sábado, 27 de dezembro de 2014

ARENGA SETENTA E NOVE


Houve época em que a noção de realidade era totalmente desconhecida e os seres brutos daquela época acreditavam contar com o poder de forças misteriosas para ajudá-los a realizar seus desejos. O pouco desenvolvimento cerebral que limitava a capacidade de abstração fazia com que procurassem demonstrar materialmente às forças ocultas de quem esperavam um favor a necessidade que os levava a recorrer a elas. Sendo a comida a maior de todas as necessidades, pintavam animais sendo abatidos com sucesso como forma de mensagem às entidades misteriosas. Pois, apesar da grande distância do tempo em que se pensava assim, ainda assim se pensa porque ainda se vive fora da realidade. É como se existissem um mundo real, esse sobre o qual nos encontramos com os pés em cima dele, e um mundo de fantasias, no qual, sem saber, os enchedores de igrejas e de latrinas vivem separados da realidade. Quando abarrotam as casas de Deus em busca de proteção, não fazem outra coisa senão apelar para as mesmas forças ocultas e misteriosas das quais os bobos antigos esperavam obter proteção e a quem os bobos atuais chamam de primitivos. Entretanto, da crendice dos primitivos não decorria prejuízo para sua sociedade, o que, evidentemente, não acontece com a cretinice da crendice dos enchedores de igrejas e de saco com suas repetições enfadonhas e sem sentido das expressões “graças a Deus”, “se Deus quiser”, “fique com Deus”, “vá com Deus”. O estranho nisso tudo é não perceber que os lugares de maior religiosidade, onde mais apelos são feitos a Deus, são também os lugares onde há mais pobreza e desconhecimento até de noções de higiene, condições que propiciam a incidências de doenças e maior infelicidade a cada dia.

A incapacidade de pensar e refletir sobre a melhor forma de conduzir a vida faz com que a parte dos seres humanos não pensantes espere que seu bem-estar lhe seja dado pelas divindades, enquanto a outra parte espera alcançá-lo  pelo dinheiro. Como o bem-estar não pode ser encontrado por nenhum destes dois processos, o resultado é uma sociedade humana tão desumana que o país mais poderoso do mundo é também onde há o maior número de pessoas encarceradas sem culpa alguma porque à sociedade dos brutos “civilizados” cabe toda a culpa do sofrimento não só de quem amargura a perda da liberdade, mas também de todo o sofrimento do mundo porque a cultura até agora cultivada induz a erro, razão pela qual a sociedade é a única culpada pela existência de cárceres cheios e de latrinas cheias. Se qualquer zemané sabe que um adulto é o resultado da criança que foi, não tem justificativa para culpar por crimes quem foi criança aprendendo a ser criminoso e violento desde antes de nascer, quando sua mãe era bombardeada por emoções provenientes de cenas violentas de crimes, emoções negativas transmitidas àquela criança que agora tem as ruas por escola e a sarjeta como cama e mesa. Desse modo, de nada adianta montar um aparato policial dispendioso contra a violência porque ela está enraizada na personalidade de cada um dos bichos em que a sociedade transforma suas crianças dando-lhes por ídolos brutamontes físicos e brutamontes mentais transformados em “famosos” e “celebridades”, o que equivale a pregar para estas crianças o caminho mais fácil e menos digno como o melhor caminho a ser caminhado. Por ter passado da fase da sensualidade, atributo mais valorizado no mundo da cultura televisiva, importante atriz acaba de declarar que naquele mundo o sucesso depende de usar saia curta. Na verdade, os comportamentos valorizados pela sociedade são falsos e impedientes da elevação espiritual porque a preocupação é desenvolver os músculos, principalmente na bunda das mulheres. Como as feras que precisam de músculos para sobreviver,  a sociedade americana estimulou o pobre de espírito Cassius Clay a viver tomando e dando socos e hoje ele tem como consequência riqueza e mal de Parkinson como resultado. A preferência pelas coisas erradas leva os enchedores de igrejas e de latrinas à certeza de que os deserdados de dignidade são assim por sua própria vontade. Quem mandou eles não observarem direitinho o livre arbítrio? Cegos de todos os tipos de cegueira, os frequentadores de igrejas, axé e futebola são incapazes de perceber que essa história de livre arbítrio nada mais é do que uma grande covardia atrás da qual se esconde a irresponsabilidade pelo comportamento monstruoso de ser indiferente às crianças desamparadas.

A desorganização social é resultado do casamento entre a religião e a politicagem. Desta união maligna resultou o aborto de todos os males que afligem a humanidade porquanto estas duas instituições tem a mentira por base. Como toda mentira é substituída um dia pela verdade, e como nenhuma construção fica em pé sem uma base, quando a verdade destruir a mentira que forma a base da politicagem e da religiosidade todo o sistema de organização social virá abaixo. Quem disse isso foi quem sabe muitíssimo bem das coisas a esse respeito e não foi outra coisa que disse o governador de São Paulo quando afirmou que quando a verdade aparecer faltará guilhotina na praça. É uma situação insustentável a longo prazo, mas que as pessoas encaram como eterna e imutável em sua incapacidade de analisar as informações recebidas tanto da religião quanto da politicagem. Quem se dispuser a observar perceberá a impossibilidade de se alcançar posição social cômoda face ao antagonismo resultante de uma situação em que os ricos não podem ter sossego com medo de serem roubados, enquanto os pobres também não tem sossego pelos tormentos da pobreza e da tentação de roubar a riqueza dos ricos. Tal tem sido o modo de vida dos seres humanos que só deixarão de proceder como cupins devoradores de tudo, até da preciosa paz de espírito, quando a juventude transferir a atenção do telefone para o tipo de futuro que está sendo preparado para seus filhos.

A contraposição entre a realidade e o que se acredita ser a realidade é a razão pela qual a humanidade é incapaz de acertar o passo no rumo de um destino melhor. Continuar seguindo no mesmo caminho equivale a cavar a própria sepultura e não pode estar em paz quem abre o buraco onde vai ser enterrado. A ignorância que leva os bichos humanos a se acharem tão sábios a ponto de saberem como foram feitas as coisas que existem juntamente conosco no universo é sobeja demonstração de total desconhecimento de tudo. É tão grande o descompasso entre o modo violento de se viver e a aspiração de viver em paz alimentada pelos seres humanos capazes de raciocinar, coisa que não faz muita gente socialmente importante que até escrevem livros afirmando serem necessárias as guerras.

O Natal é mais uma confirmação do distanciamento da realidade da vida e os vários tipos de “faz de conta” em que se vive.  Há um faz de conta que os administradores empregam o dinheiro público em benefício da sociedade. Há um faz de conta que a felicidade está no céu, onde só se chega depois de passar a vida produzindo a riqueza que os pobres de espírito vão mostrar na revista Forbes. Há um faz de conta que pobres não precisam ser levados em consideração, e há outro faz de conta de que o vigor da juventude é eterno. Outro faz de conta adotado estupidamente pela humanidade é o Natal. Finge-se exortar a irmandade entre as pessoas, quando é a maior demonstração de desumanidade, ignorância, maldade e burrice, uma vez que se trata apenas de atender à necessidade nefasta de quem acumula riqueza ao custo da destruição da natureza. Não pode haver perversidade maior do que fazer zonzeira na cabeça em formação das criancinhas inocentes fazendo-as crer na mentira de Papai-Noel. O verdadeiro espírito de Natal pode ser conhecido numa matéria da redação do blog Outras Palavras intitulada A FANTÁSTICA FÁBRICA DE PAPAI-NOEL. Ali fica demonstrado o papel de idiota que fazem os enchedores de lojas e de latrinas ao tornar ainda mais tristes as pobres crianças pobres a quem esse merda de Papai Noel não leva presente.

Não se pode viver de ilusões e esta é a razão pela qual se vive mal. Tanto está errado quem entrega seu destino ao poder das divindades ou do dinheiro. Tanto as divindades quanto o ajuntamento de dinheiro desvia a atenção do procedimento correto para que se instale o bem-estar social impossível de existir enquanto houver quem busque um bem-estar individual. Só pode haver bem-estar coletivo. Enquanto houver quem não tenha direito a nada, destinado a apenas assistir uns gatos pingados terem direito a tudo, só a falta de raciocínio não deixa perceber em tal situação é na verdade um gerador de inveja que provoca o ressentimento proveniente do instinto de imitação inerente à personalidade do macaco que ainda predomina nos enchedores de latrinas e que os leva a embarcarem para Me Ame a fim de atender ao “ir às compras” ordenado pelo Mercado sob um manto de sacralidade envolvendo um senhor chamado Jesus Cristo cuja existência está sendo negada por um historiador, o que deixará com cara de marmota os bobalhões que celebram o nascimento de quem não nasceu.

