segunda-feira, 8 de julho de 2019

ARENGA 587


No que diz respeito à superação das injustiças sociais, tema que deveria merecer o melhor das preocupações dos seres humanos posto que sem isto jamais será alcançado o bem-estar por todos desejado, em vez de haver progresso, há regresso. Se no século XIX Marx convocava os trabalhadores do mundo para que se unissem na luta contra a estupidez humana do individualismo egoísta, e se na primeira metade do século XX Politzer dizia que os trabalhadores queriam saber a causa da injustiça social (isto consta da página 16 do livro Princípios Fundamentais de Filosofia), é porque tanto Marx quanto Politzer, dois grandes pensadores, tinham motivo de esperança em que a classe trabalhadora viesse a realizar o ideal de engendrar uma sociedade menos injusta. Mas, e hoje? Pode alguém contar com a massa bruta de imbecis para outra coisa que não seja espernear no futebola e no axé, quando não estão conversando com estátuas como faziam os Vikings, ou virando a bunda para o céu em orações, ao tempo em que se destroem mutuamente por discordar da maneira de agradar a um deus tão medíocre que faz questão de ter o saco babado? Qualquer atitude inteligente desta massa bruta está fora de cogitação porque sua capacidade de raciocinar decresce à medida que cresce a sofisticação dos meios de comunicação pertencentes aos ricos donos do mundo aos quais interessa um povo domesticado que lhes segue como os cãezinhos seguem ao babacas que lhes puxam pela cordinha, e de mentalidade tão medíocre a ponto de ser convencido de que esfarrapados mentais são celebridades, e que se deixa envolver completamente pela ação destruidora de inteligência do pão e circo que se manifesta de forma espetacular nos assuntos do Yahoo Notícias sobre as mediocridades ali tratadas de celebridades, assuntos que apesar de chulos absorvem a atenção da pobre juventude alienada.

Como haveria de se comportar esta triste juventude futucadora de telefone para avisar às rádios onde está chovendo ou congestionado o tráfego, diante de um exercício de redação sobre estas questões levantadas pelo Grande Mestre o Saber Georges Politzer: “POR QUE ESTUDAR FILOSOFIA?”  e “QUE FILOSOFIA ESTUDAR?” Certamente levaria uma nota abaixo de zero. A pobre juventude foi propositalmente arrastada a uma mediocridade mental tão monumental que tanto desconhece a necessidade de pensar quanto que filosofar significa pensar. Acostumada na mediocridade dos papagaios de microfone sobre as bundas e as trepadas das “celebridades” a mente dos jovens se tornou incapaz de pensar que a qualidade do futuro a esperar por eles depende de coisas muito mais importantes do que riqueza. É por isto que o Grande Mestre do Saber recomenda a necessidade de pensar.

Quanto à segunda pergunta do Mestre, deve-se pensar sobre um tipo de vida condizente com dignidade porquanto a capacidade de raciocinar, privilégio do ser humano, assim o exige. Entretanto, cadê a dignidade se a vida das pessoas é até inferior à vida das bestas uma vez que estas não se matam por riqueza como fazem os humanos? Inté. 






domingo, 7 de julho de 2019

ARENGA 586


Na contracapa do livro História do Pensamento Ocidental, do laureado filósofo Bertrand Russel que frequentou as Harvards do mundo, consta que este seu livro trata dos temas que nortearam as preocupações da humanidade durante mais de dois mil e quinhentos anos. Ao se inteirar do conteúdo do livro, entretanto, percebe-se girar em torno do que disseram ou não disseram os filósofos de todas as épocas. Mas, do ponto de vista do bem-estar social, sem o qual inexiste o bem-estar individual, teria tanta importância o que disseram os filósofos a ponto de nortear as preocupações da humanidade? Tal afirmação é posta em cheque diante do que disse um filósofo que dedicou sua vida em prol do bem-estar social, Carl Marx, ao afirmar que os filósofos se preocupam em analisar o mundo, quando o que realmente de que se necessita é modificar o mundo. É impossível de sã consciência negar a veracidade desta realidade diante da generalização da violência, fome e sofrimento que toma conta do mundo, não obstante as análises dos filósofos.

É quase totalmente absoluta a verdade de que os livros dos intelectuais em nada contribuem com aquilo que realmente deve nortear a preocupação da humanidade: DESFRUTAR DE BEM-ESTAR DURANTE O CURTO PERÍODO DEVIDA. Mas acontece que as tergiversações dos intelectuais em nada contribuem para que se tenha comida na mesa e alívio para as doenças com que a natureza nos castiga ou os sofrimentos causados por outros seres humanos em função da presença do instinto de bicho. A satisfação das necessidades não tem nada a ver com as ponderações de Sócrates ou Platão sobre ser eterna a ideia de cavalo e ser efêmero o cavalo, ou da questão levantada por Schopenhauer de que as coisas não passam de representação da mente.

