400 mil poupadores tungados por bancos morreram sem ver acordo de
reparação. Com este
título, pode-se tomar conhecimento no blog do Josias de Souza, da resposta à
pergunta sobre o que mais teria chamado a atenção dele, o entrevistado, Dr. Luiz Fernando
Casagrande, advogado dos poupadores roubados. Eis a
resposta do advogado: “Primeiro, a
constatação de que temos o Judiciário mais caro do mundo em relação ao PIB.
Mesmo assim, não conseguimos resolver em duas décadas um litígio que atingia 2
milhões de pessoas. O Judiciário é caro e ineficiente. Em segundo lugar, me
impressionou muito a força que os bancos têm no STJ. Eles ganharam todas as
teses que levantaram para reduzir o montante da dívida. Isso forçou os
poupadores a aceitarem um acordo que não contempla o que eles queriam.” Esse
“queriam”, está mal colocado porque, na verdade, não só queriam, como também
tinham pleno direito. O dinheiro teria de ser devolvido com o mesmo poder de
compra que tinha na época em que foi desapropriado pelo governo. Portanto, o
“queriam” não esclarece toda a realidade.
Demonstrações
de que povo é sinônimo de burro de carroça estão à toda prova. Entre os
comentários à entrevista acima citada, um deles diz que em nosso país só há
espertos e canalhas que fazem do povo bobo. Verdade que nosso povo é um burro
que puxa carroça mais pesada que a carroça de outros povos. Entretanto, todos
os povos do mundo não fazem outra coisa senão também puxarem sua carroça. Falta
um despertar para a realidade de viver a humanidade uma farsa monumental. Tudo
são falsidades, e o povo do mundo inteiro, ricos e as várias espécies e
subespécies de não ricos haverão de amargar as consequências de uma vida
fundamentada em falsidades. Fala-se numa tal de democracia como se fosse uma
bênção para os sofrimentos humanos, quando, na verdade, é uma grande mentira. Ficando
a escolha dos mandatários a cargo do povo, o resultado é serem eleitos aqueles
que mais promovem o sofrimento desse mesmo povo que os escolheu. Tomando-se por
exemplo os Estados Unidos, país cujo espírito tem a forma de cifrão. Ali,
apesar de uma destas pesquisas idiotas revelar que a senhora Hillary Clinton é
a personalidade mais admirada por aquele povo da bunda branca, ela perdeu a
eleição para o monstruoso Trump de cujas ações decorrerão ainda maiores
sofrimentos não só para aquele povo adorador de riqueza e infelicitado pelo
medo dos inimigos, mas também para o mundo inteiro ante a opção feita pelo
presidente escolhido de manter a agressão à natureza para não prejudicar a sede
de riqueza dos Reis Midas. O engodo da democracia, entre nós, está refletida na
eleição dos declarados inimigos do povo que perseguem abertamente os
funcionários públicos cumpridores do dever de zelar pela sociedade, e protegem
os criminosos de forma tão aberrante a ponto de se perdoar o crime de corrupção
por ser considerado um crime não violento, quando, na realidade, é muito mais
violento do que o crime à mão armada que vitima apenas um, enquanto o crime de
corrupção vitima a sociedade inteira.
A
humanidades só terá infelicidades enquanto perdurar a cultura do acúmulo de
riqueza e de pobreza, cultura que se perpetuará enquanto o povo não passar de
massa de maldar nas mãos de um por cento da humanidade. A vida só poderá ser
agradável quando o povo sair da condição de massa bruta e for capaz de entender
o que se passa por trás de notícias como esta no jornal Folha de São Paulo: “Os brasileiros que andam céticos sobre o
futuro ganharam de presente nos últimos dias do ano duas histórias que fazem
pensar no que ainda dá certo no país. Mesmo quem nunca tinha prestado atenção
na cantora Anitta pôde perceber como ela foi longe. Aos 24 anos, rebolando numa
favela carioca com um biquíni de fita isolante, sem vergonha de expor as
imperfeições do próprio corpo, ela atraiu a atenção de milhões
de pessoas para o clipe de sua nova música na internet.” Algo de
verdadeiramente estranho acontece com um povo que se liga em coisas assim
estando diante de uma situação em que as maiores autoridades não só protegem os
crimes contra a administração pública, mas também os praticam. Não menos
necessária de ponderação é a notícia que os papagaios de microfone dão sobre o
fato de Neymar chegar de jatinho em Barra Grande, na Bahia, onde há um luxuoso hotel
que dizem ser de propriedade de Duda Mendonça, portanto, adquirido com dinheiro
roubado do povo que nem sequer desconfia dos motivos pelos quais professores
recebem salários miseráveis e são agredidos, enquanto jogador de futebola vai
curtir descanso milionário. A falsidade da vida é tão grande que mediocridades
são elevadas à categoria de “famosos”, “celebridades” e reis, na verdade,
personalidades simplesmente ridículas e ávidas por riqueza, que se acham
realmente importantes, o que se deve a ser elevado seu grau de ignorância. O
fato de multidões prestigiarem estes idiotas lembra o conto de Machado de Assis
A Igreja do Diabo, no qual tendo o Diabo resolvido fundar sua igreja, teve
multidões ao pé de si, do mesmo modo que a turba de mendigos espirituais de
atores de Hollywood correm atrás do estelionatário fundador da igreja da
Cientologia.
