sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

ARENGA 597


Matéria do blog Outras palavras com o título de O PESTICIDA PROIBIDO QUE CONTAMINA NOSSAS ÁGUAS, diz o seguinte: Corporação farmacêutica suíça exportou ao Brasil toneladas do profenofóz — um agrotóxico banido em seu país. Potente e perigoso, ele pode causar má formação cerebral – e foi encontrado especialmente nos reservatórios de SP e MG.

Esta notícia leva a refletir sobre o triste destino dos brasileiros festivos embora sujeitos a desabamento de barragens, corredores de hospitais, ministros do STF e os políticos que têm. Seu requebramento de quadris em eternos festejamentos vem da mesma idiotia que faz a felicidade dos débeis mentais alegres. A notícia traz também à tona uma afirmação que há muito consta destas arengas, de não haver no mundo nenhum povo civilizado. Se os governantes representam a fina flor de um povo, o governo do povo suíço que é tido como exemplo de povo civilizado, além de auferir lucros com o dinheiro que o colarinho branco rouba de pobres, permite que sua indústria cause malformação cerebral em infelizes crianças que vegetarão em vez de viver a alegria das crianças normais. A estultice humana justifica considerar civilizado um povo que em troca de riqueza envenena desprovidos de discernimento como os brasileiros.

Entretanto, papagaios de microfone a soldo dos meios de comunicação dos ricos donos do mundo são levados às lágrimas pelas barbaridades dos ditadores comunistas assassinos, mas nada dizem sobre a realidade de ser condenável todo crime, quer se cometidos pelos ditadores assassinos quanto os cometidos pelos civilizados de bundas brancas que em troca de dinheiro assassinam também barbaramente por envenenamento. Para que crime maior do que transformar os jovens em robôs futucadores de telefone? Pois é o que faz a tecnologia dos “civilizados”. Nada mais desanimador para a esperança de uma sociedade realmente civilizada para as inocentes crianças de hoje do que ver dois presidentes da república, Lula, quando presidente, e Bolsonaro, de mãos dadas com o escroque Edir Macedo porque, como a companha expõe o caráter do acompanhante, a companhia de alguém que se tornou bilionário vendendo ilusão a pobres diabos mentais confirma ser também vender ilusão o objetivo daqueles políticos.

Igualmente desanimador é ver jovens com as mesmas velhas ideias de velhos da boca entortada pelo cachimbo do ranço medieval. Um jovem vereador da cidade do Salvador, contrariando o compositor Gordurinha, para quem baiano burro nasce morto, na onda dos retrógrados, este infeliz jovem velho apresentou projeto trocando por outro o nome do educador Paulo Freire de uma escola. Outro infeliz jovem deputado denegriu a imagem de Marielle que por buscar justiça social tornou-se inimiga figadal da velharia de mentalidade enferrujada, o que não se admite num jovem.

Conhecer ainda que apenas um pouco do funcionamento das coisas da vida é o bastante para isolar do elemento povo apreciador de “famosos”, “celebridades”, igrejas e axé, massa indiferente à volta ao tempo da união aberta entre igreja e Estado. Aberta porque depois da mentira do estado laico a influência da igreja na política passou a ser disfarçada, escondida atrás da atividade de conformar os pobres com a pobreza porque se eles viessem a saber não haver motivo para serem pobres, aí haveria revoltas como aconteceu em 1789 na França e 1917 na Rússia, quando então alguém mostrou aos oprimidos que eles poderiam se livrar do jugo de seus algozes atualmente representados pelo emprego.

Mas o mundo se liga mesmo é em futilidades. Uma grande pena. Inté.



