sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

ARENGA 636

 

Outra madrugada, outra xícara de café forte, desta vez com uísque no lugar de açúcar, outra visita ao livro A Produção do Fracasso Escolar, de Maria Helena Souza Patto e outra conclusão de que intelectuais, assim como chefes religiosos, estes por interesses inconfessáveis, aqueles, talvez por inocência, mas o fato é que uns e outros se negam a reconhecer a realidade de à cultura vigente do venha a mim e os outros que se danem interessa acima de tudo uma juventude totalmente desligada da realidade da vida. Embora o livro acima citado não veja por esse lado, mas o titulo no livro está o motivo do fracasso educacional. É que este fracasso é produzido, isto é, intencional. Para que algo seja produzido é preciso haver a intenção de agir nesse sentido.  Vai daí que para manter a juventude em analfabetismo político é preciso que não haja um sistema educacional eficiente como propunha mestre Paulo Freire. Portanto, O título do livro dispensa seu conteúdo porque absolutamente todos os problemas que a educação enfrenta no mundo inteiro são engendrados propositalmente. A alfabetização nas sociedade bisonhamente chamadas de civilizadas,  todos ou quase todos aprenderem ler e escrever apenas. Entretanto, no que diz respeito ao analfabetismo não são diferentes dos analfabetos das sociedades chamadas de atrasadas ou em desenvolvimento porque também por lá se acredita não haver necessidade de se interessar pela destino do erário, as autoridades de lá, como as de cá, estão mancomunadas com os ricos para explorar os pobres, do mesmo modo como os iletrados de cá os letrados de lá são indiferentes às armas, às guerras e à transformação da natureza em dinheiro para os rufiões do sistema financeiro.

Assim é que para evitar uma juventude esclarecida evita-se uma educação que ensine cidadania. Ao contrário, nas tidas como melhores universidades do mundo aprende mil e uma maneiras de ludibriar incautos para levar vantagem sobre seu despreparo quanto à jogatina financeira. Aprende-se o absurdo de ser competição o ideal para a vida em sociedade como afirma o Frankenstein americano da bunda branca Henry Kissinger. Nem mesmo Francis, o burro que falava dos filmes antigos admitiria que comunidade alguma haveria de se dar melhor brigando pelos meios de subsistência do que compartilhando-os harmonicamente.   

   Pensar sobre a vida faz perceber a existência de uma plêiade de papagaios de microfone assalariados por empresas privadas com verbas públicas para transformar mentira em verdade. Como povo não pensa por si, uma vez que a educação lhe ensinou que falsos líderes pensam por ele, é indiferente às mazelas que o vitimam e que são arquitetadas pelos seus algozes, os Bezos e Hangs do sistema financeiro, praia de bandidos chamados de banqueiros que extorquem a sociedade com voracidade verdadeiramente sanguinária, o que também acontece nas comunidades bisonhamente chamadas de civilizadas como se vê do livro A Hidra Mundial, de François Morin, sobre a ação de banqueiros e bancos, não obstante serem abençoados pela trupe de puxa sacos do sistema:“... as autoridades judiciárias dos Estados Unidos, britânicas e a Comissão Europeia têm multiplicado as investigações e as multas que demonstram que vários bancos – especialmente onze deles (Bank of América, BNB Paribas, Barclays, Citigroup, Credit Suisse, Deustsche Bank, Goldman Sachs, HSBC, JP Morgan Chase, Royal Bank of Scotland, UBS) organizaram de forma sistemática acordos de formação de quadrilha”. 

Como água limpa (quando havia) no meu copo de cristal de tomar Blue Label, embora pareça infindável o número de problemas que infelicitam a humanidade, é tudo facilmente perceptível desde que se disponha a pensar. Ao fazer isto, percebe-se que a fim de serem enganadas, as pessoas devem ser mantidas na ignorância. É só isso e nada mais. Coisas como baixo aproveitamento e evasão escolar, toupeiras intelectuais transformadas em celebridades milionárias e professores amargando necessidades, tudo isso é parte de um esquema monstruoso que vem tendo sucesso absoluto em fazer do povo completo idiota. 

Nessa pátria de deus, então, a coisa parece mais feia que em qualquer lugar como se vê neste trecho do livro de Eduardo Bueno, A Coroa, A Cruz E A Espada, na página 35, sobre como era exercida a política portuguesa que foi trazida para esse recanto da América Latrina e que orienta a humanidade como mostram a pose e a vida faustosa de seus falsos líderes:

“Embora recebessem altos salários, muitos burocratas engordavam seus rendimentos com propinas e desvio de verbas públicas. Inúmeras evidências permitem afirmar que, na Península Ibérica, a máquina administrativa não era apenas ineficiente, mas corrupta. Outra de suas características mais notórias é que o número de funcionários destacados para o cumprimento de qualquer função revelava-se, na maioria dos casos, bem superior ao necessário para a realização do trabalho. Em Portugal, tanto a justiça quanto a Fazenda encontravam-se nessa situação. A Casa de Suplicação (tribunal de última instância), permanentemente sobrecarregada de processos, era famosa pela lerdeza e avareza de seus magistrados. Já a Casa dos Contos, núcleo de controle das receitas e despesas do reino, era alvo frequente de investigações oficiais, geralmente incapazes de evitar as fugas de prestação de contas. As autoridades judiciais e fiscais que, a partir de março de 1549, iriam desembarcar no Brasil com a missão de instalar o Governo-Geral enquadram-se nesse perfil. O Ouvidor Geral, uma espécie de ministro da justiça, desembargador Pero Borges, e o provedor-mor, espécie de ministro da Fazenda Antônio Cardoso Barros, além de ganharem bastante bem e terem obtido seus cargos graças a indicações nos meandros da Corte, desempenhavam suas funções assessorados por contingentes de funcionários em número sem dúvida desproporcionando para as coisas do governo. Além disso, ambos – Pero Borges antes de vir para o Brasil e Cardoso de Barros depois – foram acusados de desviar dinheiro do Tesouro Régio. Quanto ao primeiro bispo do Brasil, Pero Fernandes Sardinha, ele provocaria uma onda de indignação na colônia ao perdoar os pecados dos fiéis em troca de dinheiro”.

Como se vê e como já foi dito, para que o mundo seja melhor só falta à humanidade pensar. 



segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

ARENGA 635

 

Às duas da madrugada, depois de uma xícara de café forte com uísque no lugar de açúcar e da leitura do livro Ciência Política, Estado e Justiça, no qual Jônatas Luiz Moreira de Paula, em 536 páginas discorre sobre o que pensaram cerca de uma centena de pensadores a respeito da sociedade humana, novos pensamentos ocorreram a respeito de ser totalmente inútil a intelectualidade dos intelectuais no tocante à melhor maneira para se viver bem. Não obstante o elevado conhecimento de todos os pensadores mencionados no livro em questão, de Sócrates ao mais atual, absolutamente nenhum deles foi capaz de trazer luz sobre o motivo pelo qual a humanidade apesar de constituída de seres pensantes vive de modo tão infeliz que é como se não pudessem pensar para chegar à conclusão de estar vivendo do mesmo modo como vivem os seres desprovidos de raciocínio que se limitam a trabalhar, comer, descomer e reproduzir. Apesar de nenhuma dificuldade oferece a compreensão da realidade de ser a estupidez a única causa que impede a humanidade de viver sem tantos sofrimentos, mil e dois arrodeios giram os argumentos sobre a questão. Como poderia a comunidade humana viver melhor com Bezos e Hangs acumulando em suas mãos usurárias fortunas incalculáveis com objetivo único de satisfazer um egoísmo mórbido só justificado pela falta de sensibilidade social? A riqueza existente é produzida por quem trabalha e não pelos proxenetas que especulam no mercado financeiro e em benefício de toda a comunidade deve ser gasta em vez de ficar a mercê da avareza de Reis Midas.

O espelho que reflete a alma da sociedade, a imprensa, está a refletir uma alma tão desequilibrada quanto a de uma sociedade industrial na qual os responsáveis por trabalhos inferiores como coleta de lixo merecessem maior reconhecimento da parte dos sócios do que o reconhecimento dispensado aos responsáveis pelo trabalho complicado de produção e administração. É como está estruturada a sociedade humana. É de todo inadmissível que toupeiras intelectuais sejam agraciadas com a condição celebridades e direito a padrão de vida recusado a executores de tarefas nobres.  

O porquê desta inversão de valores deve merecer o melhor da atividade intelectual dos intelectuais. Não obstante ser aí onde está o cerne da infelicidade humana, nenhum pensador se dedica a esclarecer o motivo pelo qual iletrados chutadores de bola ou cantadores e requebradores de quadris atraem multidões ao passo que importantes questões relativas ao bem-estar presente e futuro são simplesmente ignoradas. Por que Pelé é mais conhecido que Paulo Freire? Esta questão envolve tanta coisa que ao serem esclarecidas o mundo tomará feição totalmente oposto à que tem.

