domingo, 5 de novembro de 2017

ARENGA 458


Por ter contrariado Deus, conforme 2 Samuel 24:13-15, o rei Davi teve por castigo optar por uma destas três penalidades: QUE SEU REINO FOSSE AFLIGIDO POR SETE ANOS DE FOME – QUE ELE, O REI DAVI, FOSSE PERSEGUIDO PELOS SEUS INIMIGOS DURANTE TRÊS MESES – QUE HOUVESSE PESTE SOBRE SUA TERRA DURANTE TRÊS DIAS. Davi escolheu a última opção e de Dã até Betseba a peste matou setenta mil homens do povo. Decorridos milhares de anos, o povo continua na mesma obrigação de se sacrificar até à morte pelos seus líderes divinos e políticos, realidade que expõe de modo incontestável o fato de vir a humanidade desde sempre caminhando no caminho da insensatez e do erro. A necessidade que tem um ser humano de outro ser humano torna imprescindível a vida em sociedade, razão pela qual faz-se necessário extinguir os resquícios do instinto dos tempos de cada um por si ainda tão presente que leva a criança ao egoísmo de querer só para si aquilo que lhe desperta interesse. Este egoísmo humano é considerado pelos filósofos de aluguel como integrante da personalidade do ser humano, no que estão completamente errados. A personalidade é moldada pelo aprendizado. Assim sendo, a partir de quando for ensinado às crianças ser a cooperação pressuposto do qual não pode abrir mão a vida em sociedade, a atração pelo egoísmo desaparecerá do mesmo modo como desaparece a atração pelo fogo quando se aprende o perigo que ele representa. Toda dificuldade se resume na necessidade de ensinar mentiras às crianças. Se a humanidade vive em sofrimento, deve-se à insensatez de deixar a cargo de falsos líderes a responsabilidade de determinar o que deve ser ensinado às crianças. Se lhes são ensinadas mentiras como ser a competição superior à cooperação, jamais poderão organizar uma sociedade diferente da sociedade de irracionais em que vivem os seres humanos destruindo-se mutuamente. Em não se conhecendo a verdade, vive-se tão iludido quanto os habitantes do Mito da Caverna com que Platão demostrou o poder que tem a mentira depois de tomar foros de verdade. Se analisadas à luz da razão, absolutamente todas as coisas nas quais os seres humanos têm por verdade são mentiras, e Deus é a maior delas. Em consequência desta mentira abandonam-se os assuntos dos quais depende a qualidade de vida. De sã consciência, pode alguém encontrar algo socialmente positivo no gesto ridículo em que o Papa lava e beija o pé de um infeliz presidiário? Nada significa para o povo o fato de serem os representantes de Deus detentores de grandes fortunas como mostra a revista Forbes? Por que será que ensinar às crianças sobre Deus é mais importante para os falsos líderes do que ensiná-las como viver bem em sociedade? Entre o céu e a Terra há menos coisas do que as que estão por trás da decisão da ministra do STF tornando obrigatório o ensino religioso nas escolas públicas. Estas pobres e inocentes crianças que a imprensa noticia serem mortas por terem ido a igrejas foram literalmente assassinadas por seus pais, monstros espirituais que transmitem para seus filhos o gene da religiosidade conforme observação do ensaísta Edmílson Movér de ter a humanidade desenvolvido um gene da religiosidade.

Efetivamente, em função da religiosidade vive-se um mundo tão falso que analfabetos torcem o nariz para conhecimentos científicos sobre o universo. Estão certos de haver uma proteção divina não obstante ser o sofrimento a marca registrada da humanidade porque a realidade inegável uma vez que é visível é ser maior a religiosidade onde também é maior o analfabetismo que dá origem ao atraso fomentado pela ignorância. Esta verdade indiscutível deveria ser o bastante para levar à convicção de inexistir outra proteção fora da que a administração pública pode proporcionar. Como a administração pública tem por objetivo ajudar aos Midas do Mundo a satisfazer sua fome de riqueza, nenhuma proteção divina evita esta situação atual tão desgraçada que não se pode mais comer, beber e respirar sem ingerir veneno junto com os alimentos, a água e o ar, nem sair às ruas com tranquilidade. Enquanto a vida deteriora, a massa bruta de povo lota os templos religiosos em vez de se dirigirem às prefeituras para se informar do que está sendo feito com a imensa fortuna produzida com seu trabalho. Em função do aprendizado de haver vantagem em amar Deus e dinheiro a humanidade foi envolvida no manto das falsidades que a faz só pensar em dinheiro, orar, acender velas e colocar flores nos lugares onde mortes ocorrem em consequência da loucura a que são levados jovens justamente como consequência do tipo de vida determinado por Deus e pelo dinheiro.

Embora pareça impossível haver inteligência em pessoas tão estúpidas que mesmo sob ameaça de terem seus filhos um futuro duvidoso face às ameaçadas de cada vez maior número de doenças decorrentes da inversão que faz do dinheiro mais importante que saúde permaneçam indiferentes a esta realidade assombrosa. Entretanto, é inegável que aos poucos o esclarecimento chega e mais pessoas tomam conhecimento da realidade de não ser possível à humanidade livrar-se de destino tão ruim enquanto não participar das decisões que envolvem a qualidade de vida coletiva. Entregar tais decisões à responsabilidade de falsos líderes resulta em fabulosos palácios onde a palavra dificuldade é desconhecida para seus habitantes contrastando com a miséria da qual resultam corredores de hospitais abarrotados de infelizes chorões. Este nosso belo país de triste sorte tem mostrado ao mundo a necessidade de uma cultura diferente desta de depender a sociedade da vontade dos falsos líderes, aberração materializada no empenho do nosso governo em legalizar o trabalho escravo que até o momento se escondia atrás do emprego. Chega de escravidão! Chega do converseiro fiado dos papagaios de microfone obedientes aos insensatos ridos donos do mundo. Inté.   

 

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário