domingo, 31 de dezembro de 2023

ARENGA 710

 

Salve, ó desocupados que por não terem coisa melhor a fazer perdem tempo lendo as bobagens do Zé Pensador. Pois aqui vai mais uma que é o seguinte:

Uma vez que a vida é uma luta da qual sairemos inevitavelmente derrotados, por que, então, ser permitido que as mentalidades mumificadas dos Reis Midas do mundo não só inviabilizem a possibilidade de se viver prazerosamente enquanto ainda não fomos derrotados pelo prazo de validade, mas também que ponham em xeque o futuro da juventude apenas para satisfação do vício mórbido de ajuntar riqueza? O motivo que leva o Estado a se dobrar ante a vontade do poderio dos ricos é que deve ser estudado. No entanto, estudam-se coisas como Estoicismo, Cinismo, Iluminismo, Fascismo, Comunismo, Socialismo, Cristianismo, Racionalismo, Empirismo, Existencialismo, budismo e tantas coisas mais que ninguém aprende e que nada têm a ver com a falta de qualidade de vida em função de justificados medos dos quais decorrem as paranoias que se alastram pelo mundo numa pandemia de tal modo incontrolável que jovens disparam adoidadamente armas contra outros jovens.

 A humanidade vem se deixando levar pelas mentiras que de tanto repetidas tomaram foros de verdade, e a mais prejudicial destas mentiras é a que faz acreditar ser possível uma sociedade na qual a proporção das pessoas com direitos de usufruir comparadas às que apenas têm obrigação de trabalhar corresponde a uma gota d’água no oceano humano. No dicionário consta que sociedade é um agrupamento de seres que convivem em estado gregário e em colaboração mútua. Assim, sendo a colaboração ingrediente da sociedade, nunca este ingrediente foi adicionado à composição da humana uma vez que para um ter milhões de vezes mais do que outro é preciso viver guerreando contra si mesmos para se chegar a esta situação de tamanha brutalidade que enquanto um trabalhador cujo trabalho resulta em benefício para alguém recebe mil e quatrocentos reais por mês, um jogador de bola recebe tantos milhões que formam fortunas impossíveis de serem quantificadas.

O que sempre houve, e continua havendo, é o mal que decorre da cultura do venha a mim e os outros que se danem que, como se pode deduzir, é totalmente adversa ao conceito de sociedade. Desta forma se não podemos viver senão de sociedade e na sociedade que temos não se pode viver sem ser infeliz, viemos a cair num impasse do qual é extremamente necessário sair sob pena de amargar eterna infelicidade porquanto a economia que sustenta a sociedade é a mesma que causa a destruição dos elementos naturais indispensáveis à continuação da espécie.

Mas a humanidade não está condenada a ser do jeito que é. Por maior que seja a estupidez humana, confirmada por pensadores como Einstein, cada ser humano é dotado ainda que por uma fagulha de inteligência. Ninguém é totalmente desinteligente a ponto de valorizar o que não tem valor e desprezar o que tem. Se esta é a realidade vivida é por haver algo de muito errado e o desenvolvimento que esta inteligência vem auferindo pelos séculos é tão evidente que de caçadores-coletores elevou o homem a ser capaz de cruzar os mares, viajar pelo espaço, retirar de uma pessoa um coração imprestável e colocar outro bom. Se no que diz respeito a uma forma de vida inteligente a humanidade se recusa a acompanhar o avanço tecno-científico, deve-se exclusivamente a ser indiferente por viver a cultura do venha a mim e os outros que se danem porque, como vimos, para que haja vida comunitária é preciso haver a cooperação da qual os monstros espirituais ajuntadores de riqueza fogem como o diabo da cruz. Montaram um tipo de sociedade alicerçada em mentiras que infinitos papagaios de microfone martelam nos ouvidos do povo com tamanha insistência que se tornaram falsas verdades.

Mas se a humanidade vem sendo enganada há muito, por outro lado, sabe-se ser impossível engar a todos por mais do que determinado tempo. Depois disso, a verdade começa a mostrar-se como se vê na matéria Jornalística com o título GERAÇÃO TIKTOK: APOIO AOS TERRORISTAS DO HAMAS E ATÉ A OSAMA BIN LADEN. Esta matéria dá conta de que jovens americanos demonstram interesse pelas ideias contrárias às mentiras tradicionais que vêm sendo passadas de geração a geração. Na reportagem que pode ser vista colocando o título no Google, consta o que parecia impossível até agora: expressões como “meus olhos se abriram” e “nunca mais vou olhar a vida, ou esse país da mesma maneira” de jovens americanos são indícios da revolução que há muito o mundo está a clamar, uma revolução sem sangue porque seu ideal pode ser alcançado com ideias em lugar de armas.

 

 

 

 

 

  

terça-feira, 14 de novembro de 2023

ARENGA 709

 

Nossa língua portuguesa tem coisas do arco da velha, coisas que dão panos prá manga a filólogos. Esse tal de prefixo é uma destas coisas. O prefixo “en”, por exemplo, que em palavras como enfeitar, enraizar, etc., indicam, conforme o Priberam, adornar, acrescentar enfeites e prender com raízes, ajuntar raízes, enraizar.  Assim é que enfezar (irritar, aborrecer), a partir deste princípio, teria de significar acrescentar fezes. Não menos interessante é que ovacionar, que significa aplaudir, aclamar, como é do gosto dos políticos, bem que poderia ser, e com justa razão, atirar ovos.

Mas, e uma vez que o ideal de políticos, apesar do que eles fazem, é serem ovacionados no sentido dado pelo dicionário, isto é, aplaudidos, deveriam se mirar no exemplo de Michael Jackson e apontar o saco para a multidão. Sempre que aquele artista segurava seu célebre saco e o apontava para a multidão, ela ia ao delírio, tomada pela euforia sonhada pelos políticos.

Entretanto, é duvidoso que saco de políticos exerça tamanha atração sobre o povo como o saco de Michael embora pudesse fazer ainda maior sucesso desde que eles fizessem a coisa certa porque um trabalho político bem-feito credencia o autor a levar multidões ao delírio acostumadas que estão as pessoas a só encontrarem desvantagens com a ação dos políticos tais como Verbas Secretas, Emendas Parlamentares, Foro Privilegiado, Prescrição para crimes de lesa pátria. Tudo isto depõe contra a classe política, principalmente a insegurança que toma conta da sociedade a ponto de haver roubo de armas de guerra dento do próprio exército.

Tirando fora os políticos tradicionais, comprovadamente comprometidos com a desordem, dois políticos que despertaram imensa esperança do povo, Collor e Lula tiveram oportunidade de moralizar a política, mas jogaram fora a chance passarem para a história como autores desta bela heroica e salutar façanha.

A única coisa que trava a alvorada de uma política que corresponda à nobreza de sua finalidade são os Midas que se apoderaram de tudo, inclusive do poder de conduzir a opinião pública a prá onde lhes for conveniente. Tamanho é o poder desses párias sociais que fizeram o povo rejeitar políticos interessados na boa política tais como Heloisa Helena, Eliana Calmon e mais alguns gatos pingados e fizeram com que as preferências sejam pelos maus políticos que levaram o mundo a se encontrar prestes a não poder mais oferecer condições de vida, fato que apesar de representar extinção da raça humana, é como se não existisse para o povo. Povo, realmente, não pensa.

 

 

sábado, 11 de novembro de 2023

ARENGA 708

 

O que fizemos nós seres humanos para termos um destino tão ingrato a ponto de por ignorância provocarmos nosso próprio extermínio e que não obstante a capacidade de raciocinar, como disse o historiador, vivermos a destruir o que construímos? Como entender que desperdice em armas caríssimas o dinheiro da saúde, segurança, moradia e alimentação, se os carentes destes bens tandem à violência e ao desassossego?

Nada é a resposta para esta pergunta. E é justamente por nada temos feito que somos tão infelizes e estúpidos a ponto de sermos indiferentes às causas de nossa infelicidade embora elas estejam bem aí à vista nas figuras de aproveitadores da nossa ignorância.

Quando deixamos de nos interessar pela política, pelo modo como se administra a riqueza pública, também deixamos o campo livre para que esta riqueza que é a única responsável pelo bem-estar social e garantia da sustentabilidade fosse apropriada e desperdiçada por pessoas de nenhum senso comunitário para as quais é possível uma comunidade na qual a maioria apenas produz para uma minoria tão frívola e perdulária desperdiçar como faziam aqueles perdulários despreocupados que antecederam a Revolução Francesa, no dizer do historiador Eduard Mac Nall Burns.

