De Gênesis 21;
22 a Gênesis 24; 67 temos outra enxurrada de bestagens: Depois de desfrutar da
bela Sara e também ser avisado por Deus, em sonho, que ela era mulher casada, o
rei Abimeleque ouve de Abraão uma queixa sobre um poço que ele, Abraão, cavara,
mas que os servos do rei haviam tomado sem mais nem menos. Surpreso, o rei
disse não ter conhecimento do fato. Abraão, então, separou ovelhas e bois do
rebanho e os deu ao rei Abimeleque. Também separou sete cordeiras. Intrigado,
Abimeleque perguntou qual a finalidade do apartamento das sete cordeiras ao que
Abraão respondeu que elas eram o testemunho de que foi ele, Abraão, que cavara
o poço. É realmente intrigante que ninguém queira saber como funciona o
testemunho de sete cordeiras. Depois disso, o rei e o chefe do seu exército,
Ficol, voltaram para a terra dos filisteus, e Abraão plantou tamargueiras e
invocou o nome de Deus, cujo poder, apesar de eterno no dizer da bíblia e na
crença dos inocentes, perde força num ritmo tão acentuado que segundo o doutor
Nigel Barber, no livro “Why Atheism Will Replace Religion”, até o ano de 204l o
número de descrentes superará o número de religiosos.
Entretanto,
enquanto as pessoas ainda são tão inocentes que acreditam receber carros chechelentos
como presente de Deus, a religiosidade correrá solta levando multidões às
igrejas para mostrar roupas caras. As jóias, estas as pessoas não se arriscam
mais. Parecem desconfiar da proteção divina e preferir a proteção dos policiais
e seus revólveres como fazem todas as importantes personalidades do mundo
religioso. Como não há policiais em todas as ruas, as jóias deixaram de fazer
parte do desfile a caminho da igreja.
Superado o
impasse do poço, como Deus não tinha certeza da fidelidade de Abraão, resolveu
o Senhor, testar se Abraão era mesmo obediente à Sua vontade. Para tanto,
mandou que Abraão matasse seu filho Isaque. Apesar de onisciente, Deus só
saberia de Abraão Lhe era fiel se ele realmente cumprisse a ordem de matar o
próprio filho. A obediência é o objetivo da religião. Ela faz com que as
pessoas aceitem tudo que lhes é imposto. Para não fugir à regra da obediência
irrestrita, Abraão não titubeou. Amarrou Isaque sobre um monte de lenha no qual
queimaria o corpo, e ia cortar a garganta dele, quando um anjo mandado por Deus
o impediu e fez aparecer um cordeiro preso pelos chifres nas ramas, que foi
morto no lugar do apavorado Isaque. Qual seria a explicação para matar bichos e
pessoas em homenagem a Deus? É por essas e outras que o doutor Nigel Barber
escreveu seu livro.
Em
reconhecimento à obediência de Abraão, Deus lhe prometeu que o abençoaria e
multiplicaria sua descendência numa quantidade superior à das estrelas e dos
grãos de areia das praias, além de que os descendentes de Abraão possuiriam as
cidades dos seus inimigos. E não ficou por aí. Ainda garantiu Deus a Abraão que
todas as nações da terra seriam abençoadas. Mas, e os tais inimigos que iriam
perder suas cidades? E, se é Deus que tudo determina, por qual motivo
determinaria a existência da inimizada? Em meio a estas atribulações, eis que
morre Sara sem que fosse explicado o motivo de sua morte, embora se diga que só
se morre por vontade de Deus, por que, então, Deus que era amigão do Abraão não
lhe dera satisfação de que ia matar sua Sara, companheira de tantas peripécias?
Além disso, ainda deixou Abraão a mendigar um lugar onde sepultar sua morta.
Finalmente, comprou por quatrocentos siclos de prata a sepultura onde enterrou
aquela que fora tão bela quanto belas são as mulheres que marcham
majestosamente em requebros rumo às igrejas. Nada significa para elas os
dizeres que vi quando menino, no consultório (na época, gabinete) do dentista
que pedalava uma roda que fazia girar a broca que limpava a cárie e zonzava a
cabeça da gente. Lá, no gabinete, estava escrito num crânio humano o seguinte:
“Ó mortal que me vê. Veja bem como estou. Eu já fui como você é, e você vai ser
como sou”.
Entretanto
e entrementes, estando já o Isaque com foros de homem, Abraão chamou seu servo
mais confiável e mandou que ele colocasse sua mão sobre a coxa de seu chefe em
sinal de compromisso sério e lhe disse que fosse buscar entre sua parentela uma
mulher para Isaque, o que efetivamente foi feito. Partiu o escravo em caravana
de camelos e auxiliares, levando ouro, prata, jóias e vestidos, comprou Rebeca,
filha de Betuel, e a trouxe. Ao chegar, coincidiu que Isaque também ia
chegando. Recebeu Rebeca, pegou-a pela mão e a levou para dentro de uma tenda e
curtiu a maior lua-de-mel. Inté.
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