quarta-feira, 30 de outubro de 2013

NO MATO SEM CACHORRO


Há dois mil anos o rei Salomão usou o trabalho de cerca de duzentos mil homens escravizados para construir um templo onde as pessoas deveriam encontrar uma proteção divina tão inexistente que o tal templo teve como única finalidade servir para ser destruído e reconstruído por três vezes sem que nenhuma divindade evitasse esse monumental desperdício de recursos. Passados dois mil anos, bilhões de escravos continuam construindo templos para adoração de divindades do céu às quais foram acrescentadas outras divindades da terra que comem feijão e enchem latrinas. Mas, como se não bastasse tal desatino, elevaram politiqueiros à categoria de divindades também merecedoras de templos onde suas figuras desprezíveis são cultuadas em homenagem à esperteza, na realidade uma falsa esperteza, visto que o procedimento destes falsos líderes terá como consequência a repetição ampliada da Revolução Francesa que já começa a pipocar por todo canto.

O mundo carece de um rumo. Só os deformados por todos os tipos de deformação não percebem estar a humanidade vivendo uma loucura total. Os valores morais foram substituídos por uma degradação de caráter sem limites, na qual chafurdam os seres humanos ao conviver tranquilamente com cenas de putaria e banditismo em suas moradias que já foram chamadas de lar, e até mesmo de doce lar. Em consequência, a juventude que deveria ser o futuro da humanidade está sendo orientada para ser seu algoz. A que porto conduzirá a humanidade a sua força viva reduzida a uma juventude composta de desajustados mentais? A juventude está desamparada e carece de amparo. Ela está sendo orientada para a perdição pelo canto que não é de sereia, mas de um monstro chamado Mercado que vicia os jovens em futucar aparelhos eletrônicos que se superam a toda semana por outros mais modernos, e mais outros ainda mais modernos, numa corrida infernal para as doenças mentais e uma produção monstruosa de lixo perigoso. Como se fosse pouco, vicia também os jovens em beber garapa colorida com açúcar, comer sem saber o que está comendo, ainda por cima às pressas, levando-os à indiferença quanto aos cuidados sem os quais o corpo chegará a uma velhice sofrida e escangalhada.  O organismo não é diferente do motor dos carros que precisam de manutenção. Assim como os líquidos precisam ser limpos através de filtragem para manter um motor saudável, assim também precisa ser livre das impurezas os líquidos necessários ao funcionamento do corpo humano, sendo os rins filtros maravilhosos que nos livram dos venenos ingeridos a todo instante. Entretanto, só se lembra de sua existência quando eles não suportam mais os maus tratos e descambam para a produção de cálculos, o que se deve na mais das vezes por pura falta de ingestão de água de boa qualidade. Pode-se tomar conhecimento do desprezo à saúde nesse sentido pedindo ao amigão Google para mostrar o que diz quem entende do assunto digitando “Médico fala sobre água”

 Uma parte da juventude é constituída de inocentes para quem a vida se resume em requebrar os quadris nos espetáculos de barulho, outro elemento danoso à saúde, como se pode ver também no amigão Google digitando “consequência do barulho”. Não passa pelo lugar onde os jovens deveriam ter cabeça a imensa vantagem de se reservar para a velhice um pouco da vitalidade desperdiçada ao entregar o corpo aos bruxos do bisturi em troca de uma falsa aparência menos desgastada pelo tempo. Quando os trabalhos nefastos dos bruxos do bisturi e das academias não fizerem mais o efeito enganador e a ilusão for substituída pela realidade de que a velhice não pode ser burlada, aí é que se vai perceber o quanto vale ouvir quem já passou pela fase das fantasias e hoje vive a realidade da vida aonde todos chegarão. É nessa hora que os requebros de quadris se transformam em ais, uis, muleta, andador, operação de catarata, implante dentário e UTI. É esta a juventude de quem dependerá as pobres e inocentes criancinhas levadas pelo mesmo caminho desastroso. Lacaios do maldito Mercado alardeiam na Rádio CBN do Rio de Janeiro uma Educação Financeira Para Crianças enquanto outros monstros mentem sobre as vicissitudes de uma Economia Política que, na realidade, não passa de um malogro através do qual a humanidade exerce trabalho servil do mesmo modo que aqueles que construíram o templo para glória de Salomão. Dia chegará em que as pessoas perceberão que foram induzidas a um erro monumental pelos lacaios do maldito Mercado que as faz crer ser normal este sistema absurdo que torna propriedade privada de poucos os meios de produção dos bens de que necessitamos, principalmente a terra, e condena o resto da humanidade a trabalhar em troca de uma sobrevivência medíocre com direito apenas às promessas contidas nos discursos da Constituição Federal elaborada sob o seguinte estardalhaço:

 “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.”

É a prova mais eloquente de engodo, de faz-de-conta, de tapeação e deslavada mediocridade das autoridades. Qual a serventia desse documento se em lugar de igualdade temos desigualdade, insegurança em lugar de segurança, brutalidade em lugar de fraternidade, atraso em lugar de desenvolvimento, desordem em lugar da ordem, desigualdade em vez de igualdade, escravidão em vez de liberdade e uma democracia apenas para ricos enquanto a solução pacífica das controvérsias são cacetadas, bombas que danificam os olhos, balas de borracha e de verdade nos professores? Tá ou não tá faltando rumo? Inté.

 

domingo, 20 de outubro de 2013

CADÊ UM RUMO?


Disse o papa: “Se uma pessoa é gay e busca Deus, quem sou eu para julgá-lo?” Embora para a manada tal afirmação signifique apenas que o novo papa é um sujeito, aliás, um santo jovial que não descrimina o pessoal rebolativo, tal afirmação tem um alcance que passa ao largo da capacidade perceptiva da manada. Sendo o papa representante de Deus, ele fala o que Deus aprova. Quando nega estar autorizado a julgar a viadagem, está dizendo que Deus nada tem contra eles (ou elas). Afinal, o representante fala o que manda o representado. Por outro lado, os papas anteriores condenavam os adeptos das plumas e paetês tanto quanto a comissão do pastor político Feliciano que acabou de aprovar na Câmara dos Deputados projeto de lei que autoriza as igrejas a expulsar de lá os gays. Sendo as igrejas as casas de Deus, e é muita casa para um Deus só, e também sendo o pastor Feliciano um representante de Deus, portanto, também autorizado a falar por Ele, fica evidente que Deus é contra o pessoal que joga água fora da banheira. Então, ora Deus nada tem contra os esvoaçantes e ora manda expulsar os emplumados das Suas casas. Fica o impasse: qual será a verdadeira opinião de Deus sobre a bicharada? Encontra guarida nas casas Dele, ou devem ser expulsos para longe aos requebros?