A vida jamais será possível sem que seja encarada a realidade de ser o dinheiro o único provedor de tudo aquilo que ela demanda. Assim, portanto, não há de se permitir que parasitas tenham permissão para a posse de quantidade de dinheiro infinitamente maior do que as necessidades. A infelicidade decorre unicamente da burla engendrada pelos aproveitadores e ajuntadores de riqueza que afasta das pessoas esta realidade e as conduz para os céus e um deus inventado para evitar o conhecimento da verdade.

Da falsidade que envolveu os seres humanos por obra de enganadores inescrupulosos e perversos resultou tamanha deturpação da nobre atividade política que dela não participa por justificado motivo ninguém de nobreza de caráter e que não vise a locupletação.

Livros volumosos, os tais de “Best-Sellers”, ou seja, ótimos de vendagem, tergiversam esbanjando intelectualidade inútil, mas sem tocar no assunto de ter a humanidade se deixado conduzir por maus caminhos ao deixar-se levar pelo berrante sobrado pela imensa papagaiada de microfone que mundo afora, em obediência a ordens de Midas que por mil e uma artes demoníacas se apossaram da mente humana e a tornou incapaz de agir contra sua própria ignorância e destruição.    

  

 

 

    

terça-feira, 31 de outubro de 2023

ARENGA 707

 

Assim como se teve de reconhecer que a Terra não era o centro do universo e nem era quadrada, por obra do doutor Galileu, mas redonda e achatada nos polos, assim também haverá outro doutor Galileu para forçar reconhecer que o bem-estar não depende de divindade coisa nenhuma. Que depende mesmo é do dinheiro. Feito isso, acabar-se-á o que era doce para os Midas do mundo que têm cifrões em lugar de pupilas porque uma vez constatada a indispensabilidade do dinheiro porque sem ele não se pode ter bem-estar de nenhuma forma, ninguém mais vai cair na bestagem de ir procurar bem-estar nas igrejas, mas no Estado que é quem cuida da distribuição do dinheiro. Chegando a essa sabedoria, é claro que sob pena de nunca mais receber votos, os governos serão obrigados a impedir que Midas açambarquem para si sós o dinheiro de fazer com que todos tenham dinheiro para que possam ter o que precisam ter e que não têm porque o dinheiro tanto é roubado quanto desperdiçado de mil e uma formas sem que os ladrões e desperdiçadores sofram a penalidade correspondente a seus crimes como mostra esta matéria publicada no grandioso jornal Gazeta do Povo, de 22/10/23:  A OCDE aponta um fato prodigioso, já comentado com frequência na mídia independente: não há no Brasil, no momento, nenhum preso por corrupção.

Só duas situações explicam o fato de inexistir preso por corrupção no Brasil: não haver corrupção ou ter ela conquistado as autoridades.

 

 

sábado, 21 de outubro de 2023

ARENGA 706

 

A qualificação de sapiens que a biologia atribui à espécie humana está anos luz distante da realidade por que monstros não são sábios; são nada mais que monstros haja vista a monstruosidade das guerras que com o passar do tempo recrudesce a crueldade porquanto se matam inocentes criancinhas. A permanecerem os seres humanos em tamanha estupidez, atrairão sobre si inevitavelmente o destino dos dinossauros.

Para falar sobre os sapiens, esse cantinho de pensar pede permissão à memória do grande pensador Vinicius Bittencourt para extrair das páginas 19 e 20 do seu livro Falando Francamente sua observação sobre o ser humano para brindar aos gatos pingados que nos honram com sua atenção, e que já somam duzentas e setenta mil visitas. Com a palavra, pois, o doutor Vinicius Bittencourt:

“Tudo mudou, mas o homem é sempre o mesmo. No mundo das ideologias é o Midas da putrefação. O que ele toca, logo apodrece. Basta ver o que ocorreu com as ideias generosas do Cristianismo, da Revolução Francesa e da Revolução Soviética. Na política, na religião, na administração da justiça, na administração pública ou em outra qualquer missão, o homem tudo subverte. Sobre ele atuam poderosamente os sete pecados capitais, fazendo-o proceder em função exclusiva de seus próprios interesses. Nada, absolutamente nada, resiste à sua ação predatória. A corrupção é invencível. Todos os que contra ela se insurgiram acabaram mortos, banidos, na cadeia, ou simplesmente difamados. É clássica a conclusão de Lord Acton, no sentido de que todo poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente.

A Revolução Francesa acenava com a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Mas descambou na corrupção do Diretório e desaguou na tirania de Bonaparte. A Soviética prometia acabar com o antagonismo de classes e a exploração do homem pelo homem. Intensificou, porém, esse antagonismo e essa exploração, criando uma nova classe de privilegiados, a dos funcionários do Partido Comunista, que passou a escravizar o resto da população. O Cristianismo pregava a humildade, o ascetismo e a caridade. Os fariseus, todavia, apropriaram-se da doutrina do profeta e continuaram a viver como antes, cultuando a hipocrisia e explorando a humanidade. Por isso, Nietzsche observou que: “O evangelho morreu na cruz”. E como disse Ruy: “O que ficou é uma simbólica sem alma e sem verdade, pasto à credulidade das classes ignorantes e mando do cepticismo dissimulado e calculista da minoria ilustrada”.

As exceções só servem para confirmar as regras gerais. Como adverte a lei sociológica de Le Bom: “Nos grupos humanos a média da moral é constante”. Há sempre, em todos eles, patifes e benfeitores. O número, porém, dos últimos, é tão insignificante que não modifica o conceito do grupo. No homem, o egoísmo é inato e raramente pode ser atenuado pela educação ou restringido pelas cominações legais. O homem é um animal e, como todos os outros, luta por sua sobrevivência. Busca instintivamente uma vida de conforto e luxúria que só pode ser alcançada com o sacrifício de seus semelhantes. A simples existência dos organismos policiais e judiciários evidencia que a maldade humana precisa ser submetida a permanente vigilância.

Nenhum animal é mais perigoso do que o homem. Nenhuma outra espécie tem o seu poder destrutivo. O animal selvagem contenta-se em matar para alimentar-se. O homem mata por uma infinidade de motivos. E o faz em escala colossal. Com sua inteligência, infinitamente superior a de todos os outros animais, o homem não exibe sua maldade apenas durante as guerras ou nas chacinas que, em tempo de paz, ocorrem nas metrópoles. Esgrimando a perfídia e outros meios de trapacear, o homem busca ascender em todas as comunas, para comer o pão com o suor do rosto alheio e desfrutar de todos os prazeres. Ludibriando eleitores, explorando a crendice religiosa ou simplesmente fraudando compromissos, o homem esbulha os frutos do trabalho individual ou coletivo. Como disse Ghandi, a Terra tem bastante para a necessidade do homem, mas não para sua cupidez”.

Infelizmente, a realidade humana é absurdamente estúpida. Esgotam-se os elementos dos quais depende a vida e os bichos de dois pés não se abalam em busca de solução. Pais veem o que acontece no mundo com incompreensível indiferença apenas porque os horrores ainda não lhes batem à porta e o sofrimento dos atingidos não lhes causa nenhuma comoção.

 

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

ARENGA 705

 

Tanto é triste quanto perigosa a realidade de ter a humanidade desprezado por completo o nobre sentimento da solidariedade humana vez que nem as crianças escapam da selvageria das guerras estúpidas postas em prática pelos falsos líderes, fantoches manuseados pelos Reis Midas do mundo entre os quais se encontram quem criminosamente aufere lucros fabulosos com a indústria armamentista. As guerras são nada mais do que a mortandade de jovens maldosamente convencidos da necessidade de se empenharem em matar outros jovens quando deveriam estar se confraternizando numa comunidade fraternal e universal pelo fato alvissareiro de se encontrarem na melhor fase da vida que em lugar de ser desperdiçada com extravagâncias principalmente de drogas deve ser usada para meditar sobre a realidade de se deixarem conduzir como marionetes ao matar e morrer para satisfação de viciados em poder e riqueza e que na verdade são todos os tais de poderosos que no final de tudo acabarão tão podres como qualquer desvalido insepulto.

Na página 625, volume II do livro História da Civilização Ocidental, o historiador McNall Burns diz o seguinte sobre Napoleão Bonaparte que dizimou a juventude francesa em guerras: “O triunfo de Napoleão se deveu a certas qualidades intrínsecas de sua personalidade. Era astuto, egoísta e sem escrúpulos”. Ora, se estas são qualidades de vilania, o que é que faz a humanidade se conformar em ser governada por vilões? Ou não é vilão quem destrói a maior riqueza de um país, sua juventude, para satisfazer egoísmo?