  


quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

ARENGA 596


Entre todos os assuntos relacionados com a desarrumação que dá origem à infelicidade em que vivem os seres humanos, a religiosidade é a que mais merece reflexão a respeito. Grandes pensadores concluíram ser ela um mal muito grande. Entretanto, apenas o gênio Nietzsche ao comparar a religiosidade à feiticeira Circe, que transformou seres humanos em porcos, portanto, seres irracionais, avisou à humanidade que a religião elimina nas pessoas a capacidade de raciocinar. Para isto é que serve o aviso de que os mistérios divinos devem ser acatados sem qualquer necessidade de reflexão, o que atrofia o raciocínio. Quando pessoas sabidamente inteligentes, ainda que descrentes, dizem respeitar a religiosidade das outras pessoas estão prestando um desserviço à humanidade porque não pode merecer respeito algo maléfico.

Está na imprensa sobre o assunto Porta dos Fundos que a cartunista Laerte afirmou não se dever fazer humor com assuntos relacionados à religiosidade. Entretanto, sendo considerada ser a bíblia a palavra de deus, seu conteúdo tem coisas hilariantes, como, por exemplo, Êxodo 21,2:  Se o boi chifrar um escravo ou uma escrava, o dono do animal terá de pagar trezentos e sessenta gramas de prata ao proprietário do escravo, e o boi deve ser apedrejado até a morte”. Além de condenar um boi a morrer sobre pedradas por obedecer ao instinto de chifrar que lhe foi atribuído pelo próprio deus que, apesar de ser de bondade infinita, segundo se afirma, fala sobre a escravidão com uma falta de cerimônia como nem mesmo fazem os economistas ao evitar falar de escravidão quando se referem ao emprego.

Embora intelectuais desperdicem bilhões de palavras para mostrar aos inocentes a farsa monumental que é a religiosidade, esta realidade salta aos olhos quando se observa ser maior a força da religião entre os menos esclarecidos, portanto, os mais facilmente vitimados por ludíbrios. Este fato facilmente observável, por si só deveria despertar para que a realidade de ser a figura de deus fruto da maldade humana em seu eterno objetivo de enganar as pessoas a fim de tirar delas alguma vantagem. Se já é notória a realidade de terem os políticos por objetivo a locupletação às custas do povo que lhes permite a opulência em que vivem, o mesmo não acontece quando se trata de religiosidade, embora a realidade seja a mesma porquanto seus chefes, do mesmo modo que os chefes políticos, têm sua opulência sabidamente custeada pelo povo porque é ele, o povo, e não deus quem fornece o dinheiro com o qual são construídos os templos monumentais onde se reúnem inutilmente pobres diabos mentais em busca de nada.

Faz-se extremamente necessário que as pessoas de discernimento lutem denodadamente contra a obscuridade em que vivem os seres humanos. Não deve haver trégua nesta luta sob pena de se sacrificar a juventude facilmente conduzida para os infortúnios por conta da ignorância que fomenta a avareza dos ajuntadores de riqueza cuja religiosidade é tão grande quanto a maldade de atrofiar o raciocínio da juventude. No blog Outras Palavras, matéria jornalística sobre a alienação dos jovens é ilustrada pela figura de um burro com um tapa-olho formado por dois telefones celulares. Inté.




sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

ARENGA 595


Malthus não se enganou quando disse que a humanidade pereceria por falta de comida, como supõem os fanáticos da tecnologia cujos benefícios trazem embutidos mais prejuízos sociais do que lucros. O entusiasmo demonstrado pelos papagaios de microfone que em troca da despensa abastecida juram de pés juntos ser o agribiuzinesse beleza pura contrasta frontalmente com o constante da página 175 do livro Capitalismo e Colapso Ambiental, de Luiz Marques, estudioso de assuntos de meio ambiente, que segundo Maria Helena Semedo, diretora geral de recursos naturais da FAO, a menos que se abandonem as práticas agropecuárias atuais, a quantidade de terra agricultável e produtiva em 2050 será apenas um quarto do que era em 1960. Por ser simplesmente estarrecedor, tal notícia, vindo de quem estuda o assunto da degradação ambiental, deveria causar comoção na juventude, vítima maior da fome inevitável com a desertificação das terras férteis. Aí está, pois, a confirmação da teoria de Malthus segundo a qual faltaria comida no mundo. A promessa de que a tecnologia produzirá alimento independentemente de terra tem tanto futuro quanto se mudar de planeta como se muda de apartamento. Mas a juventude prefere o mundo do pão e circo cujas figuras maiores são os “famosos” e as “celebridades”, marionetes que se acreditam realmente terem motivos para serem famosos e célebres apesar de não passarem de grandes imbecis que não sabem fazer um O com um copo. Desta forma, caso a burrice não a extermine antes, a humanidade será exterminada pela ação socialmente criminosa do ajuntamento de riqueza nas mãos de mentalidades arcaicas como as do agribiuzinesse que não obstante ser fabricador de cânceres é endeusado sob completa indiferença da juventude futucadora de telefone.

