quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

ARENGA 340


Há boas novas no ar. Está a se confirmar a realidade implacável da impossibilidade de se enganar a todos por todo o tempo. Já existem jovens de dezoito anos cuja mentalidade supera de longe a dos pais panacas com os filhos escanchados no pescoço rumo às igrejas. As criancinhas de hoje, talvez por reação da natureza contra tanta burrice, estão nascendo com uma inteligência admirável. Embora seus pais teimem em mantê-las na mediocridade que lhes foi imposta por seus pais das orações, da violência, do compra-compra, da necessidade de tirar fotos ao lado da turma do Mickey Mouse, de festejar o Halloween, a percepção que as criancinhas demonstram fará com que elas percebam também que seus pais estão completamente errados em seu analfabetismo político e sua preferência por "famosos” e “celebridades”. Nunca antes foi possível ter tanta esperança no surgimento de uma geração capaz de transformar o mundo de miséria num mundo agradável. Esta geração está aí nas figurinhas espertas com cheiro de alfazema que já demonstram rebeldia ante as ideias mumificadas de seus pais. Ouvi uma criança de quatro anos dizer que não existe Papai-Noel e sei de uma linda jovenzinha de dezessete anos que recusou participar do Halloween e do convite para ser modelo. Aliás, “modelo” porque sabem os menos burros ser bem diferente a atividade que se esconde atrás desse título. Assim, também vem à tona a realidade de ser a esperança a derradeira a morrer. Alguém já viu em tempo algum, a juventude discordar em pagar a conta exorbitante do abastecimento de comida para o avião presidencial? Pois agora está-se vendo, e com a mais absoluta razão porque é ser mais do que trouxa disputar financiamento para estudar e pagar para que politiqueiros se refastelem com finíssimas iguarias enquanto esvoaçam pelo mundo num avião superluxuoso para engendrar tramas inconfessáveis contra o burros de carroça de sempre. Outra coisa que a juventude precisa se ligar é sobre a necessidade que têm os governos de viajar tanto. Por trás disso há dente de coelho. Aos poucos haverá de se chegar lá também. Por enquanto, já é alvissareiro o fato de estar despertando para as malandragens dos politiqueiros. A imprensa noticia que ante a reação da juventude o governo Temer recuou de gastar um milhão e meio nas compras de iguarias para o avião presidencial, que dona Dilma gastou um milhão e novecentos mil, e que entre as iguarias de Lula até xoxota fazia parte do cardápio. Pelo menos nisso o Lula foi melhor que o Temer.

Está-se concluindo, finalmente, não ser possível ficar de longe esperando que dos palácios venha o trabalho de aplicar o dinheiro dos impostos para promoção do bem-estar social. As únicas coisas que saem de lá são falcatruas e muita safadeza. Os gastos monumentais com festas contrastando com a penúria que chega ao absurdo de não haver dinheiro para pagar funcionários públicos e afirmar que esta situação é causada pelas despesas com as aposentadorias dos trabalhadores comuns é a maior canalhice do mundo. Uma olhadela nos livros Dívida E(x)terna, de Marcos Arruda, Honoráveis Bandidos, de Palmério Dória, Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Júnior, e O Chefe de Ivo Patarra, é o bastante para se saber qual é a real causa da falta de dinheiro. A única coisa errada que há na Previdência Social é o acúmulo de aposentadoria dos politiqueiros e a roubalheira escancarada. Pergunte a dona Georgina Freitas que ela explicará direitinho. Inté.  

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

ARENGA 193

Os movimentos sociais de insatisfação com a administração pública, embora ainda não passem de simples reivindicações sem maiores consequências, podem assumir proporções alarmantes e por um basta ao hábito de acumular fortunas nos infernos fiscais. Embora pareça impossível, o mundo já foi mais bruto do que é hoje. Houve época em que a brutalidade não precisava ser disfarçada e o governo era exercido por brutamontes denominados déspotas, que até por servir um vinho errado mandava maltratar ou matar o responsável por tamanha insignificância. Entre estes brutamontes espirituais, entretanto, outros governantes com os mesmos direitos absolutos que a cultura da época lhes atribuía, evitavam exageradas demonstrações de poder. O comportamento destes últimos, denominados pela história de Déspotas Esclarecidos, lembra o comportamento de bilionários fazendo doações de fortunas para assistência social. Assim como aqueles governantes despóticos, mas nem tanto, os bilionários atuais também são movidos pelo medo. Dotados de insignificante capacidade de raciocínio acima de seus pares, concluíram que dos maus tratos resulta violenta que mais cedo ou mais tarde se volta contra quem lhe dá origem. Como todo bilionário é um déspota não esclarecido porque não se forma uma montanha de riqueza sem matar e roubar. Os males que atacam a humanidade através de secas, enchentes, tormentas várias, inclusive doenças desconhecidas que matarão muitas pessoas, tudo isso decorre da ação de ajuntar riqueza pelos bilionários ajuntadores de riqueza.
O procedimento do bilionário ao devolver à sociedade parte do butim conquistado à custa dos que choram nos corredores dos hospitais, na verdade, é tão socialmente improducente quanto a ação daqueles pobres rebotalhos espirituais que se prostram em frente aos supermercados para esmolar um quilo de comida para os pobres, ou às multidões que mexem os beiços em cochichos com estátuas para que as protejam do mosquito encolhedor de cérebros já encolhidos. A quantia devolvida pelos bilionários, quando comparada ao total de butim resultante do saque sobre o trabalho do trabalhador, corresponde àquela moeda que alguém do cérebro encolhido dá ao esmoler para sentir-se conectado com Deus. São ações de nenhuma vantagem prática, não passando tudo de esmola que não resolve absolutamente nada. O mesmo significado de coisa nenhuma tem os afagos que as autoridades entre aspas fazem às empresas que mais contratam deficientes físicos. Os governantes concedem a estas empresas benefícios que o povo paga a fim de que estas empresas façam o trabalho que teria de ser feito pelo governo, procedimento do qual resulta a situação de sempre: alguém fazendo o que teria de ser feito pelas autoridades com aspas. Com isto, para provar que são boas na malandragem, as autoridades economizam dinheiro e tempo para gastá-lo em devorteios pelo mundo com despesas protegidas por sigilo. A imprensa noticiou que a comitiva brasileira e dona Dilma se hospedaram num dos hotéis mais caros de Paris. Na atual forma de administração pública não há quantidade de dinheiro que não desapareça antes de cumprir sua finalidade, o que desnuda a falsidade dos escritores assalariados e dos papagaios de microfone que fazem apologia desta monstruosidade de sistema que até tira das crianças o direito de tomar leite. Enquanto isto acontece, a imprensa noticia um proprietário de sete milhões de hectares de terra. É esta forma de vida monstruosa que os papagaios de microfone e os escritores assalariados não tem vergonha de mentir em troca de pagamento para afirmar ser uma boa forma de se viver. Nas ruas da cidade mais rica do país, a Cidade de São Paulo, ao lado de fortunas fabulosas, pessoas com as mesmas necessidades dos demasiadamente abastados vivem do modo mostrado por estas fotos. (para depois das fotos):




Aposto um centavo furado como as doações dos Bilionários Esclarecidos jamais chegarão até aqui. Inté.