A fome, a
peste e a guerra fazem parte do plano de deus, segundo consta na página 11 do
livro Homo Deus, de Yuval Harari. Se é assim, não pode ser outro senão
masoquismo o sentimento que move a humanidade ao erguer templos para bajular
tal deus. A religiosidade não pode ter outra explicação senão o desenvolvimento
de um gene religioso, como afirma o ensaísta Edmilson Movér. Guerras foram
travadas por disputas religiosas, igrejas desabam, rajadas de metralhadoras e
bombas pipocam sobre fieis a deus, mas infiéis ao sentimento de harmonia e
irmandade que deveriam orientar os seres humanos obrigados a viver em
comunidade. O ser humano é tão inocente que lamenta a morte de outra pessoa
como se a sua não estivesse vindo ao seu encontro a cada tique-taque do
relógio. São incapazes de construir uma sociedade menos infeliz do que as
sociedades em que têm vivido desde que deixaram o isolamento primitivo. O livro
no qual se apegam os seres humanos como a palavra do seu deus é repleto da
brutalidade das guerras que até hoje os infelicitam. Entretanto, absolutamente
nada pode convencer estas criaturas tão inocentes que desconhecem a realidade
de não terem o que festejar, não obstante a quantidade de festas. Não pode
haver maior demonstração de infantilidade do que um adulto tocar fogo numa
bomba para ouvir o estrondo. Das reuniões para adorar o deus planejador de
fome, guerras e pestes resultariam benefícios reais se fosse discutida a
realidade de ser o dinheiro o único elemento capaz de proporcionar bem-estar, e
de estar errado, portanto, haver pessoas sem acesso ao dinheiro.
Caso a
humanidade não se autodestrua antes, o que é provável acontecer, a realidade
observada por Thomas Paine de que o tempo convence mais que a razão fará com
que os seres humanos venham a ser convencidos da realidade de viverem uma
grande farsa, um engodo monumental. Verão que seus líderes são falsos. Que a
religiosidade, os milagres e as festas têm o objetivo de desviar sua atenção da
realidade de viverem tais líderes uma vida faustosa enquanto seus liderados mal
conseguem sobreviver.
Um instante
de meditação basta para se perceber que a humanidade é iludida por uma casta de
seres ainda mais brutos do que aqueles que lhes são obedientes. São aqueles que
determinaram o comportamento do qual resultou uma sociedade humana que valoriza
toupeiras mentais em detrimento de genialidades. E não é possível haver
perspectiva de um horizonte diferente enquanto o povo pensar que o bem-estar de
seus filhos depende de deus, que esporte é importante e ser indiferente à
realidade de estar a riqueza do mundo nas mãos de apenas um por cento da
humanidade. Assim, a única possibilidade de terem as crianças de hoje um futuro
menos infeliz é que elas venham a alcançar o convencimento de estar tudo errado
antes que dos erros resulte a hecatombe que apesar de já prenunciada é negada
pelos brutos guias da humanidade em sua cegueira de Midas na busca por ouro. A
juventude que é a força viva do mundo só tem a perder em se deixar levar feito
bosta n’água por falsos líderes que imbecilizam os jovens de forma tão
espetacular que o Yahoo considera célebres toupeiras mentais. Inté.
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