Ao impor a desnecessidade de pensar, atrofiando a atividade mental, a religião torna as pessoas tão “inocentes” que nem lhes permite discernimento para perceber coisas simples como o fato de não poder a chuva chover apenas porque as pessoas precisam de chuva. A chuva só chove quando acontece de acontecer a simultaneidade de condições atmosféricas que fazem condensar as partículas de água em suspensão para formar gotas cujo peso as faz cair, se é que me lembro da lição que o professor Movér me deu. Pode o homem dar uma “ajudinha” à natureza fornecendo-lhe algum dos ingredientes químicos necessários para promover o ajuntamento das gotículas. Entretanto, só o afastamento da realidade justifica o seguinte comportamento de bruxaria noticiado na imprensa: “Rituais, orações e oferendas são feitos para 'chamar' chuva em SP”.

Esse é o tipo de mentalidade que dita o rumo da humanidade, e o resultado é cepar cabeças fora do corpo a fim de fazer bonito perante Deus. A cultura da mentira, do roubo e da desfaçatez do “faz de conta” é a forma na qual é moldada a personalidades das pessoas tidas como as mais importantes do mundo, razão pela qual o mundo não poderia estar mais esculhambado. Tão esculhambado que as pessoas de menos valor são as consideradas de maior valor. Nenhum valor para a sociedade tem os ajuntadores de riqueza. O emprego que justifica a aceitação do ajuntador de riqueza não passa de grande engodo porque só beneficia à sua riqueza. No ajuntamento de riqueza há esperteza em vez de sabedoria. A sabedoria está na sensatez de acomodar no mundo atual de modo diferente dos tempos em que as populações dos antigos reinos eram contadas em termos de milhares, quando a posse de riqueza talvez fosse menos perniciosa à sociedade do que atualmente quando as populações são contadas em milhões, o que exige uma forma de comportamento diferente porque quando chega mais gente é necessário comer o feijão com mais água. O cabresto colocado na humanidade faz com que as pessoas sigam obedientemente ordens transmitidas do além desde os tempos em que o além era o único lugar para se apelar. Quando o ser humano alcança algo desejado e pela qual tenha lutado com garra, atribui a Deus o seu sucesso. A uma espantosa incapacidade a religião reduziu a humanidade ao ensinar que a vida depende da vontade de forças divinas, inutilizando a busca da verdade pela curiosidade inata no ser humano.

Cá entre nós, a verdade sobre estas coisas às quais a juventude ignora e que são a causa de toda a dificuldade em se viver com dignidade está demonstrada numa reportagem que a jornalista Inês Castilho, publicou no blog Outras Palavras, matéria intitulada UMA ALTERNATIVA AO AJUSTE FISCAL, sobre um debate entre os economistas Ladislau Dowbor, Marco Antonio Cintra, Claudio Fernandes e Antonio Martins. Apenas três frases pronunciadas durante o debate dão prova da injustiça praticada por conta da ganância animalesca de brutos ajuntadores de riqueza que para satisfação de sua avareza arruínam o futuro da juventude ao fazê-la crer em sua incapacidade face à superioridade da capacidade divina, quando, na realidade, segundo observação de pessoas mais inteligentes e preparadas do que qualquer brutamontes ajuntador de dinheiro, nunca houve qualquer proteção fora da que podemos nos dar a nós mesmos contra as adversidades constantes que a natureza nos impõe. Por outro lado, além das adversidades naturais como as doenças e a velhice, o próprio ser humano cria outras tantas dificuldades para si mesmo em virtude do desconhecimento do lado nobre da vida, o lado espiritual, sem o qual não se diferencia dos irracionais. Nenhuma diferença há entre uma fera rosnando para defender a caça abatida e a expressão de euforia daquele jovem empresário com olhos esbugalhados anunciando na revista que sua empresa dobra a cada dez anos, mas que ele quer é ainda muito mais. É este o enfoque que os ignorantes de sociabilidade dão à vida como se pode ver nas três frases citadas no debate entre os economistas, que são as seguintes:

Vinte e cinco a trinta por cento do lucro mundial do banco Santander vem do Brasil.

O banco HSBC cobra das empresas 40,36% no Brasil e 7,86 no Reino Unido.

Há 519,5 bilhões de dólares de dinheiro do Brasil em paraísos fiscais.

Aí estão as verdadeiras causa do choro no corredor do hospital que os bobos atribuem ao livre-arbítrio. Inté.

 

 

 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

ARENGA SETENTA E OITO


Enquanto a juventude inculta e socialmente inútil, como ruminante, mastiga sem parar uma borracha açucarada prejudicial à saúde, ao tempo em que futuca telefone, mama veneno nas latas de todos os tipos de garapa conservada com produtos nocivos à saúde que os jovens denominam carinhosamente de refri, e ainda por cima se afundam no mundo das drogas, prejudicando a saúde que vai buscar nas academias onde acaba por prejudicá-la ainda mais, impossibilitando uma velhice menos turbulenta. É ou não é esse o perfil da juventude? E o pior é que tal debilidade se aprofunda cada vez mais a cada nova geração, o que se percebe pelo comportamento cada vez mais desinteligente dos jovens incapazes de pensar sobre a vida de bicho que vive a fim de descobrir a necessidade de superar tanta mediocridade espiritual. O Mestre do Saber, Einstein, afirmou do alto de sua sabedoria que uma força magnética é responsável pelo universo. Desse mesmo modo, também a força do dinamismo jovem é responsável pela sociedade. Quando a juventude é do tipo da nossa juventude, um ajuntamento de ruminantes, a sociedade fica do jeito que vou contar: Aqui em nossa cidade das poluições sonora e olfativa, e das caçadas intransitáveis, sem que nenhum jovem faça o que alguns gatos pingados e eu fizemos indo ao Ministério Público pedir proteção contra os males provenientes do esgoto sobre o asfalto e do barulho que entre outras coisas provoca envelhecimento precoce, nervosismo, ressecamento da pele e impotência sexual, males indiferentes à juventude futucadora de telefone que pelo fato de não ler não toma conhecimento deles. Se lessem, com absoluta certeza não viveriam no mundo medíocre dos “famosos” e das “celebridades” que na verdade não prestam para nada. A pouca estatura espiritual dos jovens os leva a sentir interesse pela biografia de parasitas que eles transformam em deuses sem nem de longe imaginar tratar-se de armadilha para manter na mediocridade sua capacidade de pensar um pouco mais elevado.

Como consequência desta baixeza espiritual dos jovens, nossa sociedade se encontra tão ruim que produz situações como a que vou contar. Nesta cidade fedorenta e barulhenta fui diagnosticado por um oftalmologista como necessitado de ser operado de catarata nos dois olhos. Como um amigo me aconselhou a procurar o doutor Rui Cunha, segui a sugestão por desconhecer que também é pastor aquele médico, e ele confirmou a necessidade da operação. Como a observação da vida ensina a pensar, consultei um terceiro oftalmologista, o doutor Hugo Vieira Matos, que concluiu pela desnecessidade de me submeter a uma cirurgia pelo menos por um ano, inclusive assinou um atestado nesse sentido. Confuso, resolvi consultar um desempatador e escolhi ninguém menos do que o doutor Roberto Abucham, mestre dos mestres nesse assunto lá em São Paulo e ele concluiu também pela desnecessidade até nova avaliação daqui a oito meses, como consta do laudo por ele assinado, confirmando o que disse o nosso doutor Hugo Vieira Matos em sua discreta eficiência.

Fatos como este constituem verdadeiros desmandos sociais aceitos pela juventude porque ela se enquadra perfeitamente na qualificação do Grande Mestre do Saber Leonardo da Vice ao afirmar que todos aqueles que se submetem a desmandos não passam de condutores de comida, sendo latrinas cheias a única marca que deixam de sua passagem pelo mundo. Realmente, só mesmo sendo um enchedor de latrina para ser indiferente à transformação da saúde em negócios de mercado. O fato de médicos indicando cirurgias desnecessárias demonstra uma desarrumação social tão grande que dela não se pode esperar nada que preste. Não tem tamanho o absurdo de um sistema educacional que ensina médicos a antecipar uma cirurgia nos olhos de alguém apenas para apressar o recebimento do dinheiro que ele só receberia bem mais adiante quando o paciente necessitasse de verdade ser submetido ao procedimento cirúrgico. A saúde é o bem maior que se pode ter, mas virou presa do mostro insaciável conhecido por Mercado. A venda indiscriminada de remédios, na busca de riqueza, vai provocar a morte de dez milhões de pessoas até a metade do século, em função da resistência que estes remédios dão às doenças. A incapacidade de pensar, entretanto, não permite aos jovens imbecilizados concluir que um destes dez milhões pode ser o filho para o qual ele projeta um baita futurão. Não precisa ser esperto, bastando não ser desesperto para perceber como estará o ambiente quando as crianças de hoje estiverem sob sua responsabilidade. Um futuro que nem o capeta quer terá uma sociedade cuja juventude se apoia numa muleta da necessidade de riqueza e noutra do desprezo pela sociabilidade que leva um ser humano a ser visto por outro ser humano como um objeto que pode ser prejudicado por uma intervenção cirúrgica desnecessária apenas para que o cirurgião ganhe dinheiro.

