa a nobreza existente na atração encantadora do macho pela fêmea e vice-versa. A impossibilidade de pensar sobre a vida imposta pela correria em busca de riqueza impede a percepção do seu lado espiritual, razão pela qual a humanidade passa pela vida sem viver, enquadrando-se perfeitamente na sentença condenatória do Grande Mestre do Saber Leonardo da Vinci, segundo a qual “quem se submete aos desmandos (como faz a humanidade ao submeter-se à escravidão moderna cujo chicote são os meios de comunicação) não passa de condutor de comida. A única marca que deixa de sua passagem pelo mundo são latrinas cheias”

Em função da desnecessidade de pensar ardilosamente providenciada pelas intenções inconfessáveis tanto das autoridades religiosas e estatais a humanidade deixa-se conduzir sem se interessar para onde está sendo conduzida, razão de toda sua infelicidade porque seus condutores tem para com ele as mesmas intenções dos condutores de boiadas, o que levou o poeta Zé Ramalho a comparar o povo à boiada quando sentenciou: “Vida de gado. Povo marcado, povo feliz”.

Já decorreu bastante tempo desde os tempos dos governantes/deuses. Cabe, pois, à humanidade, concluir pela impossibilidade de esperar ser conduzida por seres humanos com seus defeitos à tranquilidade de que deveriam desfrutar em sua curta passagem pela vida, o que jamais se conseguirá a seguir a orientação enganadora de haver vantagem no individualismo necessário para a existência das grandes fortunas. O individualismo é incompatível com a tranquilidade social, razão pela qual é rejeitado até mesmo pelos irracionais. Nunca se viu uma abelha ter seu favo privado na colmeia. Viver de modo prazeroso é inteiramente possível, desde que se leve em conta a realidade de não poder viver brigando quem precisa viver junto. Inté.

 

 

 

 

 

 

 


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

ARENGA 300


Definitivamente, nossa situação é mais atrapalhada do que o ambiente da Torre de Babel. Em dois artigos no Jornal do Brasil, um dos expoentes da nossa cultura jornalística, o mestre Mauro Santayana, deixa às tontas o raciocínio de quem se dispõe a pensar. Quando ele afirma ter havido conquistas nos últimos treze anos só podemos entender tratar-se de conquistas sociais. Sendo cientista social, trabalha com problemas sociais. A esta conclusão nos leva o raciocínio. Os avanços a que se refere, portanto, devem ser entendidos como algo positivo em decorrência de ação governamental, uma vez que em função da brutalidade humana não se pode dispensar a ameaça do cassetete ostentado por uma autoridade, no caso, o governo. Mas onde estaria alguma ação positiva tanto dos governos anteriores aos últimos treze anos como durante esse período no qual o jornalista vê avanços? Só se por estarmos acostumados a coisas tão ruins as menos piores nos afigurem como boas. Temos, portanto, o destino do casal inventado por Orwell no livro l984 para demonstrar a infelicidade proveniente de mau governo, quando, não obstante se encontrar num quarto quente e infestado de percevejos aquele casal se sentia a gosto porque do lado de fora a coisa ainda era pior. “Avanço” dá ideia de mudança para melhor, nós, definitivamente, estamos impedidos de avançar simplesmente por que nossa rapacidade não permite uma vez que numa sociedade de ladrões a vida se resume a roubar e ser roubado, o que elimina a possibilidade de se ter o sossego inerente a uma sociedade que passa pelo processo de avançar. No prefácio de Os Bruzundangas, Lima Barreto nos lembra que por volta de 1601, entre nossos avós culturais, os portugueses, foi atribuído ao padre jesuíta Manoel da Costa a autoria de um livro chamado A Arte De Roubar, sobre a várias modalidades de roubar e os ladrões. Mais modernamente, Laurentino Gomes nos mostra que nossos pais culturais nos transmitiram o instinto de rato. Assim, pois, a roubalheira generalizada em função da qual se encontram em calamidade a educação, saúde e segurança, elementos base para o avanço de uma sociedade, causa confusão o fato de uma pessoa como o grande jornalista Mauro Santayana ver avanço nos últimos treze anos.

