“É inadmissível elaboração de leis imorais, cujo único
propósito seja privilegiar alguns poucos indivíduos, locupletando-os
injustificadamente à custa das pessoas que sustentam financeiramente o Estado
com seu trabalho”.
Considerando
que a função das leis é assegurar a ação da justiça em sua importante e
necessária tarefa de tentar amenizar a tendência natural à brutalidade que os
seres humanos carregam na alma e que os obriga a se destruírem mutuamente, embora
sem sucesso nesse sentido porque sempre houve quem se locupletasse às custas de
outro, ainda assim, a existência de leis e um corpo de funcionários públicos
com o poder de fogo indispensável aos ambientes onde predomina a selvageria que
iguala a sociedade humana à dos irracionais, ao forçar o cumprimento às
determinações legais esta força bruta consegue manter pelo menos uma tênue tranquilidade
que não existiria sem que nada coibisse a maldade humana que em nada difere da
brutalidade do morticínio das selvas. Desta forma, tendo as leis por finalidade
assegurar que haja pelo menos um mínimo de justiça, pode haver alguma
contestação quanto à perfeição do pensamento expresso na declaração em negrito
que dá início a estas mal traçadas? Evidente que não. O que está dito ali é
exatamente aquilo a que se propõe a fazer a justiça: coibir que alguns
ressuscitem a escravidão da chibata. Pois, apesar de não haver o que retocar
naquela afirmação, há quem a conteste no meio desse povo tão esquisito que sua
personalidade está muito mais para rato do que para ser humano. Quase
inacreditável se não se tratasse de brasileiros é haver entre os contestadores autoridades
dos próprios órgãos responsáveis pela elaboração das leis e aplicação da
justiça. Quem fez aquela declaração sensata e socialmente irretocável foi
ninguém menos que o doutor Rodrigo Janot, que apesar de defender com unhas e
dentes a sociedade contra a ação predatória da ratazana, o que equivale a
proteger o futuro dos filhos dos jovens imbecis futucadores de telefone, seu
trabalho merece menor reconhecimento do que o trabalho prejudicial à sociedade
de fomentar o analfabetismo político executado por pobres mendigos mentais que
inocentemente por conta da ignorância de sociabilidade que caracteriza o bicho
povo se tornam marionetes do pão e circo aos quais é proporcionada vida abastada
em retribuição à atividade de distrair a atenção da malta para as brincadeiras
enquanto os malandros fazem a festa em cima do erário. Como a humanidade vive
de mentiras, pessoas esclarecidas o bastante para conhecer esta realidade fazem
coro com os pobres infelizes que desconhecem ser o pão e circo responsável por
grande parte da dinheirama que escorre pelo esgoto da corrupção que fomenta a
violência e, por conseguinte, infelicita a sociedade da qual participam os filhos
dos apologistas do pão e circo nefasto. É tão desequilibrada nossa sociedade que
um condenado à prisão está em campanha país afora como candidato à presidência
da república, afirmando que seus acusadores é que estão errados. Sendo o doutor
Janot o carro-chefe da Operação Lava Jato, contra ele e seus colegas do
Ministério Público insurgem contestadores quanto à legitimidade do trabalho de
procurar expurgar marginais do meio social. Conforme noticia o jornal Folha de
São Paulo, esse candidato condenado à prisão teria afirmado não só que os responsáveis pela
Lava Jato são canalhas, mas também que Nenhum juiz tem o direito de contar
mentiras a respeito dele e dizer que ele roubou. Acontece que não é só o juiz
que o condenou à prisão quem diz tratar-se de ladrão porque um
jornalista/escritor chamado Ivo Patarra escreveu o livro O Chefe, no qual há
todo um cabedal de denúncias de roubos e falcatruas praticados pelo presidiário/presidente
sem que fosse desmentido. Como quem cala consente, prevalece o que foi dito
pela acusação.
A singularidade da sociedade brasileira que a
torna incomparável na prodigalidade de promover coisas ruins, de buscar mais
infortúnios além daqueles que a é pródiga em produzir, esta estranha
característica encontra explicação na circunstância de ser nossa sociedade formada
por pessoas que dão origem a notícias como a de ter uma pastora doado chácaras
compradas pelos fiéis de sua igreja ao marido dela, também pastor. Como
estupidez é a marca registrada por aqui, outra notícia dá conta de que um ex-ministro
do STJ recebeu propina de R$ 5 milhões. Taís notícias são regadas a muito
festejamento. Coisas assim caracterizam esta sociedade de parvos frequentadores
de igreja, axé e futebola, povo que faz festa com os recursos de que
dispõe para comer. O segundo mais importante estado deste país de triste sorte,
unidade da federação habitado pelo povo considerado o mais esperto entre todos
os demais que por aqui pastam, gastou tanto dinheiro em festas que agora grande
parte dele dorme debaixo das marquises e seus funcionários públicos viraram
pedintes. No estado considerado o primeirão de todos em riqueza, onde vive o
povo que se autoconsidera mentalmente superior aos demais, mas que é tão
insignificante espiritualmente quanto os demais, talvez ainda mais pela
inexistência de motivo para a petulância próprio dos ignorantes que elegem
quantas vezes se candidate um deputado condenado à prisão em outros países e
que aqui é deputado e milionário às custas dos petulantes “bacanas” e
“sabichões”. É, realmente uma calamidade a sociedade brasileira. A malandragem
por aqui é tal que sob pretexto de trabalhar em benefício da sociedade,
malandros, aventureiros, religiosos, enfim, a escória mental da sociedade, têm a
desfaçatez de pleitear arrancar da comunidade a fabulosa soma de três bilhões e
seiscentos milhões de reais para custear as despesas com sua eleição a cargos
eletivos, o que foi magistralmente analisado pelo jornalista Ricardo Boechat
como o cúmulo da safadeza a pretensão de obrigar a sociedade a ter de arcar com
os custos para que malandros se tornem profissionais políticos, quando todas as
demais profissões são custeadas pelos que se dispõem a exercê-las. Apesar de serem
as coisas ruins a característica dos brasileiros desde que deles se tem notícia,
os amaldiçoamentos que os infelicitam atingiram atualmente níveis
insuportavelmente alarmantes. É de dar dó ver pobres desvalidos ostentando
cartazes onde se lê “EXIGIMOS RESPEITO .”