Cabe à juventude do mundo descobrir o engodo em que se encontra envolvida. Tudo a seu redor é só falsidade. Não veem o fanatismo por futebola, carnaval e a crendice na felicidade depois da morte, instituições às quais nenhum governante nega apoio e entusiasmo? Pois é tudo uma grande farsa para evitar que se alcance a verdade de que a felicidade depende é da forma como é administrada a riqueza que a coletividade produz e que desaparece até em verbas ocultas para que o povo não saiba como é desbaratada. O futebola prende a atenção de forma a não deixar espaço para outros pensamentos. O carnaval é uma verdadeira orgia digna do deus Baco para a qual os governantes distribuem camisinhas. Quanto à religiosidade, como disse o filósofo americano Robert Green Ingersol: “Todas as religiões são incompatíveis com a liberdade intelectual”. O porquê de nenhum governante deixar de incentivar também a religiosidade é que eles precisam de um povo que não tenha liberdade intelectual. Sua intelectualidade é atrofiada pelas religiões com a imposição de não se discutir os mistérios de deus. Se examinados à luz de raciocínio lúcido caem por terra. Um exemplo: como explicar que Jacó lutou com deus e venceu (Gênesis 32:22,32)? Deus, na verdade, é o Papai Noel dos adultos.  

 

 

domingo, 15 de outubro de 2023

ARENGA 704

CAPITALISMO E LIBERDADE é o nome de um livro do economista americano Milton Friedman, Prêmio Nobel de Economia. O livro mereceu elogios rasgados de jornalões americanos e o autor é dito o economista do século. Que o mundo enlouqueceu, não é novidade se jovens estão cometendo suicídio, desordeiros são tratados de excelências e pobres diabos mentais são famosos e celebridades. Entretanto, é novidade que os maiores intelectuais do mundo tenham enlouquecido também. O capítulo primeiro do livro do economista do século, começa do seguinte modo: “Há uma convicção generalizada de que a política e a economia são questões distintas e têm pouca relação entre si; de que a liberdade individual é um problema político, e o bem-estar material, um problema econômico”.

Se é que há a convicção, de que política e economia são questões distintas, é só na redoma de vidro em que vivem os intelectuais, distante da realidade do povo, no mundo da lua. Para quem vive no mesmo mundo onde vive o povaréu é diferente. Política e economia são tão vinculadas entre si que são como unha e carne. Além disso, a única liberdade que a política assegura é dar aos pobres o direito de escolher em pagar de uma só vez ou em parcelas o valor do imposto. E mais, é a política que determina o tipo de economia. Tanto esta é a realidade que no capitalismo, forma de administração pública preferida pelos ricos donos do mundo e que vem mandando e desmandando (desmandando mais que mandando) em todas as sociedades ricas desde a Revolução Industrial. Dissemos “desmandando” com base no também economista Eduardo Moreira, que na página 27 do livro Desigualdade diz o seguinte a respeito da desarrumação econômica que do capitalismo resulta para nossa sociedade: “... vivemos no país que possui a maior desigualdade social do mundo, com o 1% mais rico concentrando a maior parcela do total da renda gerada. No Brasil, essa fatia é de quase 30% da renda total. Quando analisamos patrimônio, e não renda, esse percentual aumenta ainda mais. Para se ter uma ideia, 1% dos donos de terras concentram mais de 50% das terras cultiváveis do país. E quando consideramos o volume de dinheiro, o 1% mais rico possui mais reservas acumuladas do que os 90% mais pobres. Uma verdadeira catástrofe social, com consequências nefastas, que parece, porém, passar despercebida à maior parte da população”.

Clama aos céus, pois, a afirmação de ser a economia responsável pelo bem-estar material da sociedade porque na verdade é responsável pelo mal-estar social que toma conta da sociedade humana com guerras pipocando por todo canto e o povão idiotizado em meio a tudo isso ignorando que cabe a ele e não a divindade a tarefa sublime de fazer a vida menos desagradável, sobretudo pelas inocentes crianças que sofrem pelos desatinos dos adultos que desembocaram na catástrofe social a que se refere Eduardo Moreira.

 


  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

ARENGA 703

 

Nenhuma definição de dicionário define melhor a palavra POVO do que a de Érico Veríssimo na página 199 do livro Olhai os Lírios do Campo: “POVO É AQUILO QUE NÃO PENSA, NÃO TEM VONTADE”. Perfeitíssimo! Um instante de reflexão sobre o dia a dia do povo leva realmente à conclusão de ser o seu comportamento igual ao de um pedaço de papel ao sabor do vento, cujo destino não lhe pertence. Nesse mesmo livro de Veríssimo, na página 86, um personagem deísta contra-argumentando outro personagem, um ateu, faz-lhe a seguinte pergunta: “Vocês ateus querem nos tirar Deus para nos dar em lugar dele... o quê?” É o mesmo que tirar pão da boca de quem tem fome e dar-lhe em troca areia ou cinza”. Este questionamento encerra a realidade de que o povo precisa ser iludido. Diferentemente do adulto consciente para o qual aquilo que é indispensável é a verdade segundo a qual não há espaço para deus algum nesse mundo fora da imaginação das pessoas do povo que, como se pode facilmente perceber, não pensa.

Se a papagaiada de microfone incentiva para jogar na acumulada, em profusão, inumeráveis pessoas se aglomeram na loja de jogatina do Cassino Caixa Econômica Federal levando minguados reais para lá deixar. Se o incentivo é para comprar presentes por algum motivo, a aglomeração é nas lojas.

Se, aos berros de “gol” a papagaiada de microfone insinua que vai ser espetacular o clássico entre os times sai-de-baixo e sai-de-cima, alvoroçadas, aglomera-se nos estádios multidão barulhenta entre socos e tantos pontapés entre as pessoas que na bola e, não raro, morte.

Se algum menino diz ser um negócio esquisito chamado youtuber, ou que tem destreza em correr levando nos pés uma bola até finalizar a disparada num coice na bola que resulta num negócio também esquisito chamado gol, este menino passa a receber tanta admiração do povo que vira trilionário e celebridade. 

Nas eleições e na religiosidade, então, aflora em todo esplendor o comportamento de coisa que não pensa. Se nas eleições o povo paga cinco bilhões à televisão para que por meio do seu ópio colorido ela convença em quem votar. Na religiosidade, o povo busca proteção na figura de um deus que ninguém vê e que se diz chamar Eu Sou, representado por um sujeito grandalhão, aparentemente bonachão e de simpatia irradiante, chamado papa, que por não ser bobo não bota fé na proteção divina e se desloca em carro blindado.   

 

sábado, 7 de outubro de 2023

ARENGA 702

 

O mal que infelicita a humanidade é o mais letal de todos os males porque sendo irracionais os germes que dão origem às doenças infelicitantes, podem ser flagrados pela ciência e eliminados com medicamentos, ao passo que os germes que dão originem à infelicidade humana e que são os próprios seres humanos travestidos de líderes, sendo racionais, escondem-se atrás de suas ação tão bem escondidos de modo a que a humanidade nem mesmo percebe ser infeliz, daí viver em infindáveis festejamentos, arrastando alegremente atrás de si uma carga sobre humana e desnecessária de infelicidade. Não sabendo que pode pensar seus próprios pensamentos segue feito boiada o canto da sereia emitido pelo berrante do ópio colorido da televisão rumo a um trágico destino ao multiplicar-se irresponsável e ilimitadamente sem considerar a realidade de ser limitada a capacidade do planeta de suportar tamanha quantidade de seres humanos, nada mais do que ciscos que já se arvoram a macular a pureza do universo que os criou.

Até os que estão certos de saber pensar, não atinam se ligam na realidade de que pensam tão errado que fracassam nas boas intenções de ajudar os que não sabem que podem pensar. Vai daí que excetuando os parasitas que sugam a vitalidade da sociedade humana, tudo que resta da humanidade é classe trabalhadora. Desta forma,  na página 21 do livro A Mosca Azul, do nosso estimado Frei Beto, há um pensamento que se materializado lancetaria o tumor do mal humano e que é o seguinte: “ – ...por que a classe trabalhadora vota sempre em patrão? Por que não votar em si mesma e deselitizar o Congresso, pisar as alfombras do poder com solas gastas e chinelos de dedos? Classe em si, classe para si. Por que não criar o próprio partido, partir o bolo da democracia e repartir a renda nacional?” – . Bonito, muito bonito! Mas não vai além da boniteza porque apesar ser capaz esse pensamento de trasladar a humanidade para um mundo sem tanto sofrimento, não ocorreu a quem assim pensou ser justamente por não saber que esta trasladação depende apenas do voto de cada um. E é o próprio Frei Beto quem equivocadamente diz aos inocentes ser a solução para a infelicidade humana questão da vontade de deus.

