terça-feira, 29 de maio de 2018

ARENGA 492


Para cada pretendente à presidência da república todos os outros pretendentes estão errados e só ele está certo de ter a solução para os problemas do país. Isto os identifica perfeitamente com as religiões. Buscando também cair na preferência dos contribuintes, cada uma religião se apresenta como a detentora da verdade e a única capaz de levar seus carneiros a boas pastagens. Todas as demais estariam erradas. Mas a realidade é ser tudo isto uma falsidade do tamanho do mundo. No mundo só há falsidades. Nenhum presidente e nenhuma religião presta prá nada. Se os problemas que infelicitam os seres humanos não podem ser resolvidos pelos presidentes de repúblicas porque os patrões deles, os ricos donos do mundo têm interesse na manutenção destes problemas porquanto deles se beneficiam, também não podem estes problemas serem resolvidos pela religião por se tratar do maior engodo que envolve a humanidade e ter por base a falsa ideia da existência de Deus que permanecerá viva apenas pela impossibilidade de desviar a atenção do dinheiro para se pensar sobre a vida. Por meio da tragédia Antígona, Sófocles colocou na boca da sua personagem Antígona que os tiranos precisam de um povo mudo. Esqueceu-se o Grande Mestre do Saber de que além de mudo deve também ser o povo surdo para não ouvir a voz da razão e cego para não ver sua escravidão.  A História registra que o imperador Calígula mandava matar a pauladas os artistas se o espetáculo não lhe agradasse e quando escasseava alimento para as feras da arena alimentava-as com prisioneiros. O imperador Cláudio, para inovar seus divertimentos, dezenove mil prisioneiros travavam uma batalha naval onde milhares deles morriam e navios construídos com o dinheiro do povo eram destruídos. Por aqui também, não faz muito tempo assim, um ministro da boca de chupar ovo, com o dinheiro deste povinho de triste memória, para festejar o descobrimento deste país de fazer vergonha, mandou construir uma caravela que não saiu do lugar. Decorridos milênios, a massa bruta de povo continua na mesma estupidez de fazer com que a vida intranquila seja a regra e a vida tranquila seja a exceção.

Quem consegue se desviar um pouco do caminho indicado pelo berrante dos meios de comunicação percebe que Deus pode ser incluído entre os tiranos a que se refere Sófocles. Apenas para não ter contrariada Sua vontade divina, mandou que seus puxa saco matassem a pedradas um infeliz que apanhava lenha num dia de sábado (Números: 32-36). Ser incapaz de tomar conhecimento da realidade é o verdadeiro propósito das religiões ao convencerem os incautos da desnecessidade de serem questionadas estupidezes como conversar com estátua, cepar fora a cabeça de pessoas, necessidade de dinheiro para quem apenas com a vontade construiu o universo, o luxo das igrejas e os desabamentos delas matando os carneiros de Cristo, criminosos representando Deus, coisas aceitáveis apenas pela cegueira mental.   