Em outro artigo, o mestre o jornalismo volta a fundir o juízo de quem o lê. Condena a Operação Lava Jato afirmando que sua ação prejudica o desenvolvimento do país, citando como exemplo desse prejuízo o fato de ter a Odebrecht demitido mais de 120.000 pessoas no último ano em função da perseguição sofrida, criando, inclusive, com sua capacidade criativa, a figura de que em nome de consertar o país o que a Lava Jato faz na realidade é jogar o bebê pela janela junto com a água do banho. Mas, então, senhor jornalista, cadê a lucidez que o orientou naquele combate duro contra a corrupção demonstrada no artigo monumental de vossa senhoria chamado A Crise da Razão Política e a Maldição de Brasília? Para o senhor tenha razão é preciso que as construtoras não tenham cometido a improbidade denunciada pelo Ministério Público do mesmo modo como os advogados de Carlinhos Cachoeira afirmavam que ele nada fizera de recriminável. Disto se deduz estar errado combater os autores de corrução, o que é de dar um nó no pensamento de quem pensa.

Nesse mesmo artigo, o grande jornalista se refere à condenação do cientista brasileiro, um dos principais responsáveis pelo programa de enriquecimento de urânio, ganhador da Medalha do Pacificador. Quanto a ser injusta a condenação, não há o que estranhar por se tratar da mesma justiça que condenou o doutor Protógenes Queiroz e perseguiu o doutor Fausto de Sanctis. Contudo, causa estranheza o fato de ser merecedor do título de pacificador quem contribui para a fabricação das armas nucleares que a qualquer momento destruirão o mundo e as criancinhas que pais imbecis fabricam despreocupadamente, porque essa história de energia nuclear para fins pacíficos é história para boi dormir. Ou já tô caducando? Inté.

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

ARENGA 299


Se combater a corrupção é necessário, ainda mais necessário é combater a causa da corrupção sob pena de se ver a sociedade humana destroçada em consequência da brutalidade da qual resulta a situação perigosamente inusitada de um por cento dos seres humanos terem se apropriados de noventa e nove por cento da riqueza do mundo, situação sobre a qual cabe a todos indistintamente refletir, sob pena de recaírem aflições sem fim sobre as futuras gerações. Nada justifica os festejamentos e tantas alegrias ante as possibilidades já quase reais de serem os risos transformados em lágrimas. É loucura total a sanha da corrupção que suga os recursos públicos no mundo inteiro com ênfase para as repúblicas de banana. Faz-se extremamente necessário inverter esta situação insustentável. Para tanto não precisa mais violência do que a brutalidade da violência existente na corrupção. Basta perseguir até alcançar um sistema educacional voltado para as crianças ensinando-lhes exatamente o contrário do que lhes é ensinado uma vez que o adulto resultante de uma criança que aprende não ser preciso meditar sobre o que lhe é ensinado será um adulto exatamente como são os adultos de hoje, em consequência do aprendizado que lhes foi ministrado quando crianças. O que aprendem as crianças desde sempre? Aprendem que seu bem-estar não depende de si mesmas, mas de Deus; que o objetivo maior na vida é ficar rico; que há diversão nas distorções de caráter promovidas pela televisão, cujos danos podem ser observados no vício de futucar telefone e admirar “famosos” e “celebridades”. E o quê deveria ser ensinado às crianças? Sociabilidade, necessidade de respeito mútuo, irmandade, diferença entre cooperativismo e individualismo. Do aprendizado a que são submetidas as crianças resulta que elas acreditam na necessidade de serem superiores e, portanto, com o dever de cuidar unicamente de seus próprios interesses, com o que restringe a convivência social aos clubes e às festas. Entretanto, ter consciência e aprimorar a interdependência dos seres humanos, aprender a verdade de ser impossível o bem-estar individual numa sociedade turbulenta, atormentada pelo medo, disto resultará benefício infinitamente maior do que fazer orações. Esta realidade precisa ser escrita em todos os muros do mundo (com permissão do mestre Nietzsche pela ideia).