A humanidade está à mercê do casuísmo de deixar a vida a cargo de deus e de se ter sorte ou não ter. A qualidade de vida depende exclusivamente de quem vive, o que é escondido debaixo de sete chaves pela canalha que deturpa a realidade, induzindo a massa bruta de povo a crer na falsidade de esperar que seu bem-estar depende de frequentar igrejas e não da boa aplicação do erário. A cegueira humana chega ao extremo da estupidez de se considerar como boa educação recolher a bosta do cachorro com o qual se procura suprir o isolamento a que se condenou o ser humano em sua ignorância tão absoluta que atribui fama e celebridade a toupeiras mentais cujos maiores atributos são o tamanho da bunda, a capacidade de chutar bola, ou esmurrar-se mutuamente até que um desmaie.

É por ignorar que a qualidade de vida depende de quem carrega o fardo de viver, que na vida os seres humanos têm por atividades as mesmas que têm os irracionais: trabalhar para sobreviver, comer, trepar e cagar. Inté.   


sábado, 6 de julho de 2019

ARENGA 585


Moleques de recado a soldo dos protagonistas da corrupção bradam insistentemente que não se pode combater os ladrões do dinheiro do povo sem que sejam observados os preceitos legais que regem a organização social. Ora, acontece que estes preceitos legais são elaborados exatamente para proteger o banditismo. É a imprensa que diz haver bandidos na casa de onde emanam as leis, que na justiça existem bandidos de toga, juízes que são empresários ao mesmo tempo e advogados que dividem com os ladrões do erário o produto do roubo, prática criminosa que conta com o beneplácito da OAB. Sendo esta a realidade, juntamente com os protagonistas da corrupção se faz necessário combater também o tal ordenamento jurídico defendido pala papagaiada de microfone que se sujeita a qualquer coisa em troca da despensa abastecida.

Consta na imprensa que jornal inglês condena os métodos da Operação Lava Jato, o que faz a festa dos moleques de mandado dos corruptos. A realidade, entretanto, é que a Inglaterra, segundo a história, também roubou do Brasil seu ouro e diamantes. Portanto, como país rico às custas da pobreza dos países pobres, é compreensível seu interesse na permanência da roubalheira porque aufere rendimento com o dinheiro que os ladrões guardam lá.

Se absolutamente tudo está errado, um instante de meditação basta para se concluir ter mesmo de ser errado porquanto são desordeiras as autoridades responsáveis pela ordem. E assim será enquanto a nomeação destas autoridades estiver sob responsabilidade de um povo desinteligente e imaturo a ponto de se reunir para discutir o sexo dos anjos enquanto a política da qual depende seu bem-estar se torna apropriada por uma desordem tão bem estruturada que se torna superior à ordem que só poderá prevalecer quando a preocupação das pessoas se voltar para tais assuntos, mas nunca enquanto o assunto principal for deus e religiosidade. O problema da fome, por exemplo, só estará resolvido quando nas reuniões, em vez de se tratar da existência de vida depois da morte, vier à luz a realidade de que em vez de ser usada para produzir a riqueza do agribiuzinesse endeusado pela papagaiada de microfone, a terra vier a produzir comida para todos por meio da reforma agrária demonizada pela papagaiada de microfone. Mas, para evitar tais cogitações, aí estão o pão e circo, a religiosidade, as putarias, os “famosos”, as “celebridades” e tudo que nada tem a ver com o bem-estar individual social. Se exatamente por isto deus tacou fogo nos libertinos, a coluna O X do Sexo do Jornal Folha de São Paulo recomendando o beijo grego e ornamentar com joias as xoxotas, “as partes” expostas das “celebridades”, tudo isto será torrado com fogo de enxofre. E quem se voltar para ver o fogaréu será transformado em estátua de sal. Inté.  