Como denominar de educacional um sistema que forma médicos mercenários, sendo eles as pessoas responsáveis pela nossa saúde? Tais médicos penduraram o juramento de Hipócrates junto às latrinas que vão deixar bem cheias como única prova de sua passagem pelo mundo. Infelizmente, estamos nesse ponto enquanto os responsáveis pela força que sustenta a sociedade ruminam veneno e futucam telefone indiferentes a tudo. Quando acontece de um jovem pensar, pensa errado. Lá na cidade de São Paulo, enquanto cheirava fumaça e aguardava minha vez de ser atendido, ouvi um jovem pai conversar com uma jovem mãe sobre filhos e drogas e ele dizia que procurava observar se seu filho chegava com cheiro estranho, enquanto sua interlocutora, na mesma linha, também dizia sandices a respeito de um assunto muito sério como é o assunto das drogas, incapazes de ir além dos aspectos proibitivo e punitivo pela influência da cultura religiosa que ensina a desnecessidade de pensar, bastando acreditar. Este procedimento enviesado a todos afeta independentemente de sua crença ou descrença. No caso das drogas, por exemplo, Aqueles jovens pais se ligavam apenas na materialidade, sem noção dos subterfúgios em torno dos quais gira o mundo das drogas. Pela segunda vez, creio, na tentativa de mostrar aos jovens pais a necessidade de parar um pouco e observar se não há alguma coisa esquisita no fato de vivermos matando e morrendo em vez de sermos gratos e afáveis com nossos semelhantes uma vez que não podemos viver senão na dependência mútua.  Quem não pensa não pode perceber a existência de um desânimo, que embora inconsciente, deixa nos jovens uma frustração desalentadora por terem sido reduzidos às mesmas atividades dos irracionais de apenas trabalhar, comer, cagar e trepar, atividades para as quais não é necessário pensar. Como é da essência do ser humano o exercício do pensamento, a supressão desta atividade mental produz uma sensação desagradável de vazio que leva a buscar refúgio nas drogas. Só mesmo a falta de análise a respeito justifica tratar este problema como assunto de polícia. Não é a primeira vez que mostro a opinião de ninguém menos do que o Dr. Alexandre Vital Porto, escritor e diplomata. Mestre em direito pela Universidade de Harvard, intitulada A UTOPIA DE UM MUNDO SEM DROGAS, no seguinte teor:

Os astecas comiam cogumelos alucinógenos; os antigos hindus fumavam maconha; os romanos misturavam ópio ao vinho. Parece que nunca houve sociedade sem drogas.

Sem contar os usuários das drogas já regulamentadas, como álcool e tabaco, atualmente, entre 3,4% e 6,6% da população adulta do mundo utilizam drogas ilícitas, como maconha, cocaína e anfetaminas.

A maioria destes fará uso eventual, sem maiores consequências ao longo da vida. No entanto, de 10% a 13% desenvolverão problemas de saúde, como dependência, ou contaminação por HIV e doenças infecciosas. O que era para ser recreativo vira patológico.

De cada cem mortes no mundo, uma decorre de atividades relacionadas ao tráfico de narcóticos. Estima-se que os custos dos problemas de saúde relacionados ao uso de drogas ilícitas alcancem de US$ 200 bilhões a US$ 250 bilhões anualmente.

Os prejuízos causados pela atividade ilegal – mas muito lucrativa – são absorvidos pelo conjunto da população. É como se o povo subsidiasse os traficantes com incentivos fiscais. É o pior de dois mundos.

Em 1961, a ONU aprovou sua Convenção Única sobre Entorpecentes com o objetivo de combater o problema das drogas por meio da repressão à posse, ao uso e à distribuição. O documento, assinado por 184 países, tornou-se, em grande parte, base conceitual para a elaboração das legislações mundiais sobre o tema.

No entanto, mesmo em países com leis especialmente severas, como Arábia Saudita e Cingapura, o tráfico e o consumo de drogas persistem. O exemplo clássico da ineficácia desse enfoque, a Lei Seca, tentou proibir o consumo de álcool nos EUA entre 1920 e 1933. O que acabou conseguindo foi transformar Chicago num antro de crime e criar personagens da linhagem de Al Capone.

Enquanto se persegue a utopia do mundo sem drogas, o comércio internacional de entorpecentes movimenta cerca de US$ 300 bilhões por ano. Em lugar de contribuir com impostos, esse dinheiro paga propinas e estimula a corrupção das instituições democráticas.

A história mostra que parte da população mundial vai continuar se drogando. Mesmo que, para isso, tenha de desafiar as leis. Se políticas de repressão estrita funcionassem, o Irã não teria uma das legislações mais severas quanto ao tema e um dos piores índices de dependência de heroína do mundo.

Os países que resolveram enfrentar a questão por meio de políticas inovadoras, que consideram o tema como de saúde pública e incluem a descriminalização do consumo de drogas leves, como a maconha, têm tido resultados encorajadores na reabilitação de usuários e no combate à criminalidade e outras consequências negativas da dependência.

A proibição das drogas só dá lucro aos traficantes. Não elimina o consumo nem seus efeitos deletérios, mas impede o controle, a tributação e potencializa o problema. Torna-se um fator de corrupção. Mas, acima de tudo, é irrealista. É tempo de considerar que "um mundo livre de drogas", como quis a ONU, talvez não seja possível. O jeito é conviver com elas pagando o menor preço.

Como se vê, para quem pensa, o problema das drogas vai muito mais longe do que acreditam aqueles jovens pais a quem a religião castrou a capacidade de raciocinar ao inutilizar sua capacidade de pensar. Os jovens que lotam igrejas para discutir as palavras de Cristo, deveriam pensar, por exemplo, no que diz o filósofo Josten Gaarder, na página 79 do maravilhoso livro O Mundo de Sofia, quando afirma que o fato de não ter Jesus Cristo, assim como Sócrates, deixado nada de escrito, tudo o que se sabe sobre eles foi dito por Platão, discípulo de Sócrates, e os apóstolos de Cristo, seus seguidores. Desse modo, muita coisa considerada oriunda do pensamento de Sócrates ou de Jesus Cristo pode ter sido envernizada pela tendência humana de dar às informações o colorido de sua preferência. É mesmo estranho que se possa ter como certo algo de que só se ouviu falar sobre o que alguém disse para alguém que finalmente chegou até ao ouvido dos jovens pobres de espírito que acatam todas as sandices que ouve sem a menor disposição de conferir se bate com a realidade. Outro dia, alguém que pela voz se tratava de uma jovem, ligou aqui para casa e pediu para falar com Sara. Depois, Sara me disse tratar-se de um convite para uma cerimônia religiosa. Lamentei não ter ela falado comigo. Com minha inexplicável preocupação com o destino das criancinhas rechonchudas, perdi a oportunidade de avisá-la para sair fora desse negócio de religião antes que ela lhe cepe fora do corpo a cabeça. Inté.

      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

ARENGA SETENTA E SETE


Perde-se muito tempo com erudição em detrimento da sensatez de se dedicar tempo na busca do conhecimento da sociabilidade porque disto resultaria um modo mais inteligente e melhor de se viver. Empanturrar-se de veneno vindo dos alimentos, da água e do ar é um modo muito burro de viver, e é preciso passar isso pra os jovens ainda vivem na burrice. Entretanto, as pessoas mais capacitadas a soldados na batalha de colocar racionalidade nas sociedades humanas de modo que a gente não precisasse ter medo de nada. Mas tais pessoas são as primeiras a discutir se os anjos tem pintos ou xerecas em vez de se empenharem numa discussão inteligente sobre o porquê de tanta desarmonia se a ninguém é dado desconhecer a vantagem da harmonia. Algo de muito estranho acontece com a humanidade, e acontece em dobro nos locais considerados terreiro da humanidade onde os americanos das bundas brancas que saem das igrejas para jogar bombas sobre criancinhas e arrancar-lhes os braços vem depositar seu lixo hospitalar e pneus usados que os frequentadores de igrejas, axé e futebola de cá compram por ser “chic” rodar sobre pneus velhos, mas vindos de Me Ame.