Por que pensadores não pensam sobre isto? Muitos, como se sabe, a exemplo do Frankenstein americano da bunda branca Henry Kissinger,  prostituíram suas consciências recebendo riqueza em troca de falsas opiniões. Outros, certamente, por receio de perseguição a exemplo de Marx, Paulo Freire, Luther King, Marielle Franco, Julien Assange e quantos mais que se indispuseram contra a instituição da injustiça social, receosos de terem o mesmo destino. se omitem. No entanto, em vez do é preciso fazer isso e aquilo, tão comum na imprensa apenas a título de cumprir o dever de falar ou escrever, o que é realmente preciso é se debruçar sobre o fato de estar o mundo nas garras peçonhentas de avaros reis midas cuja atividade especulativa, ou seja, agiotagem, lhes rende maiores vantagens do que o trabalho produtivo. Se todos precisam comer, morar, vestir, ter assistida sua saúde, segurança e educação, atividades que demandam trabalho, como explicar que atividade meramente especulativa ou a agiotaria rendam melhores frutos?

 Não pensar, como recomenda a religião, é mel na sopa para este tipo de cultura do absurdo e da malandragem instituída pelos parasitas que mudaram de mala e cuia para o poder político de onde engendram artimanhas como leis que legalizam o banditismo e invertem o faroeste americano para fazer do bandido mocinho.

Para a malandragem política e para o estelionatário, nada pode ser mais conveniente do que a indiferença do lesado. Desta forma, enquanto o povo lesado pela malandragem política se esbaldo no axé, nas igrejas e no futebola, correm livres e soltas as fraudulentas emendas parlamentares, verbas de gabinete, cartões corporativos, orçamento secreto, semana de três dias para parlamentares, caviar e vinhos finos para "autoridades" de diversas instituições, licitações fraudulentas e etc., etc., e bota etc. nisso.

A propósito de contrassenso, veja-se esta pérola: São Paulo afirmava que o homem é pecador por natureza. Ora, se foi deus que fez a natureza, não como não admitir ter sido deus quem fez o pecado que é por ele condenado. Assim, se o mundo está mal, credita-se este mal à falta de raciocínio que elimina qualquer diferença entre humanos e bichos. Portanto, juventude futucadora de telefone, admiradora de “celebridades” e indiferente ao futuro dos filhos, tá na hora de pensar na vida.

 

sábado, 18 de dezembro de 2021

ARENGA 634

 

Sendo este um cantinho de pensar, novos pensamentos fizeram concluir pela necessidade de trazer alguma luz sobre a questão de saber qual seria o destino de uma sociedade formada por pessoas que foram educadas para ser egoístas, desonestas e totalmente desconhecedoras do que seja responsabilidade cívica que faz os que maiores riquezas têm serem os que menos impostos pagam.  A conclusão a que se chega é que uma sociedade assim tem necessariamente de ser do jeito que é a sociedade humana: infeliz por ser totalmente desorientada e indiferente a seu estado de desgraça que não obstante a imensidão, em função de tantos festejamentos e alegrias de bobos, é como se não existisse.  A infelicidade humana, em vez de ser combatida, é aceita conformadamente. As pessoas se negam a participar de um esforço no sentido de evitar sofrimentos passíveis de serem evitados como, por exemplo, os sofrimentos decorrentes da ignorância. O comportamento humano se assemelha ao do urso macho que na tentativa de matar o filhote (comportamento normal entre algumas espécies animais a fim de apressar o cio da fêmea) entrou em luta em com a mãe do filhote e ambos, macho e fêmea, despencaram no despenhadeiro. Não é diferente o comportamento de quem se deixa influenciar pela indústria do turismo e esvoaça mundo afora espelhando doenças fatais que proliferam em virtude da ação predatória da natureza executada pelos biltres humanos.

Acreditando que de criaturas celestes depende seu destino, deixam os seres humanos de cuidar de si para deixar sua qualidade de vida e mesmo a própria vida a cargo de divindades e  falsos líderes. Tamanha é a incapacidade de questionamento dos bichos humanos que disto se beneficia a má política e a religião que impede a humanidade de tomar em suas mãos o seu destino, permanecendo apegada à mesma crendice do homem primitivo originada do medo do desconhecido ante a grandeza dos fenômenos naturais.  

Este trecho copiado do primeiro volume de História da Civilização Ocidental, de mestre Edward McNall Burns, mostra a ingenuidade que evoluiu para a crendice na qual ainda hoje se apegam os seres humano:

“O mais antigo dos cultos era o mitraísmo, nome que se deriva de Mitra, o principal lugar-tenente de Mazda na luta contra as forças do mal. Mitra, a princípio apenas uma divindade menor da religião zoroástrica, encontrou finalmente agasalho no coração de muitos persas como deus mais merecedor de oração. A razão dessa mudança foi, provavelmente, a auréola emocional que cercava os acidentes de sua vida. Acreditava-se que nascera num rochedo em presença de um pequeno grupo de pastores, que lhe trouxeram presentes em sinal de reverência pela sua grande missão na terra. Passou então a sujeitar todos os seres vivos que encontrava, conquistando e tornando úteis ao homem muitos deles. Para melhor desempenho dessa missão, fez um pacto com o sol, obtendo calor e luz para que as plantações pudessem florescer. O mais importante de seus feitos, foi, contudo, a captura do touro divino. Agarrando o animal pelos chifres, lutou desesperadamente até forçá-lo a entrar numa caverna, onde, em obediência a uma ordem do sol, o matou. Da carne e do sangue do touro provieram todas as espécies de grãos e outras plantas valiosas para o homem. Mal esses feitos foram realizados, Ahriman provocou uma seca na terra, mas Mitra enfiou sua lança numa rocha e as águas dela borbulharam. Em seguida o deus do mal mandou um dilúvio, mas Mitra mandou construir uma arca para permitir a salvação de um homem com os seus rebanhos. Depois de terminados os seus trabalhos, Mitra participou de um festim sagrado com o sol e subiu aos céus. No devido tampo voltará e dará a todos os crentes a imortalidade”.

Apesar de o tempo convencer mais que a razão, segundo garante com propriedade mestre Thomas Paine, o decorrer do tempo ainda não foi capaz de convencer a humanidade de que sua ingenuidade faz dela incapaz de chegar à conclusão de que só dela mesma e de nada mais depende sua maior ou menor infelicidade. Decorridos milhares e milhares de anos, ainda hoje a humanidade  espera inutilmente pela volta de ser divino e imaginário que a redima de males dos quais cabe a ela se livrar mediante uso da inteligência.


    

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

ARENGA 633

 

Se cada dia que chega encontra o brasileiro mais infeliz do que estava no dia que se foi, então, é a exuberância do ridículo desse povo mais reles do mundo que explica a espera de que o ano a chegar lhe traga melhores condições do que as que lhe trouxe o ano que passou. Afinal, o ano é o resultado da somatória de trezentos e sessenta e cinco dias infelizes e mais um de lambuja a cada seis anos.

Quando se trata de ridículo, ninguém supera o brasileiro. nem mesmo no tocante a divindades. Se no Estado Teocrático as autoridades se faziam respeitar como representantes da vontade divina, no nosso Estado Teocrático as autoridades não merecem um pingo sequer de respeito porque se auto desmoralizam de forma tão espetacular que não podem aparecer em público sem voltar para o luxo de suas mansões pagas pelo povo sem levar impropérios do mais baixo calão que o vernáculo comporta. Como a questão do ovo e da galinha, resta saber se o ridículo maior está no povo que dá vida mansa às autoridades de araque ou se está na pose das falsas autoridades que nada têm de autoridades responsáveis pela criação e zelo de normas que assegurem estabilidade social, missão para a qual existem, uma vez que são elas as autoridades entre aspas as maiores transgressoras destas normas.

Mas o ridículo do brasileiro supera qualquer outro ridículo. Se o ridículo das pessoas do mundo ridiculamente chamado civilizado faz delas tão imbecis que dão dinheiro a ignorantes de responsabilidade cívica para ser esbanjado em especulação espacial, construção de mortíferas máquinas de destruição, o ridículo do povinho desse recanto da América Latrina o faz dar dinheiro a jogador de bola para dar gorjeta de cem mil reais a uma garçonete, enquanto um trabalhador recebe mil por um mês inteiro de trabalho.

Como a finalidades deste cantinho de pensar é pensar, ocorreu de pensar o seguinte: qual será o destino de uma sociedade (a humana) formada por indivíduos educados em criança para se tornarem seres egoístas, avaros e sem noção do que seja responsabilidade cívica?

 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

ARENGA 632

 

Assusta a docilidade com que os seres humanos se submetem a desmandos. Ou não dá o que pensar o fato de haver pobreza se não precisa haver pobreza? A degradação política a ponto de haver orçamento secreto, demonstrando claramente assombroso assalto ao erário sob a mais completa indiferença pública é algo estarrecedor porque sendo do erário que depende tudo, escola, saúde, segurança, educação e comida na mesa, como ser indiferente ao desbaratamento da riqueza pública pela ratazana do banditismo político?