Sendo o
povo o verdadeiro responsável pelos recursos de custear as despesas da
sociedade humana, nunca, jamais, em tempo algum, pode ele permanecer na
condição de mero espectador do que está sendo feito desses recursos.
Absolutamente nada pode justificar uma apatia tão grande a ponto de ser
indiferente aos gastos astronômicos com templos religiosos, palácios e mais
palácios para políticos, imensas fortunas absorvidas em esporte e corrupção.
Aliás política e religião são os dois gumes da peixeira de escalpelar o povo.
Na página 32 do livro 1808, de Laurentino Gomes, tem-se o seguinte sobre a
política e a igreja: D. João Morava no
palácio de Mafra, mistura de palácio, igreja e convento. Tinha 264 metros de
fachada, 5.200 portas e janelas e 114 sinos. O refeitório media cem metros de
comprimento. Sua construção levou 34 anos e chegou a mobilizar 45.000 homens. O
mármore tinha vindo da Itália. A madeira, do Brasil. Ficou pronto em 1750, no
auge da produção de ouro e diamantes em Minas Gerais. Além dos aposentos da
corte e de seus serviçais, havia trezentas celas usadas para alojar centenas de
frades. Era nesse edifício gigantesco e sombrio que D. João passava seus dias
longe da família, entre reuniões com ministros do governo e missas, orações e
cânticos religiosos”.
Enquanto
pais desnaturados não perceberem o engodo da religião estarão levando suas
inocentes crianças para as igrejas onde aprenderão a serem tão estúpidas quanto
eles ao acreditarem que seu bem-estar depende de Deus e não da política.
Aprenderão haver um motivo nobre no gesto ridículo do Papa beijando o pé do
presidiário ou um boneco em forma de criança, coisas sobre as quais faz-se
necessário meditar profundamente. O Natal que a massa bruta encara com
respeito, na verdade, é um meio de aumentar a riqueza dos Reis Midas do Mundo.
Em matéria intitulada O NATAL DAS CRIANÇAS CLANDESTINAS, publicada no blog
Outras Palavras, escola de alfabetização política, o jornalista Nuno Ramos de Almeida declara com todas as
letras: Para mim, o
Natal sempre foi uma merda. A religiosidade é a maior das mentiras que
envolve a humanidade. Por trás do manto de bondade há um mundo de maldade. Na
página 362 do livro Deus Um Delírio, acusado de hostilidade contra a
religiosidade, seu autor, Richard Dawkins, diz o seguinte: “... essa hostilidade que eu ou outros ateus às vezes expressamos
contra a religião limita-se a palavras. Não vou atacar ninguém com bombas,
decapitar ninguém, apedrejar ninguém, queimar ninguém em fogueiras, crucificar
ninguém nem lançar aviões contra arranha-céus só por causa de uma discordância
ideológica”. Entretanto, tais ponderações passam ao largo da capacidade de
entendimento da malta ignorante com os filhos escanchados no pescoço rumo às
igrejas. A religiosidade é algo tão estúpido que analfabetos contestam
cientistas. Para os religiosos, na verdade brutamontes espirituais, as coisas
do mundo só existem há seis mil anos e nós já surgimos no mundo do mesmo modo
como somos hoje.
Enquanto o
povo, principalmente a parte jovem dele, permanecer na condição de massa de
moldar nas mãos dos escravocratas e imbecis ricos donos do mundo a vida não
será diferente da vida do burro de carroça cuja atividade se limita a produzir
uma riqueza da qual não usufrui, comer, trepar e cagar. Ou a massa bruta de
povo substitui por civilidade a personalidade do bicho que já fomos, ou então
estará eternamente destinada a levar ferro. É o próprio representante da classe
que ajuda os ricos a atochar o ferro no povo que assim o declara. Ninguém menos
do que o economista Joseph E. Stiglitz, no primeiro parágrafo do prefácio do
livro O Mundo Em Queda Livre, diz o seguinte: “Na grande recessão que começou em 2008, milhões de pessoas, nos
Estados Unidos e em todo o mundo, perderam casas e empregos. Muitos mais
sofreram a angústia de temer que lhes ocorresse o mesmo, e quase todos os que
pouparam dinheiro para a aposentadoria ou para a educação dos filhos viram seus
investimentos reduzir-se a apenas uma fração do seu valor. A crise, que teve
início nos Estados Unidos, logo se tornou global: dezenas de milhões de pessoas
pelo mundo afora perderam seus empregos – só na China foram 20 milhões – e
dezenas de milhões caíram na pobreza”.
Esse é o
destino da massa bruta de povo que ignora o malefício que recairá sobre seus
filhos em decorrência do compra-compra. Como urubus ante uma carniça, avançam
os biltres aos montes para as lojas, queimam o dinheirinho sofrido no pipocar de
fogos de artifício, esperneiam no axé, no futebola e nas igrejas, para regozijo
de seus escravizadores, enquanto é tão fácil pensar de qual fonte provém tanta
estupidez. Inté.