Quando os meios de comunicação alardeiam como meritória ação pela qual pessoas passaram da extrema pobreza para extrema riqueza, estão na verdade prestando grande desserviço à coletividade em benefício da cultura antissocial da necessidade de acumular a riqueza destinada a conferir poder a seu possuidor, resquício da mentalidade bárbara dos tempos dos grandes imperadores muitos dos quais nem os ossos existem mais. Desse modo, fazem-se necessários olhos para ver que o convencimento a orientar a humanidade é um convencimento falso do qual resultará infelicidades do arco da velha. Só falta deixar a bobagem de lado e passar a pensar sobre o que se ouve e o que se vê em vez de simplesmente se ater ao que se aprendeu quando criança. Inté.

 







quarta-feira, 10 de agosto de 2016

ARENGA 298


O amigo e escritor Edmilson Movér me passa uma dessas mensagens que correm mundo pela parte boa da internete. Trata-se da conversa entre um homem atarefado no computador enquanto aguarda a comida num restaurante e um desses garotinhos que em função da brutalidade humana se encontram abandonados pela sociedade e levados pelo azar a enfrentar sozinhos as tormentas da vida. Mesmo ocupado, sendo espécime de gente como meu amigo Movér, o homem deu atenção ao garotinho e este lhe perguntou o que é virtual, ao que o homem respondeu tratar de uma espécie de mundo onde podemos dar vasão à imaginação, inclusive fazer o mundo ser como gostaríamos que ele fosse, o menino, então, disse que ele vivia num mundo assim porque vivia imaginando ter uma família, comida e estudo para ser doutor. Por ser também espécime de gente é que meu amigo escritor lamentava a insensibilidade humana, no que tem absolutíssima razão porque povo é sinônimo de brutalidade, insensatez, burrice, ignorância, animalidade, religiosidade, irracionalidade, enfim, tudo de ruim tem esse agrupamento de biltres denominado povo. Muita razão tinham os Grandes Mestres do Saber quando afirmaram ser uma verdadeira doença a presença do povo, o que pode ser sentido a todo instante. Chegando de viagem com fome, por volta de uma da tarde, a fim de evitar a espera normal nos restaurantes, resolvemos almoçar a comida já pronta do Shopingue Conquista Sul, por onde passávamos no momento. Só mesmo a necessidade de ter alimento no estômago foi capaz de nos fazer suportar o barulho infernal do amontoado de bichos na sala de refeições. Era um frenesi infernal que nem de longe lembrava um lugar onde fazer refeição para quem superou a fase mastodôntica e reles de povo. Era tamanha a algazarra que lembrava os porcos quando lhes era despejada a lavagem nos cochos lá da fazenda de meu pai na minha juventude. E não há que dizer tratar-se de Vitória da Conquista porque em Brasília, não estando esfomeados como desta vez, Sara e eu tivemos de sair do hotel de boa qualidade onde estávamos hospedados em busca de outro restaurante por causa do barulho ensurdecedor, risos e berros estrondosos, tilintar infernal de talheres e pratos num dia em que se comemorava alguma coisa pelos animais em forma de gente daquela cidade onde a corrupção encontra campo livre, inclusive com ajuda da mais alta corte de justiça.