Embora haja muita gente com capacidade suficiente para tirar do alheamento pobres infelizes que não tiveram oportunidade ainda de aprender que existem coisas infinitamente mais importantes na vida do que ajuntar dinheiro além do necessário para não precisar ficar no frio e com fome, as pessoas capacitadas para a nobre tarefa de levar algum conhecimento a quem desconhece embrenham-se na discussão sobre os assuntos sobre os quais os antigos pensadores pensaram. Uma conversa de ninguém menos do que frei Leonardo Boff exemplifica bem a afirmação de ser desperdiçado o tempo com a erudição em detrimento da prática. Nada há de importante no falatório daquele ilustre pensador do ponto de vista da preocupação com a triste realidade vivida pela sociedade com seus corredores de hospitais transformados em vale de lágrimas. Copiei um trecho da conversa do eminente professor de teologia e figura de destaque entre os poucos que se dedicam ao exercício do pensamento. Duvido que alguém possa encontrar ali algo que induza as pessoas ao conhecimento da solidariedade humana. O trecho copiado vem a seguir em negrito:    

  “Muito se fala hoje de quebra de paradigmas. Mas há um grande paradigma, formulado já há quase um século, que oferece uma leitura unificada do universo, da história e da vida. Ousamos apresentar algumas figuras de pensamento que o caracterizam.

 Número um: Totalidade/diversidade: O universo, o sistema Terra, o fenômeno humano estão em evolução e são totalidades orgânicas e dinâmicas construídas pelas redes de interconexões  das múltiplas diversidades. Junto com a análise que dissocia, simplifica e generaliza, faz-se mister síntese pela qual fazemos justiça a esta totalidade. É o holismo, não como soma mas como a totalidade das diversidades organicamente interligadas”. Então, se as pessoas que pensam empregam seu pensamento em palavreados inúteis e se às autoridades interessa uma população incapaz de pensar, fica impossibilitado ao povo tomar conhecimento de certas realidades que ele desconhece e que demorará tanto tempo para perceber quanto demorou para mim pelo fato de ter que descobrir por minha própria observação. Quando se tem quem as mostre, as tais realidades são percebidas com mais rapidez e chaga junto com a percepção do que quis dizer a promessa de guilhotina azeitada e afiada feita pelo governador de São Paulo. É aqui que a porca torce o rabo. A realidade da vida não pode ser do conhecimento de quem vive, o que não tem razão de ser. O que será que significa a frase do citado governador ao dizer que se o povo soubesse o que se passa por baixo do pano haveria de faltar guilhotinas? O que será que se passa por lá por baixo desses panos? Dá vontade de arribar prá olhar, dá não? Dá, sim. Como é que alguém chega no emprego esfarrapado e sei de lá nos trinques, lustroso e tão poderoso que vai trepar no céu? Embora estas coisas sejam de encabular, as pessoas ficam a jogar pensamentos fora em vez de ficarem intrigadas com elas. Eis o que disse um cientista da altura do doutor Christian Gauderer, de cuja capacidade se pode tomar conhecimento pedindo ao amigão Google  a matéria intitulada UM PSIQUIATRA INFANTIL FALA SOBRE MACONHA E OUTRAS DROGAS. Pois é um homem da capacidade de pensar demonstrada na matéria com o título acima que também é capaz de jogar pensamento fora ao afirmar o seguinte: A caça às bruxas se dá pela inveja que os homens têm do poder da mulher de gerar filhos”. Isto é desperdício imperdoável de pensamento porque não é crível que homem vá ter inveja do ato de parir atribuído pela natureza exclusivamente às fêmeas, considerando que homem sempre definiu quem encontra na fêmea sua necessária parceria sexual. Portanto, está o doutoríssimo também a desperdiçar pensamento. Entretanto, para piorar ainda mais as coisas, há quem desperdice seu pensamento induzindo pessoas ao erro. É falso que existam guerras necessárias, pelas quais vale a pena lutar porque o que vale mesmo é o bem-estar e ele não pode ser encontrado na guerra. Não obstante esta evidência, o historiador inglês Max Hastings afirma esta sandice em entrevista à revista Época, intitulada GUERRAS SÃO NECESSÁRIAS que o amigão Google terá prazer em mostrar a quem lhe pedir.

Então, vamos aproveitar o tempo para diminuir a falta de conhecimento dos pobres coitados que não sabem ainda ser a realidade da vida bem diferente daquela que imaginam. Embora os jovens nem mesmo acreditem que vão envelhecer, vão com toda certeza e seria melhor que esta cambada tirasse uma média entre as alegrias do requebramento e os gemidos da velhice cuja maior parte se deve exatamente aos requebros porque todos requebramos e todos gememos. Não há como escapar a esta realidade. Quem viver verá. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 30 de novembro de 2014

ARENGA SETENTA E SEIS


Com tanto sufoco que a gente passa, ainda dizem que nossa sociedade tem melhorado. Aqui, ó. Ela só piora a cada dia. A juventude está cada vez mais afastada da realidade e vivendo um mundo falso que haverá de trazer aos velhos em que se transformarão os jovens muitos sufocos quando chegar o mundo real em que se resume a aventura de viver percebível apenas depois de passado o vigor dos requebramentos e outras imbecilidades. Melhor dizendo, a vida, depois da fase alegre, torna-se desventura para aqueles que conseguiram superar a ignorância da qual resulta todo o mal-estar social que torna pesada a tarefa de viver. A deseducação verificada no relacionamento entre as pessoas é deprimente e produto evidente da ignorância ou do desconhecimento total do que seja uma convivência digna de ser humano. O mais famoso centro educacional deste país de triste sorte, a USP, é também lugar onde ocorrem estupros e outros tipos de crime, enquanto a única preocupação dos estudantes é com a possibilidade de serem canceladas as festas onde requebram os quadris e são cometidos os crimes, em vez de se indignarem com a brutalidade da situação. Pode tal ambiente ser apropriado para pessoas educadas? Evidente que não. O reacionário jornal Folha de São Paulo do dia 29/11/14, certamente contra sua vontade conservadora, publica matéria socialmente importante do médico Julio Abramczyk, intitulada “Crack, AIDS e tuberculose são doenças da pobreza”, onde se lê esta realidade: “A maior incidência de casos (destas doenças) está nas favelas, nos locais com alta densidade domiciliar (mais de seis moradores por domicílio). Bairros com melhores condições socioeconômicas apresentam menor incidência”. É exatamente o que este desarrumado blog vem tentando mostrar a esta juventude parva. O que afirma o cientista é a confirmação de que a proteção vem é do erário e não do céu, coisa imperceptível a quem não tem capacidade de raciocinar. Nem mesmo a realidade aí presente e à vista todos é capaz de fazer perceber o fato de haver maior sofrimento onde há maior religiosidade porque também é o lugar onde é maior a pobreza da qual decorre a ignorância. Nada, entretanto, é capaz de tirar o tapa-olho da turba que lota igrejas e campos de brincadeiras. Quanto mais pobre o lugar, maior a ignorância e a religiosidade. Este fato facilmente encontrado em todo conta pelaí afora nada significa para os cegos da pior cegueira: a cegueira mental de onde provém todo o sofrimento humano.

Se nenhuma das outras sociedades do mundo ainda saiu de um estágio medíocre de desenvolvimento espiritual, ainda mais degradante é a situação da nossa sociedade onde as pessoas saem das igrejas e vão requebrar os quadris ao som do zumbido de balas mais acertadas que perdidas. Como consequência da baixíssima espiritualidade dos seres humanos, nos centros educacionais das sociedades mais civilizadas como a que abriga a Universidade de Cambridge, também abriga uma visão tão deturpada do que seja aprendizado de finura mental que os estudantes daquele famoso cento de ensino realizam concursos para determinar qual a bunda mais bonita, sendo que tal imbecilidade envolve também bundas de homens e de homens que se prezem não fazem questão de ter a bunda bonita, atributo das mulheres. Esta estupidez não nos deve servir de consolo porque é muito triste a situação de ser a nossa sociedade ainda mais bruta do que as outras sociedades do mundo uma vez que por aqui a inversão de valores que predomina em todas elas é mais vigorosa do que nos outros lugares. Está aí, prá não dizer que é mentira, a imprensa noticiando que as empreiteiras patrocinadoras da gatunagem do erário, depois de apanhadas com a mão na botija alheia, como é do seu feitio e causa de sua riqueza, estão pleiteando o privilégio de serem julgadas pelo Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de justiça do país. Para os requebradores de quadris e enchedores de igreja tal notícia nem mesmo lhes interessa embora demonstre perigosa desarrumação social ao demonstrar conivência da justiça com o crime, coisa até então dita apenas à boca pequena e que é agora tornada notória.