E nem adiantaria a quem ouve tamanho disparate indagar por que deus não faz a mudança porque não faltam aos profissionais da fé e da política argumentos que justifiquem a crendice de uns e a maldade de outros.

    

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

ARENGA 701

 

Ao deixar os filhos à mercê dos vais e vens desta vida pessimamente vivida porque baseada numa cultura fundamentada em falsidades, tal  procedimento é moralmente um ato criminoso porque não tendo o discernimento que lhes permitiria separar do mar de mentiras o tênue riacho de verdades, não há como estes jovens evitarem ser cooptados por uma vida de alegrias que na realidade não têm tanta razão de ser porque passado o tempo de juventude é inevitável que estas alegrias deem lugar a reflexões e seriedade. É quando se percebe que muitos dos comportamentos praticados quando jovem, se evitados, teriam poupado dissabores.

Pior do que ser indiferente a que os filhos aprendam falsidades é ensinar-lhes as falsidades da cultura do venha a mim e os outros que se danem porque a vida comunitária exige que cada indivíduo tenha em relação à comunidade o mesmo zelo que tem consigo mesmo porque ninguém estará bem sem que a comunidade também esteja, realidade que se apresenta nas coisas simples como pedintes nos semáforos fazendo pensar na intranquilidade dos descendentes quando o número deles for superior àqueles a quem eles estendem a mão. Vai daí que não se deve ser indiferente ao que é ensinado aos filhos porque o poder de organização social para melhor ou para pior quem possui é o povo, e se o correto é uma sociedade melhor, tal sociedade não pode ser alcançada com um povo que aprendeu mentiras em criança porque a educação da criança molda a personalidade do adulto. E o que não faltam são mentiras e falsidades. O professor Yuval Noah Harari em Sapiens, foi feliz quando cunhou a expressão Realidade Inventada. De fato, os princípios de honestidade, lealdade, moralidade, legalidade e sinceridade não existem na realidade como provam as falcatruas legalmente praticadas pelas instituições financeiras denunciadas em vários livros sem que os denunciados as contestem, a exemplo do final da página 398 e princípio da 399, do livro de Luiz Marques, Capitalismo e Colapso Ambiental, sobre lavagem de altas quantias do crime organizado pelo Banco HSBS.

Ante a incontestável realidade de ser impossível haver tranquilidade se a sociedade é tão mal organizada que poucos possuem demais e muitos possuem de menos, e se é assim que é organizada nossa sociedade, é inútil buscar tranquilidade em riqueza ou divindades porque é impossível eliminar um mal se as suas causas permanecem. E as causas da intranquilidade humana serão cada vez mais poderosas por contarem com um poder político muito bem-organizado pelos ricos donos do mundo que estão erradamente convictos de haver vantagem numa sociedade na qual só eles têm direitos e os demais arquem com as obrigações. Por outro lado, não havendo quem se disponha a contestar esta organização social incapaz de dar origem a bem-estar e pródiga em gerar mal-estar, a tendência é continuar assim porque o povo que detém o poder de mudar é feito de adultos que aprenderam erradamente em crianças que na vida as alegrias são mais importantes do que assuntos tão importantes que deles depende não só a qualidade de vida, mas também a própria vida.

 

     

domingo, 1 de outubro de 2023

ARENGA 700

 

Embora frases de grande sabedoria como “O Tempo é O Senhor Da Razão” seja atribuída como tendo origem no populacho festivo (sabedoria popular), é mais uma das coisas erradas que passam por certas tamanha é a indiferença com que se encara a realidade da vida que em absolutamente nada é o que se pensa ser. Referir-se a sabedoria popular, por exemplo, é incorrer em erro porque povo (populacho) não pensa por si mesmo. E não é esse Zemané que o diz. É o Érico Veríssimo, por meio de um dos personagens do livro Olhai Os Lírios Do Campo, que, apontando para a multidão, exclama: “...povo é aquilo. Povo não pensa”.

E é mais que evidente a incapacidade do povo de ter os próprios pensamentos. Chega-se a esta conclusão observando seu comportamento. Individualmente, como a natureza dotou todo ser humano de alguma inteligência, ninguém está satisfeito com a vida. No entanto, quando se junta para formar o populacho, a satisfação é tão grande que pipocam foguetórios e festejamentos mil.

Assim é que é comum ouvirem-se louvores de elementos do povo à sabedoria da frase “O Tempo É O Senhor Da Razão”. No entanto, quando reunidas no elemento asqueroso povo, o tempo não é nenhum senhor de razão alguma porque a humanidade arrasta-se paquidermicamente pela existência de milhões de anos e ainda não aprendeu a viver em sociedade visto matar os semelhantes disputando poder da mesma forma que os machos de feras para assegurar domínio sobre determinado território.

Mas é no terreno da crendice na existência de divindades e milagres onde a humanidade empaca com maior vigor na recusa de acompanhar as afirmações de estudiosos do universo e suas criaturas. O fato de ter o desenvolvimento científico com o passar do tempo mostrado que muitas coisas nas quais se acreditavam estavam erradas não é capaz de dissuadir da ideia de que existem deuses, anjos, querubins e demônios e embora seja inegável que a crendice perde força haja vista a realidade de que escritores não aludem mais a deus com tanta convicção de sua existência como faz, por exemplo, Thomas Hobbes, em O Leviatã, cuja introdução começa assim: “A Natureza (a arte com a qual Deus fez e governa o mundo)... e, na página 16: “... aquele “fiat” ou “façamos o homem” pronunciado por Deus quando da Criação. Na página 32: “primeiro autor da linguagem foi o próprio Deus, que instruiu Adão de como deveria chamar as criaturas que ia pondo diante de seus olhos”.  E há quem aceite tamanha irrealidade. Adão teria estafa se tivesse de criar nomes apenas para a miríade de seres microscópicos. Enfim, são dezenas ou centenas de afirmações no livro O Leviatã confirmando como real a existência de deus.

Embora o escritor fosse capaz de raciocínios consonantes com a realidade em certos aspectos da vida, não escapou da crendice que na sua época (mais de quinhentos anos atrás) era de tamanho poder que se acreditava que o rei era divino. Embora ninguém mais pense assim, ainda existem reis e ainda se pensa que existem divindades, o que mostra o quanto de atraso há no caminhar rumo à civilização.

 

 

sábado, 30 de setembro de 2023

ARENGA 699

 

 Estudo alerta para alta incidência de suicídio na adolescência. Os dados são da Sociedade Brasileira de Pediatria. Cerca de mil crianças e adolescentes, na faixa etária entre 10 e 19 anos de idade, cometem suicídio no Brasil a cada ano. É o que diz o jornal Tribuna da Bahia, do dia 30/09/2023.

Em que lugar, senão num lugar muito infeliz, a juventude comete suicídio? Foi para cometer suicídio que Cristo disse venham a mim as crianças (Mateus:19,14)? E que lugar estranho é este cujo povo em meio a tamanha infelicidade que seus filhos se matam e em vez de lágrimas festejam mil e um tipo de festas em meio a eterno pipocar de foguetórios? Este é um lugar chamado Brasil, onde o povo é tão mais povo do que em qualquer outro lugar do mundo que as nulidades triunfam sobre os valores. Aqui, a violência da criminalidade é diferente da criminalidade comum entre os brutos seres humanos que de tão brutos e não perceberam poder viver em paz há dois tipos de bandidos: os bandidos de elite que contam com proteção do Estado não obstante serem suas ações criminosa mais danosas porque atingem toda a sociedade. Concorrem com os bandidos de elite, os bandidos que por não fazerem parte da elite e que não obstante serem menos danosos à sociedade, contra estes o Estado descarrega toda sua ira.