Os brutos seres humanos vivem sem se dar conta da necessidade de se lembrar que também outras pessoas partilham do mesmo ambiente. Estacionam os carros de modo tão atabalhoado que no lugar onde estacionam dez caberiam mais dois ou três. Povo, em sua brutalidade, tem capacidade de suportar barulho muitas vezes superior aos cães. Eles não suportam o pipocar das bombas. Diante disso, fica fácil entender o motivo pelo qual esse é o país mais desgraçado do mundo. A causa é nada mais do que ter a juventude mais estúpida do mundo, embora outros jovens de outros mundos não se mostrem menos estúpidos ao remar no meio de bosta e cadáveres em decomposição lá no Rio de Janeiro. Esta notícia dá mostra da qualidade do nosso povo: Para Ronaldo Fenômeno, a solução é cuspir nos adversários”. Está aí na imprensa esta manchete provando a repulsa do amigo Movér à falta de sensibilidade do povo, o que, aliás, não é de se estranhar uma vez tratando-se de povo para quem Ronaldo do cuspe é fenômeno por ter comportamento equivalente ao dos animais peçonhentos que lançam cusparadas contra suas presas.

Este é um país tão desgraçado que uma pesquisa sobre o que é melhor para o Brasil apresenta as seguintes sugestões: 1 – Que o presidente interino convoque novas eleições. 2 – Que o presidente fique no cargo até o fim do mandato. 3 – Que a presidente Dilma volte e complete o mandato até 20l8. Alguém do lado de fora da classe de povo na qual se incluem politiqueiros e analfabetos políticos pode vislumbrar algo de melhor em alguma destas opções? Senão vejamos: Caso a manada opte pela primeira sugestão e que ela fosse acatada, nada mudaria porque a chave do cofre iria parar nas mãos de outro pau-mandado das empreiteiras. Se a segunda opção, absolutamente nada mudaria porque este governo, como mostra esta notícia: “Farra fiscal olímpica: McDonald’s, Bradesco e Globo não pagarão impostos, apesar de lucrarem bilhões”, também governará em benefício dos avarentos e nefastos ricos donos do mundo, patrões de todos os governos, dispensando para o povo o tratamento do governo do Rrio Grande do Sul que precisou ser obrigado pelo que ainda resta de bom na justiça para pagar o salário de um funcionário aposentado de cem anos com câncer de próstata. Assim agem os governos quando se trata de povo, e com presentes bilionários em isenções para os ricos. Quanto à terceira opção, apesar de haver um monte de gente gritando pela volta de D. Dilma, teríamos nada mais nada menos do que a continuação do esfacelamento do erário através de muitos episódios como a Refinaria de Pasadena. O fato de haver quem queira Lula e Dilma se explica por estar o brasileiro tão acostumado ao sofrimento quanto aquele infeliz casal mencionado por Jorge Orwell no livro 1984 que se sentia na maior felicidade num quarto de calor insuportável e infestado de percevejos.

O julgamento resultante da pesquisa citada equipara-se ao que o deus Osíris submetia o egípcio morto para entrar no seu reino de boa-venturança colocando de um lado da balança uma pena (que representava a verdade) e do outro lado o coração do morto (que representava a consciência). Desse julgamento, como uma pena tem necessariamente de pesar menos do que um coração, o morto seria remetido inevitavelmente para um lugar escuro de muito sofrimento, do mesmo jeito em que se encontram os brasileiros na escuridão da ignorância e na infelicidade de um futuro ainda mais infeliz. Inté.

 

    

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

ARENGA 297


A vida é vivida de um modo tão esquisito que a realidade precisa ser escondida a qualquer custo. Mesmo as pessoas sabidamente capazes de entender seus meandros precisam dizer coisas inverossímeis para si mesmas. O Mestre do Saber Mauro Santayana acaba de nos dar um exemplo desta irrealidade (ou realidade). Em mais uma de suas magistrais observações sobre a sociedade humana, no artigo intitulado O papa e o estrume do diabo, aquele escritor, como sempre faz, decorre de modo soberano sobre a real causa da infelicidade humana: A INSENSIBILIDADE SOCIAL. O que levou o grande jornalista à sua bem-vinda manifestação foi o fato de ter sido o Papa Francisco, homem de espiritualidade e senso comunitário dignos de louvor, criticado por biltres sociais por ter condenado aquilo que é realmente condenável por ser a causa do infortúnio do mundo, O APEGO AO DINHEIRO. Como não podia deixar de ser, em função de sua sensibilidade social por todos conhecida, o magnífico jornalista, do alto de sua capacidade jornalística, censura aqueles que censuram o Papa. Entretanto, ao se referir à vida, o jornalista a menciona como “PRESENTE MAIOR QUE RECEBEMOS DE DEUS”. Ora, de um homem do nível intelectual daquele nobre jornalista e escritor não se pode esperar que desconheça as afirmações de filósofos, historiadores e cientistas sobre a inexistência de Deus. A simples observação da vida leva à conclusão desta realidade. A leitura da história das religiões mostra que Deus é uma criação humana que, como todas as instituições humanas, também sofreu alterações ao longo do tempo. Os obtusos, a estes é simplesmente impossível admitir a realidade. Platão mostrou isto bem mostrado com O MITO DA CAVERNA. Mas, e os conhecedores da realidade como Mauro Santayana, Frei Beto e o Papa? Por que estes homens de grande saber não podem dizer o que sabem? Por que não podem eles acabar de vez com a causa de toda a infelicidade humana proveniente da parceria diabólica entre a política e a religião demonstrada na matéria do Jornal Folha de São Paulo de 08/08/2016 dando conta de que a isenção fiscal para templos religiosos de São Paulo atinge R$ 110 milhões? A matéria jornalística faz referência a clérigos fascistas, o que elimina a ideia que se tem de um Deus bom porque sendo bom não permitiria representantes fascistas, estupradores, salafrários que pedem os carros de seus seguidores. Se até um Zemané tomou conhecimento da realidade da vida através dos ensinamentos dos Grandes Mestres do Saber, por que será que outros Mestres do Saber fingem desconhecê-la? A simples constatação de serem os de menor conhecimento os mais fervorosos religiosos é o bastante para se concluir que a religiosidade nada mais é do que um grande engodo porque os menos capazes mentalmente são mais fáceis de serem enganados. Uma iletrada serviçal me disse que o dinheiro entregue ao pastor é para pagar um lugarzinho no céu. A religiosidade e a existência de Deus como doador da vida é própria dos biltres criticados pelo grande Mauro Santayana, mas nunca para ele próprio. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 6 de agosto de 2016

ARENGA 296


As doenças que nos afligem têm tantas causas que ainda se dispusessem os profissionais da saúde a abrir mão de algum dinheiro para dedicar tempo a buscá-las, jamais conseguiriam determinar a causa que provocou a doença daquele doente em virtude da gama infinita de causas a produzir doenças uma vez ser permitido pela lei haver nos alimentos determinada quantidade de bosta, veneno e pelos de rato, situação explicável apenas pela atual forma socialmente criminosa de administração pública patrocinada pelos donos das fábricas para as quais o importante é a rapidez com que suas chaminés bufam a fumaça resultante da fazeção de coisas (inclusive alimentos) a serem vendidas a fim de que seus donos, os ricos donos do mundo, a pior espécie de ser humano do ponto de vista da sociabilidade, não interrompam a remessa de riqueza para os infernos fiscais. Sabendo-se que enquanto permanecer a causa permanecerá o efeito, para que a humanidade supere os problemas que a infelicitam seria necessário antes determinar o que produz esses problemas. E isso é mais fácil do que determinar a origem de determinada doença que infelicita determinado doente, porquanto existe uma só causa para todos os problemas que infelicitam a humanidade. A quase totalidade dos seres humanos não sabem disso porque, na verdade, só sabem sobre “celebridades” e “famosos”. Que sabedoria pode ser encontrada neste tipo de pessoas? Certamente nenhuma. Entretanto, são as pessoas mais valorizadas no mundo inteiro, o que se deve á ignorância das pessoas do mundo inteiro. Há muito os Grandes Mestres do Saber determinaram a causa da infelicidade humana quando afirmaram do alto de sua sabedoria o seguinte: Todos os males que infelicitam a humanidade têm uma só causa: A IGNORÂNCIA!”. Assim, uma vez substituída a ignorância pelo conhecimento estará resolvido o problema de onde surgem todos os males que nos infelicitam. Seguindo a lógica da necessidade de eliminar a causa como pressuposto de eliminar o problema, uma vez esclarecido que a ignorância é a causa dos problemas humanos, para eliminar a ignorância, pois, é preciso antes de tudo descobrir  sua causa a fim de ser ela eliminada. O historiador Edward McNall Burns, no primeiro volume de História da Civilização Ocidental, página 111, nos dá perfeito esclarecimento sobre a fonte da qual emana toda a ignorância dos seres humanos. Quando ele diz “Nenhum dos povos do antigo Oriente, com exceção, talvez, dos egípcios teve maior importância para o mundo moderno do que os hebreus. Foram eles, já se sabe, que nos deram grande parte do substrato da religião cristã, como os mandamentos, as histórias da criação e do dilúvio, o conceito de Deus como legislador e juiz, e ainda mais de dois terços da bíblia”. Ao dizer isso o historiador desnudada a causa da ignorância. Tendo sido este aí o maior legado a determinar o comportamento humano, não há como esperar um comportamento baseado na sabedoria só encontrada num raciocínio lógico uma vez que aquele legado é constituído de fantasias tão infantis que não convencem nem mesmo a uma criança esperta.