Algumas poucas pessoas notaram a falta de empenho dos ministros do Supremo Tribunal Federal em punir os bandidos do Mensalão, livrando-os, inclusive, da acusação de formação de quadrilha. É esta a corte pleiteada pelos empreiteiros para julgá-los. Já outras pessoas perceberam um pouco mais. Perceberam que o doutor Joaquim Barbosa foi o único ministro empenhado em cumprir o dever legal e moral de defender a sociedade. Também houve quem percebesse que se o doutor Barbosa foi perseguido por defender a sociedade dos seus inimigos, o que deixa evidente o absurdo de estarem os adoradores de “famosos” e “celebridades” pagando uma justiça cara para proteger os seus inimigos em vez de defendê-los como é sua obrigação porque para isso é que existe. Assim, se os empreiteiros, inimigos figadais da harmonia social, manifestam preferência pelos juízes que perseguiram o doutot Barbosa, o verdadeiro amigo da sociedade, é porque contam com julgadores não empenhados no cumprimento do seu sagrado dever de defender a sociedade que lhes garante a feira, mas que vive em completo abandono e entregue a uma ignorância de cuja superação depende o futuro das crianças, inclusive das crianças destes inimigos sociais. O que levam os empreiteiros a buscar o STF é que lá os ladrões contam com a proteção dos ministros que escorraçaram o doutor Joaquim Barbosa exatamente por ser severo com ladrões do dinheiro de salvar a vida de infelizes que choram no corredor do hospital. Se o STF fosse ainda comandado pelo Barbosão e seu martelo de Thor, empreiteira nenhuma ia querer ser julgada por lá e isto evidencia uma situação muito grave de desmoralização da justiça, coisa pacífica nesta terra desmoralizada de todas as formas.

O fato de ser o vigor físico o único atrativo a conduzir a juventude não permite que a sociedade saia do barbarismo dos tempos de quando a força física era realmente necessária porque a sobrevivência dependia mais do vigor físico do que da inteligência que naquela época mal despontava ainda. Embora a absoluta maioria da humanidade ainda acredita depender da força física, já existe grande número de pessoas que afirmam o contrário e expressam isso no dizer que o SER é superior ao TER, frase que nada significa para os enchedores de igrejas, latrinas e terreiros de brincadeiras, mas que na verdade encerra toda a sabedoria necessária à felicidade por todos procurada onde não pode ser encontrada exatamente porque quando o TER é preponderante não há lugar para a paz desde quando as atitudes necessárias para se chegar ao TER são atitudes antissociais, contrárias, portanto, à existência de um ambiente favorável à presença de paz sem a qual não se pode falar em felicidade. Nem podia ser de outra forma uma vez que a cultura do TER é fonte de animosidade e promotora de desarmonia uma vez que coloca as pessoas umas contra as outras sempre à espreita de se ludibriarem mutuamente e levar algum tipo de vantagem sobre alguém.

Embora a humanidade já sinta certa vergonha em afirmar que é bom ser pobre, isso em nada diminui sua certeza de necessitar da religiosidade, justa razão para o atraso e a obscuridade mental. Estas pobres criaturas nem de longe desconfiam que a frase dita com muita pomba “Dai a Cézar o que é de Cézar, e a Deus o que é de Deus” significa, na verdade, uma recomendação carregada de esperteza para pagar impostos e fazer orações em vez de questionar não só o destino destes pagamentos, mas também o sistema invertido de valores onde “famosos” e “celebridades” orientam o modo chique e preferido de viver na mediocridade.

As ações contra si mesmos adotadas pelos homens evidenciam o predomínio da irracionalidade sobre a racionalidade que caracteriza alguns seres humanos apenas. Desde os gregos houve quem procurasse a razão da existência das coisas fora das explicações de divindades. Entretanto, o destino de todos é determinado pelo peso bruto da quantidade dos seres não pensantes. É uma verdadeira turba de pés rapados mentais que determina o rumo a ser seguido por todos para desgosto dos poucos que pensam e que são escorraçados para a insignificância, enquanto a tribuna de honra está destinada a “famosos” e “celebridades”. Há um monte de repórteres na porta do hospital onde Pelé está internado. O que eles fazem é para que os jornais e revistas atraiam a atenção de multidões interessadas em saber a situação do Rei nu. O que foi que Pelé já fez de útil para a sociedade a não ser ter saído da pobreza para virar grande milionário? De onde veio sua riqueza? Por que será que a sociedade transforma em reis e deuses as pessoas com destreza necessária para atividades físicas? Por que não gozam do mesmo prestígio as habilidades mentais? Há algo de muito canhestro nisso e a juventude nem desconfia de nada. O rumo da sociedade é decidido por mentalidade inferior, capaz de criar um mundo onde a mediocridade é tão importante a ponto de ser publicada na imprensa a seguinte notícia:

Já que a futura rainha da Inglaterra, Kate, e a eterna rainha dos realities shows, Kim Kardashian, foram as grávidas mais famosas do mundo, é justo que a recuperação pós-maternidade seja objeto de curiosidade. Desde que perdeu 11 quilos, tingiu o cabelo de loiro e reapareceu em decotes abissais, sem indício de amamentação, Kim vem causando comoção. Mas nada se compara à sua selfie – a foto de si mesma – de maiô branco, mostrando seu ângulo mais conhecido. “Vou já para casa” tuitou o pai da criança, o cantor Kanye West. É ele quem está reprogramando visualmente a mulher, aspirando a um visual mais sofisticado. Já disse até que tem como modelo a outra mamãe famosa, Kate, que deixou entrever num jogo beneficente de vôlei que também voltou ao que era, com zero de barriga”.

Os apreciadores deste tipo de cultura constitui a absoluta maioria dos seres humanos, razão pela qual o Mestre do Saber os qualifica como condutores de comida que deixam latrinas cheias como as únicas marcas de sua passagem pelo mundo. A experiência e a leitura que dão conhecimento tornam o velho que lê uma pessoa infinitamente superior espiritualmente ao resto porque não merece outra classificação senão de “resto” a massa ignara que enche as lojas, igrejas, campos de axé e futebola. O refinamento espiritual que torna as pessoas capacitadas para a vida em sociedade não está ao alcance de quem não tem familiaridade com os livros. Amontoados de seres ignorantes, tão ignorantes que são equiparados a manada não formam ambiente onde possa se sentir a gosto um velho cuja leitura e experiência ensinaram que a vida pode ser bem melhor se não fosse a ignorância das pessoas que não levam em conta a existência das outras pessoas e agem como se todos fossem tão ignorantes quanto elas. Aqui ao lado há uma construção cuja estrutura é de ferro e de onde emana uma pancadaria que apesar de imensamente violenta e prejudicial à saúde a ninguém parece incomodar. O fato de nenhum enchedor de latrina se rebelar contra esta situação prova tratar-se de falta de sensibilidade própria de bichos, ambiente impróprio para quem não é bicho e sabe perfeitamente que aquela obra pode ser embargada mediante ação judicial se as pessoas à volta se incomodassem com barulho, sendo de se destacar o absurdo de pertencer a obra a uma instituição educacional. É realmente uma vida desqualificada quando se vive entre bichos apenas ligados na necessidade de TER.

Acometido por uma maldita gripe, não suportando mais tanto sofrimento e mal-estar, fragilidade a que chegarão todos os jovens requebradores de quadris, fui procurar socorro no hospital IBR onde permaneci em grande sofrimento e agonia deitado no colo de Sara por cerca de uma hora, quando fomos avisados de que o médico havia se retirado. Fui a outro hospital onde um médico receitou remédios que custaram mais de cem reais e que nenhuma melhora trouxeram, razão pela qual tiveram o lixo como destino. Depois, outro médico me disse que o procedimento correto do médico que me atendeu seria ter procedido a uma hidratação por soro fisiológico em vez de remédio. É ou não é viver entre bichos? Certa ocasião fui diagnosticado por um médico como necessitando de cirurgia de catarata nos dois olhos e fui parar nas mãos do mercenário Rui Cunha, tido como o mestre dos mestres nessa atividade, e ele confirmou a necessidade da cirurgia pela qual paguei adiantados treze mil e quinhentos reais, vindo a descobrir por acaso não necessitar de cirurgia nenhuma e estou lutando na justiça para receber de volta o que me foi roubado pelo médico ajuntador de fortuna que, inclusive, é pastor e mentiroso como todos os pastores ajuntadores de riqueza. Também já fui enganado para fazer uma cirurgia desnecessária de ponte de safena para que um tal de doutor Nilzon do hospital Santa Izabel em Salvador tomasse meu dinheiro. Isto é lá ambiente para quem não é bicho?

É por não exercer a atividade de pensar no SER que a humanidade está se afundando e levando para o brejo a juventude com os olhos duros no aipede e no aipode. Inté.    