Sendo uma sociedade distópica, isto é, uma sociedade organizada de modo contrário ao da sociedade descrita na Utopia, de Thomas More, em lugar de pensarem por si mesmas, as pessoas pensam como lhes determinam o ópio colorido da televisão e o papaguear de infinito número de papagaios de microfone da mídia que em troca da despensa abastecida espelham falsidades que de tanto repetidas viram verdades. É por acreditar em falsidades que num círculo vicioso cada geração passa crendices para as próximas gerações, perpetuando a obtusidade mental de buscar proteção nas igrejas onde profissionais da fé as enganam com promessa de reino divino a ser alcançado mediante comportamentos que nem eles mesmos praticam. Tão inútil é este procedimento que o mundo está prestes a sofrer tremenda hecatombe não obstante a quantidade de orações. Para haver proteção contra infortúnios é bastante fiscalizar o que a política está fazendo com o dinheiro dos impostos.

Enfim, nada mais é preciso para saber estar tudo errado nessa pátria de deus do que o doloroso fato do suicídio de jovens que apesar de passar inferente para esta sociedade distópica, prova estarmos no caminho errado.  

 

 

 

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

ARENGA 698

 

Tudo que se escreve e falam mídia, jornais e livros sobre política não merece atenção alguma. É tudo baboseira, mentira e perda de tempo. Não obstante a suprema importância das decisões políticas, porque delas depende não só a qualidade de vida, mas a própria vida, o que tem sido reiteradamente dito aqui no cantinho de pensar: tudo depende da política. Se há fome, falta de assistência para tudo de que se necessita, é uma questão de ser a política exercida de modo errado como é em todo o mundo. Quando se fala em sociedades civilizadas é porque nas demais a barbárie é tamanha que apenas pelo fato de ser a menor em algum lugar este lugar, para a malta humana, é civilizado. Como civilizado se por lá também se rouba e mata?

Só pode haver civilização se as pessoas são civilizadas. Não sendo, como não são, vive-se uma vida cheia de turbulência e infelicidades a puxar de gancho. Da mesma forma, só pode haver política correta com políticos corretos, o que é totalmente impossível dada a pequena distância que nos separa do tempo de barbarismo. Por mais sincero que o político pareça ser, como fala muito, acaba deixando transparecer a falsidade congênita dos políticos. Há pouco eu ouvia o político Ciro Gomes num falatório aparentemente de merecer crédito. No entanto, ao fazer apologia do esporte, traiu-se porque o fanatismo esportivo juntamente com a crendice religiosa são duas faces do pão e circo que torna a multidão politicamente analfabeta. Trata-se na verdade de fazer um afago ao populacho para o qual escoiceadores de bola são verdadeiros deuses.

Pelo jeito, não haverá tempo para que a juventude conheça um líder de verdade nem intelectual empenhado sinceramente em mostrar aos jovens um bom caminha por onde caminhar. Deles vêm apenas “Best-Sellers” eivados de elogios, por outros intelectuais, mas totalmente inúteis no sentido de buscar melhor qualidade de vida do que a porcaria de vida que temos. O intelectual Eduardo Moreira, depois de escrever o livro Desigualdade, que é de uma contribuição espetacular para esclarecer os erros políticos que motivam a infelicidade humana, de repente, como que arrependido, porta-se como também um dos muitos intelectuais inúteis e escreve um livro que é pura perda de tempo e dinheiro e que não vale a pena ser lido. O nome desse livro inútil é A Intenção Primeira.  

    

 

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

ARENGA 697

 

Para começar mais esta “prosa” preciso falar de mim mesmo. É que até hoje, apesar de haver livros a puxar de gancho dizendo o que é preciso fazer para resolver os problemas que atazanam a vida dos tão infelizes seres humanos que de tão estúpidos ainda não sabem inexistir motivos para tantas alegrias por ser inevitável o que consta de Eclesiastes quanto a haver tempo de rir e tempo de chorar. Ninguém festeja quando há pranto. Certamente por ser de poucos conhecimentos, não vi ainda um só livro sobre o motivo pelo qual ninguém dá bola para uma só das mil e uma recomendações do que se deve fazer para melhorar a vida infeliz dos seres humanos que por desconhecerem a realidade vivem mergulhados em falsidades. Um livro de título pomposo Economia Para Transformação Social, e subtítulo ainda mais pomposo: Pequeno Manual Para Mudar O Mundo, de Juliane Furno e Pedro Rossi, como se o mundo pudesse melhorar senão por uma opinião pública isenta da contaminação midiática que faz mentira virar verdade. Apesar da presunção, o livro incorre em erro quando se refere à cultura capitalista ou do venha a mim e os outros que se danem, na página 28, como sistema natural harmônico e equilibrado. Se natural provém da natureza, capitalismo não é natural, mas produto de convenção social que expandiu sua maldade de considerar haver quem não precisa viver com dignidade, principalmente no século XIX na Inglaterra, com a Revolução Industrial. Absurdo, portanto, dizer que em tal cultura existe harmonia e equilíbrio se vis fazer poucos trilionários e muitos famintos.

Mas esta “prosa” perdeu o rumo que era sobre a questão da inutilidade das advertências ignoradas de pensadores visando dar racionalidade à vida irracional dos seres humanos. Por que a humanidade permanece alheia aos avisos de erros que a põem em perigo? Terá o passar do tempo recrudescido em vez aplacar pela experiência sua exuberante estupidez a que se refere o historiador Mac Nall Barns ao afirmar que a humanidade é feita de seres tão estúpidos que vivem para destruir o que construíram? Esta deve ser a única explicação para tantos festejamentos como se a vida decorresse às mil maravilhas quando sofrimentos e desastres já deixaram de ser perspectivas para serem realidade.

Desta forma, atentando para o que disse mestre Rousseau de não se pode ser claro com quem é desatento, chega o momento em que as pessoas sensatas e de grandes conhecimentos que em vão procuram orientar a malta humana para o bom caminho com chamamentos à razão, voltem sua atenção para como fazer que tais advertências surtam efeito. Até o momento presente as pessoas estão convictas de que sua felicidade ou infelicidade depende de deus, erro a que foram levadas intencionalmente pela cultura antissocial do venha a mim e os outros que se danem cuja sobrevivência depende da falta de conhecimento da realidade. Povo esclarecido não seria tão facilmente feito de bobo.

Cabe observar que do desconhecimento da realidade não escapam nem os doutores. É a humanidade em peso a repudiar o ideal socialista de almejar uma sociedade menos injusta e se não consegue á justamente por falta da força que as pessoas preferem colocar a favor daqueles que as enganam fazendo crer ser ideal uma sociedade que as engana de forma tão cruel que escoiceadores de bola e cantadores de bobagens merecem maior reconhecimento do que quem estudou anos a fio e prestam relevantes serviços à comunidade.

sábado, 9 de setembro de 2023

ARENGA 696

 

A versão do fantoche de ministro Dias Toffoli, que reprovado em concurso para juiz de primeira instância foi guindado pela política a juiz de última instância, de ter sido ilegal a ação da Lava Jato suscita as seguintes questões: se os criminosos confessaram o roubo, se foram encontradas malas, cuecas, rego de bunda, bolsos e malas 007 recheados de dinheiro roubado, se bilhões foram repatriados, onde está a ilegalidade da punição? Outra questão: quem é vítima de ilegalidade, portanto, de injustiça, tem direito a compensação em dinheiro visto não ser possível restituir o tempo que passou na prisão e nem apagar de sua vida a mácula deixada pela acusação “injusta” de ser desonesto. Sendo assim, tendo tido o Estado a irresponsabilidade de dizer que “cidadãos de bem” são ladrões, terá necessariamente de devolver a estes cidadãos injuriado pelo Estado os bilhões que injustamente lhes tomou dizendo terem sido roubados. E mais: além de devolver aos ladrões os bilhões roubados, terá o povo festeiro de indenizar os ladrões do seu dinheiro por força da legislação que pune caluniadores com indenização ao caluniado pela injustiça de que foi vítima. Assim, além de devolver aos larápios os bilhões “injustamente” tirados dos ladrões na mão grande do Estado, ainda por cima terá a malta festiva de carregar no dorso paquidérmico o peso da indenização aos “cidadãos honestos”, não obstante serem réus confessos.