Foi incorporada à nossa personalidade social a convivência pacífica com a
ausência de pudor, moralidade e autoestima. Consta no mesmo jornal Folha de São
Paulo que um ministro desse desmoralizado Estado Brasileiro declara ter estranhado
ser retirado da fila na hora de entrar no avião rumo aos Estados Unidos, para
onde ia a serviço, sob alegação da necessidade de ser submetido a uma revista
especial. Como à tal revista especial não fora submetido nenhum outro passageiro,
o ministro pediu explicação perguntando a razão pela qual ele era motivo de um
cuidado à parte, ao que o funcionário lhe explicou tratar-se de ordem do
governo americano. Apesar de fazer parte o ministro do ambiente de Brasília, ao
optar por não viajar a submeter-se à tal revista especial determinada por Tio
Sam, o ministro demonstrou ser homem de fibra, apesar de ser brasileiro. Quem
observa o dever cívico de acompanhar o que diz a imprensa sobre os
acontecimentos de seu país sabe que houve um ministro brasileiro que se
rebaixou a tirar os sapatos como um marginal qualquer para ser revistado num
aeroporto americano e outro que beijou a mão de candidato a presidente do país
que dá ordens aqui dentro, o que envergonharia este país de safados que roubam
até animais no zoológico, além da Cruz Vermelha, caso eles soubessem o que é
vergonha e não se agachassem com tanta facilidade. As notícias sobre a
sociedade brasileira giram exclusivamente em torno de roubos, viadagem, putaria,
pão e circo, assassinatos, mortes através de uma gama de acidentes, e para
completar a lista de patifaria, a podridão política. Coisas assim são
corriqueiras: “Ex-ministro do STJ
recebeu propina de R$ 5 milhões.” – “Escândalos de corrupção no governo
contribuem para aumento de violência contra policiais”. – “Chega a 100 o número
de PMs mortos no Rio de Janeiro desde o início do ano”. – Base no Congresso
pretende usar discussão de medidas para cobrar cargos e verbas.” – A jurista Herta Däubler-Gmelin, ex-ministra da Justiça da Alemanha,
afirmou em São Paulo que "há dúvidas cada vez maiores" sobre se o
Judiciário brasileiro coloca o país na lista de lugares onde o Estado de
Direito não é respeitado”.
A insustentabilidade das ações governamentais
no Brasil é tão flagrante que existe um ministério voltado para as
brincadeiras. Dinheiro aqui é para ser roubado sob aplausos dos roubados. Os
funcionários públicos zelosos do dever de proteger a sociedade são cobrados de
faltar com o respeito aos ladrões. Está também no jornal Folha de São Paulo a
seguinte censura aos procuradores públicos graças aos quais estão sendo retiradas
muitas mutretas de debaixo do pano para serem expostas à indignação social dos capazes
de se indignarem. Diz o jornal: “A Lava
Jato voltou à violação imprópria da vida privada. Desta vez, divulgou uma
conversa familiar entre Jacob Barata Filho e uma de suas filhas, ambos
preocupados com o estado psicológico da outra filha. É só sadismo dos
divulgadores”. Aí está. Era só o que faltava! Como sadismo perseguir
bandidos, se sádicos são eles que roubam o dinheiro do leite das criancinhas e
as deixam à míngua? Àqueles a quem é dada a faculdade da percepção certamente
que meditam sobre o motivo que leva intelectuais à convicção de sermos todos
uma toupeiras incapazes de enxergar sacanagens nos melindres quanto ao estado
psicológico dos quadrilheiros engravatados que saqueiam o erário e sacrificam a
sociedade enquanto sofredores premidos pela necessidade de roubar migalhas
amargam o inferno dos presídios. Só as entrelinhas do que se ouve e lê podem
explicar o que há por trás de tanto embuste. Toda a dificuldade está no fato de
que o alcance ao conteúdo das entrelinhas exige muita dedicação, esforço e
vontade de alcançá-lo, coisas que inexistem na massa bruta e ignorante da
manada em seu corre-corre diário a fim de produzir mais riqueza para os
infernos fiscais.
Embora o
termo socialismo defina com maior precisão o espírito de cooperação ou o
sentimento de irmandade sem o qual seremos eternamente infelizes, veio ele a
adquirir conotação de determinada forma de exercer política. Como a política é
sempre exercida de modo a maltratar o povo, o termo socialismo, com justa
razão, passou a merecer justificada ojeriza. Entretanto, absolutamente nada
justifica desinteresse pela política porque dela depende o bem-estar social.
Afastar-se da atividade política é incorrer no mesmo erro de quem compra um
carro usado de um brasileiro acreditando no estado de conservação descrito por
quem o vende. Até quando terá esse belo país tão triste sorte? Como a juventude
que tudo pode entende mesmo é de futebola, fica levantada prá ela a bola para
ser iniciado o jogo de colocar sensatez e integridade onde predominam a estupidez
e indecências. Inté.