As religiões, por exemplo, por si sós se desmoralizaram de tal modo que só mesmo a ignorância mencionada pelos Grandes Mestres a justifica. Não resiste a religiosidade ao mínimo raciocínio lógico. Por que Deus nunca mais apareceu a ninguém? Por que a religião só se firmou através da política? Que dizer sobre os dez mandamentos? Eles estão a merecer o mesmo respeito e observância dispensados à Constituição Federal em sua ordenança para que todos sejam iguais perante a lei em concomitância com o Foro Privilegiado. A criação divina do universo, então, ante o avanço científico, apenas a mais elevada ignorância ainda lê por esta cartilha. E o dilúvio, quem, além do mais requintado ignorante é capaz de conceber sete pessoas numa barca recheada de animais fedorentos, cagões e bufões para os quais não faltou alimento durante cerca de um ano vagando por sobre o planeta totalmente coberto de água? Do legado de Deus como legislador e juiz, apenas o que se vê em Êxodo 21:2-36 é de uma brutalidade que justifica a brutalidade dos tempos modernos, incluindo a escravidão que ora obriga os seres humanos a sustentarem uma orgia de templos monumentais para ostentação e folguedo de parasitas seguidores da opulência do Rei Salomão com seus estábulos para quatro mil cavalos e mil mulheres para desfrutar. A influência deste legado tem inspirado governantes modernos a orgias sexuais.

Assim, a ignorância que causa os problemas que nos infelicitam tem sua origem no erro de continuar pensando do mesmo modo como pensavam os povos de cerca de dois mil anos antes de Cristo, ideias, crenças e costumes que há muito já deviam ter dado lugar a novas ideias, crenças e novos costumes. Simples como trocar de lugar no cinema quando o casal da frente impede a visão da tela. Basta a juventude se conscientizar de sua burrice e trocá-la por sabedoria para que tudo se resolva. Inté.

 

 

 

 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

ARENGA 295


“Um dos diretores da Fiesp deve dinheiro à União e deixou de pagar R$ 6,9 bilhões”.

“A jornalista Ana Estela de Sousa Pinto explica quanto um país chega a pagar para realizar uma Olimpíada”.

“Faustão embolsa R$ 3 milhões em propaganda de refrigerante”

“Os roubos descobertos na Petrobras já somam quantias de cifras bilionárias, e ainda estão em fase de investigação. A ex-presidente da estatal, Graça Foster, chegou a estimar um prejuízo de R$ 88 bilhões em divulgação de balanço, em 2015”.