Os desencontros, entretanto, não param por aí. Ora Deus faz suas recomendações através da Bíblia, ora através do Corão, ora através da Charia, e ao mesmo tempo em que parcela de Seus representantes afirma a necessidade de respeitar e até pedir favores a estátuas, acendendo velas em pagamento, outra parcela afirma que as estátuas não merecem respeito algum e que podem ser até chutadas como as bolas de futebola. E tem mais e mais contradições: ora se deve seguir os ensinamentos de Jesus, ora de Maomé, ora de Buda, e sabe-se quem mais. Tudo isso deveria deixar uma grande interrogação sobre a cabeça dos religiosos. Entretanto, não deixa. E por que não? Simplesmente porque os religiosos não pensam. Se pensassem chegariam à conclusão lógica e simples de que um analfabeto não tem condições de contestar um cientista. Descobririam, se pensassem, que a finalidade da religião é conformar o necessitado com sua necessidade, jamais se revoltando contra ela. Se os religiosos pensassem chegariam à conclusão da inexistência de proteção divina. Entretantos, como enfeitiçados, nem os cadáveres de romeiros, nas estradas ou mesmo dentro das casas de Deus, nem os desabamentos de igrejas sobre quem vai lá pedir proteção, nem o fato evidente de que onde há saneamento e educação há mais saúde e bem-estar do que onde há igrejas, nem a diferença entre o padrão de vida do religioso que chora no corredor do hospital e do banqueiro para quem o dinheiro é seu Deus, nada. Absolutamente nada é capaz de tirar os religiosos de sua cegueira mental. Os religiosos ainda não são muito diferentes daqueles seres que aprenderam a ficar em pé, perderam os pelos e puderam enxergar mais longe, fato ocorrido há mais de quatro milhões de anos, como nos informa o Mestre do Saber doutor Ubirajara Brito em seu maravilhoso livro Roteiro Para Reflexão Sobre o Pensamento Ocidental e a Educação no Brasil. Apesar de decorrido tanto tempo, os religiosos, que são a maioria absoluta da humanidade, ainda são incapazes de entender a vida. Agem de modo ainda menos inteligente do que os estreantes na arte de se sustentar apenas sobre os pés. Aqueles seres lutavam em prol da vida, enquanto os de agora lutam em busca da morte ao trocar vitalidade por aquisição de dinheiro, único objetivo da religião. Eis um trecho do livro História da Civilização Ocidental, de EDWARD McNALL BURNS, segundo volume, página 594: “O clero superior, em contraste (contraste com o clero inferior. Observação nossa), vivia na abundância e privava com as rodas elegantes e alegres da côrte (sic). Não compreendendo mais de 1% da população total, possuía, não obstante, cêrca (sic) de 20% de tôda a terra, sem falar em enormes riquezas compostas de castelos, obras de arte, ouro e jóias. Muitos bispos e arcebispos tinham rendimentos que orçavam em centenas de milhares de francos. Como é natural, muitos dêsses (sic) opulentos prelados pouco se interessavam pelos assuntos religiosos. Alguns se envolviam na política (o que ainda acontece (observação nossa), ajudando o rei a manter o poder absoluto. Outros jogavam ou ainda cultivavam vícios ainda mais escandalosos”.

Quantos religiosos já leram isso? Ainda que algum chegue a ler, não despertará absolutamente nada em sua parcimoniosa capacidade mental. Embora os principais representantes de Deus nadem em dinheiro, os retardados mentais fazem questão de lhes enriquecer cada vez mais. A televisão mostrou a fúria com que religiosos acorreram para comprar um livro do Edir Macedo cuja fortuna pode ser conhecida pedindo ao amigão Google “riqueza dos pastores brasileiros”. Não estranham os religiosos a disparidade entre a pregação de simplicidade da religião e o banco do vaticano. Absolutamente nada é capaz de tirar o tapa-olho dos religiosos. 

Deixar de lado tudo que se refere à religião e cuidarem as pessoas de si mesmas dará um resultado infinitamente melhor do que ficar esperando que Deus resolva seus problemas. Tal procedimento equivale a esperar por um trem que nunca irá sair da outra estação. É por esperar em vez de agir que o mundo está assolado por mortes e choros. Se for gasto em educação e higiene a fábula de dinheiro que se gasta com templos, imagens, funcionários e todo o aparato em torno das religiões haverá recurso suficiente para tornar as pessoas educadas. Onde há educação pode ser dispensada a religião porque onde há educação não há a absoluta maioria dos males que produzem infelicidade tais como doenças e violência. Ao contrário, como pode ser visto sem precisar de óculos, os lugares com maior índice de religiosidade e nenhuma educação são os mesmos lugares onde há mais doenças, esgoto desnudo, ratos, baratas, mortalidade infantil, choro na televisão. Alguém, por acaso, nunca viu nada disso pelaí? Como se explica tal situação? Fácil, fácil, é produto do altíssimo índice de analfabetismo de onde provem ignorância bastante para fazer as enormes filas atrás do escroque Edir Macedo, ou do papa, ou de Papai Noel.

A religiosidade e sua recomendação da desnecessidade de pensar sobre as coisas da vida levam a humanidade a caminhar rumo ao imaginário paraíso celeste, e o resultado de tal desatino é o abismo cuja aproximação já se faz sentir. Inté.




 

 

 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

APENAS VEGETAMOS


A jornalista Dora Kramer do jornal Estado de São Paulo escreveu reportagem intitulada Odebrecht quer Lula em 2014”. A matéria se encontra no atento jornal Tribuna da Imprensa, ilustrada por uma charge de Léo Correa onde se vê um banqueiro dizendo que vai colocar um busto de Lula na entrada do seu banco.

O Editorial de Le Monde Diplomatic Brasil, deste mês de outubro, por Silvio Caccia Bava, intitulado   SIGILO FISCAL? Começa assim: Quem ficou sabendo que o governo federal abriu mão de cobrar R$ 1 trilhão de impostos lançados na dívida ativa da União, devidos principalmente por grandes empresas, públicas e privadas?

O jornal Folha de São Paulo do dia 13 também deste mês de outubro, em matéria do jornalista Elio Gaspari, intitulada xerife da Receita preferiu ir embora, dá conta de que o funcionário responsável pela fiscalização da Receita Federal preferiu deixar o cargo a concordar com os prejuízos causados à arrecadação pelo governo em benefício de empresas como a Ford e o banco Santander.

Embora para os requebradores de quadris no axé e no futebola nada disto tem importância, é exatamente ali que está a causa de toda infelicidade que infelicita a vida da manada saltitante nos terreiros de brincadeiras enquanto não chega a hora de chorar no corredor do hospital.

Enquanto mulheres são obrigadas a parir seus filhos nas calçadas; enquanto meninos e meninas ainda nos cueiros viram assassinos, traficantes, prostitutos e prostitutas; enquanto os corredores dos hospitais são transformados em vale de lágrimas por falta daquele dinheiro jogado fora nas notícias acima, o povo está a festejar imagens de santos e a morrer em desastres, balas, ou explosões, nesta tarefa infantil e inútil.