O servir sem questionar constitui objeto de estudo da parte de intelectuais que o denominam de servidão voluntária. Mas como a atividade de pensar é a razão de ser deste cantinho de pensar, o assunto é tratado aqui considerando não ser de vontade própria que alguém se submete à servidão, visto ser da própria natureza o sentimento de liberdade. Como afirmou mestre Rousseau no Contrato Social, todos nascem livres e a liberdade lhes pertence. Renunciar a ela, conclui mestre Rousseau, é renunciar à própria qualidade de homem. E, continua o mestre: apesar de ter nascido livre, por alguma razão, o homem acaba perdendo à liberdade. Tais ponderações nos leva à conclusão de que se renunciando à liberdade para se submeter às várias modalidades de servidão, entre as quais a do emprego, o homem renuncia também à condição de homem, logo, assemelha-se inevitavelmente ao burro-de-carroça. Tal conclusão leva a outra: a possibilidade de estar aí a causa da infelicidade humana visto que união de burros-de carroça não dá origem a sociedade na qual seres humanos possam sentir-se bem. Como pensamento atrai pensamento, a partir daí se conclui ser desperdício de tempo ater-se a problemas de fome, injustiça, excesso de pobreza ao lado de excesso de riqueza, violência, doenças, miséria, inflação, banditismo político, se tudo que há de errado se deve ao fato de tratar-se de reunião de manada de burros-de-carroça e não de seres pensantes.

Não há vários problemas. Há apenas um: desconhecer que tudo tem origem na incapacidade de racionar para que se conclua haver necessidade de reconhecer a realidade de se viver de forma totalmente adversa às exigências indispensáveis à vida comunitária porquanto vive a humanidade dentro de uma cultura tão estúpida que segundo ela quem tem garras maiores subjuga quem as tem menores. O que resulta desse destrambelhamento monumental é haver na mesma sociedade quem tenha posses infinitamente mais do que precisa e quem nada tenha além de necessidades.

Nunca que poderá ter sucesso a sociedade humana se estruturada sobre tais bases. Papagaios de microfone esgoelam impropérios contra criminosos infinitamente menos danosos à sociedade do que autores do crime de fomentar a ignorância responsável pelo demais crimes. Orientados pelo instinto e não pela inteligência, como é natural no burro-de-carroça, os responsáveis pela administração pública são orientados pela astúcia que só vai até a obtenção da vantagem, diferentemente da inteligência que vai até as consequências decorrentes da obtenção da vantagem. A história é farta em demonstrar fatos trágicos por falta de planejamento inteligente o bastante para reconhecer a realidade de não se poder viver em sociedade cuidando cada um de interesses exclusivamente individuais, ignorando a existência da vida coletiva.

Usando de astúcia, engendrou-se uma tramoia satânica tão maleficamente bem engendrada que embora servindo, acredita-se estar sendo servido. O emprego materializa esta realidade. As imensas fortunas dos Bezos e Hangs da vida, como demostrou o velho e sábio Marx, razão pela qual é odiado pelos ajuntadores de riqueza, não obstante serem feitas pelos empregados, agradece-se a deus quando se tem oportunidade de se tornar mais um dos construtores da riqueza destes monstros de cuja boca escorre baba de dragão.

Vive-se tão alheio à realidade que um trabalhador recebe mil reais para trabalhar um mês enquanto um jogador de bola dá gorjeta de cem mil reais a uma garçonete sem que isso chame a atenção de ninguém. É nesta indiferença que se encontra a fonte de onde brota a aceitação pacífica do servilismo, cabendo, pois, em nome da racionalidade, superar o desinteresse pela vida como única maneira de se alcançar a civilização verdadeira.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

ARENGA 631

 

Do ponto de vista do pensador Eduardo Galeano, utopia seria um sonho irrealizável. Serve apenas para não deixar apagar a chama da esperança em dias melhores. Do pondo de vista de outro pensador, o Thomas More, que inventou uma sociedade humana bem-sucedida, seria um sonho inteiramente realizável, no que tinha razão.  Se sociedades de vários tipos como comerciais e até sociedades voltadas para o crime são bem-sucedidas, para ter sucesso uma sociedade formada pela comunidade humana nada mais é preciso do que observar os procedimentos adotados pelas sociedades bem-sucedidas, como rigor na aplicação do capital e pronto! Resolvida a questão. Tudo de que carece a humanidade e bom senso na distribuição da riqueza pública. Para tanto e antes de tudo é preciso ter consciência de ser do dinheiro e não de divindades nem de falsos líderes que depende o bem-estar social. Outro elementos imprescindível ao sucesso da sociedade humana é verdade. É por se basear em mentiras, sendo a mais prejudicial delas a afirmação de  haver maior vantagem na competição do que na cooperação para a vida social. Sem que o elemento sinceridade seja rigorosamente observado pelos membros, qualquer sociedade estará fadada ao fracasso. O sucesso das organizações religiosas que apesar de terem a falsidade por base parece serem eternas é mera ilusão. A eternidade delas não passa de engano visto que um ou dois milênios para a eternidade é como se fosse um segundo para nós. Estão aí as antigas religiões de gregos, romanos e nórdicos transformadas em mitologias.

Aliás, os gregos que contribuíram com os maiores pensadores da história do mundo nos dão provas de que a religiosidade constitui empecilho ao desenvolvimento intelectual e, portanto, ao avanço civilizatório, visto terem sido os eles o primeiro povo na história do mundo a buscar outra explicação para a criação do universo independente de divindade.     

Fora de qualquer dúvida, pois, não se poder abrir mão da verdade e sinceridade no relacionamento entre as pessoas para que a sociedade utópica se torne real. Se a sociedade contemporânea vai de mal a pior, deve-se a inconsequências como a afirmação e prática de que o desenvolvimento econômico significa bem-estar social. É o que mostra estre trecho do economista e escritor Eduardo Moreira no livro em Economia do Desejo: “...da década de 1960 à de 2010 a quantidade de riqueza gerada no mundo (PIB Global) multiplicou-se por mais de oito vezes. Se, mesmo multiplicando a quantidade de riqueza gerada no mundo por tantas vezes (o que levou a vários recursos naturais darem sinais claros de esgotamento), temos ainda metade da população vivendo em situação de pobreza, como imaginar um mundo capaz de oferecer os recursos naturais necessários para tirar toda a população dessa situação?”

Não obstante ter mostrado capacidade de raciocinar há pelo menos três milhões de anos ao usar lascas de pedra como arma, permanece a humanidade incapaz de sair do barbarismo e se projetar na verdadeira civilização. E por culta de quem ou de que? De viver em falsidade. Esta questão foi levantada por grandes pensadores. Há mais de dois mil anos Platão avisava que ser governado por pessoas inferiores é a penalidade por se recusar a participar da política. Robert Green Ingersol, há mais de duzentos anos lembrava a quem acredita em deus que eles deveriam questionar a falta de fundamento da recomendação de não se discutir os assuntos divinos porque se o deus deles lhes deu um cérebro é para pensar. Caso contrário, seria o mesmo que proibir os pássaros de voar depois de lhes ter dado asas.

Por fim, quanto à imprescindível necessidade de se pensar a respeito da vida em vez de seguir tradições, deixamos aqui o capítulo intitulado A IGNORÂNCIA, do livro Falando Francamente, do pensador Vinicius Bittencour: “O flagelo da humanidade não é a peste, a guerra, a fome, a idolatria, a corrupção ou o crime. O flagelo da humanidade é a ignorância. Sem ela, essas calamidades não existiriam ou seriam drasticamente reduzidas. Apesar disso, o homem foge dos livros como o diabo da cruz. Reencarnando os párias, os impuros ou os intocáveis da velha Índia, nossos professores vivem na miséria. Os rebentos das classes abastadas desperdiçam o tempo com televisão e jogos eletrônicos. Os das classes pobres não têm livros, escolas, professores, nem motivação para estudar. Por toda parte alastra-se a ignorância. E nela se cevam os políticos, os curandeiros, os pastores de almas, os publicitários, a mídia eletrônica, a corrupção e o crime. A peste não existe onde há saneamento básico, assepsia, higiene. Na Idade Média, entretanto, a peste era atribuída a sortilégio e combatida com exorcismos. Em vez de matar os micróbios, cuja existência desconheciam, nossos antepassados matavam as feiticeiras. A guerra seria evitável se os povos não fossem ignorantes. Como disse Frederico, o Grande, se os soldados raciocinassem, abandonariam o comandante na primeira esquina. A fome não ocorre onde não há latifúndios improdutivos ou explosão demográfica. O fanatismo desaparece quando a sabedoria arranca a máscara dos ídolos ou sacode seus pés de barro. A corrupção elimina-se com a vigilância, a efetiva aplicação das leis e a transparência dos atos administrativos”.

