Houve época
em que os reis eram considerados deuses. Logicamente, na condição de divinos,
haveriam de dar preferência a uma ligação com o reino do céu. Hoje entretanto,
a realeza prefere o reino do inferno, do inferno fiscal. Está aí, provando o
que se deve esperar dos falsos líderes enquanto perdurar a cultura de deixar o
destino a cargo das “autoridades”. No país dos mais civilizados entre aspas do
mundo, aspas justificadas pelo fato de não existir civilização em parte alguma
do mundo, porquanto o termo CIVILIZAÇÃO indica uma sociedade na qual seus
integrantes tenham alcançado elevação mental capaz de organizar um mundo
diferente do mundo dos irracionais, realidade da qual a sociedade humana se
distancia anos luz uma vez que são predadores da própria espécie. Na
“civilizada” Inglaterra, sua rainha e líder máxima daquele povo da bunda
alvejada, uma senhora que nada aprendeu durante sua longa vida, provando serem
bem outras as preocupações dos falsos líderes, acumula riqueza no inferno
fiscal, riqueza tirada do lombo daquele povo “civilizado”. Tal realidade
evidencia a recusa da humanidade em tirar os olhos do que já foi para
direcioná-los rumo ao que deve ser. A existência de reis é a prova material da
recusa da humanidade em sair do mesmismo para se aventurar com dignidade e
sabedoria rumo a novos horizontes. Tal comportamento não condiz com o dinamismo
próprio da juventude porque a impressão passada pelos jovens é de terem sido
apossados por espíritos fugidos de sarcófagos que moldam neles uma
personalidade infensa a sentimentos nobres uma vez que, como Reis Midas, também
têm por única atividade a cata de riqueza. Da educação a que são submetidos os
jovens resultam velhos amorais ou imorais, criminosos sorrateiros e covardes de
cujos crimes resultam maiores danos sociais do que os crimes à mão armada. Não
há termos de degradação moral que justifiquem o despudor, e a falta de vergonha
em velhos carecas ou de cabelos brancos sendo conduzidos à prisão perante seus
filhos e à sociedade por roubo. Diz-se pelaí que mesmo nas coisas ruins há algo
de bom. Uma propaganda confirma esta afirmação. Sendo a propaganda a arte de
explorar a estupidez humana, o que fica evidente na propaganda do governo que
termina com a expressão GOVERNO FEDERAL, ORDEM E PROGRESSO! Se a situação em
que se encontra o Brasil é de ordem e progresso, precisa ele entrar mais que
depressa na desordem e no regresso por ser o que aí está exatamente o contrário
do que deve ser. Entretanto, apesar da falsidade e das mentiras contidas nas
propagandas, uma propaganda que há muito desapareceu da televisão dá um exemplo
de tamanha grandeza espiritual que se incorporada à personalidade do ser humano
faria do mundo o lugar ideal para se passar o período de permanência na vida. A
propaganda mostrava uma corrida de deficientes mentais em que um dos
competidores leva um tombo tão violento que não consegue se levantar e todos os
competidores, inclusive aqueles que se encontravam na frente, voltaram para
socorrer o acidentado, numa demonstração de elevado espírito de cooperação,
exatamente o que falta nas pessoas consideradas civilizadas como demonstra o
procedimento da rainha da Inglaterra e sua ação individualista e egoísta de
acumular fortuna nos infernos fiscais.
Chega de
pisar e repisar o que é. É hora de se cogitar do que deve ser uma vez que o que
é dá provas irrefutáveis de não poder continuar sendo. Vive-se de modo tão
inexplicável que o erro continua prevalecendo sobre o certo. Se galileu foi
perseguido por concluir acertadamente que a Terra gira em torno do sol, se
Lutero foi perseguido por dizer ser estelionato a venda de passaporte para o
céu, da mesma forma, também por dizer a verdade, a Operação Lava Jato está sendo
perseguida pela bandidagem de colarinho branco. Apesar disto, a propaganda quer
fazer crer tratar-se de ordem e de progresso. É preciso virar o disco e sair do
mesmismo de dizer que tá tudo errado porque isto é mais do que evidente. Os
livros, por mais eruditos que sejam seus autores, nenhum deles cogita de uma
nova ordem para ocupar o lugar da cultura mumificada de cada um por si
fundamentada no analfabetismo político que faz parte da ignorância generalizada
que os livros deveriam combater em vez de fomentar. No livro História Geral e
do Brasil, de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, editora Scipione, na página
90, consta a seguinte pergunta: POR QUE A VACA É SAGRADA NA ÍNDIA? Ora, não só
a vaca, quanto tudo o que se refere a divindades é fruto exclusivo da
ignorância. A ilusão sobre divindades é transmitida de pais prá filhos desde
que o homem inventou seres celestiais a quem apelar por proteção, seres estes
que foram sendo substituídos por outros até serem reduzidos em apenas um. Esta
mentira monumental vem perdendo força à medida que a ignorância aos poucos vai
dando lugar ao conhecimento. Tanto é assim que os indianos já comem junto com a
carne das vacas o deus que eles acreditavam existir nela. No futuro, se houver
um futuro, as novas gerações encararão com pasmo coisas ridículas como
conversar com estátua, ser morto nas igrejas onde se vai buscar proteção,
representantes de Deus fazendo pose na revista Forbes ou beijando o pé do pária
social. Na página 235 do livro Evolução Espontânea, editora Batterfly, como
sendo da autoria de Swami Beyondananda, consta a seguinte declaração: “Acredito que tenhamos sido criados para
evoluir. Caso contrário, Jesus teria dito “não façam nada até eu voltar”, o
que também é parte do mesmismo. A inovação está na pesquisa segundo a qual,
como Deus, Jesus também nunca teria existido. Realmente, só a inocência pode
admitir um pai que entrega seu filho a inimigos para pregá-lo numa cruz. Absolutamente
tudo em que se acredita é uma grande mentira. A causa do comportamento humano
de produzir a própria infelicidade reside na recusa de parar prá pensar.
Inté.