É preciso escrever em todos os muros do país (licença, mestre Nietzsche) que deste modo de proceder provirá em dobro para as futuras gerações a infelicidade que temos agora, embora para a manada seja normal viver em meio a cadáveres, tiros, balas perdidas, explosões e pessoas enlouquecidas. Nunca chegaremos a lugar algum com o tipo de líderes políticos fantoches dos desavisados ricos com os quais mantem uma promiscuidade nojenta e perversa para proveito de ambos como mostram as notícias acima. Enquanto nosso destino for traçado pela liderança de autoridades com o objetivo de locupletar-se em conluio com o colarinho branco não arredaremos pé do lamaçal da corrupção que faz faltar dinheiro para tudo, embora não haja falta de dinheiro para nada.

 Por que haveria o colarinho branco de uma empreiteira querer Lula em 2014? Simplesmente porque esta é a tática usada pelo colarinho branco. Gasta uma grana para fazer a manada votar no Lula, para depois entrar no mesmo conluio demonstrado no artigo do jornalista Carlos Newton publicado no jornal Tribuna da Imprensa de 16/10/013, intitulado Até mesmo a calamidade na Região Serrana foi aproveitada para conluios entre o governo Sergio Cabral e os empreiteiros. O povo brincalhão do Rio nem sequer sabe, ou faz que não sabe, da sociedade entre seu desgovernador e o empreiteiro Fernando Cavendish apanhados ambos em altas farras em Paris, certamente comemorando alguma negociata.

Estes assuntos, entretanto, passam ao largo dos brasileiros ligados que estão nesse outro tipo de notícia publicada no tipo de imprensa que o governo gosta:

“Bruna Surfistinha diz que se masturbava assistindo a programa infantil”.Bumbum de atleta brasileira vira inspiração”. Estes são os assuntos da preferência da manada. Entretanto, como não era de se esperar, este modelo milenar e safado de fazer a administração dos recursos provenientes do trabalho de quem trabalha começa a ser questionado sob várias maneiras. De greve a quebra-quebra, as pessoas demonstram sua justificadíssima indignação.  

A partir do momento em que o povo indiferente às coisas sérias da vida passar a participar da política, única maneira de por ordem na casa, daí em diante haverá dinheiro para tudo o que for preciso. Entretanto, os sofrimentos e as lágrimas nos corredores dos hospitais serão cada vez maiores enquanto as decisões sobre o que é bom ou deixa de ser bom para o povo festeiro forem tomadas por baixo do pano e por uma cúpula cujos interesses são opostos aos interesses do povo, como tem sido desde sempre. Apenas nas antigas tribos indígenas houve real preocupação do chefe pelos chefiados. A partir do momento em que passou a existir a bagunça chamada de civilização, de lá para cá o único interesse dos governantes é amealhar dinheiro para trocar por mais poder porque quanto mais poder tiver, mais dinheiro amealha num círculo tão vicioso quanto danoso para a sociedade, haja vista que a humanidade se encontra assentada sobre um paiol de pólvora com o rastilho já quase aceso. A sociedade dos homens é de uma crueldade monstruosa. Formou-se um grupelho de seres humanos pseudo-espertos cuja ação deletéria sobre os demais seres humanos levará todos à derrocada.

Não faz sentido falar-se em civilização num ambiente tão hostil quanto o ambiente das selvas e sua mortandade. Há um imenso fosso separando o que a humanidade pensa que é e o que realmente é. Os grupos humanos que existem há mais tempo deveriam ter aprendido alguma coisa com a observação da vida. Entretanto, nada aprenderam e se encaixam perfeitamente na qualificação de meros enchedores de privadas feita pelo Mestre do Saber Leonardo da Vinci. Juntaram-se governantes e a classe dos bobos que se acham muito sabidos, aqueles que roubam o que tem os menos espertos na ilusão de encontrar paz atrás de um monte de dinheiro.

A educação, único elemento capaz de tornar sociáveis os homens, uma vez que não se pode viver senão em sociedade, foi transformada em deseducação. O sistema deseducacional montado pelo grupo dos donos do mundo torna as pessoas inimigas das outras pessoas de forma tão devastadora que o mundo nada mais é do que um arsenal de armas e destruição. Há fuzis, metralhadoras, revólveres, mísseis, aviões bombardeiros, e até aviões invisíveis para matar sorrateiramente. Ao lado de um ambiente tão entristecedor, a única preocupação dos seres humanos é com diversões. Imbecis montam acampamentos onde esperam dias e dias pelo início de alguma festa. Está a humanidade transformada num bloco de idiotas a festejar sua própria infelicidade. Em nosso país, então, a única coisa importante é requebrar os quadris nos terreiros de axé e de futebola. Gastos astronômicos são feitos para as festas e para a mídia manter o povo distante do modo canhestro como são tomadas as decisões sobre o uso do erário.

O ludibrio é tão flagrante que os responsáveis pela infelicidade do povo se ufanam de ter conduzido nosso país à posição de sétima economia do planeta, não obstante ocupar a octogésima quarta posição em qualidade de vida. O povo é levado a uma idiotice tão grande que detesta a pobre e perseguida Cuba, sem reparar que ela ocupa a septuagésima quarta posição em qualidade de vida na classificação da ONU, portanto, na frente do Brasil de requebradores de quadris. Este assunto pode ser visto com maiores detalhes no jornal Tribuna da Imprensa do dia 29/09/013, em matéria do jornalista Flávio José Bertolotto, intitulada O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO DO BRASIL E AS LIÇÕES DE LACERDA. A matéria também faz quem não é manada refletir sobre o fato do Brasil que estava ao lado dos vencedores da Segunda Guerra Mundial ter um padrão de vida inferior ao da Itália que estava do lado dos perdedores.

A tal de economia nada mais é do que um braço da enganação que leva à valorização da cultura do TER que faz crer ser o dinheiro mais importante do que caráter, solidariedade humana e viver com dignidade. Os empregados dos ricos que se denominam economistas, teciam loas na Rádio CBN à novidade da educação financeira para crianças. Era só o que faltava! Transformar inocentes crianças em agiotas. O atual modo de vida só é bom para quem ainda se encontra iludido na crença de que comer, beber, trepar, e dançar são coisas de grande duração. Chega-se, porém, à realidade de serem efêmeras, realidade só percebível depois de passada a capacidade física de requebrar os quadris. Idiotas que se empanturram de álcool, comida gordurosa, refrigerantes, cigarros e drogas outras, coisas que eu já fiz como inexperiente na arte de viver, apressam o momento da debilidade física que leva a um tipo de vida abarrotado de problemas. Não há um só jovem de hoje que não ache “prosa” esse tipo de advertência. Entretanto, passada a euforia dos requebros, todos chegarão à conclusão de ter desperdiçado a oportunidade de resguardar um pouco de vitalidade para ser usada na velhice.

