Tirando fora o cabresto da religiosidade, a bíblia é um livro de história
cuja leitura revela a intenção dos historiadores bíblicos de manter a
humanidade em nível mental correspondente ao das crianças. Mas eles se
enganaram ao supor que a falta de discernimento fosse durar eternamente, coisa
que não se verifica na prática porque ainda que mais lentamente do que devia, é
inevitável à percepção humana adquirir algum conhecimento ante a realidade dos
fatos que o cercam, de modo que aos poucos este conhecimento vai desnudando as trevas
da ignorância alimentada pelas mentiras que vem iludindo os crédulos em sua
inocência de criança, a quem se engana facilmente. A cada dia cresce o número
dos que percebem ser a realidade bem diferente da que nos é apresentada pela religião
e pela política, os dois polos de cultura que decididamente conduz a humanidade,
mantendo-a em erro por interesse daqueles que conseguiram ocupar posição cômoda
na sociedade em não querer compartilhá-lo com os demais. É um modo perverso de
comportamento num livro que se propõe pregar o amor e a sabedoria, quando, na
realidade, faz com que os que ficaram de fora das benesses que o dinheiro pode
dar, convencendo-os através de mil artifícios ser melhor aguardar para depois
da morte a conquista de alguma comodidade lá no céu. É muito difícil
compreender o que se passa na cabeça de alguém convencido da existência de um
lugar no espaço onde a vida continuasse. Felizmente, entretanto, já não são
poucos os que desafiam esta farsa e desnudam sensatamente as mentiras que por
séculos vem mantendo a humanidade distante da busca pela verdade. Se de um lado
a religião convence da comodidade celeste, por outro lado, a política convence
da necessidade de possuir muitas coisas como recurso para ter comodidade. Mas,
a cada dia, mais pessoas percebem o papelão de inocente útil desempenhado por
quem vive em meio a parábolas, milagres, santos, demônios, pecados, orações e
igrejas, desperdiçando o dinheiro de comprar comodidade para sustentar um sem
número de gigolôs da religião e da política. São nocivas à sociedade as pessoas
que deixam de acreditar na verdade visivelmente materializada de que o
bem-estar depende da boa aplicação dos recursos públicos, havendo necessidade
de fiscalizar sua aplicação, apegando-se, ao contrário, em vez dessa atitude
socialmente salutar, na mentira de que o bem-estar depende de observar as
recomendações bíblicas. Inúmeros são os casos de superação dos sofrimentos
oriundos do manancial de males com os quais a natureza nos castiga, desde
quando se pode contar com os recursos provenientes do desenvolvimento
científico, mas nunca se viu ninguém curado de um câncer ou tumor no cérebro através
de oração. Só há uma explicação para tudo isso. Ela se chama IGNORÂNCIA porque
o ignorante sofre mais os efeitos da maldade humana em sua boa fé de ignorante
como se percebe olhando para a frequência nas igrejas, no axé e no futebola.
É necessário bradar contra a religiosidade com a mesma persistência com
que o ferreiro malha o ferro à exaustão. É extremamente necessário montar uma
OPERAÇÃO IGNORÂNCIA ZERO para eliminar o maior entrave a impossibilitar o
avanço da verdadeira espiritualidade, aquele sentimento de solidariedade humana
inexistente nas histórias bíblicas manchadas de sangue, escravidão, ouro,
prata, bronze, rebanhos imensos e terras que não acabam mais, enfim, tudo que é
contra a paz e o sossego, culminando na maldade suprema de ensinar a caridade
em vez da dignidade. O conhecimento do mecanismo de funcionamento da vida
social foi alcançado pelos Grandes Mestres do Saber. Mas como só por
acontecimento fortuito alguém toma conhecimento de seus ensinamentos, a quase
totalidade dos seres humanos vive dentro da previsão de infantilidade mental
feita pelos historiadores que escreveram as histórias da bíblia com o intuito
perverso de manter o sistema desumano em que muitos trabalham e poucos
desfrutam. Eles representaram em sua época o mesmo papel hoje desempenhado
pelos escritores grã-finos também buscando defender um lugar ao sol na
sociedade. Como não há lugar ensolarado que caiba toda a humanidade, os que
estão a gosto distraem os demais com Papai Noel e festas de Páscoa que todo ano
mata centenas de idiotas em acidentes, razão pela qual devem ser punidos os
pais que iniciam as crianças nesse mundo de falsidade e morte, eliminando nos
jovens a capacidade de dar azas à inteligência porquanto a religião ensina a
desnecessidade de raciocinar sobre as coisas de Deus. Como dizem os pobres
coitados que Deus está em tudo, arredondaram a regra e não pensam em nada.