 

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ARENGA SETENTA E CINCO


Em tempos de futucar telefone, além da inteligência, também a privacidade se foi. Os caras sabem até o tamanho da rola da gente. Tem uns e outros pelaí que se metem no meu compactador perguntando se não quero aumentar o tamanho da minha dita. Mal sabem suas pobres e infelizes vítimas que quanto maior o “instrumento” mais difícil é de botar prá funcionar. Quem não lê só pode saber o que ouve de quem não sabe nada porque quem sabe alguma coisa não tem assunto para quem não sabe nada. A falta de saber é a razão da indiferença para qualquer assunto diferente dos assuntos relacionados apenas com a parte material do processo de viver. De modo geral, ninguém parece enxergar um palmo adiante do nariz no que diz respeito a qualquer cogitação sobre um jeito de ver esse mundão de universo sem estar preso à vontade de divindades como queriam os povos mais antigos, ou apenas à vontade de uma única divindade como querem nos tempos atuais. O universo, na realidade, nunca foi obra de nenhum Deus ou deuses no sentido que a turba dá à palavra Deus. Eles pensam que Deus é uma pessoa, quando na realidade é uma força. Absolutamente ninguém até aqui tem o direito de se arvorar a ser capaz de raciocinar com a mesma perfeição do que aquele que foi considerado o maior gênio da humanidade. Portanto, enquanto não aparecer alguém com maior capacidade mental do que Einstein, não é nenhum alfabetizado que poderá contestar sua opinião sobre o significado da palavra Deus. Segundo o filósofo brasileiro Huberto Rohden que conviveu com Einstein e escreveu o livro Einstein – O enigma do Universo, na página 33 o filósofo descreve de forma magistral a conclusão à qual a capacidade mental de Einstein o levou a afirmar que o universo não está ligado a outro poder senão o poder de uma força magnética que comanda todo o universo e o que nele existe. A esta conclusão Einstein chegou depois de ter ganhado uma bússola quando ainda era garotão e se encantou com ela, vindo a afirmar posteriormente estar o universo ligado exclusivamente àquele poder magnético que faz funcionar a bússola.

Quem merece mais crédito, o formulador da equação E=mc², ou os enchedores de igrejas, campos de axé, de futebola e de latrinas, que nem mesmo sabem o que significa esse negócio de equação, como eu também não sei? Mas não é preciso saber para saber que Einstein afirmava que tudo se resume à natureza. Portanto, não fosse tanta estupidez, todos saberiam que a natureza tanto pode ser camarada como inimiga a depender do tratamento que lhe é dispensado. Como quem não lê não sabe das coisas, os brutos seres humanos em vez de usar sua capacidade criativa para cooperar com a natureza ajudando-a a lhes ajudar ainda mais do que ela faz por si só, ao contrário de ajudá-la, atacam-na com tal virulência que os rios fedem, as matas e os minérios desaparecem enquanto um fumaceiro preto cobre o céu debaixo do qual a axé, o futebola e as orações vão de rédeas soltas e preenchem o mundinho pequeno da mente de seus aficionados incapacitados para a atividade de pensar. Quando um cavalo não sente falta de comida, água, companhia de outros cavalares, calor, frio, estará completa sua felicidade. Mas, e o homem? A resposta a esta pergunta depende do tipo de homem porque há homens-manada e homens que pensam uma vez que a capacidade de pensar não é privilégio dos Grandes Mestres do Saber, e embora a absolutíssima maioria dos homens não pensa, pintam alguns que o fazem, e esta situação sempre me leva de volta aos tempos de menino deitado de barriga para cima juntamente com as outras pessoas da casa de fazenda, sobre esteiras estendidas no chão, a contemplar o mar de estrelas lá em cima, enquanto o gado mugia do lado de fora do estacado de baraúna que separava do pasto o terreiro da casa onde nos encontrávamos. Enquanto aquela grandiosidade de estrelas atraía os seres do lado de dentro da cerca, era completamente indiferente para os seres do lado de fora da cerca que apenas pastavam e mugiam. Esta cerca que agora só existe em minha mente continua separando seres pensantes de seres não pensantes porque quem ainda não percebeu que está tudo errado pelaí e continua praticando as mesmas ações que produziram os erros que aí estão é por ser também um ser não pensante. Nenão? Inté.

 

domingo, 16 de novembro de 2014

ARENGA SETENTA E QUATRO


Há uma indisposição generalizada em observar a confusão que se faz em torno da tarefa simples de viver a vida. Livros e mais livros são escritos sobre os mais diversos assuntos, porém nada sobre a tarefa de viver desvinculada da tarefa de fazer alguma coisa em troca de dinheiro. Ao contrário, papagaios alardeiam mundo afora em microfones papagaiamentos massacrando a mente humana até tornar verdade a mentira de ser preciso comprar cada vez mais coisas num frenesi tão alucinado que bichos em forma de gente se amontoam esperando o momento de baixarem as portas de lojas para, em profusão, como estouro de boiada, atender ao chamamento dos papagaios de microfone. Quando as compras diminuem, os papagaios metem na cabeça vazia do populacho que isso é muito ruim para a sociedade que é preciso comprar porque disto depende o desenvolvimento. Acontece que o desenvolvimento no sentido dado pelos papagaios é que é ruim. O dicionário indica vários sentidos para a palavra desenvolvimento que podem ser resumido em “fazer crescer”. Portanto só há vantagem em se desenvolver o que é benéfico para a sociedade. As indústrias que produzem as coisas que os papagaios alardeiam, os automóveis, bancos e empreiteiras são terrivelmente nocivos à sociedade. Se a vida está se tornando inviável e se as crianças irão sofrer falta dos bens naturais indispensáveis à vida, tal circunstância se deve à ação de produzir coisas para serem trocadas por riqueza acumulada nas mãos dos aproveitadores que desde sempre transformaram em dinheiro os recursos naturais com o único intuito de fazer pose por ter uma montanha de riqueza e fazer bonito na revista Forbes. Não é à toa que um cara desses que sabem onde tem o nariz falou que a mentira repetida muitas e muitas vezes vira verdade. Embora não seja verdade haver vantagem no compra-compra porque ele está destruindo a saúde e logo destruirá a vida, as cabeças de pouco cérebro tomam esta mentira verdade. É impossível encontrar alguma correspondência entre a realidade da vida e as mentiras dos papagaiamentos sobre dólar, cotação, câmbio, superávit, material humano, capital de giro, capital circulante, tantas coisas mais, e todas falsas do ponto de vista da harmonia social, que escapam ao meu conhecimento e ao interesse em digitá-las. As coisas papagaiadas como necessárias à vida servem apenas para a formação de uma riqueza que de nada serve à sociedade como um todo, mas tão somente a um grupinho de apaniguados dos palácios dos governos de onde saem todas as tramoias que o povo nem sequer imagina e nem pode imaginar em função de sua qualidade de manada para quem a vida se resume em contorcer os quadris e fazer orações tão inúteis quanto os apelos do papa pela paz ou sua pregação também antissocial em papagaiar para as cabeças de pouco cérebro que o aborto e a eutanásia são negativos para a sociedade, quando, na realidade, são benéficos.

Nenhuma justificava pode haver para a displicência com que estão sendo encarados os desastres de secas pavorosas e enchentes monumentais que irão envolver a massa amorfa de imbecis alheios a tal situação. É como se nada estivesse acontecendo. Aos domingos os papagaios papagaiam as excelências dos esportes quando deveriam estar alertando para a situação prevista pelo relatório da ONU sobre as condições futuras de vida. A matança que os brutos seres humanos empreendem entre si parece ser de cooperação com a natureza ajudando-a a se livrar da pior espécie animal de cuja criação teria ela se arrependido e resolvido banir por absoluta falta de competência para gerir o belo planeta azul em função de tanta brutalidade. Na sociedade americana se disputa quem teve a glória de matar o Bin Laden, numa demonstração de animalismo porque matar é próprio de bichos. Pois, para o religioso povo americano da bunda branca, criador da figura política do Bin Laden, é motivo de glória que justifica a disputa entre os soldados cada um reivindicando o direito de ter disparado o tiro que o matou. É este tipo de gente que é invejada pela sociedade brasileira moralmente aleijada e tão inferior em termos de evolução espiritual que a prostituição, a jogatina, o roubo, a amoralidade e a imoralidade orientam seu comportamento. A afirmação de ser a família a célula mãe da sociedade explica a baixa qualidade moral da sociedade brasileira porquanto família que se reúne para assistir Fazenda e BBB não pode ser exemplo de moralidade.