Estas notícias mostram uma vida tão sem lógica quanto a vida dos dementes. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, em seu imponente edifício na Avenida Paulista, concentra a fina-flor dos bilionários empresários paulistas cujas fabulosas riquezas são fruto desse modo perverso de administração pública cuja perversidade a notícia reflete porque nada pode justificar a necessidade de um destes bilionários estar de posse daquela fortuna do dinheiro do povo, não querer pagar e ficar por isso mesmo. Do mesmo modo, a outra notícia. A jornalista menciona a espantosa cifra de quarenta e oito bilhões de reais gastos em brincadeiras, ao tempo em que médicos lamentam a falta de recursos que os obriga a deixarem de amenizar o sofrimento de quem sofre, delegados de polícia se veem obrigados a soltar criminosos por não terem onde nem como mantê-los presos, policiais e professores precisam entrar em greve por mísero aumento salarial. A terceira notícia, como diz o próprio Faustão é coisa de louco. Aquilo significa que o homem ganha três milhões de reais para recomendar ao povo beber uma água choca enquanto um professor não ganha isso durante toda a vida. E a quarta notícia, que dizer dela? Se a estimativa é de oitenta e oito bilhões, pode botar mais bilhões jogados fora naquela roubalheira sem fim aplaudida pelos papagaios de microfone, moleques de recado de sanguessugas sociais tipo os monstros da FIESP e que a fim de bem cumprir as ordens de seus patrões desprezam o futuro dos filhos quando arregaçam a cara num riso forçado para enfatizar as brincadeiras com as quais seus patrões conseguem anular a capacidade de raciocínio do povo tão imbecilizado a ponto de beber água choca suficiente para que o vendedor dê a Faustão três milhões para recomendar a garapa insalubre e embolsar muitos outros milhões. Para a papagaiada de microfone desprovida de vontade própria hoje é um dia histórico para o Brasil porque têm início as brincadeiras às quais a lúcida jornalista atribuiu gastos monumentais. Como burrice pouca é pouca burrice, tem mais absurdo do tipo:

“Olimpíadas do Rio já bateram recorde: 42 camisinhas para cada atleta. Serão 100 mil preservativos específicos para as mulheres. Além disso, serão 350 mil para os homens e 175 mil pacotes de lubrificante”.

“As malas de viagem chiquérrimas das famosas”.  Estas quinta e sexta notícias, não só dão conta de ter sido o Rio de Janeiro transformado num imenso bacanal, mas também que concorrendo com a politicagem, a prostituição é outra fábrica de bilionários. Sob algum pseudônimo, parasitas sociais cujo único mérito é mostrar a bunda como propaganda e alugar suas xerecas, fazem tanta riqueza quanto os ladrões do erário. Como podem as crianças crescerem mentalmente sadias vendo a prostituição proporcionar imensas fortunas enquanto as trabalhadoras honradas chegam à velhice chorando num corredor de hospital?

“Eduardo Cunha prepara dossiê sobre seus aliados para eventual delação premiada”. Esta sétima notícia mostra que um deputado prepara uma lista de crimes cometidos por outros deputados para com isso obter o apoio deles em defesa da acusação de crimes contra a sociedade por ele praticados. Mas então, a que ponto de degradação de todos os tipos foi convertida a política? É o cúmulo dos cúmulos tal situação! Como pode acontecer de um Congresso Nacional ser formados por bandidos um escondendo os crimes do outro? E enquanto tudo isto rola, a juventude patrocina alegre a orgia do Rio de Janeiro e do Congresso Nacional, ao tempo em que mil e uma conversas em torno de quem vai ser ou deixa de ser o presidente da câmara dos deputados ou quem vai ser o próximo posudo a assentar a bunda na cadeira presidencial para assegurar a continuação desta esculhambação. Faça-se uma averiguação sobre quem quer que seja ou venha a ser o presidente de qualquer instituição pública nesse país de merda que a conclusão será de que o lugar dele é na cadeia. E a juventude esperneia de alegria quando um imbecil chuta a bola ou quando outros imbecis remam canoas em águas cheias de bosta e cadáveres. O jornal diz que os competidores em atividade aquática após a palhaçada vão desinfetar seus corpos. O que estes biltres deviam desinfetar é sua espiritualidade tão apodrecida que suas mentes lhes negam a capacidade à percepção da inconveniência de se tripudiar ante a tristeza dos que sofrem por falta do dinheiro jogado fora com suas brincadeiras verdadeiramente sem graça alguma nas condições em que se encontra o mundo com jovens enlouquecidos disparando armas sobre pessoas ou cepando fora a cabeça de outros jovens num ritual tão macabro quanto a carnificina dos sacrifícios bíblicos para fazer bonito perante Deus. De tudo isto se conclui que a humanidade se recusa a evoluir espiritualmente, preferindo a condição de porcos na lama.