Quando se trata de Brasil, todo tipo de coisas ruins são recebidas com naturalidade e em meio a festejamentos. Sendo a humanidade feita de seres vis, será o brasileiro o mais vil dos povos? Sua história mostra ter havido brasileiros que amaram e desejaram o bem de sua pátria, mas ficou no passado se o que predomina na atualidade são tipos do tipo do fantoche de ministro Dias Toffoli e que tais. Mas a História também mostra uma realidade que por não ser observada pelos seres humanos a humanidade é vítima de sofrimentos que ultrapassam de muito os inevitáveis, realidade explicada pela educação. Sendo quase inevitável que o adulto se comporta de acordo com o que aprendeu em criança, e sendo que as crianças aprendem mentiras como sendo dinheiro e deus o que há de mais importante na vida, quando para se viver bem em sociedade o mais importante é o ensinamento de Cristo para tratar o semelhante como gostaria de ser tratado, em vez disto, porém, as crianças aprendem a cultura do venha a mim e os outros que se danem, ou da farinha pouca, meu pirão primeiro. Daí ser totalmente impossível à humanidade viver senão um tipo de vida ainda mais brutal que a vida das feras que se matam é por necessidade conforme determinação do deus sobre o qual se aprende em criança ser de infinita bondade e sabedoria.

       

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

ARENGA 695

 

Duas citações de dois grandes pensadores aqui mencionados por ordem cronológica e não pela importância dos pensamentos por serem ambos tão importantes que se postos em prática pelo festeiro e religioso povo brasileiro, principalmente, (supondo que brasileiro se presta senão para festa, igreja e futebola), a materialização destes dois pensamentos fariam desta infeliz pátria de deus um exemplo de civilidade e bem-estar social para o selvagem resto do mundo onde civilização significa ter muito dinheiro. Citaremos primeiro o pensamento de Marx, menosprezado por não ter sido escoiceador de bola, quando disse que em vez de análises o mundo carece é de mudança. Isto é algo que se a massa bruta de povo pensasse por si em vez de ter os pensamentos feitos pelo ópio colorida do televisão, extirparia do mundo sua exuberante estupidez de inverter para maus os bons costumes de forma tão inadmissivelmente deturpada que uma menina por ter matado os pais está na imprensa como celebridade.

Em seguida ao pensamento do grande Marx vem o pensamento de outro estudioso dos problemas humanos, Rodolfo Stavenhagen. Seu pensamento para nossa estudo está citado na página 13 do livro Formação do Capitalismo no Brasil, de Ladislau Dowbor, e que é o seguinte: “O desenvolvimento econômico, reconhecemo-lo cada vez mais, não é um problema técnico, mas político”.

Aí está! Está tudo aí. Misturando estes dois pensamentos num só, é quanto basta para a visão de um caminho menos estúpido para levar a humanidade a destino menos infeliz do que uma sociedade na qual predomina uma desigualdade de seres naturalmente iguais que uns têm demais e outros, de menos. Sociedade alguma estruturada sob tamanha disformidade tem necessariamente de ser tão infeliz que apesar de muito se falar sobre seus erros, repudia-se a sensatez de se pensar em corrigi-los como sugeriu Marx.

A necessidade de mudança é imprescindível pelo seguinte motivo: a felicidade (bem-estar social) está na dependência do desenvolvimento econômico, que depende da política, como disse nosso segundo pensador. Sendo assim, e é assim que é, se a política no mundo inteiro tem por função zelar pelos interesses dos mais ricos, sem que se mude tamanha distorção, estará a humanidade eternamente condenada à infelicidade que ainda é maior nas sociedades saídas mas tarde da condição de colonizadas e onde a coisa ainda é pior uma vez que seus políticos têm sempre a polícia nos calcanhares e o povo, vivendo para festas, está mais longe de saber que pode pensar.

 

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

ARENGA 694

 

A sociedade humana é inviável nos moldes em que se encontra estruturada. Ignorantes do que seja vida em sociedade e desconhecendo a impossibilidade de haver bem-estar individual independente do bem-estar social, apossaram da riqueza que a todos devia servir acreditando haver méritos em comportamentos que na verdade, em termos de vida social, são deméritos. É tão impossível o sucesso da sociedade humana que a administração pública cujo objetivo seria retirar a humanidade da selvageria de onde começou a caminhada rumo à civilização, ao contrário, passou a ter objetivo oposto de manter o povo ignorante por ser mais facilmente ludibriado de modo tão evidente que ainda não percebeu ter exercido papel de bobo durante toda sua vida inútil do ponto de vista de ser protagonista e dignificante da sua História em vez de ser mero coadjuvante e espectador de um espetáculo de morticínio, desfaçatez, ludíbrios e de tudo que denigre a honradez e o bom caratismo.

O estímulo da administração pública à ignorância do povo em vez da sabedoria existente na capacidade de raciocinar é um erro tão colossal que talvez leve a humanidade ao mesmo destino dos dinossauros. Se os livros contêm incontáveis frases como de sabedoria, não enfatizam o tamanho da sabedoria contida na frase proferida por Marx de que o mundo precisa ser modificado. É tão grande esta necessidade que os valores nobres estão sendo substituídos por indignidades. Curioso sobre o significado da palavra “nerd”, constatei com tristeza que significa jovem interessado em intelectualidade, o que por não ser de interesso coletivo tamanha é a ignorância do populacho festivo, o fato de se interessar por intelectualidade faz do jovem seja motivo de zombaria por buscar saber. Tamanha é a inversão de valores que escoiceadores de bola semianalfabetos precisam desperdiçar dinheiro por não saber o que fazer com o tanto que recebe da sociedade.

Enfim, encerramos mais essa “prosa” lembrando que o destino da humanidade terá de ser mesmo ingrato enquanto não houver a mudança sugerida por Marx. Sendo os seres humanos ainda selvagens, com justificado medo de seu semelhante, delegaram poder a outros seres humanos também selvagens para protegê-los da selvageria de seus semelhantes e o resultado são guerras, violência incontida, doenças, e ignorância a puxar de gancho.É o que está aí prá todo mundo ver e para tristeza de quem por conta própria se elevou mentalmente acima do populacho que ainda tem esperança em falsos líderes travestidos de autoridades.    

 

 

 

  

domingo, 20 de agosto de 2023

ARENGA 693

 

É de dar dó a correria dos coitados dos policiais federais madrugada adentro buscando aqui, ali e acolá provas de lavagem de dinheiro e corrupção porque quem entende profundamente do assunto de crimes de corrupção, o doutor Stephen Platt, escreveu o seguinte na página 20 do livro Capitalismo Criminoso: “A lavagem de dinheiro e o favorecimento ao crime por parte de instituições financeiras são dois dos grandes males de nossa época. Eles alimentam a comercialização de drogas, o tráfico humano, a evasão fiscal, pagamentos a corruptos e a prática de atos de terrorismo em todas as partes do globo. Esses dois males promovem a miséria e o sofrimento de milhões de pessoas, permitindo que os criminosos saiam ilesos e gozem os lucros de suas práticas ilícitas”.

E, na página 21: “...a lavagem de dinheiro e o favorecimento ao crime são os sintomas mais atrozes da doença da indústria financeira”. E, na página 40: “Se a lavagem de dinheiro é apenas um sintoma ou consequência de outros crimes, por que o sistema financeiro não coloca a mesma ênfase, ou uma ênfase ainda maior, na prevenção do favorecimento ao crime? Essa ênfase não acontece devido ao exame precário que se faz do importante papel que as instituições financeiros em geral desempenham na assistência a criminosos”.

E, na página 128: “...são sempre os países mais pobres os mais suscetíveis à corrupção, e os que menos poderiam se dar ao luxo de deixar que o dinheiro público vá para as mãos de um pequeno grupo de empresários e políticos. Isso gera um círculo vicioso em que, mesmo um país sendo muito rico em depósitos minerais e fontes de petróleo, essa riqueza jamais será gasta no desenvolvimento humano e na infraestrutura, desestimulando investimentos e agravando ainda mais a pobreza”.

E, na página 129: “O sistema financeiro internacional é um participante essencial da própria operação corrupta ou da retenção do dinheiro acumulado por suborno ou roubo. Os bancos desempenham um papel fundamental, fornecendo contas e estruturas empresariais que possibilitam a execução de contratos ilegais, disfarçando a origem ou o destino do dinheiro e permitindo que o dinheiro advindo de corrupção seja retido para, depois, ser acessado por seu destinatário”.

E, na página 131: “...a compra de anuência de membros da polícia, das Forças Armadas e de patrulheiros das fronteiras nas Américas Central e do Sul por cartéis de droga é fundamenta para que os traficantes possam continuar com suas atividades e impede as tentativas de combater tanto os traficantes como os oficiais corruptos. Os baixos salários desses oficiais em vários países em desenvolvimento os deixam particularmente suscetíveis ao suborno, pavimentando em tereno fértil para outros tipos de crime”.

