Aqui nesse nosso rincão chamado Brasil as coisas ainda são mais bárbaras
do que nos rincões que abrigam outros seres também tão bárbaros que praticam
cerimonias religiosas antes de jogar bomba em cima de criancinhas para tomar o
petróleo de seus pais. Era bem assim que agiam os seres intermediários entre o
bicho peludo e andando de quatro que fomos e o bicho pelado andando de dois que
somos. Também eles realizavam cerimônias grotescas antes de sangrar alguém para
que daquilo resultasse mais poder para seus deuses. O livro O Mundo de Sofia,
na página 36, o autor e filósofo Jostein Gaarder, apresenta um aspecto
interessante da mitologia na afirmação de que os criadores de mitos daquela
época ainda não tinham tido a ideia de um deus que pode tudo e criavam seus
deuses que também tinham problemas como eles, os bichos pludos. Assim, os
sacrifícios ajudavam os deuses em suas lutas contra suas adversidades. Quando
os jovens de hoje derem lugar a jovens de melhor nível espiritual, o que deve
demorar prá burro (A palavra burro não veio intencionalmente), terão momentos
de satisfação ao tomarem conhecimento da lenda do Martelo de Thor cuja narração
começa ainda na página 36 daquele interessantíssimo livro que a juventude está
perdendo por preferir a imbecilidade de futucar telefone e enferrujar sua
capacidade cerebral.
Desviou do que se falava. Falava-se do fato de ser nosso povo brasileiro
ainda mais bárbaro do que aqueles bárbaros de sacrificam criancinhas
rechonchudas e esquálidas para lhes tomar o que tem. Quem viveu o bastante para
compreender o mecanismo do relógio da vida fica triste de ter de viver num
ambiente de pessoas inocentes como crianças. É curioso o fato de haver idosos
com a mesma imaturidade espiritual dos jovens. Um idoso que embarca num ônibus
e viaja três ou mais centenas de quilômetros para fazer oração, comprar imagens
de santos e depositar caridade no cofrão com uma rachadura por onde entram
cédulas de dinheiro lá na Lapa é alguém que não aprendeu absolutamente nada da
vida, e é exatamente por falta desse aprendizado que a vida foi conduzida tão mal
que os cientistas da ONU concluíram que no meio deste século a coisa não vai
estar para brincadeira. Os jovens abobalhados nem estão aí para a situação a
ser enfrentada por seus filhos. Não tem limite a crueldade de quem monta um
sistema político que fica mais forte à medida que fica mais fraca a capacidade
de raciocínio do povo que administra. Até lembra os bárbaros que sacrificavam
as pessoas para que seus deuses ficassem mais fortes. É da inocência e da falta
de maturidade e de conhecimento de outra coisa que não sejam trabalho e
bobagens, que resultou no impasse em que se encontram as condições de garantia
de vida sob o olhar indiferente dos pais e das mães que ostentam orgulhosamente
suas barrigas estufadas sem que nem lhes passe pela cabeça o que vai enfrentar
aquela criança.
“Once upon a time”. Desnecessário dizer que isto significa “era uma vez”
porquanto o “ingreis” já é a segunda língua falada no Brasil. Portanto, once
upon a time morava um povo que andava nu e que desconhecia o significado da
palavra “infelicidade”. Quando alguém apontou para o mar e todos olharam, viram
três caravelas que se chamavam Santa Maria, Pinta e Niña e a partir daquele dia
a palavra infelicidade nunca mais deixou aquele pedaço de chão e seu povo se
tornou de uma infelicidade tão grande que até perdeu o discernimento e se porta
de modo ridículo perante a comunidade internacional tão estúpida que não
percebe estar cavando sua sepultura com a fome insaciável de criar riqueza,
quando o grande mote para uma vida saudável e alegre de uma alegria duradoura está
na simplicidade. Uma presidente da república que usa sapatos ao custo de mil e
duzentos reais pode ser qualquer coisa, menos uma líder de um povo pobre e
ignorante onde bancos não tem compostura em anunciar um lucro de um bilhão a
cada mês. Quando o próprio banco declara esta exorbitância é porque a quantia é
muito maior, o que deixa uma interrogação em cima da cabeça de quem pensa por
não conseguir encontrar explicação para a indiferença demonstrada por quem
ajunta uma fábula de riqueza bem na cara de multidões de necessitados ávidos
pelas maravilhas da vida de rico que a televisão lhes esfrega na cara a todo
momento. Há exemplos na história mostrando o desastre em que resulta a situação
de autoridades elevadas ao nível de deuses e povo considerado como tendo a
obrigação de alimentar todas as vontades das divindades políticas acasteladas
em templos onde a fartura de tudo é de fazer inveja a Salomão. A imprensa
noticia que a Polícia Federal tenta em vão há sete meses ouvir Lula sobre o
mensalão. Não dá para deixar de tirar o chapéu para quem afirmou que tudo de
ruim vem da ignorância do povo, fato evidente na escolha que o povo brasileiro
faz para seus representantes. Inté.
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