quinta-feira, 18 de agosto de 2016

ARENGA 305


Os velhos que nem chegaram aos oitenta, mas já se encontram nas caríssimas UTIs, espetados por mil agulhas e tubos para alimentar, respirar, enfim, manter-lhes um simulacro de vida, depois de engordarem a conta bancária do hospital e passar desta para a outra vida que acredita existir ao lado de Deus deveriam contratar o advogado com o maior nariz que lá encontrasse, daqueles que obrigam as leis a fazer contorcionismo para provar que bandido rico não é bandido, com a finalidade de mover contra Deus ação de reparação ante a desigualdade de tratamento verificada no fato de agraciar este ateu com a sorte de estar aos oitenta anos, apesar de dor nas costas e cólica renal, firme como rocha, capaz de dirigir minha CRV quinhentos quilômetros com apenas algumas paradas para um cafezinho, fagueiro e a gosto aqui em frente ao computador, ao lado de um copo de cristal que me foi presentado e uma garrafa de bom uísque sorvendo moderada e prazerosamente deliciosos goles enquanto, ao contrário de quem Lhe lambe as botas, digito verdades que contestam não só Sua santidade, mas também Sua própria existência. Talvez exista mesmo um Deus diferente do Deus dos religiosos, um Deus que goste de verdades e vai enrolando a morte orientando a foice dela para lugares diferentes daquele em que me encontro. Saí de um enfarto sem nem precisar operação, embora um médico mercenário do hospital Santa Isabel, chamado Nilson sei lá das quantas, em Salvador, a fim de tomar meu escasso dinheiro, quisesse me operar.

Faço sempre um brinde à natureza em reconhecimento à sua benevolência ao me permitir fazer o que mais gosto que é tentar levar aos inocentes o que aprendi em oitenta anos de observação da vida, observação da qual resultou a conclusão de vivermos de modo infeliz quando deveríamos viver um mundo de paz e compreensão da necessidade de sermos tão unidos como irmãos educados em vez de vivermos às turras nos infelicitando mutuamente. No blog Outras Palavras, que deve ser visitado por quem deseja deixar a qualidade reles de povo, há uma imagem condizente com o assunto da reportagem que ilustra, na qual aparece uma mulher com ar de perplexidade ante a cena brutal na qual um soldado em plena rua manuseia como se fosse disparar uma possante arma de guerra semelhante àquelas dos filmes que as crianças assistem depois de terem sido levadas à igreja pelos pais criminosos que as ensinam mentiras em lugar de verdades.

Decorridos milhares e milhares de evolução já devíamos ter atingido um nível mental capaz de nos levar a uma espiritualidade que nos desse a entender ser impossível encontrar paz através de guerra e tranquilidade na riqueza. Aqueles que mais professam religiosidade são também os que cercam para si maior quantidade do mais precioso bem que existe e que a todos deveria beneficiar porquanto dele depende a vida de todos: A TERRA. O representante máximo do falso Deus, o Papa, acaba de se pronunciar a esse respeito conforme matéria que pode ser vista pedindo ao amigão Google PAPA CONDENA INTERNACIONAL DO DINHEIRO. Observar a realidade de que o sol nasce para todos contribui mais para a felicidade do que observar os princípios bíblicos porque eles aprovam a escravidão e fazem apologia à riqueza à morte e à violência do saque. A humanidade, apesar de tanta religiosidade inútil, foi conduzida a um destino tão triste que a o assombro da morte se fundamenta no mesmo princípio que leva o asno a recusar deixar o capim. Como os troços de bosta que flutuam entre remadores da Olimpíada, também a mente dos frequentadores de igreja, futebola e axé se recusa a mergulhar e descobrir a realidade de se viver uma vida de asno. Inté.

 

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