Apenas acatam o que lhes é dado a conhecer ainda que em circunstâncias
inaceitáveis de analfabetos contradizendo cientistas. Enquanto um analfabeto
portando uma bíblia debaixo do sobaco garante que se pode ser o que quiser
através do livre-arbítrio, o filósofo Aldous Huxley diz na página 12 do seu
complicado livro Admirável Mundo Novo, que os seres humanos são dotados de
livre-arbítrio para escolher entre a insanidade e a demência. Esta observação
do Mestre do Saber confirma outra que diz decorrerem da ignorância todos os
males da humanidade. Com efeito, só pode ser insano ou demente quem persiste no
erro de conduzir sua vida para um caminho no qual aumentam os sofrimentos à
medida que se caminha. A política de desbaratamento da riqueza pública, os
tornados, furacões, enchentes, cheias, secas, o incremento das doenças e o
fantasma da fome e da sede a rondar, absolutamente nada significa para os
obcecados frequentadores de igreja que encontram sabedoria na bíblia.
Não há outro modo de encarar as histórias bíblicas submetidas ao crivo da
razão senão como pura infantilidade ou histórias da carochinha. É totalmente
desprovido de capacidade mental quem nada encontra de estranhável na narração encontrada
em Mateus, 3: 16, ou Marcos, 1: 10,11, ou Lucas, 3: 22, segundo a qual Deus
desceu das alturas na forma de uma pomba, ao tempo em que uma voz poderosa
anunciava que Cristo era Seu filho. Tá certo um negócio desses por acaso? Certa
vez um padre me disse que os mistérios de Deus devem ser aceitos sem maiores
cogitações a respeito, prova de ter por escopo tal afirmação a idiotização dos
frequentadores de igrejas. Não tem cabimento Deus virar pomba porque a Ele só
se refere como masculino, caso em que não poderia ser uma pomba. Quando o padre
disse que os mistérios de Deus não devem ser questionados, livrou-se de tentar
o impossível de explicar o motivo pelo qual Deus faz tantos arrodeios. Ora
conversa de dentro de fogo ou de nevoeiro, ora como pomba. Pregador algum no
mundo será capaz de convencer a quem pensa haver justificativa para o fato de
ter deixado Deus de usar seu superpoder e passar a mandar que os humanos se
encarregassem das coisas que Ele queria fazer. E como seria que um pregador
explicaria o fato de Deus aprovar a escravidão e gostar de sangue de gente e de
bicho, além de matar crianças? Que bondade ou sabedoria demonstra Deus ao matar
o pobre Uzá (Samuel, 6: 6 – 8), em troca da presteza com que o pobre coitado
agiu em defesa da arca?
Como há tempo para cada coisa, como diz a própria bíblia, é chegado o
tempo de se perceber que a religiosidade não presta prá nada e que é bobagem empregar
nela recursos suficientes para proporcionar o bem-estar inutilmente buscado nos
templos suntuosos. Todos os templos do mundo são inúteis e deviam se mirar no
espelho do suntuosíssimo templo de Jerusalém, cujo custo pode ser conhecido
pedindo ao amigão Google “templo de salomão”, tendo aquela suntuosidade se
prestado apenas para gerar outros gastos para ser derrubado e mais outros para
ser consertado. Para esperança de quem almeja uma sociedade civilizada, as
entidades constituídas de ateus ganham adeptos entre a juventude que não tira
zero na prova do Enem. Com o título FILHOS DE PAIS
NÃO RELIGIOSOS TEM VALORES ÉTICOS MAIS FORTES, pode ser vista na internete a
seguinte matéria: “Um dos argumentos mais comuns aos que defendem a religião na vida de uma
criança é que a fé ajuda a desenvolver fortes valores morais e éticos. Mas
pesquisa da universidade do sul da Califórnia – O Longitudinal Study of
Generations (Estudo Longitudinal de Gerações) -, que mapeou a relação entre a
religião e a vida familiar na população norte americana por 40 anos, revelou
que pais ateus tem conseguido melhor desempenho do que as famílias ligadas a
alguma religião. Além disso, segundo o estudo, quando esses adolescentes
tornam-se adultos, eles tendem a apoiar a igualdade feminina e os direitos dos
gays, ser menos racistas, menos autoritários e em média mais tolerantes que os
religiosos”. Aí está um comportamento de americano que os brasileiros como
seu papel carbono deviam imitar e poupar seus filhos do aprendizado prejudicial
da existência de Deus, ensinando-lhes, em vez disso, a terem por princípio,
acima de tudo, o respeito à dignidade própria e alheia. Mas a notícia sobre a
desvantagem da religiosidade também diz o seguinte: “Os “nones” –
como são conhecidas as famílias seculares e, de forma geral, as pessoas que não
se identificam com nenhuma religião – estão em ascensão nos EUA e já
representam um terço dos adultos com menos de 30 anos. No Brasil, essa parcela
da população cresceu 580% nos últimos 30 anos – saindo de pouco mais de 2
milhões em 1980, para mais de 15 milhões de pessoas em 2010”.
A situação de calamidade em que se encontra a humanidade tem sua origem
em coisa completamente diferente do pecado de adão. Procurar por ela em outro
lugar que não na igreja dará melhor resultado tanto para quem faz pose na
revista Forbes quanto para quem esmola na sarjeta. Inté.