Como se vê, tudo depende de bancar o inteligente em vez de burro. 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

ARENGA 630

 

Adultos têm comportam de criança  quando se descontrolam no momento em que a bola passa pelo goleiro, um carro de corrida ultrapassa outro, compram feijão milagroso ou conversam com estátuas, momentos em que são tomados emoção forte o bastante para tirá-los do sério, desconhecendo que este procedimento na verdade ridículo independe de sua vontade tanto quanto o hipnotizado que sem ser ridículo procede como tal quando o hipnotizador determina. Não é por vontade própria que são indiferentes a coisas contrárias ao bom senso como, por exemplo, a substituição dos bons pelos maus costumes não obstante o malefício decorrente para os filhos.

E não podem mesmo saber o motivo pelo qual agem de modo irracional porque seu raciocínio se encontra sob influência que independente de sua vontade. 

Quem se mantem lúcido percebe algo de errado no comportamento humano. A série O Império Romano na Netiflix mostra que para confundir o raciocínio da plebe romana, evitando que ela sentisse o efeito da má política desempenhada pelo imperador Calígula, desperdiçando o dinheiro público, ele fortaleceu o pão e circo revigorando os espetáculos no Coliseu das lutas entre gladiadores. Com isso, a turba era tomada da euforia tamanha que esperneava de alegria, indiferente a tudo o mais. Mulheres, eufóricas, desnudavam os seios e, aos berros, saudavam o gladiador que trespassava o adversário com a espada. Na atualidade, o Coliseu foi substituído pelos estádio de futebola onde, do mesmo jeito, a turba berra, esperneia e as mulheres dão jeito de acontecer.

A humanidade recusa evoluir mentalmente. Evolui na arte de matar, orar, dançar, inventar modalidades de jogo e roubo. No que diz respeito a elevação espiritual, entretanto, nega-se terminantemente a avançar. De tolice em tolice é que os seres humanos adotaram a cultura de desenvolvimento econômico que além da insensatez de produzir riqueza para poucos e pobreza para muitos, custa a destruição dos recursos naturais, consequentemente, a impossibilidade de vida para os próprios seres humanos.

No afã de repassar às inocentes vítimas do pão e circo algo do que nos ensinam os Grandes Mestres do Saber é que este cantinho de pensar vai de encontro a demonstrações de ingenuidade de quem nega a necessidade imperiosa de fazer com que a evolução material seja acompanhada de evolução mental. Negar esta realidade corresponde a ser tão inocente quanto quem acredita que a humanidade tem origem num casal formado por um Adão feito de barro e uma Eva feita da costela dele, quando, na realidade, basta nossa semelhança com as espécies inferiores para mostrar que resultamos da evolução de alguma delas como afirma a ciência.

A falta de discernimento humano desponta, por exemplo, ao levar à exuberância atividades lúdicas, atribuindo-lhes maior importância que as atividades das quais dependem não só o bem-estar, mas também a vida. Sendo alegria o objetivo do divertimento, demonstração de alegria quando se está em perigo só a idiotia pode justificar. Assim, a exuberância dos espetáculos circenses denuncia perigoso estado de afetação mental ou idiotia.


 

 

sábado, 4 de dezembro de 2021

ARENGA 629

 

Para não ser obrigada à tarefa irrealizável de evitar pandemias, limpar as águas, o ar e repor a fertilidade dos solos a juventude mundial precisa exorcizar de suas mentes o espírito maligno do pão e circo que não só transforma adultos em crianças e anula a vivacidade mental dos jovens transformando-os em analfabetos políticos de tamanha obtusidade que nem lhes desperta a curiosidade o motivo pelo qual outros jovens com infinito menor esforço viram celebridades e têm seus nomes em manchetes na imprensa mundial ganhando montanhas de dinheiro para chutar bola. Estupidez não é próprio da juventude. Algo de espantosamente grave acontece com os jovens para torná-los tão apáticos ao seu futuro e dos seus descendentes seriamente ameaçado pela indiferença da juventude com os absurdos que acontecem no mundo. Tal como acontecia em tempos imemoriáveis, ainda hoje a humanidade não percebe ser impossível deixar seu destino a cargo de falsos líderes. Por toda canto ouve-se e se lê que é preciso fazer isso, fazer aquilo e mais aquilo quando a única coisa que é preciso fazer é despertar a juventude que é a força viva do mundo para a irrealidade em que está envolvida.

Se nas sociedades tidas como civilizadas seus falsos líderes levam os jovens a se estraçalharem nas guerras, nos recantos do mundo como aqui em nossa américa latrina chega-se al absurdo de terem as autoridades às quais caberia o exercício jurisdicional assumido papel político para cuja desempenho é exigida escolha por meio de votação popular.

A alienação dos jovens permite que afeta o mundo sobressai espetacularmente em nosso país faz com que sejamos tão infelizes que o patriotismo de suas autoridades, tanto quando a moral e hombridade, sempre estiveram à venda, e a justiça esteja totalmente desmoralizada posto que, como foi dito, encontra-se contaminada pela politicagem. Tão desonradas estão nossas autoridades que eminente político (para os padrões brasileiros) que foi prefeito da segunda cidade mais importante do país, o Rio de Janeiro, foi recusado com justa razão pela África como embaixador brasileiro naquele país visto serem nossos assuntos políticos tratados nas páginas policiais.

A ausência de amor próprio do brasileiro o faz semelhante ao marido que fecha os olhos para a promiscuidade sexual da mulher, quando, segundo nossa cultura, do ponto de vista do homem honrado, seu papel deve ser pegar o boné e ir embora, sem, contudo, negligenciar o cuidado com filhos. Mas o brasileiro desconhece o que é vergonha na cara e à juventude cabe a tarefa de consertar o que está a clamar por conserto como, por exemplo, o fato de ser a criança brasileira educada para se tornar adulto isento do nobre sentimento de honradez, realidade materializada na irresistível imitação por inveja das coisas dos outros países em detrimento de sua pátria. Desta forma, o que realmente é precisos fazer é despertar nosso juventude para a tarefa de fazer com que nossa sociedade passe a ter a dignidade que nunca teve para que possa ser merecedora de respeito pelos bons exemplos que venha a dar às outras sociedades em vez de sermos merecedores descomposturas como a de musa política Heloisa Helena quando da tribuna do senado bradou corajosamente que aquele senado não merece respeito porque não se faz respeitar. Um viva para Heloisa Helena e que a juventude se mire em seu caráter.

 

domingo, 28 de novembro de 2021

ARENGA 628

 

Sendo aqui um cantinho de pensar, sempre tem um pensamento pensado para compartilhar com os gatos pingados que devorteiam por aqui para não desmentir a opinião de quem afirma haver no mundo bobo prá tudo. O que me fez garrar a imaginar desta vez foi o porquê de ter outro leitor de jornal saído de borduna e xingamento prá cima de mim quando opinei contrariamente à nomeação do pastor para a mais alta corte de injustiça. A discordância se deveu à exigência de notório saber jurídico e não de notório saber sobre deus. Todo caso, se o STF abriga ETs cujas capas lhes dão a aparência de besouro rola-bosta, por que não também um vendedor de feijão santo?

 Mas, sendo inocente o religioso porquanto  a religiosidade cai em desuso a cada dia, sendo predominante em recantos onde maior seja o atraso mental, não seria realmente de se discordar da nomeação de um religioso? Já não é tempo de se concluir não haver mais espaço para a crendice, perceber que tudo isto não passa de monumental farsa, se  os representantes de deus não contam com nenhuma proteção divina vez que se adoecem procuram os hospitais e têm sua segurança física assegurada por carros blindados? Que é verdade a evolução de espécie inferior para superior se é absoluta nossa semelhança com os bichos? Que são inúteis as orações do Papa vez que quanto mais ele ora pela paz mas recrudesce a violência? Que é fazer papel de bobo conversar com estátua e comprar feijão milagroso? Faz-se necessário despertar para o fato ser bem outra a realidade que procuram nos fazer crer. Na página 19 do livro A gênese, Allan Kardec emite a opinião de que uma revelação implica em passividade tão absoluta que deve ser aceita independentemente de verificação, exame, discussão. Ora, é não pensar, ponderar, meditar e raciocinar sobre o que é dito o que interessa àqueles que se acreditam em situação tão confortável que temem mudança. Como é apenas gatos pingados em situação confortável, estando a maioria absoluta em situação desconfortável, faz papel de bobo quem se deixa levar pela fala mansa e traiçoeira dessa gente. Vamos despertar para a realidade ó juventude!

 

 

 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

ARENGA 627

 

Uma semana depois de completar oitenta e cinco anos e dormir por quase cinco horas, despertei às duas da madrugada, engoli o comprimido de dor de estômago, contribuindo com a primeira parcela do dia para riqueza dos Bezos da Indústria Farmacêutica, e abri o livro Economia do Desejo de Eduardo Moreira. Pulei o prefácio que é puro intelectualismo chatíssimo e passei à introdução onde vi o seguinte: “Agora, finalmente, estamos nos colocando seriamente a perguntar se de fato é necessário existir as chamadas ‘classes baixas’ da sociedade: ou seja, se é preciso existir um grande número de pessoas condenadas desde seu nascimento a um trabalho duro, para prover a outros os requisitos de uma vida refinada e privilegiada; enquanto eles próprios são proibidos, por sua pobreza, de ter qualquer fatia dessa vida”.