O pavor que se tem à morte, sentimento comum na absoluta maioria dos seres humanos, significa que tais pessoas nada aprenderam sobre a vida. Já ouvi inocentes afirmarem querer permanecer vivos ainda que na UTI, o que está há anos luz da realidade de quando o organismo não for mais capaz de expelir os dejetos e eles precisarem ser retirados mecanicamente por outras pessoas.

                           Viver em meio a quem não pensa é a mesma coisa de viver quem não pensa no meio de uma manada. Por mais desprovida de inteligência que seja tal pessoa, haverá de se sentir enfarada da companhia de vacas e bois com quem não se pode comunicar.

Certa vez, um fazendeiro muito rico, mas que acabou assassinado misteriosamente ainda relativamente jovem, me disse que estaria morto se tivesse dedicado seu tempo aos estudos. Intrigado, perguntei-lhe como poderia o estudo matar alguém. O que ele queria dizer era que se tivesse perdido tempo em estudar não teria ajuntado a fortuna que ajuntou. Outro fazendeiro também muito rico que conheci, vivia tão atarantado em aumentar a fortuna que seus olhos não se fixavam em nada. Estavam sempre a movimentar rapidamente nas órbitas oculares. O médico veterinário que assistia suas fazendas me disse que ele não parava de fazer negócios nem mesmo quando ia para sua casa de praia com a família. A todo instante embarcava em seu avião para buscar mais ganhos. Hoje, está sozinho, viúvo, e numa cadeira de rodas em frente a uma televisão que mostra vacas e bois correndo de um lado para outro do vídeo. Inté.

 

 

 

 

 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

MARX, BAKUNIN, LULA, E OUTROS EQUÍVOCOS


O que há de comum entre Marx, Bakunin e Lula? Seguinte: Marx afirmava ser ideal um governo chefiado por alguém saído do meio do povão. Sua afirmação se baseava na hipótese de que alguém saído do meio das classes menos favorecidas estaria mais próxima do conhecimento das reais necessidades do povo de onde veio, e, portanto, mais apta para prover os meios de atender a tais necessidades.

Bakunin discordou afirmando que ao assumir o poder alguém com tal procedência, o contato com as mordomias inerentes aos cargos governamentais o levaria a não mais querer deixar a situação de conforto pessoal e sua tendência seria agarrar-se ao poder para evitar a volta à situação anterior não só pessoal, mas também proteção para toda a família e os apaniguados. O gostinho do mundo dos ricos apagaria todas as lembranças dos antigos companheiros de necessidades.

Tanto Marx quanto Bakunin estão certos e errados ao mesmo tempo. O primeiro estaria absolutamente correto se a pessoa saída das massas para assumir o governo fosse dotada de caráter e hombridade necessários para lhe inspirar o nobilíssimo sentimento de lealdade, caso em que Bakunin estaria errado porque tal pessoa teria espírito de estadista e o estadista não visa o bem estar pessoal apenas e nem trai aqueles que nele confiaram. Este tipo de homem é raríssimo, o que torna mais evidente o acerto de Bakunin.  

Lula, a terceira personagem da trilogia, é a prova materializada do equívoco de Marx e do acerto de Bakunin. Depois de ter amargurado os desgostos da pobreza e provado o bem-bom do mundo de riqueza em que vivem todos os governantes do mundo, usou dos métodos mostrados no livro O Chefe para agarrar-se ao poder. Garantiu riqueza para a família e passou a imitar o devasso e perdulário governante da Itália e até o superou nas orgias porque enquanto aquele as promovia no chão, Lula usava luxuoso avião pago pelos seus antigos companheiros de infortúnio para malabarismos sexuais no céu.

O que há de comum entre o jovem filósofo americano Sam Harris, D. Marina Silva, e o pastor Silas Malafaia? Seguinte: O filósofo escreveu um livro chamado Carta a Uma Nação Cristã, onde se mostra preocupado pelo fato de mais da metade da população do seu país ser tão religiosa a ponto de estar certa de que o mundo não existe há mais de seis mil anos. Pessoas tão inocentemente e desligadas da realidade, afirma o filósofo, não tem maturidade para escolher os líderes certos para dirigir o governo do seu país. Entretanto, por ser maioria, são estas pessoas que os escolhem.

Mas, o que tem D. Marina Silva com isso? Seguinte: D. Marina também é religiosa, e, portanto, inocente. Tão inocente que afirmou em entrevista na rádio CBN que o pedido de aprovação para ser criado o seu partido político seria aprovado porque ela tinha fé em Deus. Foi aprovado? Não foi, e isto leva a conjecturar sobre a possibilidade de ações infantis incapazes de botar ordem na bagunça generalizada em que transformaram a política do país.

Mas, e o pastor Malafaia, o que tem ele a ver com isso? Seguinte: Ele aparece exultante com a possibilidade de D. Marina Silva vir a ser presidente da república do Brasil, deixando ver a possibilidade de ter sua igreja beneficiada num possível governo de D. Marina, o que seria com certeza desastroso dadas as referências feitas a este senhor pastor pelo também senhor pastor Edir Macedo, beneficiado por Lula que colocou sua mão com os cinco dedos sobre a mão também leve de Edir Macedo para inaugurar a TV Record que a ambos beneficiou às custas do suor do povo. Cada qual destes dois pastores é mais esfomeado por dinheiro do que o outro como mostra o amigão Google a quem lhe pedir “fortuna dos pastores brasileiros”. Inté     

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A BÍBLIA E A REALIDADE X


 

Na peregrinação pelo mundo bíblico de personagens tão infantis quanto os de Monteiro Lobato, deixamos Jacó partindo rumo à família de Betuel, pai de Rebeca, com a recomendação de Isaque, seu pai, para que tomasse por esposa uma das filhas de Labão, filho de Betuel e irmão de Rebeca, portanto, sua prima carnal. Depois de viajar bastante, chega Jacó a um poço onde se encontra com ninguém menos do que uma das duas filhas de Labão, Raquel, que era pastora e trazia o rebanho de ovelhas do seu pai para beber. Deu-se a conhecer Jacó, e foi muito bem recebido, tendo ficado logo de olho em Raquel, mais bonita do que Lia, a outra irmã mais velha, e combinou que serviria a Labão por sete anos, findos os quais lhe seria dado Raquel como recompensa, tendo Labão anuído ao acordo. Decorridos os sete anos, como era costume da época e lugar que a mais nova só fornicava depois de fornicada a mais velha, Labão ofereceu banquete, comes e bebes para celebrar a união de Jacó com Raquel, a mais nova e do agrado do genro, mas, entregou Lia, a mais velha, o que só foi percebido por Jacó depois de ter coabitado com Lia pensando se tratar de Raquel, o que só pode ser explicado por excesso de vinho ou por milagre divino que lhe anulasse por uma noite inteira a visão e a audição.

