domingo, 7 de julho de 2019

ARENGA 586


Na contracapa do livro História do Pensamento Ocidental, do laureado filósofo Bertrand Russel que frequentou as Harvards do mundo, consta que este seu livro trata dos temas que nortearam as preocupações da humanidade durante mais de dois mil e quinhentos anos. Ao se inteirar do conteúdo do livro, entretanto, percebe-se girar em torno do que disseram ou não disseram os filósofos de todas as épocas. Mas, do ponto de vista do bem-estar social, sem o qual inexiste o bem-estar individual, teria tanta importância o que disseram os filósofos a ponto de nortear as preocupações da humanidade? Tal afirmação é posta em cheque diante do que disse um filósofo que dedicou sua vida em prol do bem-estar social, Carl Marx, ao afirmar que os filósofos se preocupam em analisar o mundo, quando o que realmente de que se necessita é modificar o mundo. É impossível de sã consciência negar a veracidade desta realidade diante da generalização da violência, fome e sofrimento que toma conta do mundo, não obstante as análises dos filósofos.

É quase totalmente absoluta a verdade de que os livros dos intelectuais em nada contribuem com aquilo que realmente deve nortear a preocupação da humanidade: DESFRUTAR DE BEM-ESTAR DURANTE O CURTO PERÍODO DEVIDA. Mas acontece que as tergiversações dos intelectuais em nada contribuem para que se tenha comida na mesa e alívio para as doenças com que a natureza nos castiga ou os sofrimentos causados por outros seres humanos em função da presença do instinto de bicho. A satisfação das necessidades não tem nada a ver com as ponderações de Sócrates ou Platão sobre ser eterna a ideia de cavalo e ser efêmero o cavalo, ou da questão levantada por Schopenhauer de que as coisas não passam de representação da mente.

A humanidade está à mercê do casuísmo de deixar a vida a cargo de deus e de se ter sorte ou não ter. A qualidade de vida depende exclusivamente de quem vive, o que é escondido debaixo de sete chaves pela canalha que deturpa a realidade, induzindo a massa bruta de povo a crer na falsidade de esperar que seu bem-estar depende de frequentar igrejas e não da boa aplicação do erário. A cegueira humana chega ao extremo da estupidez de se considerar como boa educação recolher a bosta do cachorro com o qual se procura suprir o isolamento a que se condenou o ser humano em sua ignorância tão absoluta que atribui fama e celebridade a toupeiras mentais cujos maiores atributos são o tamanho da bunda, a capacidade de chutar bola, ou esmurrar-se mutuamente até que um desmaie.

É por ignorar que a qualidade de vida depende de quem carrega o fardo de viver, que na vida os seres humanos têm por atividades as mesmas que têm os irracionais: trabalhar para sobreviver, comer, trepar e cagar. Inté.   


Nenhum comentário:

Postar um comentário