quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A BÍBLIA E A REALIDADE IX


Pode até parecer mentira o que se segue nesse nosso apreceiamento das historinhas bíblicas de ninar criança deficiente. Os descrentes da minha fidelidade poderão tirar suas próprias conclusões. Basta tirar a bíblia de debaixo do sobaco e constatar a realidade mediante leitura de Gênesis, 27 a Gênesis 27; até 46, e de Gênesis 28; a Gênesis 28; até 22, quando temos a seguinte arenga:

Chegando Isaque ao ponto a que também chegarão todos os jovens requebradores de quadris, isto é, a velhice, chamou seu filho Esaú, mais velho por ter nascido primeiro num parto de gêmeos, e lhe disse o seguinte: “Olha, meu filho: a vida me escapa. Antes que eu morra, vá à caça e cace algum animal com o qual me prepare uma deliciosa comida para que coma antes de morrer e lhe abençoe a fim de que possa você exercer plenamente o seu direito de primogenitura”. Não sabia o velho Isaque que sua mulher Rebeca escutava a conversa. Sendo Jacó o segundo filho do casal, por ter nascido depois de Esaú, e o da preferência de sua mãe, como vimos no proseamento anterior, logo que Esaú saiu para caçar, Rebeca chamou Jacó e lhe contou a história, mandando que ele lhe trouxesse dois bons cabritos (que certamente já se encontravam ao alcance) para que ela os preparasse e fossem servidos por ele ao seu pai que já quase não enxergava mais (do mesmo modo como também não enxergarão um dia os atuais jovens requebradores de quadris), e fingisse ser Esaú. Assim, ele, Jacó, e não Esaú teria o direito de primogenitura. Molenga que era, Jacó manifestou medo de maldição por mentir, ao que sua mãe assumiu a culpa pela falsificação e assim foi feito. Como Esaú era peludo, e Jacó, pelado, Rebeca, mãe dos dois, colou pelos de cordeiro nas costas das mãos peladas de Jacó e o vestiu com as roupas de Esaú.

Ao se apresentar diante do velho cego com a comida, este se mostrou espantado com a rapidez com que Esaú caçara e preparara a comida. Jacó lhe explicou que Deus mandara a caça ao seu encontro, sendo esse o motivo de já estar tudo pronto. Achando a voz parecida com a voz de Jacó, o velho pai mandou que ele se aproximasse e lhe apalpou as mãos. Depois mandou que ele o beijasse, e assim constatou pelas mãos peludas e pelo cheiro de prados atravessados (licença, Eça de Queiroz) da rouba de Esaú, o caçador, tratar-se realmente do primogênito. Assim, comeu e abençoou Jacó no lugar de Esaú que chegou logo depois e se apresentou ao pai, chegando ambos à conclusão de ter havido uma tapeação, mas que não podia mais ser desfeita, sendo Esaú tomado de tal raiva que jurou matar Jacó, seu irmão, ao que Rebeca mais que depressa chamou Jacó e o mandou se retirar para a casa de um seu tio, irmão de sua mãe Rebeca, chamado Labão, onde deveria permanecer até cessar a ira do enganado Esaú.

O mesmo preconceito contra os Cananeus manifestado por Abraão, pai de Isaque, quando mandou seu servo botar a mão debaixo de sua coxa como juramento de que só traria para esposa de Isaque uma mulher da sua parentela (Gênesis, 24; 2, 3, 4), também agora Isaque manifestava o mesmo temor de que viesse Jacó a se casar com alguma mulher de entre os Cananeus e o mandou partir para o lugar de onde o servo de Abraão, pai do agora velho Isaque, tinha trazido Rebeca, sua mãe, aquela que ao chegar foi logo traçada por Isaque quando jovem na tenda que fora de sua mãe Sara antes de morrer (Gênesis, 24; 67).

Partiu Jacó com a recomendação do velho pai de tomar por esposa uma das filhas de Labão, irmão de Rebeca, portanto, sua prima carnal. Ao mesmo tempo, Esaú, o enganado, parece ter esquecido a promessa de matar seu irmão Jacó. Em vez disso, observou a recomendação que o velho Isaque passara para Jacó e também resolveu se casar com mulher de fora da raça dos Cananeus, e, embora já tivesse mulheres, se casou com uma filha do seu meio irmão Ismael, filho de Agar, serva de Sara, mulher de Abraão, antes de Deus curá-la de sua esterilidade.

Entretanto, a arenga continua versando sobre Jacó. Ao anoitecer, deitou onde se encontrava para dormi, tendo como travesseiro uma pedra, coisa que não parece tê-lo incomodado porque dormiu tão bem que até sonhou. Sonhou com uma escada que chegava ao céu e por onde anjos desciam e subiam, quando lhe aparece Deus e lhe prometeu as mesmas promessas de sempre: abençoamentos e uma posteridade maior que os grãos da poeira da terra. Entretanto, os caras que escreviam estas brincadeiras disseram que Deus disse ser Jacó filho de Abraão (Gênesis, 28; 13), quando, na verdade, segundo os mesmos escritores, era neto. Acordou Jacó pela manhã, colocou a pedra/travesseiro na forma de coluna e despejou azeite sobre ela e fez um juramento de que Se Deus o ajudasse, ele Lhe daria um décimo de tudo que viesse a ter na vida. O certo é que os espertos que escreveram estas baboseiras conseguiram fazer com que até os dias de hoje outros espertos fiquem ricos com esta recomendação de dar a Deus o dízimo. Inté.        

                                                                        

 

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