Embora já tivesse lido antes, foi desta vez que isto me despertou perspectivas de novidades a serem acrescentadas às bobagens destas arengas que passo a registrar com tamanho entusiasmo como se isto pudesse despertar na juventude pensamentos capazes de levar os jovens à conclusão de que algo precisa ser feito em prol de seus descendentes condenados a integrar a maioria que se sacrifica para dar vida regalada a parasitas, comportamento de burro-de-carroça. Inexiste justificativa para se concordar com a realidade de terem algumas pessoas se apoderado de exorbitantes quantidades dos recursos indispensável à sobrevivência, deixando, desta forma, sem meios de sobreviver a grande maioria, principalmente por ser esta grande maioria quem produz estes recursos. Como haver justificativa para o fato de produzir para que outros desfrutem?

Não é mais possível no presente estágio da evolução humana manter-se a humanidade apegada aos padrões de centenas ou milhares de anos atrás. Na página 693 do segundo volume de História da Civilização Ocidental, de Edward Mac Nall Burns, lemos o seguinte: “Um clérigo inglês, escrevendo por volta de 1830, expôs o ponto de vista de que era uma lei da natureza o serem alguns pobres, a fim de que os misteres sórdidos e ignóbeis da comunidade pudessem ser desempenhados. Opinava que desse modo era muito aumentado o cabedal de felicidade humana, pois os mais delicados não somente ficam aliviados de trabalhos penosos e ingratos e daquelas ocupações ocasionais que os tornariam infelizes, mas também podem seguir as profissões que mais se ajustam aos seus diversos temperamentos e que mais úteis sejam ao estado”.

Ora, que diabo de raciocínio é este que relega seres humanos à condição de burro-de-carroça que dispensa o elemento dignidade? Sendo outros os tempos, também de ser outra a cultura. Não mais se justificam algumas forma de pensamentos ainda que de grandes pensadores como mestre Rousseau que segundo consta da página 21 do livro O Livro da Economia, afirmava que a propriedade deve ser privada porque as pessoas não poderiam ser generosas se não tiverem alga para dar, o que implicaria n existência de quem para viver tenha de depender da generosidade de outrem, o que está fora de qualquer lógica do ponto de vista de sociedade cuja existência exige comunhão de condições de vida.

O que acontece com a humanidade é que o tempo passa e ela não acompanha. Não adquire experiência bastante para saber quando mudar como muda o tempo. Ao contrário, permanecem os seres humanos agrilhoados a carcomidas ideias de antanho, submissa a preconceitos, crendices e regras inteiramente defasadas. A escravidão, por exemplo, apenas na forma foi abolida porque o emprego á também uma forma de escravidão, realidade a que se chega aprendendo os ensinamentos de velho e sábio Marx. Mas a humanidade é tão burra que se deixa levar por seus exploradores e abominam as ideias daquele sábio pensador.


 


 

 

 

 

 

 

 

 

   

domingo, 21 de novembro de 2021

ARENGA 626

 

“Quanto mais alto nos elevamos, menores parecemos aos olhos de quem não sabe voar” (Nietzsche). Assim é que tirando fora os gatos pingados que sabem voar mentalmente, os demais economistas do mundo não sabem ou fingem por conveniência não saber voar para ver do alto as causas de todos os problemas que afligem a humanidade sobre os quais tanto tergiversam infinita e inutilmente porque a tal da economia não foi e nem será capaz de fazer com que todos tenham qualidade de vida.

Assim como há políticos para todos os preços, há economistas para todas as vontades dos parasitas que vivem à custa do trabalho alheio. Desde economistas pés-de-chulé a serviço dos agiotas do sistema financeiro parasitário fingindo em programas de rádios receberem pedidos de orientação financeira de pobres diabos até  economistas que apesar de considerados sérios e competentes são incapazes ou por alguma conveniência fingem não saber que todo o mal que aflige a humanidade se resume na irracionalidade do uso da imensa riqueza existente no mundo. Ao contrário de náufragos em um barco que estabelecem regras rígidas para o uso dos recursos de que dispõem, no barco Terra no qual se apinha a humanidade e ainda existe o problema da reprodução, ao contrário, permite-se que Bezos e Hangs açambarquem para si sós tantos recursos quanto queira sua avidez mórbida independentemente das necessidades dos demais. É na falta de rigorosa observação do uso racional dos recursos existentes a causa dos transtornos que com raríssimas exceções os economistas não percebem ou fingem por conveniência não perceber ser o nó górdio da infelicidade humana.   

Não raro, por obra da prostituição da consciência, economistas chegam ao desplante de afirmar estar no agrobiuzinesse a salvação do Brasil. Que raio de salvação seria esta se o agribiuzinesse produz riqueza para ser usada na agiotagem dos proxenetas do sistema financeiro, deixando atrás da exploração intensiva do solo e uso indiscriminado de venenos desertificação e cânceres? Isto é condenação em vez de salvação.

A humanidade estará condenada a um eterno desassossego enquanto permanecer incapaz de perceber que em virtude de ser obrigatória a vida comunitária, as vantagens obtidas pela comunidade em vez de servir a todos os seus membros, serve a um grupinho de nada de parasitas que ganham o pão de cada dia com o suor da cara do povo imbecilizada, jamais utilizadas para assegurar qualidade de vida coletiva. Esse é o problema ao qual não se dá a atenção merecida.



 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

arenga 625

 

À primeira vista, a frase “insanos governam porque covardes toleram” parece conter infinita sabedoria visto que sem a obediência de quem se submete às insanidades de brutamontes travestidos de líderes não haveria governantes tão insanos a ponto de abandonar sua responsabilidade com seus governados que lhes garantem tripa forra e vida suntuosa deixando-os ao leu para se juntar aos Bezos e Hangs do mundo com os quais formam uma casta tão privilegiada que se coloca fora do alcance das leis que obrigam as demais pessoas.

Porém, procedendo de acordo com a sábia orientação para que se purifique as informações antes de acatá-las como verdades, conclui-se não ser bem assim. A não rejeição à política praticada por governantes insanos em todo o mundo, da qual resulta a desgraça que infelicita a humanidade, sem maiores conjeturas pode levar realmente à conclusão de se tratar de covardia conformar-se com ela. Mas, na verdade, se o jugo nunca foi aceito sem despertar rebeldia é ser diferente de falta de coragem sua aceitação. Se covardia é incapacidade de superar o medo, superaram todos os medos estes jovens que matam e morrem tanto em busca de meios necessários à sobrevivência quanto aqueles que induzidos por por falsos líderes, sabujos da indústria de guerra, sacrificam-se nos campos de batalha. Portanto, se superaram o medo tanto os que enfrentam o aparato policial dos Bezos e dos Hangs quanto os que enfrentam supostos inimigos é porque não são covardes, cabendo, portanto, buscar outra explicação para a passividade com que se entrega o pescoço ao jugo.

Recorrendo ao ensinamento de mestre Platão, – O rumo que a educação dá à criança em seus primeiros passos determina o destino do adulto em que se transformará aquela criança –,  e observando que a educação na cultura vigente, contando com bênçãos divinas, orienta as crianças no rumo do conformismo com o sofrimento e da submissão aos desmandos, percebe-se ser a educação e não a covardia a causa da conformação.  Crianças educadas para se tornarem cidadãos e cidadãs em vez de religiosos, bailarinos de axé, torcedores e admiradores de “famosos”, “celebridades” e reis de pau oco jamais aceitariam governantes insanos e sem noção de honradez. Para evitar a possibilidade de virem as crianças a se transformarem em cidadãos e cidadãs é que se institui ensino religioso e se fomenta o pão e circo com verbas suficientes para acabar com a pobreza no mundo. Mas as notícias na imprensa dão conta de precariedade de recursos para educação e exuberância de recursos para festejamentos, copas do mundo, e salários fabulosos para promotores das brincadeiras nas quais se deixa envolver a atividade cerebral da humanidade.

 

sábado, 13 de novembro de 2021

ARENGA 624

 

Recusar a realidade de que o bem-estar depende unicamente da política é erro terrível em que a humanidade incorre com graves consequências. Quem superou a mentira e não procura passa adiante a verdade comete crime de omissão de socorro previsto na legislação penal. Escritores famosos premiados com o Nobel de literatura passam ao largo desse problema como se o desconhecessem. É aí onde está a fonte de absolutamente todos os infortúnios humanos. Não haverá paz no mundo sem que os desavisados tomem conhecimento de que o bom mocismo incutido nas crianças por Papai Noel, o conformismo incutido pela religiosidade, e a paixão pelas brincadeiras incutida pelo pão e circo constituem perigosa armadilha engendrada pela mente sinistra dos Bezos e Hangs do mundo, armadilha que em função de desconhecimento funciona com tamanha eficácia que atrofia a mente dos adultos e os induz a protagonizar espetáculos constrangedoramente ridículos do entusiasmo e alvoroço em terno de brincadeiras. Tanto é ridículo comportamento infantil em adultos quanto a indiferença ao desperdício de imensurável riqueza em monumentais terreiros de espetáculos circenses que deveriam ficar restritos à criançada em cuja mentalidade ainda não há espaço para preocupação.