Está tudo de cabeça para baixo e a humanidade não pode saber por que a constante repetição da mentira de que o negócio deve ser resolvido no trinta e oito tomou o lugar da verdade de que o negócio deve ser resolvido no diálogo educado de pessoas educadas. O problema é que não parece haver pessoas educadas em parte alguma de um mundo com tanta selvageria porque a educação não prescinde do conhecimento da sociabilidade ou da necessidade de comportamentos adequados para se viver em grupo, uma vez que isto é vital para a humanidade. Falam em globalização sob o princípio animalesco de levar vantagem, defendido pelo Secretário de Estado americano que aprendeu errado e ensinou errado aos tolos que lhe seguem os passos e também passaram a pensar que o bom mesmo é aprender a fazer coisas e convencer o mundo da vantagem de comprá-las. Mas, se tudo está ruim em função de se adotar a mentira por verdade, por que não sair da mentira e seguir na direção contrária aos papagaiamentos mentirosos? Dar ouvidos aos papagaios é destruir a felicidade das criancinhas de hoje. A estupidez de fazer e vender coisas ou de acreditar ser importante a corrupção do esporte, havendo até papagaios que aprenderam a papagaiar que o esporte educa. Cientistas afirmam a necessidade urgente de medidas que revertam a agressão feita à natureza enquanto os principais falsos líderes do mundo anunciam o começo de tais medidas para daqui a trinta anos.

Se os papagaios treinados pelo governo papagaiam que da venda dos carros resultará bem-estar social, os das fábricas de carros mostram na televisão belos automóveis fazendo ziguezagues com muita pose e muita mulher gostosa e seminua, enquanto os papagaios dos bancos garantem ser a maior moleza do mundo comprar seu carro financiado para fazer bonito pelaí, e os papagaios da religião orientam para escrever no carro que foi Deus que deu ele de presente àquele felizardo no seu imaginário compadrio divino. Como se vê, é tudo falsidade e é daí que vem a infelicidade humana porque a falsidade só gera ambiente negativo. A humanidade não terá tempo de construir um ambiente civilizado e bom para se viver em virtude de sua estupidez. Comenta-se que isso não está certo, que aquilo está errado, mas não se procura endireitar. Que tal começar o endireitamento exigindo um sistema de educação que torne as crianças socialmente preparadas para viver em grupo em vez de educadas apenas para serem bichos fazedores de dinheiro? Inté.

 

 

 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ARENGA SETENTA E TRÊS


Há uma indisposição generalizada em observar a confusão que se faz em torno da tarefa simples de viver a vida. Livros e mais livros são escritos sobre os mais diversos assuntos, porém, nada sobre a tarefa de viver desvinculada da tarefa de fazer alguma coisa em troca de dinheiro. Ao contrário, papagaios alardeiam mundo afora em microfones papagaiamentos massacrando a mente humana até tornar verdade a mentira de ser preciso comprar cada vez mais coisas num frenesi tão alucinado que bichos em forma de gente se amontoam esperando o momento de baixarem as portas de lojas para, em profusão, como estouro de boiada, atender ao chamamento dos papagaios de microfone. Não é à toa que um cara desses que sabem onde tem o nariz falou que a mentira repetida muitas e muitas vezes vira verdade. Esta conversão, entretanto, esta transformação da mentira em verdade, só ocorre na cabeça fraca martelada continuamente pela mentira e que se deixa envolver por ela porquanto é impossível encontrar alguma correspondência entre a realidade da vida e as mentiras dos papagaios de microfone. Um belo exemplo de serem mentiras os papagaiamentos são os automóveis. As pessoas acreditam porque os papagaios da economia que papagaiam sobre dólar, cotação, câmbio, superávit, material humano, capital de giro, capital circulante, tantas coisas mais e todas falsas do ponto de vista da harmonia social, que escapam ao meu conhecimento e ao interesse em digitá-las. As coisas papagaiadas como necessárias à vida servem apenas para a formação de uma riqueza que de nada serve à sociedade como um todo, mas tão somente a um grupinho de apaniguados dos palácios dos governos de onde saem todas as tramoias que o povo nem sequer imagina e nem quer imaginar por ser mais importante imaginar não haver nenhum problema vindo por aí, não havendo motivo para ficar sem futucar telefone, contorcer os quadris e fazer orações tão inúteis quanto os apelos do papa pela paz, o que também é falso porque as religiões são fonte de brigas e morticínios, coisa que o populacho não sabe porque a própria religião lhe castra a capacidade de ler e o discernimento para entender.

Nenhuma justificava pode haver para a displicência com que estão sendo encarados os desastres de secas pavorosas e enchentes monumentais que irão envolver a massa amorfa de imbecis alheios a tal situação. É como se nada estivesse acontecendo. O comportamento dos humanos matando-se entre si parece ser de cooperação com a natureza ajudando-a a se livrar da pior espécie animal de cuja criação teria ela se arrependido e resolvido banir por absoluta falta de competência para gerir o belo planeta azul em função de tanta brutalidade que na sociedade americana se disputa quem teve a glória de matar o Bin Laden, numa demonstração de animalismo brutal porque matar é próprio de bichos como são os religiosos americanos das bundas brancas que foram os inventores e criadores da figura política do morto de cuja morte se ufanam. É este tipo de gente que é invejada pela sociedade brasileira moralmente aleijada e tão inferior em termos de evolução espiritual que a prostituição, a jogatina, o roubo, a amoralidade e a imoralidade orientam seu comportamento. A afirmação de ser a família a célula mãe da sociedade explica a baixa qualidade moral da sociedade brasileira porquanto família que se reúne para assistir Fazenda e BBB não se pode ser exemplo de moralidade.

Está tudo de cabeça para baixo e a humanidade não pode saber por que a constante repetição da mentira de que o negócio é resolvido no trinta e oito tomou o lugar da verdade e esconde a realidade de que o negócio deve ser resolvido é no diálogo educado de pessoas educadas. O problema é que não parece haver pessoas educadas em parte alguma de um mundo com tanta selvageria porque a educação não prescinde do conhecimento da sociabilidade ou da necessidade de comportamentos adequados para se viver em grupo, uma vez que isto é vital para a humanidade. Falam em globalização sob o princípio animalesco de levar vantagem, defendido pelo Secretário de Estado do religioso povo americano da bunda branca que aprendeu errado e ensinou errado aos tolos que lhe seguem os passos e também passaram a pensar que o bom mesmo é aprender a fazer coisas e convencer o mundo da vantagem de comprá-las. Mas, se tudo está ruim em função de se adotar a mentira por verdade, por que não sair da mentira e seguir na direção contrária aos papagaiamentos mentirosos? Dar ouvidos aos papagaios é destruir a felicidade das criancinhas de hoje. A estupidez de fazer e vender coisas absorve a atenção de modo tão abrangente que a ninguém ocorre pensamentos sobre o futuro das crianças. Quando cientistas afirmam a necessidade urgente de medidas que revertam a agressão feita à natureza, os principais falsos líderes do mundo anunciam o começo de tais medidas para daqui a trinta anos.

Os papagaios treinados pelo governo papagaiam que da venda dos carros resultará bem-estar. Os papagaios das fábricas de carros mostram na televisão belos automóveis fazendo ziguezagues com muita pose e muita mulher gostosa e seminua. Já os papagaios do banco garantem ser a maior moleza do mundo comprar seu carro financiado para fazer bonito pelaí. Por sua vez, os papagaios da religião orientam para escrever no carro que foi Deus que deu ele de presente àquele felizardo no seu imaginário compadrio divino. Para encerrar esta encheção, não custa lembrar que desse jeito nunca chegaremos a um ambiente civilizado e bom para se viver porquanto as pessoas comentam que isso não está certo e que aquilo está errado, mas não procuram endireitar. Que tal começar exigindo um sistema de educação que torne as crianças socialmente educadas em vez de educadas apenas para serem bichos fazedores de dinheiro? Inté.

 

 

 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

ARENGA SETENTA E DOIS


Aqui nesse nosso rincão chamado Brasil as coisas ainda são mais bárbaras do que nos rincões que abrigam outros seres também tão bárbaros que praticam cerimonias religiosas antes de jogar bomba em cima de criancinhas para tomar o petróleo de seus pais. Era bem assim que agiam os seres intermediários entre o bicho peludo e andando de quatro que fomos e o bicho pelado andando de dois que somos. Também eles realizavam cerimônias grotescas antes de sangrar alguém para que daquilo resultasse mais poder para seus deuses. O livro O Mundo de Sofia, na página 36, o autor e filósofo Jostein Gaarder, apresenta um aspecto interessante da mitologia na afirmação de que os criadores de mitos daquela época ainda não tinham tido a ideia de um deus que pode tudo e criavam seus deuses que também tinham problemas como eles, os bichos pludos. Assim, os sacrifícios ajudavam os deuses em suas lutas contra suas adversidades. Quando os jovens de hoje derem lugar a jovens de melhor nível espiritual, o que deve demorar prá burro (A palavra burro não veio intencionalmente), terão momentos de satisfação ao tomarem conhecimento da lenda do Martelo de Thor cuja narração começa ainda na página 36 daquele interessantíssimo livro que a juventude está perdendo por preferir a imbecilidade de futucar telefone e enferrujar sua capacidade cerebral.