Feitos os esclarecimentos, ficou combinado que Jacó serviria a Labão por mais sete anos a fim de poder desfrutar também de sua preferida Raquel. Decorrido esse novo prazo, Foi entregue a Jacó sua tão desejada Raquel, ficando o felizardo com duas mulheres. Por ter menos dotes femininos, Deus compensou Lia fazendo-a muito fértil. Para quebrar a pose de Raquel, tornou-a estéril. Enquanto Lia paria incessantemente, chegando a expelir seis filhos homens e uma mulher, o que despertou ressentimento em Raquel, tornada estéril por intervenção divina, ela então, como fizera Sara ao mandar que Abraão fornicasse com Agar pelo mesmo motivo de desejar que Abraão tivesse o filho que ela não podia gerar, como agora também ressentia Raquel, esta mandou que o felizardo do Jacó fizesse um filho em sua serva Bila, ordem prontamente atendida pelo sortudo Jacó que passou a contar com três mulheres em três camas porque não é de se supor que os sisudos escritores da bíblia fossem colocar a esposa, o marido e a concubina juntos na mesma cama. 

Como Jacó parece ter nascido com a bunda prá lua, tendo Lia, sua primeira mulher, deixado de gerar filhos, também deu a Jacó sua serva, Zilpa, para que o sortudo fizesse um filho nela, o que foi prontamente feito por duas vezes. Assim, passou Jacó a contar com quatro mulheres em quatro camas.

Eis que surge negociação salarial civilizada entre Labão e Jacó. Jacó lembrou a Labão que a graça de Deus que lhe proporcionara sua visível prosperidade com o progresso do rebanho se devia ao trabalho dele, Jacó, embora seja evidente o trabalho de várias outras pessoas porque uma só pessoa não daria conta de cuidar de muitos animais. Estas outras pessoas são os precursores dos trabalhadores modernos que também não são mencionados quando os ricos fazem pose para fotografias na Revista Forbes para exibir suas imensas riquezas também atribuídas a um “graças a Deus”. Do mesmo modo, os ricos chineses nem sequer se lembram dos milhares de chineses pobres soterrados nas minas de carvão vegetal sem o qual não seria possível sua riqueza. É também do mesmo modo que os ricos e religiosos americanos atribuem a Deus sua prosperidade e não aos saques efetuados sobre povos sem capacidade de auto defesa e dos quais resultaram e resultam muitas mortes, inclusive de crianças. Nenhum rico admite que sua riqueza provenha da exploração dos trabalhadores obrigados a sobreviver com menos de seiscentos e setenta reais por mês, ao tempo em que a imprensa comprada alardeia o aumento da qualidade de vida destes infelizes.

Embora a absolutíssima maioria continue vivendo uma grande mentira, alguns gatos pingados denunciam a falsidade e cada vez mais pessoas se dão conta da farsa que infelicita a humanidade. A mesma internete que transforma crianças em robôs, também transforma desinformados em informados e à medida que mais pessoas se interessarem pelos assuntos sérias que ela divulga, menos espaço sobrará para as imbecilidades como a notícia de que Sandy ainda não quer engravidar ou que o Ronaldinho ganha mordidinha no beiço. Nada mais correto do que a afirmação de que mesmo as coisas ruins contêm algo de bom. Há também na internete matérias mostrando a realidade da inutilidade da religião, coisa nunca vista de público em épocas anteriores à informação eletrônica. Houve época em que tal afirmação transformaria em cinzas o afirmante. Entretanto, hoje, podemos encontrar o resultado da observação de estudiosos desapaixonados, entre eles o doutor Nigel Barber, autor do livro “Why Atheism Will Replace Religion” cujo título em português deverá ser Porque o Ateísmo substituirá a Religiosidade.

A lógica expressa na afirmação contida no título do livro só não foi ainda percebida porque a imprensa muito bem remunerada pelos ricos e seus apaniguados politiqueiros mantém a mente das pessoas nas informações da indisposição de Sandy de se engravidar ou de mordidinhas no beiço de Ronaldinho. Porém, como não se pode tapar o sol com a peneira, também não se pode esconder por mais tempo a realidade de haver mais saúde e bem-estar num ambiente de pessoas educadas e bem informadas, onde é menor a religiosidade, do que em outro ambiente de pessoas tão desinformadas como as que viviam na Idade Média e que desconheciam a existência dos micróbios e queimavam mulheres às quais se atribuíam bruxarias provocadoras da peste.

Nem é necessário recorrer à ignorância da Idade Média. Basta dar um pulinho nos lugarejos onde crianças pisam descalças em esgoto para se perceber o alto índice de mortalidade infantil e de adultos doentes, embora arrodeados de igrejas. Por enquanto, inté.      

 

 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A BÍBLIA E A REALIDADE IX


Pode até parecer mentira o que se segue nesse nosso apreceiamento das historinhas bíblicas de ninar criança deficiente. Os descrentes da minha fidelidade poderão tirar suas próprias conclusões. Basta tirar a bíblia de debaixo do sobaco e constatar a realidade mediante leitura de Gênesis, 27 a Gênesis 27; até 46, e de Gênesis 28; a Gênesis 28; até 22, quando temos a seguinte arenga:

Chegando Isaque ao ponto a que também chegarão todos os jovens requebradores de quadris, isto é, a velhice, chamou seu filho Esaú, mais velho por ter nascido primeiro num parto de gêmeos, e lhe disse o seguinte: “Olha, meu filho: a vida me escapa. Antes que eu morra, vá à caça e cace algum animal com o qual me prepare uma deliciosa comida para que coma antes de morrer e lhe abençoe a fim de que possa você exercer plenamente o seu direito de primogenitura”. Não sabia o velho Isaque que sua mulher Rebeca escutava a conversa. Sendo Jacó o segundo filho do casal, por ter nascido depois de Esaú, e o da preferência de sua mãe, como vimos no proseamento anterior, logo que Esaú saiu para caçar, Rebeca chamou Jacó e lhe contou a história, mandando que ele lhe trouxesse dois bons cabritos (que certamente já se encontravam ao alcance) para que ela os preparasse e fossem servidos por ele ao seu pai que já quase não enxergava mais (do mesmo modo como também não enxergarão um dia os atuais jovens requebradores de quadris), e fingisse ser Esaú. Assim, ele, Jacó, e não Esaú teria o direito de primogenitura. Molenga que era, Jacó manifestou medo de maldição por mentir, ao que sua mãe assumiu a culpa pela falsificação e assim foi feito. Como Esaú era peludo, e Jacó, pelado, Rebeca, mãe dos dois, colou pelos de cordeiro nas costas das mãos peladas de Jacó e o vestiu com as roupas de Esaú.

