A menção do
historiador Burns de ter a humanidade demorado noventa e cinco por cento de sua
existência até o aparecimento da escrita mostra que em apenas cinco por cento
dela a humanidade deu um salto evolutivo extraordinário. Considerando as
informações científicas de existirmos por volta de 500.000 de anos e que a
escrita surgiu apenas há 3.000 anos antes do ano em que se acredita ter nascido
Cristo, o que teria ocorrido há 2.016 anos atrás, juntando esses períodos
teríamos o total de 5.016 anos decorridos da invenção da escrita até hoje
contra 494.984 vividos antes, o que mostra o extraordinário salto evolutivo ao
se comparar a evolução ocorrida até aos 494.984 anos de existência e a ocorrida
em apenas 5.016 anos Se durante todo o primeiro período o homem ainda andava a
pé, no segundo, vai ao espaço sideral e ao fundo do mar. Não nada de estranho
nisso porquanto a evolução se processa em progressão geométrica. A segunda vez
que se faz alguma coisa é sempre mais perfeita do que a primeira vez, a
terceira ainda mais que a segunda, assim por diante. Entretanto a humanidade só
evoluiu do lado material. Espiritualmente continua tão bárbara como sempre foi.
O atraso mental que fazia crer ser divertido assistir feras devorando pessoas é
o mesmo atraso mental que faz crer haver diversão ao segurar num pau de selfie
e fotografar-se. Crimes se tornaram tão comuns que a ninguém espanta mais fatos
como o narrado pelo fabuloso jornalista Elio Gaspari do Jornal do Brasil,
criador da expressão petrolarápios para definir a rapinagem dos recursos
públicos pelas próprias autoridades apaniguadas a cupinchas para praticar
crimes contra a sociedade sob sua guarda. Apenas a título de exemplo, o
jornalista menciona um tal de Zwi Skornick que adquiriu com dinheiro público
uma casa cinematográfica em Angra dos Reis onde tinha doze carros de luxo entre
os quais três Porches e duas Ferraris. Tão à vontade esta figura desprezível,
que desfilava tranquilamente com um Rolex cravejado de brilhantes. As condições
da vida moderna demonstram que a extraordinária evolução a que se refere o
historiador não levou os seres humanos à civilidade da qual decorre a paz, a
tranquilidade e a vida sossegada que deveríamos ter, de modo que
espiritualmente involuimos, andamos para trás.
O atraso
mental se deve única e exclusivamente ao modo de administração pública
comandada pelos ricos donos do mundo aos quis interessa um povo mentalmente
incapacidade de perceber a escravidão a que é submetido. Em tempos idos a
administração pública era mantida longe do povo em função da religiosidade,
como mostra Léon Duguit na página 6l do livro Fundamentos do Direito, através da
menção de um texto do rei francês Luís XV no seguinte teor: “Só de
Deus recebemos nossa coroa. O direito de fazer leis pertence a nós somente, sem
dependência e sem partilha”. Embora
tal justificativa para esconder a realidade de como é gasto o dinheiro público
tenha se desgastado em função de diminuir a religiosidade à medida que diminui
a ignorância, contudo, esta ignorância ainda não diminuiu o bastante para se
chegar à realidade de ser inteiramente impossível esperar os recursos
destinados à promoção do bem-estar social não sejam dilapidados uma vez
deixados à mercê dos brutamontes espirituais e sua avidez por palácios e
riqueza. Parasitas acomodados em Câmaras Municipais, Estaduais,
Federal Vice Presidente, Vice Prefeito, dezenas de partidos políticos a roer o
erário através da excrescência Fundo Partidário, obras públicas custando vários
vezes seu valor real, funcionários públicos sendo transformados em milionários
ou bilionários por conta da roubalheira desenfreada ora exposta pela Operação
Lava Jato, tudo isto mostra sobejamente a impossibilidade de se deixar a cargo
de ladrões o Tesouro Nacional. Só haverá evolução mental capaz de organizar uma
sociedade civilizada, o que equivali a dizer uma sociedade na qual se possa
estar a gosto quando aumentar os gatos pingados que superaram o analfabetismo
político e se tornarem capazes de ensinar às suas crianças a realidade de ser
mais producente em termos de diminuição de infelicidade acompanhar o pagamento
das despesas públicas do que fazer orações. Inté.
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