Que o mundo está no caminho errado a ninguém é dado desconhecer. É mais importante buscar o motivo pelo qual isto acontece do que devanear-se pelo mundo inútil da intelectualidade. Tem mais utilidade saber a causa do desaparecimento da água do que conhecer a fórmula da água. Mas a força do poder de convencimento dos meios de comunicação que pensam pela massa bruta de povo o faz crer que o errado é que é o certo, colocando em prática a máxima de que uma mentira de tanto repetida passa a ser verdade. Um pouco de reflexão sobre como têm vivido os seres humanos basta para se concluir que eles precisam ser os senhores de si mesmos em vez de necessitarem de quem lhes diga o que fazer. O ser humano precisa se convencer de estar jogando fora a nobreza com que a natureza o dotou. Não por ser a obra prima de Deus porque fisicamente nenhuma diferença distingue suas necessidades das necessidades dos bichos. Mas sim pela espiritualidade que resulta na afeição que infelizmente foi substituída pelo ódio materializado nas guerras. O homem, enfim, não deve se deixar influenciar negativamente com tanta facilidade. Na página 445 do livro História da Raça Humana, de Henry Thomas, consta que no século XVIII, em função de uma história denominada As Tristezas de Werther, escrita por Goethe, sobre um amor roxo entre os jovens Werther e Lottchen, houve pela Europa uma epidemia de suicídio de jovens que se deixaram influenciar negativamente pela infelicidade daqueles dois jovens apaixonados. Desde sempre que o sentimento do ser humano em vez de ter origem no seu interior, vem de fora para dentro em vez de vir de dentro para fora como a nau do Zé Ramalho. Desta forma, por falta de uma cultura capaz de fazer o pêndulo do convencimento pender para o lado positivo, pende para o lado negativo e torna o ser humano incapaz de gerir seu próprio destino, recebendo-o já pronto e acabado dos meios de comunicação dos ricos donos do mundo que dá ao ser humano o mesmo destino da manada rumando para o matadouro. Ao se deixar levar pelos falsos líderes e as duas invenções Deus e Mercado, ambas destinadas a manter os seres humanos conformados com a submissão ao servilismo, a humanidade demonstra a mesma falta de discernimento de uma criancinha que se deixasse levar perigosamente pela beleza do ambiente e caminhasse sempre prá frente sobre uma camada de gelo que se tornasse cada vez menos resistente pelo degelo. Desta forma, contrariando todos os princípios mais elementares, o mundo é infeliz por sua própria vontade, contrassenso impercebível apenas porque o pão e circo mantém a mente humana ligada em coisas opostas àqueles que levariam a uma sociedade civilizada. É por isso que não se desgruda do celular, dos ridículos “famosos” e “celebridades” em vez de se tomar conhecimento do que nos dizem os Grandes Mestres do Saber como Voltaire ao afirmar que todas as igrejas deveriam ser esmagadas. Nas páginas 421 a 423 de História da Raça Humana consta que no ano de 1775, em Portugal, num Dia de Todos os Santos, quando as igrejas estavam abarrotadas de fiéis (idiotas), um terremoto fez vir abaixo as igrejas que esmagaram trinta mil pessoas. A revolta de Voltaire se deveu ao fato de terem os dignitários da religião afirmaram tratar-se de punição aos pecadores. Pensando sobre aquela realidade conclui-se que o único erro das criancinhas que lá se encontravam era o fato de terem nascidas de pessoas estúpidas de uma estupidez que continua lotando as igrejas e levando idiotas com suas crianças à morte. Ao pensar no modo como vivem os seres humanos conclui-se que sua estupidez supera a estupidez de seus irmãos que não dispõem da capacidade de raciocinar. Inté.

 

sábado, 26 de maio de 2018

ARENGA 491


Matéria do jornal Le Monde Diplomatique Brasil denominada SOBRE UMA CLASSE MÉDIA MARRENTA E BURRA dá conta de ser o brasileiro tão desclassificado que os portugueses criticam a enxurrada de brasileiros que chegam por lá achando-se melhores do que as outras pessoas, apesar de terem baixíssima cultura e civilidade. A única coisa para este país de merda presta mesmo é para dar vexame mundo afora. Levanta ainda a matéria jornalística a questão de se saber o motivo pelo qual o brasileiro continua inculto apesar de ter aumentado o número de brasileiros que frequentam faculdades. Entretanto, na mesma reportagem consta a realidade de que os brasileiros não leem, o que deixa esclarecido o motivo não só de serem eles incultos e incivilizados, mas também de ser o brasileira o povo mais povo de um mundo habitado em sua totalidade por seres tão estúpidos que são incapazes de decidir sobre seu destino, razão pela qual é preciso que alguém lhes como proceder. O assunto tratado na reportagem do jornal mostra também a realidade de que os intelectuais se envolvem tanto com a intelectualidade que não veem as coisas simples. Está aí no jornal Folha de São Paulo reportagem de um intelectualíssimo sobre Adão e Eva, assunto que apesar de simplesmente ridículo para os tempos atuais, merece comentários de pessoas do povo. Como pode alguém, diante da situação explosiva em que se encontra o mundo, perder tempo em assuntos tipo Adão e Eva ou os rogos por paz e os beijos do Papa no pé do criminoso? A existência destas coisas é suficiente para demonstrar a necessidade de uma cultura na qual as pessoas mais mentalmente capazes priorizem as necessidades básicas de todos os seres humanos em vez de se perderem em intelectualidades restritas ao seu mundinho de eruditos como faz o intelectualíssimo Léon Duguit, na página 19 do livro Fundamentos do Direito, Ed. Martin Claret, quando diz NÃO SER POSSÍVEL ADMITIR-SE O FUNDAMENTO DO DIREITO ANTERIOR À CRIAÇÃO DO ESTADO, MAS SER POSSÍVEL PROVAR A MANIFESTAÇÃO DO DIREITO NUM ESTÁGIO ANTERIOR À CRIAÇÃO PELO ESTADO. Como entender uma porra desta? Outro intelectualíssimo, Norberto Bobbio, no livro Estado, Governo, Sociedade, na página 129, refere-se ao Estado da seguinte forma: “Et licet peccatum humanae originis per baptisme gratiam cunctis fidelibus dimissum sit, tamen aequus deus ideo discrevit hominibus vitam, alios servos constituens alios dominos, ut licentia male agendi servorum potestate dominantium restringatur”. O que se faz necessário é mandar esses caras para determinado lugar e voltar as preocupações para coisas simples que só aparentemente são inexplicáveis tais como as referidas pelo jornalista que escreveu a reportagem do Le Monde de ser comum um médico apressado para chegar em casa a fim de ver o BBB, um engenheiro interessado nos programas de auditório dos dias de domingo, advogados e professores ansiosos para o lançamento do próximo Vingadores.