A humanidade é um contrassenso de cabo a rabo. O alvoroço em torno de reivindicação de educação para os filhos é uma estupidez do tamanho do mundo por não se cogitar do tipo de educação prestada e a que deve ser reivindicada. Educação é acumulação de conhecimentos adquiridos por meio de informações passadas de uma fonte para o educando. Acontece que se as informações não correspondem à realidade ter-se-á uma educação também dissonante da realidade e da qual resultarão comportamentos como os que orientam os seres humanos de forma tão equivocada que permitem a avaros ajuntadores de riqueza a destruição do ar, da água e do envenenamento dos alimentos. A coisa é simples como dois e dois: uma velharia com ranço de museu, viciada em ajuntar riqueza, assumiu o comando do mundo com mão de ferro e é quem determina como deve se comportar a humanidade de acordo com seus interesses que são diametralmente opostos aos interesses da sociedade humana. Tão opostos que embora obrigados a viverem em comunidade, os seres humanos vivem cada um por si competindo uns com os outros como se fossem inimigos em vez de companheiros. No que diz respeito à vida em sociedade, a educação resultante das informações provenientes desta velharia ultrapassada é contraditória com o bem-estar almejado por todo ser humano. Não obstante tão absurda realidade, a juventude, a maior prejudicada por tal tipo de educação, se reúne como faz no programa do Serginho Groisman para discutir sobre educação, quando, na verdade, está sendo tão deseducada que desconhece a contradição entre competição e vida comunitária, assunto que apesar da importância não merece ali uma palavra sequer. Desta deseducação social resulta o conformismo com a divisão dos seres humanos entre os que podem tudo e os que nada podem. A orientação da velharia de mentalidade medieval resultou na transformação da nobre arte da política em antro de aproveitadores tão pernósticos e convencidos de si que se autodenominam excelências, quando, na verdade, são parasitas que desfrutam de vida regalada custeada pelo trabalho da classe trabalhadora que produz o dinheiro com o qual fazem pose na revista Forbes. O fato de ser a população do mundo inteiro indiferente a tal situação é prova evidente de ser pior do que educação nenhuma uma educação baseada em informações falsas.

Como a estupidez humana é ilimitada, o mesmo que acontece com a educação também acontece com todas as demais coisas das quais depende a boa convivência social, como a questão da segurança. Aos jovens é dito que segurança depende de haver muitas cadeias e policiais que promovam a efetiva prisão de todos que cometem crimes, o que é um erro monumental. Só há segurança se não houver ocorrência de crimes. A má distribuição de renda é a causa principal dos crimes. Num dos livros ali na estante está dito que se perguntou a um sábio o que fazer para evitar os ladrões, ao que o sábio respondeu que a maneira mais eficiente de evitar ladrões é não ter o que lhes desperte a cobiça. Os crimes inevitáveis, decorrentes de disfunção da personalidade, são poucos em relação aos causados pela necessidade de atender necessidades. Portanto, corrigindo o desbaratamento da riqueza com o pão e circo e impedindo que párias sócias se apossem de montanhas de riqueza, a consequência será uma drástica redução da criminalidade.

Toda questão se resume no desconhecimento da existência de uma entidade que se chama sociedade ou vida coletiva que demanda tantos cuidados quanto a vida privada. Esta inobservância de vida coletiva pode ser observada nas coisas simples como o comportamento de um casal que chegou no momento em que o elevador abriu a porta e que indiferente à minha presença e mais duas pessoas que esperavam, embarcou como se não houvesse mais ninguém.

