quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ARENGA SETENTA E TRÊS


Há uma indisposição generalizada em observar a confusão que se faz em torno da tarefa simples de viver a vida. Livros e mais livros são escritos sobre os mais diversos assuntos, porém, nada sobre a tarefa de viver desvinculada da tarefa de fazer alguma coisa em troca de dinheiro. Ao contrário, papagaios alardeiam mundo afora em microfones papagaiamentos massacrando a mente humana até tornar verdade a mentira de ser preciso comprar cada vez mais coisas num frenesi tão alucinado que bichos em forma de gente se amontoam esperando o momento de baixarem as portas de lojas para, em profusão, como estouro de boiada, atender ao chamamento dos papagaios de microfone. Não é à toa que um cara desses que sabem onde tem o nariz falou que a mentira repetida muitas e muitas vezes vira verdade. Esta conversão, entretanto, esta transformação da mentira em verdade, só ocorre na cabeça fraca martelada continuamente pela mentira e que se deixa envolver por ela porquanto é impossível encontrar alguma correspondência entre a realidade da vida e as mentiras dos papagaios de microfone. Um belo exemplo de serem mentiras os papagaiamentos são os automóveis. As pessoas acreditam porque os papagaios da economia que papagaiam sobre dólar, cotação, câmbio, superávit, material humano, capital de giro, capital circulante, tantas coisas mais e todas falsas do ponto de vista da harmonia social, que escapam ao meu conhecimento e ao interesse em digitá-las. As coisas papagaiadas como necessárias à vida servem apenas para a formação de uma riqueza que de nada serve à sociedade como um todo, mas tão somente a um grupinho de apaniguados dos palácios dos governos de onde saem todas as tramoias que o povo nem sequer imagina e nem quer imaginar por ser mais importante imaginar não haver nenhum problema vindo por aí, não havendo motivo para ficar sem futucar telefone, contorcer os quadris e fazer orações tão inúteis quanto os apelos do papa pela paz, o que também é falso porque as religiões são fonte de brigas e morticínios, coisa que o populacho não sabe porque a própria religião lhe castra a capacidade de ler e o discernimento para entender.

Nenhuma justificava pode haver para a displicência com que estão sendo encarados os desastres de secas pavorosas e enchentes monumentais que irão envolver a massa amorfa de imbecis alheios a tal situação. É como se nada estivesse acontecendo. O comportamento dos humanos matando-se entre si parece ser de cooperação com a natureza ajudando-a a se livrar da pior espécie animal de cuja criação teria ela se arrependido e resolvido banir por absoluta falta de competência para gerir o belo planeta azul em função de tanta brutalidade que na sociedade americana se disputa quem teve a glória de matar o Bin Laden, numa demonstração de animalismo brutal porque matar é próprio de bichos como são os religiosos americanos das bundas brancas que foram os inventores e criadores da figura política do morto de cuja morte se ufanam. É este tipo de gente que é invejada pela sociedade brasileira moralmente aleijada e tão inferior em termos de evolução espiritual que a prostituição, a jogatina, o roubo, a amoralidade e a imoralidade orientam seu comportamento. A afirmação de ser a família a célula mãe da sociedade explica a baixa qualidade moral da sociedade brasileira porquanto família que se reúne para assistir Fazenda e BBB não se pode ser exemplo de moralidade.

Está tudo de cabeça para baixo e a humanidade não pode saber por que a constante repetição da mentira de que o negócio é resolvido no trinta e oito tomou o lugar da verdade e esconde a realidade de que o negócio deve ser resolvido é no diálogo educado de pessoas educadas. O problema é que não parece haver pessoas educadas em parte alguma de um mundo com tanta selvageria porque a educação não prescinde do conhecimento da sociabilidade ou da necessidade de comportamentos adequados para se viver em grupo, uma vez que isto é vital para a humanidade. Falam em globalização sob o princípio animalesco de levar vantagem, defendido pelo Secretário de Estado do religioso povo americano da bunda branca que aprendeu errado e ensinou errado aos tolos que lhe seguem os passos e também passaram a pensar que o bom mesmo é aprender a fazer coisas e convencer o mundo da vantagem de comprá-las. Mas, se tudo está ruim em função de se adotar a mentira por verdade, por que não sair da mentira e seguir na direção contrária aos papagaiamentos mentirosos? Dar ouvidos aos papagaios é destruir a felicidade das criancinhas de hoje. A estupidez de fazer e vender coisas absorve a atenção de modo tão abrangente que a ninguém ocorre pensamentos sobre o futuro das crianças. Quando cientistas afirmam a necessidade urgente de medidas que revertam a agressão feita à natureza, os principais falsos líderes do mundo anunciam o começo de tais medidas para daqui a trinta anos.

Os papagaios treinados pelo governo papagaiam que da venda dos carros resultará bem-estar. Os papagaios das fábricas de carros mostram na televisão belos automóveis fazendo ziguezagues com muita pose e muita mulher gostosa e seminua. Já os papagaios do banco garantem ser a maior moleza do mundo comprar seu carro financiado para fazer bonito pelaí. Por sua vez, os papagaios da religião orientam para escrever no carro que foi Deus que deu ele de presente àquele felizardo no seu imaginário compadrio divino. Para encerrar esta encheção, não custa lembrar que desse jeito nunca chegaremos a um ambiente civilizado e bom para se viver porquanto as pessoas comentam que isso não está certo e que aquilo está errado, mas não procuram endireitar. Que tal começar exigindo um sistema de educação que torne as crianças socialmente educadas em vez de educadas apenas para serem bichos fazedores de dinheiro? Inté.

 

 

 

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