 Apocalipse zumbi espalha surto de superbactéria pela Sibéria”.

Esta oitava e também estarrecedora notícia dá conta de que na Sibéria uma rena morta há mais de setenta anos e conservada pelo frio, com o aquecimento global, bactérias perigosas que se encontravam no cadáver congelado foram revividas pelo calor e já mataram mais de uma centena de outras renas e passam agora a ameaçar fazer o mesmo com os humanos.

É a isto que levou o fabuloso desenvolvimento tecnológico dos biltres humanos. Ao abrir jornal, revista, ouvir rádio ou televisão, as notícias são sobre crimes, putaria, “celebridades” e “famosos”, vulgaridades e horrores. Fora destes assuntos nada mais existe para ser noticiado porque a atividade de viver foi reduzida àqueles assuntos e não há como dizer tratar-se de privilégio de latinos, povos considerados bárbaros pelos outros povos não menos bárbaros, mas que não olham para o próprio umbigo. A mesma estupidez que leva o brasileiro a disparar na São Silvestre ou na Avenida Paulista aspirando várias vezes mais veneno do que respiraria se estivesse andando normalmente é também a estupidez que leva a fina-flor da civilização europeia a brincar na Baía de Guanabara em meio a um monte de bosta e corpos em decomposição.

A evolução apenas fez o ser humano ficar de pé, perder os pelos, procurar abrigo e aprimorar os meios de matar, brutalidade esta exigida pela natureza para a sobrevivência, mas não afetou a evolução a parte mais nobre do ser humano, a espiritualidade. Os tempos modernos demonstram claramente um avanço tecnológico extraordinário. Entretanto, todo o desenvolvimento tecnológico nada mais é do que arma mortal com a mira voltada contra o próprio ser humano já em vias de se autodestruir, sendo, portanto, incompreensível que seres capazes de moldar seu modo de vida vivam uma vida do tipo desta em que se vive em meio a horrores, crimes, baixarias e uma desinteligência tão grande que o maior de todos os brasileiros em envergadura moral e hombridade que se colocou heroicamente a serviço de defender esse povo de merda, em meio a aplausos, também recebeu vaias. Que tipo de sacana é a pessoa para a qual o doutor Moro merece vaia? Bandidos é a resposta porque os bandidos não suportam a legalidade ferrenhamente defendida pelos doutores Sergio Moro, Rodrigo Janot e pequena parte da juventude sadia que os ajuda na luta heroica em defesa desse povinho desqualificado sob todos os pontos de vista, povo que desconhece o sentido das palavras honra e dignidade, cuja juventude futuca telefone e leva para casa um baita zero do Enem. Chegamos a um nível de intelectualidade tão calhorda que a mentalidades de portadores de títulos universitários não passa do “graças a Deus”, “com fé em Deus” e “se Deus quiser”. Estas expressões encontram justificativa nos semianalfabetos elevados à categoria de “celebridades” uma vez que estes mendigos espirituais desconhecem totalmente o que seja dificuldade para satisfação de suas necessidades materiais, as únicas que têm, mas inteiramente injustificáveis em quem tem de se ralar para obter o mínimo daquilo que necessita. Esta é mesmo uma sociedade de brutalidade infinita. Inté.