Os velhos
que nem chegaram aos oitenta, mas já se encontram nas caríssimas UTIs,
espetados por mil agulhas e tubos para alimentar, respirar, enfim, manter-lhes
um simulacro de vida, depois de engordarem a conta bancária do hospital e
passar desta para a outra vida que acredita existir ao lado de Deus deveriam
contratar o advogado com o maior nariz que lá encontrasse, daqueles que obrigam
as leis a fazer contorcionismo para provar que bandido rico não é bandido, com
a finalidade de mover contra Deus ação de reparação ante a desigualdade de
tratamento verificada no fato de agraciar este ateu com a sorte de estar aos
oitenta anos, apesar de dor nas costas e cólica renal, firme como rocha, capaz
de dirigir minha CRV quinhentos quilômetros com apenas algumas paradas para um
cafezinho, fagueiro e a gosto aqui em frente ao computador, ao lado de um copo
de cristal que me foi presentado e uma garrafa de bom uísque sorvendo moderada
e prazerosamente deliciosos goles enquanto, ao contrário de quem Lhe lambe as
botas, digito verdades que contestam não só Sua santidade, mas também Sua
própria existência. Talvez exista mesmo um Deus diferente do Deus dos
religiosos, um Deus que goste de verdades e vai enrolando a morte orientando a
foice dela para lugares diferentes daquele em que me encontro. Saí de um
enfarto sem nem precisar operação, embora um médico mercenário do hospital
Santa Isabel, chamado Nilson sei lá das quantas, em Salvador, a fim de tomar
meu escasso dinheiro, quisesse me operar.
Faço sempre
um brinde à natureza em reconhecimento à sua benevolência ao me permitir fazer
o que mais gosto que é tentar levar aos inocentes o que aprendi em oitenta anos
de observação da vida, observação da qual resultou a conclusão de vivermos de
modo infeliz quando deveríamos viver um mundo de paz e compreensão da
necessidade de sermos tão unidos como irmãos educados em vez de vivermos às
turras nos infelicitando mutuamente. No blog Outras Palavras, que deve ser
visitado por quem deseja deixar a qualidade reles de povo, há uma imagem
condizente com o assunto da reportagem que ilustra, na qual aparece uma mulher
com ar de perplexidade ante a cena brutal na qual um soldado em plena rua
manuseia como se fosse disparar uma possante arma de guerra semelhante àquelas
dos filmes que as crianças assistem depois de terem sido levadas à igreja pelos
pais criminosos que as ensinam mentiras em lugar de verdades.
Decorridos
milhares e milhares de evolução já devíamos ter atingido um nível mental capaz
de nos levar a uma espiritualidade que nos desse a entender ser impossível
encontrar paz através de guerra e tranquilidade na riqueza. Aqueles que mais
professam religiosidade são também os que cercam para si maior quantidade do
mais precioso bem que existe e que a todos deveria beneficiar porquanto dele depende
a vida de todos: A TERRA. O representante máximo do falso Deus, o Papa, acaba
de se pronunciar a esse respeito conforme matéria que pode ser vista pedindo ao
amigão Google PAPA CONDENA INTERNACIONAL DO DINHEIRO. Observar a realidade de
que o sol nasce para todos contribui mais para a felicidade do que observar os
princípios bíblicos porque eles aprovam a escravidão e fazem apologia à riqueza
à morte e à violência do saque. A humanidade, apesar de tanta religiosidade inútil,
foi conduzida a um destino tão triste que a o assombro da morte se fundamenta
no mesmo princípio que leva o asno a recusar deixar o capim. Como os troços de
bosta que flutuam entre remadores da Olimpíada, também a mente dos
frequentadores de igreja, futebola e axé se recusa a mergulhar e descobrir a
realidade de se viver uma vida de asno. Inté.
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