Depois de viver várias culturas como bichos, entra agora a humanidade na pior de todas as culturas, a do banditismo legalizado. Pior porque como disse Rui Barbosa, os crimes que mais denigrem a humanidade são aqueles praticados por quem a lei incumbiu de sua guarda.  

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

arenga 692

 

Caráter, honradez, moralidade, honestidade e vergonha, todos os valores que vi valorizados como nobres por meus avós e pais foram varridos dessa terra dos conterrâneos de deus. Até nas coisas mais simples como hospedar em um hotel sujeita-se a ser vítima de alguma coisa desfavorável e diferente do que tinha sido combinado. já aconteceu comigo nos hotéis Jardim Atlântico, Canabrava e Praia do Sol em Ilhéus. A desonra se tornou tão normal que uma excrescência chamada Serasa lança no rol de irresponsáveis o nome de cidadãos honrados, porque ainda os há. Já me encontrei por três vezes entre inadimplentes. Como não era o caso, em todas as três vezes os responsáveis foram obrigados pelo juiz a pagar pelo erro. Entretanto, como se permitir que um órgão qualquer publique calúnias?  Nos novos tempos não há lugar para homens de verdade. Autoridades? Ouvir noticiário político é fazer papel de bobo. O que dizem os políticos não faz nenhum sentido porque a ninguém mais é dado desconhecer que os políticos visam exclusivamente interesses próprios e inconfessáveis haja vista que os ocupantes de cargos importantes são todos riquíssimos e os que ainda não são, serão.  Juventude? Nada mais que piada. Bando de robôs de olhos pregados num telefone até mesmo durante refeições. Os poucos jovens normais, de tão decepcionados com a vida tornam-se depressivos e suicidas. E nada acontece de animador para quem almeja sociedade civilizada. É como se a humanidade regressasse no tempo. Em vez de evoluir, involui. Compra-se pela obrigação de comprar incutida pela propaganda massiva sobre as mentes dos trogloditas que feito manadas, acorrem às lojas, aos tais de shopingues e até a países estrangeiros. Livros? Calhamaços nos quais não se encontra uma vírgula sequer sobre estas coisas que infelicitam a humanidade a ponto se encontrar ela próxima da extinção de tanto desmanchar a natureza para fazer o que comprar. Até animais transmissores de doenças, a título de companhia, foram transformados em atividade comercial. Economia? Piada de humor negro. Regiões como a da América Latrina são a horta que abastece a sede de riqueza e ignorância de gringos parasitas. Educação? O que chama de educação é nada menos que estupidez. Pais ensinam os filhos a se tornarem torcedores tão idiotas quanto eles e, nas escolas, aprende-se a cultura do venha a mim e os outros que se danem cujo resultado são os brutamontes da revista Forbes, embora se fale em observar os ensinamentos de vida simples e amor ao próximo pregados por Cristo, quando o que se tem são guerras, indiferença em relação a crianças famintas, miséria e doenças a puxar de gancho. Esporte? Qual esporte que nada. São analfabetos transformados em reis e que de tão ignorantes acreditam em sua realiza quando, na verdade, são apenas marionetes do pão e circo usados pelos Reis Midas para desviar a atenção da malta ignara de povo que enquanto esperneia e se contorcem de prazer quando a bola passa pelo goleiro ou quando um desses bonecos de enorme chapéu no lugar onde gente tem cabeça canta bobagens. Opinião Pública? Qual o quê? A opinião do povo é feita em laboratório onde gênios do mal engendram todas estas coisas para que em troca de muito dinheiro a mídia enfie goela abaixo na turba festiva. Democracia? Há há há. Esta, então, nem se fala. O povo dá um monte de dinheiro tão grande a parasitas reunidos nos simulacros de partidos políticos para que com esse dinheiro eles pagam papagaios de microfone e eles convencem os donos do dinheiro a votar nas pessoas tão erradas que o resultado é tudo isso aí.           

terça-feira, 8 de agosto de 2023

ARENGA 691

 

Só o próprio povo pode salvar-se do desastre que já se manifesta. Deus não o livrará dos incêndios se ele transformou Sodoma e Gomorra em cinzas. Não livrará o povo das enchentes se ele afogou até os animais no Dilúvio. Não poupará o povo das guerras se ele comandou com seus superpoderes guerras sangrentas onde até crianças eram passadas a fio de espada em favor dos israelitas. Nem livrará o povo das crises porque tanto Abraão quanto Moisés e Isac foram vítimas de braba crise de fome por seguirem orientação de deus. Mas, se o povo é tão estúpido que por não saber encontrar-se em perigo vive a cultuar escoiceadores de bola e cantadores de bobagem que elevam à categoria de reis e lhes dá tanta riqueza como se fossem reis de verdade, quem salvará o povo da hecatombe resultante do processo de transformar tudo em dinheiro inclusive o tempo, como dizem ter orgulho em fazer os americanos de bunda branca?

Como esperança não deixa de haver assim tão facilmente, e há muitas pessoas tentando mostrar ao povo o caminho da salvação, só há um jeito que é apegar-se a estes salvadores. Mas eis que também aqui surge o problema mencionado por mestre Rousseau de não se poder ser claro com quem é desatento. Desta forma, como serem claros os salvadores do povo se o povo é desatento e ligado em escoiceadores de bola, cantadores de bobagens, divindades e futucação de telefone?

Seguinte: voltando outra à teimosia da esperança em nunca desanimar, o negócio é esperar que nossos salvadores mudem seu método de ação e em vez de apenas escreverem livros nos quais se atêm exclusivamente em análises dos problemas, passem a ter por prioridade um trabalho de desemburrecimento coletivo para fazer com que a massa ignara se torne capaz de se desligar do que se liga e passar a se ligar no que não se liga.

E assim encerramos mais essa “prosa” lembrando que só a opinião pública tem o poder de mudança, mas como a opinião pública é moldada pela mídia forjada na forma da cultura do venha a mim e os outros que se danem, tudo estará perdido sem que se mude tal estado de coisas porque para a cultura em voga o normal é justamente o anormal. Portanto, ou muda, ou muda.   

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

arenga 690

 

No jornal Folha de São Paulo do dia 29/07/2023, a notícia de filho de brasileiros eleito deputado nos Estados que usa do cargo para se locupletar, nos dá algumas lições de vida: nem só brasileiros são analfabetos políticos; o instinto de rato no brasileiro é mais predominante no brasileiro do que rato; ser bobagem se preocupar com a imagem do Brasil no exterior porque ela é mais suja que pau de galinheiro; mostrar incapacidade de indignação do brasileiro que vai passear onde não há legislação para impedir discriminar ladrão.

 

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Tenho o hábito que acredito salutar de comentar notícias de jornais que dão espaço a seus leitores para tal fim. Vejo em tal procedimento um modo de participar da vida social. Outro dia, dei com um comentário de alguém sobre matéria religiosa questionando o porquê da presença de ateus em assunto sobre religião. Acontece que ter opinião contrária àquilo que se desconhece configura preconceito.  Portanto, como ser ateu sem conhecer tantas bobagens levadas a sério como agradecer pela refeição se há crianças inocentes famintas? 

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Os livros são totalmente inúteis. É isso mesmo que leu quem visita esse blog por não ter nada melhor a fazer e que a estatística registra 269.585 visitas. Absolutamente de nada adianta ler livros, principalmente os tais de “Best Sellers” escritos por intelectuais e objetos de rasgados elogios da parte de outros intelectuais. Tanto tenho certeza da inutilidade dos livros que além de não comprar mais nenhum, ler algum dos quinhentos volumes que tenho na estante será a última coisa que farei a título de lazer e convido quem passa por aqui, se preocupa com o futuro dos filhos, repudia a torpeza e a estupidez humana, a deixar os livros de lado e encarar a necessidade de fazer com que os seres humanos se tornem capazes de raciocinar para que percebam o engodo em que se encontram tipo esse aqui na página 63 do livro Economia Bandida, de Loretta Napoleoni: “Alex Rodriguez, do New York Yankees, jogador de beisebol, ganhou vinte e dois milhões de dólares em 2006”. Nenhum livro explica o porquê de iletrados ganharem fortunas apesar de ser isso, como diz Eduardo Moreira, o mesmo que acontece nos truques de mágicos: ligar-se no que não tem importância para não perceber quando acontece o que realmente importa e o que realmente importa é o que está sendo de dinheiro jogado fora enquanto a miséria toma conta do mundo. É nisso que é preciso se fixar porque o dinheiro quando usado corretamente é a única coisa capaz de aliviar sofrimentos e proporcionar bem-estar.

