1 – Desembargador rejeita pedido do MP e mantém Eduardo Cunha
elegível.
2 – Justiça eleitoral de SP autoriza candidatura de Eduardo
Cunha à Câmara dos Deputados.
3 – Eduardo Cunha atua como consultor de deputados do União
Brasil e do PL do RJ.
4 – STF anula condenação de Eduardo Cunha a quase 16 anos de
prisão na Lava Jato.
5 – Supremo Tribunal Federal anula condenação do ex-deputado
Eduardo Cunha na Lava Jato.
Estas notícias na imprensa, não dão a
impressão de ter sido vítima de calúnia o senhor Eduardo Cunha, cidadão honrado
e zeloso no cumprimento de seus deveres políticos? Se não, por que haveria um
deputado, o vice-presidente da República e tantos órgãos da justiça, inclusive
a mais alta corte de justiça do país, se empenhado tanto em protegê-lo? Afinal,
é para proteger cidadãos de bem e resguardar a sociedade do pernicioso contágio
de cidadãos do mal é que existem todas estas autoridades a custo de ouro.
Mas, como nem sempre aquilo que
aparenta ser é o que, a verdade nesse caso, lamentável e infelizmente para as
futuras gerações é bem outra que clama aos céus por província que socorra o
futuro destas inocentes crianças de hoje que por inocência, apesar do amor que
os pais dedicam aos filhos, por desconhecimento da verdade, pais têm ensinado aos
filhos o grande erro de procurar no céu o conforto espiritual impossível de ser
encontrado em meio à violência que a todos infelicita, inclusive aos que a
praticam. Esse episódio que envolveu o honrado cidadão doutor Janot é de
tamanha imoralidade política que tornaria ainda mais duras as palavras de Rui
Barbosa caso ele fosse capaz de conceber o quanto pioraria aquilo que há tanto
tempo ele já achava desonroso para homens de bem.
Prestem atenção na narrativa do
doutor Janot porque ela expõe as chagas purulentas que tomaram conta do corpo
político desse belo país de triste sorte e povo tomado pelo maior índice de
analfabetismo político do mundo. Nosso país não merece tamanho desprezo
político se é dela, da política, que depende não só a qualidade de vida, mas a
própria vida, chavão que este cantinho de pensar vai repetir à exaustão por ser
uma verdade incontestável que se o povo não observa é por não saber que pode
pensar.
Vejamos, então, o que nos conta o
doutor Janot. Se quem vai ler não quer que os cabelos fiquem de pé como os de
Supla, deve untá-los com um unguento à base de cola. Dito isto, vamos lá:
Chamado ao Palácio do Jaburu (que o
povo paga a peso de ouro para moradia da figura inútil de um do vice-presidente
da república), nesse caso o doutor Michel Temer, que recebeu o doutor Janot ao
lado do deputado Henrique Eduardo Alves, amigo próximo do vice-presidente.
Disse este ao doutor Janot tê-lo chamada para ter uma conversa não com o procurador-geral
da República, mas com um brasileiro preocupado com o Brasil, com um patriota.
Foram as palavras do doutor Michel Temer. Feita esta introdução, tomou a
palavra o deputado já citado e que disse ao procurador-geral da República que
ele não podia investigar o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha por
ter recebido uma propina de 40 milhões de dólares em transação para compra de
dois navios porque este podia ter uma reação que colocasse o Brasil em risco.
Quem está pasmo até aqui se segura
porque vem chumbo ainda mais grosso. Vamos lá:
Indignado, o procurador perguntou ao
Vice-presidente Michel Temer se ele estava ciente da gravidade do que propunha ao
procurador-geral da República, ao que o Vice-presidente, sem se abalar, disse
que aquele pedido não era feito ao procurador, mas sim ao patriota Rodrigo
Janot, ao que este respondeu: “o que os senhores estão me propondo é que eu
cometa um crime de prevaricação. Isso eu não farei jamais”. Como devem ser
realçadas as raras atitudes dignas em meio ao mar de lama costumeiro, diz o
doutor Janot que o então ministro da justiça José Eduardo Cardoso que a tudo
assistira calado veio depois a se prontificar para testemunhar o ocorrido
quando necessário.
E então, senhores pais, é ou não é
necessário mudar radicalmente nosso mundo político, ou vão admitir que seus
filhos aprendam ser patriotismo prevaricar para proteger criminoso?
É dever de todo cidadão brasileiro
assumir alguma parcela da tarefa de nos salvar a todos, inclusive estas almas
que o bem perdeu para o mal. São pessoas que por falta da convicção de ser este
um caminho que possivelmente conduzirá a uma infeliz velhice de remorsos e
sofrimento, precisam ser reconduzidas para o caminho certo.
Ah, ia esquecendo: embora sejamos
capazes dos próprios pensamentos, algumas pessoas do passado nos deixaram
pensamentos sobre os quais vale a pena pensar, como este de Platão: “O preço
que os homens bons pagam pela indiferença dos negócios políticos é serem
governados pelos homens maus”.
Tal afirmação mostra que uma pessoa
que existiu há mais de três séculos antes de Cristo já sabia o que o povo ainda
não sebe hoje: a verdade de depender da política nossa qualidade de vida.