Não há como deixar de reconhecer a necessidade de mostrar aos adultos o erro crasso em que incorrem deixando-se levar inocentemente pela armadilha que os leva a menosprezar a deterioração política que a fez virar notícia das páginas policiais. Moralidade, honestidade, sinceridade, honra e bom caratismo foram mandados para as cucuias. O que esperar de crianças criadas em tal ambiente? Sem qualquer sombra de dúvida, isto está resultando numa juventude desprovida de valores nobres e que por isso resultará em banditismo  e  autoridades que em vez de proteger a sociedade contra seus inimigos protegem os inimigos  contra a sociedade. Ou se extirpa a imoralidade da falta de ética na política ou será instalado o caos.

Pais, mães, avôs, avós, irmãos, irmãs, tios e tias, ante o descalabro em que nos encontramos, não devem nem podem ser indiferentes à absorção da política pelo banditismo. Não haverá salvação para o futuro das criancinhas de hoje se não estancar a sangria despudorada e impiedosa do erário, tratado como de ninguém porque é desse dinheiro que depende o futuro das gerações ora ainda em berços  agitando seus bracinhos e perninhas.

Este cantinho de pensar insiste em chamar a atenção para o perigo de viver sem se cogitar da realidade vivida. Apesar de estar fora de qualquer lógica levar a vida do mesmo modo de irracionais, é o que estão fazendo os seres humanos. A atividade policial, por exemplo, resume em pobres perseguindo pobres para matar. São vidas sacrificadas em defesa de uma suposta ordem pública que, na verdade, é uma desordem total. 

Em termos de avanço mental a humanidade está no mesmo ou em nível inferior ao de cerca de duzentos anos passados. Segundo a História, no início dos anos 1800, pipocou na Europa um movimento liderado por Joseph de Mainstre contra as ideias que deram origem à Revolução Francesa. Defendia a tese de que a crença na infalibilidade da igreja devia orientar os passos dos homens. Pois, apesar de tamanha idiotice visto que quanto mais orações maiores desgraças, o que se vê são imensas igrejas onde se ajuntam imensas multidões para orar em vez de fiscalizar como a política usa a riqueza da qual depende aquilo que procuram nas orações: bem-estar, paz e tranquilidade.

  


 

 

 

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

ARENGA 623

 

Sempre que morre alguém a falta de imaginação e inteligência da trupe de papagaios de microfone se torna ainda mais insuportável com a repetição enfadonha, cansativa e burra da “perda irreparável”. A única perda irreparável que existe é a perda causada de inteligência tomada que foi por tamanha estupidez que condena a humanidade a viver uma vida de sofrimentos em decorrência do comportamento de produzir riqueza para poucos e pobreza para muitos, insanidade que embora oposta uma vida social equilibrada, é enaltecida por infinita papagaiada de microfone. 

O mundo foi levado para bem longe da realidade. Falsidades incontáveis envolvem a humanidade de modo tão completo que a tira do sério a ponto de não saber que a atividade de viver é a mais importante de todas as atividades. Aí estão fenômenos climáticos a pôr em risco a sobrevivência humana no planeta sem que tão pavorosa perspectiva se faça merecedora de atenção por parte de nenhum grupo reunido em igrejas, maçonarias, centros espíritos, botecos ou qualquer outro lugar. A ninguém ocorre estar se concretizando a previsão de Thomas Malthus sobre faltar alimento para a humanidade. Se população do mundo pulou de l80 milhões para 460 milhões em pouco mais de cem anos, período que vai do fim da Revolução Francesa em 1809 ao começo da Primeira Guerra Mundial (1914), na direção oposta ao incremento populacional tem-se que a desertificação dos solos, o apodrecimento das águas, a extinção de da flora e fauna prometem escassez num futuro não muito distante.


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Arenga 622

 

A história pode transformar a vida num imenso palco onde se apresentam acontecimentos que atraem reflexões das quais decorrem desenvolvimento mental sem necessidade de deixar a relativa tranquilidade do “lar doce lar” para se aventurar mundo afora onde a intranquilidade pode levar a se tornar vítima de terrorismo como fazem os infelizes que por fanatismo religioso se aventuram por igrejas levando suas inocentes crianças em busca de proteção e acabam encontrando facadas, bombas e rajadas de metralhadora.

Na paz destas últimas madrugadas, não obstante o latir de cães cujos donos, brutamontes mentais que certamente roncam feito bicho de barriga forra, graças a uma benvinda falta de sono, em lugar de drogas para dormir, com pequeno custo, tenho feito interessantíssima viagem pela história e visitado pensadores que deram um banho de sabedoria aos brutamontes da contemporaneidade ridiculamente chamados de civilizados. Nesta viagem por alguns séculos antes do nosso século, percebo coisas que a preocupação com o futuro das criancinhas me faz contar na esperança de que algum gato pingado entre os muitos desocupados que têm visitado este cantinho de pensar viesse a cogitar de contribuir com a luta contra a insistência dos ajuntadores de riqueza para conduzir a juventude no rumo de um caminho que a levará inevitavelmente à catástrofe porquanto os desastres climáticos estão mostrando a possibilidade de virem os humanos a ter o destino dos dinossauros. 

 Autoridades de araque e de bundas aboletadas em luxuosos palácios reúnem-se num país dito dos mais civilizados do mundo, a Escócia, e anunciam providências para surtirem efeito daqui há cinquenta anos, quando então todos eles já tiverem virado comida de germes e nenhuma serventia mais tiverem as imensas fortunas que trocaram pelo futuro de quem sobreviver a eles. Nada justifica que no século XXI ainda haja tanta estupidez se no século XV já se pensava com maior clarividência porquanto na Inglaterra, apesar de escravocrata e cuja rainha se entusiasmou tanto com o lucro do tráfico de escravos que despachou para a África um navio negreiro chamado Jesus para aprisionar negros, lá, ainda no século XV, pensadores apresentavam ideias propondo mudar a cultura do mundo, como, aliás, mais recentemente, fez o velho mestre e sábio Marx que em troca da despensa abastecida ridículos papagaios de microfone e comentadores de politicagem procuram inutilmente transformar em figura menor. O futuro haverá de mostrar quanta razão tinha Marx e o quanto a humanidade perde em não lhe dar ouvidos principalmente sobre a mais valia porque ela, quando compreendida, mostra claramente ser o emprego uma escravidão que ao contrário da revolta que a escravidão da chibata provocava nos escravos, na escravidão do emprego, em grandes filas, pessoas imploram pela oportunidade de se tornarem escravos.

Prosseguindo nossa viagem pela história, dizíamos que lá na Inglaterra onde com a Revolução Industrial e o advento do capitalismo teve início a transformação da escravidão da chibata pela do emprego, pensadores expuseram ideias que se fossem postas em prática em vez de serem desprezadas como foram as ideias de Marx o mundo não haveria de estar agora em palpos de aranha.

As ideias daqueles homens vieram a compor uma escola filosófica conhecida por Iluminismo, movimento inovador que ainda hoje a humanidade não foi capaz de assimilar, para tristeza de quem pensa, visto estarmos no século XXI e ainda nos encontramos defasados em relação ao ideário daqueles pensadores de quinhentos anos atrás como podemos ver apenas nos dois primeiros postulados do ideário dos chamados iluministas apresentados pelo historiador Edward Burns, no primeiro volume de História da Civilização Ocidental: postulado número um:

“A razão é o único guia infalível da sabedoria. Todo conhecimento tem suas raízes na percepção sensorial, mas as impressões dos nossos sentidos não são mais do que o material bruto da verdade, o qual precisa ser purificado no cadinho da razão antes que o possamos utilizar para explicar o mundo ou para indicar o caminho de uma vida melhor”.

Grande banho de sabedoria prá cima da cultura burra e individualista de ajuntar riqueza! Estes brutamontes desconhecem o que aqueles homens já sabiam: que sem sabedoria não se vive bem e nem que a razão é o guia infalível para a sabedoria. Não sabem também os brutamontes ajuntadores de riqueza que as raízes da sabedoria estão na percepção sensorial, e muitíssimo menos ainda sabem que diante da possibilidade de falha dos sentidos, toda informação por eles transmitida precisa ser cuidadosamente analisada antes de ser aceita como verdade. Soubessem disso, os Bezos e os Hangs da vida teriam percebido ser estupidez o ajuntamento de riqueza.

Postulado segundo:

“O universo é uma máquina governada por leis inflexíveis que o homem não pode desprezar. A ordem da natureza é absolutamente uniforme e de nenhum modo comporta milagres ou qualquer outra forma de intervenção divina”.

E tome banho de sabedoria. Homens como René Descartes, Baruch Espinosa, Thomas Hobbes, Isaac Newton, John Locke, os italianos Galileu Galilei e Leonardo da Vinci, os franceses Montesquieu e Rousseau entre outros, já sabiam o que ainda é ignorado hoje se doutores ainda acreditam em intervenção divina e desconhecem a necessidade de se observar as leis da natureza sob pena de sucumbência.