Ao se apresentar diante do velho cego com a comida, este se mostrou espantado com a rapidez com que Esaú caçara e preparara a comida. Jacó lhe explicou que Deus mandara a caça ao seu encontro, sendo esse o motivo de já estar tudo pronto. Achando a voz parecida com a voz de Jacó, o velho pai mandou que ele se aproximasse e lhe apalpou as mãos. Depois mandou que ele o beijasse, e assim constatou pelas mãos peludas e pelo cheiro de prados atravessados (licença, Eça de Queiroz) da rouba de Esaú, o caçador, tratar-se realmente do primogênito. Assim, comeu e abençoou Jacó no lugar de Esaú que chegou logo depois e se apresentou ao pai, chegando ambos à conclusão de ter havido uma tapeação, mas que não podia mais ser desfeita, sendo Esaú tomado de tal raiva que jurou matar Jacó, seu irmão, ao que Rebeca mais que depressa chamou Jacó e o mandou se retirar para a casa de um seu tio, irmão de sua mãe Rebeca, chamado Labão, onde deveria permanecer até cessar a ira do enganado Esaú.

O mesmo preconceito contra os Cananeus manifestado por Abraão, pai de Isaque, quando mandou seu servo botar a mão debaixo de sua coxa como juramento de que só traria para esposa de Isaque uma mulher da sua parentela (Gênesis, 24; 2, 3, 4), também agora Isaque manifestava o mesmo temor de que viesse Jacó a se casar com alguma mulher de entre os Cananeus e o mandou partir para o lugar de onde o servo de Abraão, pai do agora velho Isaque, tinha trazido Rebeca, sua mãe, aquela que ao chegar foi logo traçada por Isaque quando jovem na tenda que fora de sua mãe Sara antes de morrer (Gênesis, 24; 67).

Partiu Jacó com a recomendação do velho pai de tomar por esposa uma das filhas de Labão, irmão de Rebeca, portanto, sua prima carnal. Ao mesmo tempo, Esaú, o enganado, parece ter esquecido a promessa de matar seu irmão Jacó. Em vez disso, observou a recomendação que o velho Isaque passara para Jacó e também resolveu se casar com mulher de fora da raça dos Cananeus, e, embora já tivesse mulheres, se casou com uma filha do seu meio irmão Ismael, filho de Agar, serva de Sara, mulher de Abraão, antes de Deus curá-la de sua esterilidade.

Entretanto, a arenga continua versando sobre Jacó. Ao anoitecer, deitou onde se encontrava para dormi, tendo como travesseiro uma pedra, coisa que não parece tê-lo incomodado porque dormiu tão bem que até sonhou. Sonhou com uma escada que chegava ao céu e por onde anjos desciam e subiam, quando lhe aparece Deus e lhe prometeu as mesmas promessas de sempre: abençoamentos e uma posteridade maior que os grãos da poeira da terra. Entretanto, os caras que escreviam estas brincadeiras disseram que Deus disse ser Jacó filho de Abraão (Gênesis, 28; 13), quando, na verdade, segundo os mesmos escritores, era neto. Acordou Jacó pela manhã, colocou a pedra/travesseiro na forma de coluna e despejou azeite sobre ela e fez um juramento de que Se Deus o ajudasse, ele Lhe daria um décimo de tudo que viesse a ter na vida. O certo é que os espertos que escreveram estas baboseiras conseguiram fazer com que até os dias de hoje outros espertos fiquem ricos com esta recomendação de dar a Deus o dízimo. Inté.        

                                                                        

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O ERRO DOS RICOS


A extrema riqueza é produto de crimes mais horrorosos do que os crimes produzidos em consequência da extrema pobreza. Os assassinos ricos são mais assassinos do que os assassinos pobres. Quando um assalto de pobre termina em morte, este resultado não fazia parte do plano de roubar. Ao ladrão interessava apenas o roubo, diferentemente do colarinho branco das construtoras em conluio com as autoridades quando taca fogo numa favela para desocupar o lugar onde construir pelo triplo do valor real um condomínio de luxo ou um terreiro onde as brincadeiras atrairão a atenção dos bichos com forma de gente, incapazes de pensar nesses assuntos. Sabem perfeitamente estes criminosos que vão deliberadamente matar jovens, velhos e crianças. Nem mesmo as mortes premeditadas e friamente executadas por pistoleiros se equiparam à truculência dos assassinos ricos. Os assassinos de aluguel são levados ao crime por pura falta de oportunidade de ser outra coisa na vida, sendo a deseducação e a pobreza que dão origem a estas coisas produzidas propositadamente pelo mundo dos ricos a fim de não lhes faltar quem troque sua vitalidade por um salário mínimo. Além do que o crime de pistolagem é utilizado pelos criminosos ricos.

Em conversa de boteco, ouvi a seguinte história: Em visita a um governador nordestino, certo senador pediu àquele governador seu amigo e parceiro de falcatruas que lhe arranjasse um jagunço. Algum tempo depois, lá no centro da criminalidade de Brasília, o governo central, o senador recebeu do governador um telefonema (pago pela manada) comunicando para mandar ao aeroporto um carro (pago tanto o carro quanto o combustível, a oficina e o motorista, pela manada) buscar a pessoa solicitada que chegaria no vôo de tal hora (com passagem paga pela manada). Ao receber o pistoleiro em seu gabinete, o senador não botou muita fé no nordestino raquítico e lhe perguntou se ele teria coragem de cumprir uma ordem de matar um senador da república, ao que o capiau respondeu: “Corage inté qui não, dotô. O qui nós tem muito é custume”.

A situação insustentável de gatos pingados com tudo e a maioria absoluta da população com nada já provou na Revolução Francesa que não dá certo e não é preciso ser inteligente para perceber isto. Os ricos estão cavando a sepultura de seus filhos e netos com o procedimento irracional de acumular montanhas de dinheiro diante de montanhas de pessoas pobres e necessitadas. Como se não bastasse tal desatino, ainda por cima, são estes necessitados os olheiros que resguardam a riqueza dos ricos, mas os assaltos a condomínios de ricos com a participação destes olheiros mostram claramente o resultado desastroso deste procedimento perigosamente insustentável.