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 27 de julho de 2023

ARENGA 689

 

        É desse jeito aqui que o mestre Vinicius Bittencourt finaliza a introdução de seu fabuloso livro Falando Francamente: “Com sua inteligência, infinitamente superior, o homem conseguiu efetuar, no âmbito da tecnologia, avanços espantosos. Entre inúmeras realizações, conseguiu desintegrar o átomo, reproduzir animais em laboratório e conversar com outra pessoa no espaço, fora do campo de gravitação de nosso planeta. Não se justifica, pois, que, no mundo espiritual, ele permaneça nas trevas, submisso a preconceitos e crendices que aviltam sua existência”.

     As conquistas tecnológicas evidentemente que são proezas só possíveis por meio de elevado nível de inteligência. Por outro lado, guerras, destruição da natureza e a crendice em seres superiores dão prova de elevado nível de estupidez. Pode o mesmo ente ser inteligente e estúpido, bom e ruim, ao mesmo tempo? Em se tratando se ser humano, todo é possível dada a diversidade de personalidades.

    Ao lado de uma personalidade como a de Cristo, Ghandi e tantas outras do mesmo teor, também existem monstros capazes de promover aberrações deste tipo mostrada nesta imagem na página 106 do livro Sapiens, Uma Breve História Da Humanidade, de Yuval Noah Harari:

 


“Um bezerro em uma fazenda industrial. Imediatamente após o nascimento, o bezerro é separado da mãe e trancafiado em uma jaula minúscula, não muito maior do que seu próprio corpo. Lá o bezerro passa o resto da vida – em média, cerca de quatro meses. Nunca sai da jaula, nem pode brincar com outros bezerros ou mesmo caminhar, de modo que seus músculos não se desenvolvam. Músculos fracos significam uma carne macia e suculenta. A primeira vez que o bezerro tem uma chance de caminhar, esticar os músculos e tocar outros bezerros é a caminho do matadouro”. 

       Pensar que monstros capazes de tamanha maldade se digam cristãos, é considerar o cristianismo obra de satanás. Na introdução do livro Os Romanov, de Simon Selbag Montefiore, também se encontram narrados comportamentos do tipo seguinte em torno do poder na Rússia: "...cabeças decapitadas são beijadas, línguas são extraídas, a pele é arrancada a chibatadas do corpo, ânus são empalados, crianças são massacradas...". E É assim que caminha a humanidade para tristeza de quem é capaz de desejar um mundo habitado por gente e não bestas humanas.

 

terça-feira, 25 de julho de 2023

ARENGA 688

 

Desde que se tem notícia gente e de política que se ouve falar em deus e democracia como panaceias para os males desse mundo que de tanto piorar, tudo leva a crer estar condenado a ter sua população varrida da face da Terra pelo pior dos males sociais, a degradação dos bons costumes em escala tão alarmante que ladrões do dinheiro público em parceria com certo tipo de advogados e autoridades encarregadas de fazer justiça, num simulacro  de processo e uma condenação de faz-de-conta, logo voltam para suas mansões para desfrutar da riqueza tirada dos cofres públicos e até já se sugere criar leis para proibir que tais ladrões passem pelo constrangimento de serem discriminados publicamente pelas pessoas por eles roubadas, devendo ser aceitos pela sociedade como se fossem cidadãos de bem.

Definhou de tal maneira a capacidade de raciocinar dos seres humanos que parte deles se apegam inexplicavelmente a um conservadorismo ou preservação de tão absurda cultura. Ao demonstrar pendor pelo que é ruim, estas pessoas se colocam na contramão da natureza humana normal cuja tendência é de fazer opção pelo que é bom. O pelo que se tem é que são poucos os inconformados em viver uma cultura de inversão de valores na qual o errado é que está certo e buscam alcançar algo diferente. 

Tamanha é a insensatez que profissionais em atividades relacionadas a esportes, que não obstante independerem de um mínimo sequer de escolaridade, são infinitamente mais importantes e muito mais bem remuneradas do que atividades tão importantes que são indispensáveis à sociedade como educação, saúde e segurança, às quais não se chega sem alisar bancos escolares por anos a fio. É como se uma maldição tomasse conta da humanidade e a fizesse desprezar os valores nobres para dar preferência ao que é ruim.

Coerência nunca foi a praia dos seres humanos, nem mesmo para os maiores pensadores, entre eles mestre Platão que para a tarefa de governar, dizia, devia ser atribuição de filósofos, portanto de pessoas que tivessem grandes conhecimentos. No entanto, o próprio Platão, como as pessoas desprovidas de conhecimento, também admitia a existência de deus, segundo o qual quanto maior a sabedoria, maior o sofrimento; e quanto maior o conhecimento, maior o desgosto (Eclesiastes 1:18). A humanidade já está bastante velha para não ter ainda acertado o passo, tarefa à espera de uma juventude mentalmente sadia que em vez de se deprimir e suicidar, exorcize a estupidez da face da Terra.

 

    

 

sexta-feira, 21 de julho de 2023

ARENGA 687

 

Embora profissionais da arte da religiosidade, arrecadação de dízimo e de não deixar cair a peteca da fé, ainda que não se saiba fé em quê, como disseram os Paralamas do Sucesso, tenham explicação para todas as dúvidas de quem ainda as tem sobre divindades, as explicações deles não resistem a um mínimo de meditação sobre o assunto. Daí afirmarem que os mistérios de divinos não devem ser motivo de especulação, mas apenas aceitos sem quaisquer comentários em contrário. É realmente necessário não meditar a respeito das falas destes profissionais para não se perceber a insustentabilidade delas uma vez que tal comportamento vai de encontro a propensão à curiosidade inata na natureza do ser humano.

Pensar sobre religiosidade leva a concluir que não pode alguém estar desrespeitando nada por não conseguir acreditar em algo que lhe é dito mas que de acordo com sua compreensão não faz sentido como a sacralidade atribuída à bíblia visto que o dicionário define “sagrado” como algo que inspira ou deve inspirar respeito ou veneração. Entretanto, não podem ser merecedores de respeito e muitíssimo menos de veneração os morticínios de Jericó (Josué 6:21) no qual foram passados a fio de espada homens, mulheres, jovens, velhos, bois, ovelhas e jumentos. Da mesma forma, o assassinato impiedoso de Uzá (2 Samuel 6:7); e nem se pode também admitir que o deus dos profissionais da fé, tão poderoso que criou o universo, tenha necessidade de exércitos (Salmos 46:7 e Isaias 9) do mesmo modo que governantes assassinos de sua juventude, a maior riqueza de qualquer sociedade, se bem orientados seus jovens desde criança em qualquer outra cultura que não seja a do venha a mim e os outros que se danem.

Não, meus senhores gatos pingados que por não terem nada melhor a fazer, dão atenção ao Blog do Zé Pensador e que certamente não são daqueles que se pudessem deixariam nosso país. A solução para nossa desgraça não está na fuga. Está em uma luta constante a favor de estimular o raciocínio desse povo feito de religiosos, carnavalescos e torcedores, categorias nada propensas à meditação.

 

 

 

quarta-feira, 19 de julho de 2023

ARENGA 686

 

O que acontecerá com nossa sociedade se o comportamento das menos às mais importantes autoridades são assunto de polícia?  Que futuro espera pela juventude de uma sociedade cuja degradação moral é tão assombrosa que a instituição da justiça em vez de proteger os cidadãos de bem protege os cidadãos do mal? Qual será o resultado da escolha feita por analfabetos políticos de administradores públicos imbuídos da cultura do venha a mim e os outros que se danem e em cujas mãos vão parar montanhas de dinheiro? Para onde irá a maior parte desta fortuna? Serão estas pessoas merecedoras de tamanho crédito? Ou serão meliantes uma vez que propõem punição para quem discriminar corrupto? Não haverá possibilidade de a banalização da insinceridade política vir a resultar nos acontecimentos pavorosos acontecidos na França de 1789 e na Rússia de 1917? E quanto aos desastres climáticos, ingestão dos alimentos venenosos do agribiuzinesse, não resultará em mais doenças e infelicidade? Está certo que notícias de criminosos políticos em livros e jornais não estão a implorar para que alguém tome paternidade? É correto o comportamento de pais reunirem em templos para discutir se Cristo é deus enquanto o mundo pega fogo? Não estarão estes pais mais preocupados com seus filhos depois de mortos do que em vida?