Embora seja inegável a evolução mental em função do decorrer do tempo como sentenciou Thomas Paine (“O tempo convence mais que a razão”), esta evolução precisa passar sebo nas canelas ou não chegará a tempo de tirar a humanidade do buraco em que se afunda cada vez mais.

    

 

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

ARENGA 621

 

Nem só o Reino Unido tem seu Frankenstein. Os americanos de bundas brancas também têm o seu na figura espiritualmente monstruosa do ex-Secretário de Estado Henry Kissinger.   Se absolutamente nenhum intelectual pode honestamente desconhecer que para se dar bem como todo mundo deseja a humanidade não pode prescindir de integração e harmonia, eis que aquela figura socialmente desprezível tem o desplante de dizer à humanidade em defesa da cultura capitalista o seguinte: “A competição selecionará o mais eficiente, um processo que, por definição, envolve vencedor e perdedor”. 

Apesar da grande influência que exerceu na administração pública mundial, para esta figura esquisita e tão desprezível quanto seus patrões ajuntadores de riqueza, nenhuma importância tem o sentimento de solidariedade humana, comportamento que não é praticado nem mesmo pelas marionetes inocentes do pão e circo, os jogadores de futebola, as "celebridades", "famosos" e reis de pau oco.  

Há razão de sobra para o que foi dito neste cantinho de pensar que a maior das contradições da humanidade seria a indiferença, ante os aleijões verbais de falsos líderes, na verdade, aproveitadores que despudoradamente pregam o apocalipse para uma plateia de mortos-vivos tão alheios à realidade quanto à facilidade que têm de ser ludibriados como crianças por opiniões de consciências prostituídas provenientes de lambedores das botas do sistema vigente.  

Inutilizada a capacidade de raciocinar, elimina-se a análise do que se ouve, e desta forma não se separa da mentira a realidade de não haver vantagem em ser os “vencedores” do Frankenstein americano porque estes, na verdade, são aproveitadores da boa-fé ou indiferença de inocentes que nem sequer sabem das maldades de que são vítimas ao concordar em ser “os perdedores”.

A realidade de não haver vantagem na prática do “levar vantagem” pode ser vista na sociedade americana de modo irrefutável: de tanto levar vantagem perdeu a paz e vive a perspectiva de se tornar vítima de terrorismo a qualquer momento. Portanto, o caminho a ser caminhado é um caminho que lave a comunidade humana a um processo especulativo de buscar as causas da sua infelicidade que, na realidade, decorre do fato de deixar o planejamento da vida a cargo do individualista egoísta defendido por  tipos como o Frankenstein americano se no século XVII, Cesare Beccaria afirmava a necessidade de cooperação quando disse que as vantagens da sociedade devem beneficiar todos da coletividade.

Portanto, jovens, para evitar de virem a ter o destino dos dinossauros, lembrem-se de que têm cérebro e tratem de usá-lo uma vez que ruminar um mesmismo burro é inaceitável se se pode raciocinar e distinguir o certo e o errado. Além do pão e circo, há motes incontáveis convidando do raciocínio. Um exemplo? Aqui vai: Se o STF é o guardião máximo da justiça, por que o sonho de todo colarinho branco quer ser julgado lá? 

 

 

   

terça-feira, 26 de outubro de 2021

ARENGA 620

 

Quanto mais alto nos elevamos, menores parecemos aos olhos de quem não sabe voar. Disse Nietzsche, o mestre dos mestres, referindo-se à superioridade espiritual de quem tendo se ligado nos ensinamentos dos Grandes Mestres aprendeu sobre a vida o nem de longe imagina quem passa pela vida, como é dito, em brancas nuvens. Isto é, incapazes de perceber a riqueza espiritual a que se pode chegar meditando sobre as coisa que são ditas. Ao fazer isso, entende-se quanta coisa nos disse o velho Sócrates com o só sei que nada sei. Realmente, é tão apouco o que sabemos do que acontece nos bastidores do poder que nos desgoverna que não é exagero dizer que nada sabemos do que se passa por lá. Ouve-se fazer em comprar deputados como se fossem mercadorias. Ouve-se que bandido rico não sofre penalidade como bandido pobre. Que advogados famosos dividem com os ladrões de grandes somas para evitar que eles sejam punidos. Que em comparação com o que pagam os pobres, ricos não pagam imposto. Que as autoridades responsáveis pela garantia do bem-estar social cometem crimes contra a sociedade e que legalizaram segredo para certos tipos de gastos com o dinheiro do povo. Também é dito que a privatização de estatal é vender e ficar com o dinheiro de uma coisa feita com o dinheiro do povo. Que presidentes de companhias estatais  recebem salários que somados a penduricalhos superam quinhentos mil reais e que jogadores de bola e cantores de axé também ganham disso a mais enquanto um trabalhador recebe mil e cem. São tantas coisas inacreditáveis que são ditas e que por não podemos saber se correspondem à realidade, confirma-se o só sei que nada sei de mestre Sócrates. Se apenas um terço do que é dito corresponder à realidade, fica esclarecido o motivo pelo qual nosso país está num atoleiro dos diabos.

Também se ouve que a história é farta em coisas desconexas como as mencionadas. No livro História da Civilização Ocidental, do fabuloso historiados Edward Mc Nall Burns, sobre a Revolução Francesa, consta o seguinte na página 592: “Havia mais de dois séculos que a burguesia francesa se locupletava com os lucros de um comércio expansionista, enquanto as classes inferiores comiam pelo menos algumas migalhas caídas da mesa dos ricos”. Quem não sabe voar, conforme mestre Nietzsche, lê isso sem que se lhe desperte algo tão estranho como a disparidade entre uma classe que se locupleta e outra que para viver depende de migalhas caídas da mesa dos locupletadores. Trata-se de uma situação claramente adversa à existência de sociedade civilizada, impossível de acontecer com tamanha diferença entre seus componentes. Enquanto houver um único ser humano infeliz, a humanidade também será infeliz. Como disse mestre Beccaria, as vantagens que a sociedade obtém devem ser usufruídas por todos os seus membros. Os que leem os mestres são os que veem lá embaixo os que não leem.   

Na economia política é onde a contradição humana se manifesta com esplendor. Fundamentada no princípio do levar vantagem para se tornar rico e proporcionar empregos, vem a humanidade se afundando cada vez mais na falsa realidade de quanto mais empregos for capaz de proporcionar o empresário, maior o benefício social decorre de sua atividade. Este é um raciocínio típico de quem não sabe voar. Quem vê de lá de cima, os que sabem voar e, portanto, sabem o que é mais valia, vê diferente de quem não pode ver do alto e que por isso mesmo não percebe que quanto maior for o número de empregados, mais fatias de mais valia se somem para fazer a riqueza do empresário. Outra coisa que só se vê do alto é a realidade de que ao empresário interessando apenas lucro quanto maior, melhor, como, então se esperar de tal pessoas interesse por bem-estar social? 

 Na verdade, é impossível apontar qual é a maior das contradições humanas. Veja-se, por exemplo que a humanidade foi extremamente sábia ao perceber que a brutalidade dos tampos de bicho-fera precisava ser contida. Mas, ao mesmo tampo, foi extremamente burra em não perceber não haver ninguém que não fosse bicho-fera e, assim, entregou a bichos-feras a responsabilidade de elaborar leis e exercer a autoridade, resultando desta burrice uma sociedade infeliz.

Como são infindáveis as contradições, pessoas mais capacitadas em intelectualidade e que escrevem “best-sellers” ou são indiferentes aos motivos da infelicidade humana ou são demasiadamente prolixas em suas ponderações. Darwin escreveu um calhamaço de 574 páginas para provar que somos resultado da transformação que a partir de algum primata a evolução fez chegar ao que somos. Para tanto, fala de erva-de-passarinho, couve-flor, peixe com eletricidade e mil e um devorteios, quando nada mais é preciso para provar esta realidade do que nossa semelhança com os bichos. Como eles, também somos sensíveis ao excesso de frio ou calor, respiramos, enxergamos, comemos outros bichos, bebemos água, produzimos excrementos e reproduzimos da mesma forma. O fato de não admitir esta verdade se deve ao fanatismo religioso que, como a rocha, depois de estratificada, é tão difícil de ser desfeita que embora cientistas e filósofos afirmam ser produto da inocência, levados pela religiosidade e imbuídos de uma fé cega, analfabetos matam e morrem por conta da uma crendice estúpida. 

    

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

ARENGA 619

 

Em troca da despensa abastecida, comentaristas e cientistas de politicagem da consciência prostituída aproveitam do analfabetismo político da massa bruta de povo que segundo mestre Bertold Brecht é a causa dos males do mundo e implantam na bola que ela tem onde gente tem cabeça, uma falsa ideia daquilo que seja atividade de governar. Nunca faltaram na história da humanidade lambe-botas de qualquer sistema político vigente seja ele por mais corrompido que seja. Estas tristes criaturas fazem o papel ridículo de arautos dos ajuntadores de riqueza, indiferentes à realidade de que por falta da riqueza retida em suas mãos é que existem pobreza, miséria e violência.  