Desde que se tem notícia da existência humana em sociedade, também se tem notícia da existência de explorados e exploradores. Os explorados sempre foram os provedores dos gastos faustosos dos exploradores. Quando se fala nos grandes feitos de generais famosos e descobridores famosos nem sequer se cogita de que nenhum deles sozinho teria feito nada. Os verdadeiros responsáveis por todas as consideradas grandes conquistas são simplesmente ignorados e este modo de procedimento começa a ser questionado. Embora a grande massa humana ainda se encontre na situação de bicho com aspecto de gente, é de se notar que rebeliões estão acontecendo com maior frequência. A religião, por exemplo, o maior engodo utilizado para a subserviência, já é tão contestada a ponto de afirmar a ciência que até o ano de 204l será ela superada pela descrença, coisa só não percebida pela condição de manada em que os ricos ainda conseguem manter o populacho. Basta uma olhadela para os povos com melhor qualidade de vida para se notar ser mais baixa a religiosidade. Só a incapacidade de pensar pode fazer com que se assista ao filme O Livro de Eli e a mortandade entre os orientais sem perceber haver algo de errado na necessidade de tanta violência em torno do livro considerado sagrado, tido como a palavra de Deus. A condição de bicho em forma de gente, porque bicho não pensa, impede a percepção da realidade de haver maior religiosidade onde há mais esgoto a céu aberto, onde as pessoas tem menos acesso à prevenção de doenças, enfim, onde há menor nível de escolaridade. A ciência está avisando que no Brasil da nacionalidade de Deus haverá em quinze anos um índice assustador de mortalidade por câncer.

Até aqui os exploradores tem jogado livre e solto. Daqui em diante as coisas precisam mudar. Até um iletrado como eu já percebe algo de estranho no fato de ser o Brasil a sétima maior economia do mundo, no dizer de outro grande engodo chamado Economia Política, mas, como declarou a ONU, serem os brasileiros a octogésima quarta nação do mundo em qualidade vida.

No momento em que maior número de jovens saírem da condição de manada que os leva a permanecer acampados durante dias à espera do chô para requebrar os quadris, e que esta demência mental for substituída pela percepção de não se poder viver eternamente em brincadeiras, a partir deste momento que chegará um dia, as coisas haverão de mudar bruscamente, razão por que os ricos devem por si mesmos promover uma mudança pacífica. Será melhor para todos. Inté.

 

 

sábado, 5 de outubro de 2013

A BÍBLIA E A REALIDADE VIII


Vimos que Isaque foi consolado da morte da mãe pela lua-de-mel com Rebeca, que acabara de chegar de viagem, conforme Gênesis 24; 67, sem que houvesse casamento formal com assinatura de papel nem um padre que nunca se casou a ensinar-lhes lição de viver a dois, nem lançamento de buquê, nem chuva de arroz. Em tempos mais modernos, este tipo de casamento era olhado de soslaio, principalmente para a mulher. Insatisfeitas com esta situação, eis que as mulheres partiram para uma briga em busca de mudar sua posição de subalternidade que as considerava apenas como máquina de fazer menino, no que tinham razão. Porém, parece ter havido exagero nas exigências femininas e isto levou Millor Fernandes a dizer que a mulher em busca da igualdade (com os homens) perdeu a superioridade, afirmação correta. A mulher não devia trocar jamais a figura angelicalmente feminina de Michelle Obama pela masculinidade horrorosa de Margaret Thatcher e Angela Merkel. Se eu fosse o marido da doce Michelle, perderia menos tempo na busca inútil de proteção contra os inimigos perigosos que seus antecessores fizeram e ficaria mais tempo ao lado dela. Outra figura que perdeu a superioridade com que se portou durante o episódio da secretária de seu marido debaixo da mesa foi a Hillary Clinton, quando passou a ostentar pasta 007 e esvoaçar mundo afora tentando evitar que as muitas pessoas magoadas pela maldade que seu país lhes fez tomassem atitudes contra ele. Sua atitude anterior é que era inteligente em termos de compreensão da vida porque esta compreensibilidade eleva a mulher às alturas e a torna indispensável face à frivolidade de uma aventura cujo fim é a constatação de sua inutilidade.  

A mulher só teve a perder com suas conquistas sociais. O câncer de mama, por exemplo, está fazendo a festa nos peitos delas em função de sua modernização. Até carecas como nós elas já estão ficando. Uma garota vestida de farda e com um revólver na cintura é a coisa mais esquisita do mundo. Na década de sessenta do século passado, um amigo e eu íamos todos os sábados para a Rua Chile nos encantar contemplando as pernas das garotas de saia curta refletidas nas poças de água sobre a calçada, o que permitia a visão bem acima do limite da saia. Era tão agradável que mexia com a imaginação e outras coisas mais.

Entretanto, deixando de lado esse devorteio e voltando ao nosso assunto, temos que Deus matou Abraão, uma vez que só se morre por Sua vontade. Foi o velho peregrino de tantos desacertos sepultado por seus filhos Isaque e Ismael, este último concebido fora do casamento e expulso da casa de seu pai pelo próprio pai. Incrível como as pessoas encontram grande sabedoria nestas bestagens. Abraão, agora morto, foi enterrado no mesmo lugar onde ele enterrara sua Sara.

Ismael andou sumido por uma pá de tempo, mas reapareceu e ajudou a enterrar o pai. As notícias em torno de Isaque são mais abundantes. Prá começo de conversa, como Deus determinara (uma vez que nada acontece sem Sua vontade) que Rebeca, mulher de Isaque, filho e herdeiros das peripécias do seu pai Abraão, nascesse com o defeito da esterilidade, Isaque Lhe pediu que a consertasse, o que foi feito com tanta perfeição que ela pariu dois moleques ao mesmo tempo. As pessoas religiosas são tão inocentes que acreditam serem atendidos os pedidos feitos a Deus. Dona Marina Silva afirmou em entrevista na Rádio CBN no dia 29/09/013, a convicção de ser aprovado o seu pedido de criação de um partido político pelo qual pretendia ser candidata à presidência. Sei não, o jovem filósofo Sam Harris se mostra preocupado com a inocência da religiosidade do povo de seu país, e esta preocupação tem tanto fundamento que aquele povo vive assombrado com medo de explosões e de tiros dos seus próprios compatriotas ensandecidos. Os religiosos são tão inocentes que nem mesmo a mortandade em nome de Deus lhes deixa perceber haver algo de errado em tudo isso.

Como nosso assunto são as bestagens bíblicas, depois de consertadas as entranhas de Rebeca de onde saíram os dois moleques Esaú e Jacó, o primeiro veio a ser bom caçador e o chamego do pai, Isaque. O segundo, o Jacó, era um molenga e o chamego da mãe. Certo dia, depois de perambular pelos campos, chegou Esaú com uma baita fome e pediu a Jacó que lhe desse um pouco da comida que ele havia preparado, mas Jacó disse que trocava a comida pelo direito de primogenitura, que era o direito de herdar atribuído ao primeiro filho. Como Esaú tivesse saído do ventre de sua mãe antes de Jacó, era ele que deveria ficar com a herança do pai. Sendo a riqueza tida como a coisa mais importante desde sempre, os trogloditas que escreveram as bestagens bíblicas estão sempre a se referir a riquezas. Desse modo, para a infantilidade dos religiosos, Esaú acreditava que iria morrer de fome e que de nada adiantava herança a um cadáver, em vez de também preparar uma comida para comer. Assim, topou o negócio.