Merece muita reflexão o fato de ter o povo adotado o mesmo comportamento dos irracionais, principalmente a juventude. Há, na imprensa, ilustrando matéria jornalística, a figura de um burro cujo tapa-olhos são dois telefones celulares. Inté.






quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

arenga 594


O intelectual Jessé de Souza afirma na página vinte do livro Subcidadania Brasileira, o seguinte: “O que separa o americano do brasileiro é que o primeiro legaliza a corrupção de modo profissional, deixando para os amadores do Brasil expedientes como esconder dinheiro ilegal na cueca. Outra distinção é que o americano não atenta contra a própria economia como faz a Lava Jato”.
O que será que se passa na cabeça dos intelectuais? Em seus “Best-Sellers” não há uma vírgula sequer sobre a necessidade de preocupação com a vida comunitária. No tocante à sociabilidade, isto é, no tocante a uma forma de se viver uma sociedade menos infeliz, os intelectuais são tão inúteis quando os políticos e os ministros do STF.
É sabido que todo governo, por mais desgraçado que seja, é defendido por intelectuais que em troca da despensa abastecida juram de pés juntos ser o melhor dos governos, não obstante o miserere nos corredores de hospitais, caso em que se configura a prostituição da consciência, isto é, opinião emitida a troco de pagamento. Outros intelectuais, mesmo aqueles cuja hombridade não permite vender seus conhecimentos, apesar de escreverem sobre


os mais diversos assuntos, não mostram qualquer preocupação quanto a deterioração da qualidade da vida social causada pela concentração nas mãos de alguns gatos pingados da riqueza que a classe trabalhadora produz a duras penas.

É contra todos os princípios sociais uma cultura que permite a viciados em riqueza açambarcar para si sós quantidade de riqueza suficiente para atender às necessidades de milhões de pessoas condenadas à miserabilidade. Por isto é que não se pode admitir que pessoas intelectualmente ilustres sejam indiferentes à tal situação. O texto citado em negrito, de autoria do intelectualíssimo Jessé de Souza, é exemplar sobre a indiferença dos intelectuais quanto à necessidade de lutar por uma sociedade sem tamanha e brutal exclusão social. Todo aquele que adquiriu discernimento suficiente para elevá-lo acima da vala comum habitada por frequentadores de igreja, axé, futebola, “famosos” e “celebridades”, ou seja, o ambiente dos engabelados pelo pão e circo, incapazes de vislumbrar a realidade de que a vida conduz a uma velhice que apesar de demandar remédios e cuidados, em vez disso, reserva para estes mendigos espirituais corredores de hospitais onde lamentar as consequências funestas da indiferença quanto a vida comunitária. Em seu mundinho particular de intelectuais, o intelectual em questão parece desconhecer que nem todos nos encontramos na vala comum dos incapazes de raciocinar, no que se engana redondamente. A separação que aquele escritor procura fazer entre brasileiro e americano reflete o mesmo babaovismo pelas coisas do estrangeiro tão comum no brasileiro e que denuncia comodismo com a situação de colonizado. Em seguida, afirma terem os americanos legalizado a corrupção, o que é uma grande mentira porque sendo a corrupção um crime de lesa pátria, teria tal crime deixado de ser crime se foi legalizado? Se assim for, os americanos são mais safados e estúpidos do que os brasileiros porque aqui, embora se tente evitar a prisão dos corruptos a corrupção continua sendo crime. Por último, afirma o intelectual deslumbrado pelas coisas do estrangeiro, que a Operação Lava Jato é um atentado contra a economia. Ora, senhor intelectual, esta é a mesma “prosa” da gatunagem que surrupiam o erário. Se impor honestidade no trato da coisa pública prejudica a economia é por haver algo de muito errado com esta tal de economia. Quanto a isto, aliás, o fato de estar noventa e nove por cento da riqueza do mundo em mãos de apenas um por cento da população não deixa dúvida de haver realmente algo de muitíssimo errado com a economia.  Inté.