Há uma
indisposição generalizada em observar a confusão que se faz em torno da tarefa
simples de viver a vida. Livros e mais livros são escritos sobre os mais
diversos assuntos, porém, nada sobre a tarefa de viver desvinculada da tarefa
de fazer alguma coisa em troca de dinheiro. Ao contrário, papagaios alardeiam mundo
afora em microfones papagaiamentos massacrando a mente humana até tornar
verdade a mentira de ser preciso comprar cada vez mais coisas num frenesi tão
alucinado que bichos em forma de gente se amontoam esperando o momento de baixarem
as portas de lojas para, em profusão, como estouro de boiada, atender ao
chamamento dos papagaios de microfone. Não é à toa que um cara desses que sabem
onde tem o nariz falou que a mentira repetida muitas e muitas vezes vira
verdade. Esta conversão, entretanto, esta transformação da mentira em verdade,
só ocorre na cabeça fraca martelada continuamente pela mentira e que se deixa
envolver por ela porquanto é impossível encontrar alguma correspondência entre a
realidade da vida e as mentiras dos papagaios de microfone. Um belo exemplo de
serem mentiras os papagaiamentos são os automóveis. As pessoas acreditam porque
os papagaios da economia que papagaiam sobre dólar, cotação, câmbio, superávit,
material humano, capital de giro, capital circulante, tantas coisas mais e
todas falsas do ponto de vista da harmonia social, que escapam ao meu
conhecimento e ao interesse em digitá-las. As coisas papagaiadas como necessárias
à vida servem apenas para a formação de uma riqueza que de nada serve à sociedade
como um todo, mas tão somente a um grupinho de apaniguados dos palácios dos
governos de onde saem todas as tramoias que o povo nem sequer imagina e nem
quer imaginar por ser mais importante imaginar não haver nenhum problema vindo
por aí, não havendo motivo para ficar sem futucar telefone, contorcer os
quadris e fazer orações tão inúteis quanto os apelos do papa pela paz, o que
também é falso porque as religiões são fonte de brigas e morticínios, coisa que
o populacho não sabe porque a própria religião lhe castra a capacidade de ler e
o discernimento para entender.
Nenhuma
justificava pode haver para a displicência com que estão sendo encarados os
desastres de secas pavorosas e enchentes monumentais que irão envolver a massa
amorfa de imbecis alheios a tal situação. É como se nada estivesse acontecendo.
O comportamento dos humanos matando-se entre si parece ser de cooperação com a
natureza ajudando-a a se livrar da pior espécie animal de cuja criação teria
ela se arrependido e resolvido banir por absoluta falta de competência para
gerir o belo planeta azul em função de tanta brutalidade que na sociedade
americana se disputa quem teve a glória de matar o Bin Laden, numa demonstração
de animalismo brutal porque matar é próprio de bichos como são os religiosos
americanos das bundas brancas que foram os inventores e criadores da figura
política do morto de cuja morte se ufanam. É este tipo de gente que é invejada
pela sociedade brasileira moralmente aleijada e tão inferior em termos de
evolução espiritual que a prostituição, a jogatina, o roubo, a amoralidade e a
imoralidade orientam seu comportamento. A afirmação de ser a família a célula
mãe da sociedade explica a baixa qualidade moral da sociedade brasileira porquanto
família que se reúne para assistir Fazenda e BBB não se pode ser exemplo de
moralidade.
Está tudo
de cabeça para baixo e a humanidade não pode saber por que a constante
repetição da mentira de que o negócio é resolvido no trinta e oito tomou o
lugar da verdade e esconde a realidade de que o negócio deve ser resolvido é no
diálogo educado de pessoas educadas. O problema é que não parece haver pessoas
educadas em parte alguma de um mundo com tanta selvageria porque a educação não
prescinde do conhecimento da sociabilidade ou da necessidade de comportamentos
adequados para se viver em grupo, uma vez que isto é vital para a humanidade.
Falam em globalização sob o princípio animalesco de levar vantagem, defendido
pelo Secretário de Estado do religioso povo americano da bunda branca que
aprendeu errado e ensinou errado aos tolos que lhe seguem os passos e também passaram
a pensar que o bom mesmo é aprender a fazer coisas e convencer o mundo da
vantagem de comprá-las. Mas, se tudo está ruim em função de se adotar a mentira
por verdade, por que não sair da mentira e seguir na direção contrária aos
papagaiamentos mentirosos? Dar ouvidos aos papagaios é destruir a felicidade
das criancinhas de hoje. A estupidez de fazer e vender coisas absorve a atenção
de modo tão abrangente que a ninguém ocorre pensamentos sobre o futuro das
crianças. Quando cientistas afirmam a necessidade urgente de medidas que
revertam a agressão feita à natureza, os principais falsos líderes do mundo
anunciam o começo de tais medidas para daqui a trinta anos.
Os
papagaios treinados pelo governo papagaiam que da venda dos carros resultará
bem-estar. Os papagaios das fábricas de carros mostram na televisão belos
automóveis fazendo ziguezagues com muita pose e muita mulher gostosa e seminua.
Já os papagaios do banco garantem ser a maior moleza do mundo comprar seu carro
financiado para fazer bonito pelaí. Por sua vez, os papagaios da religião orientam
para escrever no carro que foi Deus que deu ele de presente àquele felizardo no
seu imaginário compadrio divino. Para encerrar esta encheção, não custa lembrar
que desse jeito nunca chegaremos a um ambiente civilizado e bom para se viver
porquanto as pessoas comentam que isso não está certo e que aquilo está errado,
mas não procuram endireitar. Que tal começar exigindo um sistema de educação
que torne as crianças socialmente educadas em vez de educadas apenas para serem
bichos fazedores de dinheiro? Inté.
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