Como só entra em fria o protegido de Deus, como dona Marina Silva e seu fracassado partido, a região de Isaque foi assolada por nova crise de fome e ele, do mesmo modo que seu pai, se mandou para a região do rei Abimeleque e também repetiu a mentira de ser irmão de Rebeca a fim de não ser morto por quem se dispusesse ao desfrute de sua mulher que também era muito bonita. Entretanto, olhando pela janela casualmente, Abimeleque viu Isaque fazendo um cafuné em Rebeca e por isso descobriu se tratar de marido e mulher (é bestagem prá mais de metro). Embora não haja notícia de que Rebeca tenha sido desfrutada como há sobre sua sogra, Sara, há notícia de que Isaque tomou um puxão de orelho do rei e que se tornou tão rico que os habitantes do lugar, invejosos, entulharam todos os poços de onde provinha a água de que necessitava Isaque e os seus e que tinham sido cavados pelo seu pai Abraão. Foi Isaque aconselhado pelo rei Abimeleque a ir para outra região porque ele havia se tornado mais poderoso do que o próprio rei, tendo Isaque se mudado para o vale de Gerar. Entretanto, tal mudança não deve ter sido para muito longe porque Isaque tornou a abrir os poços que haviam sido entulhados, e se o fez era para se servir da água neles contida, mas não se poderia se servir desta água se estivesse distante sem condução mecânica como se faz hoje. Embora reabertos os poços, novos poços foram abertos pelos servos de Isaque e novas disputas se travaram em torno de sua posse apesar dos mundos e fundos prometidos por Deus sempre para o futuro. Todo o presente dos abençoados por Deus foi de dificuldade e de armação de altares e sacrifícios em homenagem ao Senhor.

Depois de tanta bestagem, Esaú se casa com duas mulheres, nenhuma do agrado de seus pais Isaque e Rebeca. E não sendo mais possível aguentar tanta bestagem, inté.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A BÍBLIA E A REALIDADE VII


De Gênesis 21; 22 a Gênesis 24; 67 temos outra enxurrada de bestagens: Depois de desfrutar da bela Sara e também ser avisado por Deus, em sonho, que ela era mulher casada, o rei Abimeleque ouve de Abraão uma queixa sobre um poço que ele, Abraão, cavara, mas que os servos do rei haviam tomado sem mais nem menos. Surpreso, o rei disse não ter conhecimento do fato. Abraão, então, separou ovelhas e bois do rebanho e os deu ao rei Abimeleque. Também separou sete cordeiras. Intrigado, Abimeleque perguntou qual a finalidade do apartamento das sete cordeiras ao que Abraão respondeu que elas eram o testemunho de que foi ele, Abraão, que cavara o poço. É realmente intrigante que ninguém queira saber como funciona o testemunho de sete cordeiras. Depois disso, o rei e o chefe do seu exército, Ficol, voltaram para a terra dos filisteus, e Abraão plantou tamargueiras e invocou o nome de Deus, cujo poder, apesar de eterno no dizer da bíblia e na crença dos inocentes, perde força num ritmo tão acentuado que segundo o doutor Nigel Barber, no livro “Why Atheism Will Replace Religion”, até o ano de 204l o número de descrentes superará o número de religiosos.

Entretanto, enquanto as pessoas ainda são tão inocentes que acreditam receber carros chechelentos como presente de Deus, a religiosidade correrá solta levando multidões às igrejas para mostrar roupas caras. As jóias, estas as pessoas não se arriscam mais. Parecem desconfiar da proteção divina e preferir a proteção dos policiais e seus revólveres como fazem todas as importantes personalidades do mundo religioso. Como não há policiais em todas as ruas, as jóias deixaram de fazer parte do desfile a caminho da igreja.

Superado o impasse do poço, como Deus não tinha certeza da fidelidade de Abraão, resolveu o Senhor, testar se Abraão era mesmo obediente à Sua vontade. Para tanto, mandou que Abraão matasse seu filho Isaque. Apesar de onisciente, Deus só saberia de Abraão Lhe era fiel se ele realmente cumprisse a ordem de matar o próprio filho. A obediência é o objetivo da religião. Ela faz com que as pessoas aceitem tudo que lhes é imposto. Para não fugir à regra da obediência irrestrita, Abraão não titubeou. Amarrou Isaque sobre um monte de lenha no qual queimaria o corpo, e ia cortar a garganta dele, quando um anjo mandado por Deus o impediu e fez aparecer um cordeiro preso pelos chifres nas ramas, que foi morto no lugar do apavorado Isaque. Qual seria a explicação para matar bichos e pessoas em homenagem a Deus? É por essas e outras que o doutor Nigel Barber escreveu seu livro.

Em reconhecimento à obediência de Abraão, Deus lhe prometeu que o abençoaria e multiplicaria sua descendência numa quantidade superior à das estrelas e dos grãos de areia das praias, além de que os descendentes de Abraão possuiriam as cidades dos seus inimigos. E não ficou por aí. Ainda garantiu Deus a Abraão que todas as nações da terra seriam abençoadas. Mas, e os tais inimigos que iriam perder suas cidades? E, se é Deus que tudo determina, por qual motivo determinaria a existência da inimizada? Em meio a estas atribulações, eis que morre Sara sem que fosse explicado o motivo de sua morte, embora se diga que só se morre por vontade de Deus, por que, então, Deus que era amigão do Abraão não lhe dera satisfação de que ia matar sua Sara, companheira de tantas peripécias? Além disso, ainda deixou Abraão a mendigar um lugar onde sepultar sua morta. Finalmente, comprou por quatrocentos siclos de prata a sepultura onde enterrou aquela que fora tão bela quanto belas são as mulheres que marcham majestosamente em requebros rumo às igrejas. Nada significa para elas os dizeres que vi quando menino, no consultório (na época, gabinete) do dentista que pedalava uma roda que fazia girar a broca que limpava a cárie e zonzava a cabeça da gente. Lá, no gabinete, estava escrito num crânio humano o seguinte: “Ó mortal que me vê. Veja bem como estou. Eu já fui como você é, e você vai ser como sou”.

Entretanto e entrementes, estando já o Isaque com foros de homem, Abraão chamou seu servo mais confiável e mandou que ele colocasse sua mão sobre a coxa de seu chefe em sinal de compromisso sério e lhe disse que fosse buscar entre sua parentela uma mulher para Isaque, o que efetivamente foi feito. Partiu o escravo em caravana de camelos e auxiliares, levando ouro, prata, jóias e vestidos, comprou Rebeca, filha de Betuel, e a trouxe. Ao chegar, coincidiu que Isaque também ia chegando. Recebeu Rebeca, pegou-a pela mão e a levou para dentro de uma tenda e curtiu a maior lua-de-mel. Inté.