Desviou do que se falava. Falava-se do fato de ser nosso povo brasileiro ainda mais bárbaro do que aqueles bárbaros de sacrificam criancinhas rechonchudas e esquálidas para lhes tomar o que tem. Quem viveu o bastante para compreender o mecanismo do relógio da vida fica triste de ter de viver num ambiente de pessoas inocentes como crianças. É curioso o fato de haver idosos com a mesma imaturidade espiritual dos jovens. Um idoso que embarca num ônibus e viaja três ou mais centenas de quilômetros para fazer oração, comprar imagens de santos e depositar caridade no cofrão com uma rachadura por onde entram cédulas de dinheiro lá na Lapa é alguém que não aprendeu absolutamente nada da vida, e é exatamente por falta desse aprendizado que a vida foi conduzida tão mal que os cientistas da ONU concluíram que no meio deste século a coisa não vai estar para brincadeira. Os jovens abobalhados nem estão aí para a situação a ser enfrentada por seus filhos. Não tem limite a crueldade de quem monta um sistema político que fica mais forte à medida que fica mais fraca a capacidade de raciocínio do povo que administra. Até lembra os bárbaros que sacrificavam as pessoas para que seus deuses ficassem mais fortes. É da inocência e da falta de maturidade e de conhecimento de outra coisa que não sejam trabalho e bobagens, que resultou no impasse em que se encontram as condições de garantia de vida sob o olhar indiferente dos pais e das mães que ostentam orgulhosamente suas barrigas estufadas sem que nem lhes passe pela cabeça o que vai enfrentar aquela criança.

“Once upon a time”. Desnecessário dizer que isto significa “era uma vez” porquanto o “ingreis” já é a segunda língua falada no Brasil. Portanto, once upon a time morava um povo que andava nu e que desconhecia o significado da palavra “infelicidade”. Quando alguém apontou para o mar e todos olharam, viram três caravelas que se chamavam Santa Maria, Pinta e Niña e a partir daquele dia a palavra infelicidade nunca mais deixou aquele pedaço de chão e seu povo se tornou de uma infelicidade tão grande que até perdeu o discernimento e se porta de modo ridículo perante a comunidade internacional tão estúpida que não percebe estar cavando sua sepultura com a fome insaciável de criar riqueza, quando o grande mote para uma vida saudável e alegre de uma alegria duradoura está na simplicidade. Uma presidente da república que usa sapatos ao custo de mil e duzentos reais pode ser qualquer coisa, menos uma líder de um povo pobre e ignorante onde bancos não tem compostura em anunciar um lucro de um bilhão a cada mês. Quando o próprio banco declara esta exorbitância é porque a quantia é muito maior, o que deixa uma interrogação em cima da cabeça de quem pensa por não conseguir encontrar explicação para a indiferença demonstrada por quem ajunta uma fábula de riqueza bem na cara de multidões de necessitados ávidos pelas maravilhas da vida de rico que a televisão lhes esfrega na cara a todo momento. Há exemplos na história mostrando o desastre em que resulta a situação de autoridades elevadas ao nível de deuses e povo considerado como tendo a obrigação de alimentar todas as vontades das divindades políticas acasteladas em templos onde a fartura de tudo é de fazer inveja a Salomão. A imprensa noticia que a Polícia Federal tenta em vão há sete meses ouvir Lula sobre o mensalão. Não dá para deixar de tirar o chapéu para quem afirmou que tudo de ruim vem da ignorância do povo, fato evidente na escolha que o povo brasileiro faz para seus representantes. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

ARENGA SETENTA E UM



No dia 5/11/14, em seu comentário diário na rádio CBN, Arnaldo Jabor esclareceu um fato que devia ser motivo de reflexão para toda a juventude deste belo país de triste sorte. Quem conheceu o jornal O Pasquim também conheceu Paulo Francis, fabuloso jornalista e intelectual de altíssimo nível. Pois bem, o comentário do Jabor foi sobre o motivo pelo qual morreu o Paulo Francis. Pasmem idiotas futucadores de telefone: Paulo Francis, segundo a declaração do também grande jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, teria sido assassinado pela Petrobrás porque há cerca de dezoito anos denunciou um roubo ocorrido naquela empresa. Como não se muniu da comprovação necessária, a Petrobrás o processou e ele foi condenado a pagar uma verdadeira montanha de dinheiro, coisa que não tinha, e em função deste desgosto teria vindo a falecer. Então, as crianças de hoje viverão uma sociedade onde o bandido é herói e o herói é bandido, uma situação em que o errado é o certo, e o certo é que está errado? Ou esses pais idiotas se ligam na realidade de estarmos vivendo uma situação de inversão de valores ou seus filhos irão amaldiçoá-los quando chegar a derrocada final deste amontoado de bichos já qualificado de manada, cujo comportamento dá mostras de ser autêntica a qualificação.


Embora os enchedores de igrejas, terreiras de axé, de futebola e futucadores de telefone possam dar de ombros e pensar não terem nada com isso, é o maior engano que cometem. A respeito destes pobres de espírito que pensam haver meio se se viver apenas seu mundinho familiar desligado o resto do grupo ao qual pertence, ninguém menos que o Grande Mestre do Saber, Georges Politzer, grande pensador que também foi morto por falar verdades, disse tratar-se de analfabetos políticos aqueles que acreditam estar fora do mundo político. Efetivamente, a sociedade nos engloba a todos de modo tão envolvente que a atitude de um reflete nas atitudes dos demais. É realmente uma grande bobagem pensar como quem diz não se incomodar se político rouba, uma vez que não roubam nada seu. Incorre em erro dos maiores quem assim pensa porque do roubo do dinheiro público resulta toda a mazela que a todos infelicita.


Não se dá meia volta sem encontrar motivo para constatar a grande realidade contida na afirmação de ser a ignorância a causa de todos os males. A humanidade não deixa de esbanjar ignorância, e os brasileiros fazem questão de ocupar lugar de destaque tão acentuado que é comparado à manada, realidade esta que pode ser constatada a todo instante e em todos os lugares. Num passeio a Ilhéus, minha mulher e eu ocupamos um apartamento em Olivença num hotel para passar três dias, coisa que sempre faço quando fico preguiçoso para ler aqui em casa. No dia seguinte ao da nossa chegada coincidiu de chegar também um grupo de religiosos num negócio que chamam de evento. Embora no preço da diária estivessem inclusos o café da manhã e o jantar, a partir da chegada dos religiosos não pudemos mais usufruir destes benefícios porque o restaurante se tornou insuportável pela maneira deseducada com que investiam ao balcão da comida. A desvantagem de perder dois jantares e dois desjejuns foi grandemente compensada pela comprovação daquilo que sempre afirmei: só a inocência justifica a religiosidade. Embora tenha eu sempre empregado o termo ignorância para definir o religioso, não o faço por grosseria. Apenas do meu ponto de vista não há diferença entre essa ignorância e a inocência uma vez que só se é inocente por ignorar. Foi a mais importante oportunidade de observar a inocência desta pobre gente que grita aos berros dentro de um templo submetendo a todos, inclusive crianças às consequências malévolas do barulho. Estes pobres coitados não fazem a menor ideia das consequências do barulho ou poluição sonora. É tão prejudicial o barulho que a ONU recomendou aos governantes do mundo prioridade no combate à poluição sonora. Entretanto, será que o chefe religioso sabe que o barulho provoca úlcera, cardiopatia, envelhecimento precoce, impotência sexual, entre outras coisas? Não sabe. Duvido que saiba. E por ignorar é que causa grande mal a seus pobres fiéis.


Este nosso país clama por uma geração de homens e mulheres menos imaturos, capazes de apenas uma, nada mais que uma atitude: rejeitar as injustiças que produzem os desmandos que por sua vez nos torna o povo mais ridículo e ladravaz de todo o planeta como mostra a notícia seguinte publicada no jornal Folha de São Paulo do dia 24/9/14: O presidente da corte, Dias Toffoli, e os ministros Gilmar Mendes e João Otávio Noronha, disseram que a condenação de Maluf não o torna um "ficha-suja". Os maiores prejudicados com esta posição da justiça, a juventude, nem para prá pensar na situação em que um ladrão do dinheiro público não encontre obstáculo para ocupar cargo público. Tá tudo errado. Que tal querer consertar? Inté.