Causa profunda tristeza em quem por ter superado a fase obtusa de povo  percebe não haver horizonte apontando para rumo diferente disto que aí está uma vez que até o momento ainda não foi sentida a impossibilidade de se ter resultado senão desastroso enquanto permanecer a cultura de entregar a ladrões para administrar a riqueza da qual depende a organização social. O que é preciso realmente ser feito, este cantinho de pensar não se cansa de repetir, é um despertar para nova cultura porque mesmo admitindo a hipótese improvável de haver um governo em qualquer parte do mundo chefiado por um ser dotado das qualidades de líder, tal governo não sobreviveria para completar obras de real interesse social antes de ser derrubado e seus integrantes assassinados pelos brutamontes ajuntadores de riqueza que se apoderaram do mundo.  

É revoltante ouvir a desfaçatez com que um papagaio de microfone do programa Bastidores do Poder da Rádio Bandeirantes AM de São Paulo distorcia desavergonhadamente a verdade ao dizer que o governo existe para socorrer os pobres porque os ricos podem cuidar de si mesmos. Isto é de uma canalhice sem tamanho com pobres diabos desprovidos de raciocínio que se deixam conduzir feito boiada por vaqueiros tornados comentaristas políticos, na verdade nada mais que papagaios de microfone.

A verdadeira função de governo, senhor Cláudio Humberto, comentarista de politicagem da Bandeirantes AM, é promover uma sociedade na qual inexistam pobres. Não é e nunca teve algum governo a função de socorrer pobres como você diz. O senhor, que fez parte da equipe do governo corrupto do ex-presidente Collor, juntamente com a múmia Delfin Neto, que fez parte do governo imposto pelo capitalismo americano e que assassinou jovens idealistas no século passado, ao induzirem a juventude a erro, cometem o mesmo estelionato dos representantes de deus ao induzirem inocentes a comprar feijão santo, água milagrosa e conversar com estátua. Os senhores, portanto, são propagadores de notícias falsas e, como tais, devem responder a processo no pouco que ainda resta de justiça nesse belo país de triste sorte e povo.

A verdadeira função de governar é fazer com que todos possam prover-se do necessário a fim de satisfazer suas necessidades independentemente da caridade de Bolsa Família, Bolsa Menstruação e auxílio para compra de osso. E para esse fim nada mais é preciso do que observar o que disse Cesare Beccaria no primeiro parágrafo da introdução do seu livro Dos Delitos E Das Penas: “As vantagens da sociedade devem ser distribuídas entre todos os seus membros”.

Governo, senhor Cláudio Humberto, é para garantir este procedimento por meio do qual se elimina a hipótese da existência tanto de parasitas exageradamente ricos que nem mesmo podem saber o que fazer com tanto dinheiro, quanto de pobres necessitando de esmola. É para isto que existe o governo, contrariamente ao babaovismo do sistema vigente por parte de quem afirma ter o governo a função socorrer pobres.


segunda-feira, 18 de outubro de 2021

ARENGA 618

 

No século XVIII, um italiano chamado Cesare Beccaria escreveu um livro chamado Dos Delitos E Das Penas, no qual demonstrou ser mais compreensivo e solidário do que deus e a justiça brasileira com quem incorreu no erro e na infelicidade de eliminar a vida de um semelhante. Enquanto deus recomendou em Mateus 35:15,21 que deve ser morto aquele que matou, e enquanto a justiça brasileira impõe a estes infelizes sofrimento impiedoso em cárceres imundos e doentios, quando, por outro lado, manda para casa ladrões de milhões e para a prisão uma mulher pobre que roubou um pouco de comida, Beccaria, na contramão destas insanidades, aconselhou que o criminoso fosse educado para que pudesse ser capaz de entender a necessidade da vida social e os deveres imprescindíveis que dela decorrem.

Mas, que diabo será que faz a humanidade ser tão estúpida que ignora os conselhos sábios e põe em prática os maus conselhos? Veja-se, por exemplo que Beccaria também aconselhou o seguinte: “As vantagens da sociedade devem ser distribuídas equitativamente entre todos os seus membros”. É o que se tem? Não é. O que se tem é serem acatados os conselhos de consciências prostituídas que a soldo de ricos perdulários e ignorantes de sociabilidade que recomendam uma política baseada na iniciativa privada, fundamentada num monstro chamado mercado, que na verdade é uma ferrenha disputa especulativa de vida ou morte entre monstros entrincheirados no sistema financeiro parasitário, tão obcecados por riqueza que de suas bocas escorre baba de dragão quando diante da perspectiva de avançar de garras e presas sobre mais um milhão. Estes parasitas são grandemente prejudiciais à sociedade porque ao tomar para si apenas as vantagens alcançadas pela sociedade, evitam que elas possam servir a todos como aconselhou Beccaria, dando origem a multidões de infelizes e revoltados despossuídos de tudo que, por sua vez, darão origem à violência e os males dela decorrentes. De tal modo está a estupidez enraizada na personalidade humana que se endeusa uma tal de democracia cujo mérito maior é deixar a responsabilidade pela escolha das autoridades a cargo de uma estúpida massa bruta de povo ou proletariado sem a menor noção de cidadania e cujo maior desejo de cada um de seus integrantes é se tornar também um rico parasita da sociedade.

Assim, desde que se tem notícia da humanidade depois da formação de grupos é como se fosse incapaz de perceber a necessidade de solidariedade entre os seres humanos visto nunca ter deixado de haver exploradores e explorados. Ironicamente, é como se nada tivesse mudado em relação aos tempos anteriores do barbarismo de bicho-fera se se acredita que as guerras têm a paz por objetivo e se fomenta a violência latente no espírito colocando armas na mão da população.

     

 

  

 

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

ARENGA 617

 

 

Um livrinho escrito por quem mal sabe escrever, intitulado Buscar Causas Em Vez De Lamentar Efeitos traz maior contribuição à luta pela superação do analfabetismo político do que todos os vários livros de autores célebres repousando inúteis ali na estante, entre eles A Existência de Deus Comprovada Por Um Filósofo Ateu, escrito pelo filósofo francês Dany-Robert Dufour, último desperdício do meu escasso dinheirinho. A palavra ateu vem do grego, povo cujo destaque em evolução mental, segundo o historiador Edward Mac Nall Burns, se deveu à descrença. Realmente, é notório para quem pensa, o fato de ser a crendice própria de mentes involuídas, fato facilmente observável mediante a realidade de ser maior a religiosidade onde também é maior a ignorância. Só a cegueira mental não deixa a malta humana perceber o engodo que é a religiosidade. A falsidade da crença religiosa mostra-se inegável ante a realidade impossível de ser negada posto que visível o fato de que a religiosidade aumenta à proporção que também aumenta o despreparo mental, a falta de conhecimento, enfim o analfabetismo ou insignificante nível de alfabetização. Como não perceber este fato se apenas pessoas desprovidas do elemento intelectualidade escrevem foi deus que mim deu em carrinhos ordinários?  

Mas, o que não faltam são argumentos tentando provar o que não pode ser provado posto que baseado apenas em crenças. Nenhuma ciência poderá admitir que alguém volte à vida depois ter morte comprovada ou que somos criações divinas se nossa semelhança com as feras e a constatação da ciência dizem o contrário. Os argumentos em torno da existência de deus não resistem à menor análise. Esta afirmação de ter um ateu provado a existência de deus, então, é risível. A letra A da palavra ATEU significa justamente inexistência de deus assim  como Amoral significa inexistência de moral, Analfabetismo significa inexistência de alfabetização, etc.  Portanto, se o ateu é aquele para quem deus não existe, não pode um ateu provar a existência do que não existe. Trata-se de mais uma baboseira de intelectual que nada tem a ver com aquilo de que mais carece a humanidade: encarar a realidade, abandonar as crendices e o atraso mental a fim de poder desfrutar de melhor qualidade de vida.

Desviar dos problemas que afligem os seres humanos é do interesse daqueles que disso se aproveitam. Sem interesse em buscar as causas de seus sofrimentos é o que querem os causadores desses sofrimentos. Para manter o povão entretido, longe e bem distante de onde deveria estar o melhor de sua atenção é que existem filósofos, escritores, intelectuais, comentaristas de politicagem e uma plêiade de papagaios de microfone a serviço dos algozes do povo. 

Portanto, para bem de todos, principalmente da juventude e seus descendentes, o assunto primordial não pode deixar de ser o que está sendo feita com a riqueza que a comunidade produz. Ao prestar atenção percebe-se que só uma minoria parasitária que nada produz é quem dela desfruta enquanto feito verdadeiros babacas, aqueles que mais direito deveriam ter estão requebrando os quadris, fazendo orações, torcendo por esse ou aquele grupo de bonecos do pão e circo dos times de futebola ou, ainda pior, por esse ou aquele político.