   


sexta-feira, 5 de julho de 2019

ARENGA 584


A fome, a peste e a guerra fazem parte do plano de deus, segundo consta na página 11 do livro Homo Deus, de Yuval Harari. Se é assim, não pode ser outro senão masoquismo o sentimento que move a humanidade ao erguer templos para bajular tal deus. A religiosidade não pode ter outra explicação senão o desenvolvimento de um gene religioso, como afirma o ensaísta Edmilson Movér. Guerras foram travadas por disputas religiosas, igrejas desabam, rajadas de metralhadoras e bombas pipocam sobre fieis a deus, mas infiéis ao sentimento de harmonia e irmandade que deveriam orientar os seres humanos obrigados a viver em comunidade. O ser humano é tão inocente que lamenta a morte de outra pessoa como se a sua não estivesse vindo ao seu encontro a cada tique-taque do relógio. São incapazes de construir uma sociedade menos infeliz do que as sociedades em que têm vivido desde que deixaram o isolamento primitivo. O livro no qual se apegam os seres humanos como a palavra do seu deus é repleto da brutalidade das guerras que até hoje os infelicitam. Entretanto, absolutamente nada pode convencer estas criaturas tão inocentes que desconhecem a realidade de não terem o que festejar, não obstante a quantidade de festas. Não pode haver maior demonstração de infantilidade do que um adulto tocar fogo numa bomba para ouvir o estrondo. Das reuniões para adorar o deus planejador de fome, guerras e pestes resultariam benefícios reais se fosse discutida a realidade de ser o dinheiro o único elemento capaz de proporcionar bem-estar, e de estar errado, portanto, haver pessoas sem acesso ao dinheiro.

Caso a humanidade não se autodestrua antes, o que é provável acontecer, a realidade observada por Thomas Paine de que o tempo convence mais que a razão fará com que os seres humanos venham a ser convencidos da realidade de viverem uma grande farsa, um engodo monumental. Verão que seus líderes são falsos. Que a religiosidade, os milagres e as festas têm o objetivo de desviar sua atenção da realidade de viverem tais líderes uma vida faustosa enquanto seus liderados mal conseguem sobreviver.

Um instante de meditação basta para se perceber que a humanidade é iludida por uma casta de seres ainda mais brutos do que aqueles que lhes são obedientes. São aqueles que determinaram o comportamento do qual resultou uma sociedade humana que valoriza toupeiras mentais em detrimento de genialidades. E não é possível haver perspectiva de um horizonte diferente enquanto o povo pensar que o bem-estar de seus filhos depende de deus, que esporte é importante e ser indiferente à realidade de estar a riqueza do mundo nas mãos de apenas um por cento da humanidade. Assim, a única possibilidade de terem as crianças de hoje um futuro menos infeliz é que elas venham a alcançar o convencimento de estar tudo errado antes que dos erros resulte a hecatombe que apesar de já prenunciada é negada pelos brutos guias da humanidade em sua cegueira de Midas na busca por ouro. A juventude que é a força viva do mundo só tem a perder em se deixar levar feito bosta n’água por falsos líderes que imbecilizam os jovens de forma tão espetacular que o Yahoo considera célebres toupeiras mentais. Inté.  

terça-feira, 2 de julho de 2019

ARENGA 583


É dito que governar é exercer um poder moderador sobre a massa bruta de povo para evitar que sua brutalidade a destrua. Mas isso é falso porque a atividade de governar é exercida por pessoas tão brutas quanto as demais. Aí está a brutalidade das guerras como prova irrefutável desta realidade. Também se diz que governar é abrir estradas o que é falso porque as estradas são uma forma de esfolar o rabo do povo na cobrança de pedágio e multas. Quem acertou na mosca foi Maquiavel quando demonstrou que governar é a arte de enganar a massa bruta de povo. Daí ter ele afirmado ser mais conveniente ao governante ser temido em vez de amado. Os gastos fantásticos que os governos fazem para estimular o pão e circo, se se tratasse de seres pensantes, seria o bastante para revelar à humanidade que a verdadeira intenção de todos os governos do mundo é manter a massa bruta de povo na condição de massa tão bruta a ponto de acreditar que toupeiras em termos de sociabilidade sejam famosos e célebres. Governar, na verdade, é elitizar a classe de governantes de forma tão espetacular que a troco de brincadeiras a massa bruta de povo a sustenta a pão de ló enquanto amarga necessidade de tudo.

A sociedade humana vive um impasse impossível de ser superado enquanto se mantiver dentro da cultura de se acreditar ser possível chegar a bom termo uma sociedade cujos membros desconhecem a existência de um interesse coletivo a ser cultivado e se dedicam apenas a seus interesses individuais, deixando o bem-estar social a cargo de um sistema econômico que transfere noventa e nove por cento da riqueza por todos produzida para apenas um por cento dos membros da coletividade. Este sistema econômico é tão sem pé nem cabeça que órgãos da nossa imprensa defendem os ladrões do dinheiro público das grandes empreiteiras alegando não poder prejudicá-los sob pena de prejudicar a economia.

Entre nós, o exercício da política atingiu tamanha distorção que é o Brasil quem vai mostrar ao mundo a necessidade de ser implantada uma cultura política baseada na verdade, sem intelectuais que em troca da despensa abastecida se rebaixam ao papel de moleques de recados que induzam o povo a erro. Inté.