 A esta lista de contradições podem ser acrescentadas outras tais como a existência de autoridades judiciárias defendendo bandidos, advogados dividindo com ladrões do colarinho branco o produto do roubo, pessoas que não sabem fazer um O com um copo elevadas à categoria de famosos e celebridades, papagaios de microfone defendendo a necessidade de açular a polícia contra caminhoneiros por reivindicarem algum alívio em sua condição de escravo, enfim, aquilo de que se necessita realmente, em vez de demonstrações de erudição, é procurar esclarecer por qual motivo tais coisas são consideradas normais, principalmente a que leva doutores a terem a mesma mentalidade do vulgo que lota igrejas, terreiros de axé e futebola. É tudo uma questão de acreditar na máxima religiosa de não haver necessidade de pensar. Inté.

 

 

 

 

 

 

 

    

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 22 de maio de 2018

ARENGA 490


Cena do filme Os Vikings mostra pessoas tomadas de grande felicidade deitando-se sobre uma mesa para serem degoladas durante o ritual de homenagem ao deus Odin. Para a massa bruta de povo, os filmes servem apenas como diversão. Quanto maior a violência e a brutalidade neles mostradas, maior o divertimento para o povo, o que é bastante para se concluir pela mediocridade espiritual do povo que justifica sua qualificação de massa bruta não só defendida, mas também incentivada por ser do interesse dos falsos líderes, capachos dos ricos donos do mundo que determinam o destino da humanidade. Quanto menos dotado de requinte mental for o povo, menos capaz será ele de pensar, condição indispensável para se manter no papel de burro de carroça. Por esta razão é que só por esforço próprio (e bota esforço nisso) pode alguém elevar-se mentalmente algo acima da mentalidade medíocre da massa bruta de povo incapaz de perceber o que há por trás do endeusamento do casamento do príncipe, das Copas do Mundo, da transformação de toupeiras mentais em “famosos” e “celebridades”, das multidões imbecilizadas correndo maratonas, do carnaval, das igrejas, das Fórmulas Um, da papagaiada de microfone anunciando o aumento do consumo e o lucro dos bancos como notícias alvissareiras, das aposentadorias de quem trabalhou a vida inteira como causas da desordem social, de ser obrigatório o ensino da língua inglesa, de ter a justiça transformado seu papel de protetora da sociedade em protetora dos inimigos da sociedade, da paixão pelo American Way Of Life. Embora a ninguém parece ocorrer, a verdade é que estas situações aí são a causa do colonialismo e da subserviência que deixa nosso país numa situação tão desgraçada que se despreza a pátria brasileira e se amam as coisas do estrangeiro. Um servilismo vergonhoso em que nossas autoridades vivem a fazer pronunciamentos nos Estados Unidos sobre assuntos brasileiros, já se tendo chegado ao cúmulo do babaovismo quando um ministro brasileiro tirou os sapatos num aeroporto americano para ser revistado e outro beijou a mão de um presidente americano. Foto recente publicada na imprensa mostra o presidente Michel Temer e seu ministro José Serra embevecidos, com cara de quem pede perdão por existir, como que adorando o Secretário de Estado americano da cara de cavalo.

Destas coisas se conclui que o comportamento inocente daqueles vikings que há dezenas de séculos se deixavam imolar é o mesmo comportamento inocente da juventude moderna. Por mais extraordinário que possa parecer tal afirmação, a juventude  também se deixa imolar por um sistema de administração pública executada por falsos líderes que a usam como escada para subir na escala do poder. Aí está o exemplo dos combustíveis mostrando esta realidade porque a metade do que se paga ao abastecer o carro é de imposto a ser desbaratado pelos falsos líderes. Quando o amor roxo dos brasileiros, os Estados Unidos, escorraçaram os governos do Brasil e do Chile, implantaram governos militares e mandaram que os generais implantassem o sistema rodoviário de transporte e acabassem com o pouco existente por trilhos e água, a massa bruta de povo aplaudiu. Agora está a levar ferro no rabo porque os preços de tudo vão estourar. Como solução do problema, diz a papagaiada de microfone através dos meios de comunicação pertencentes aos ricos donos do mundo, o presidente está reunido com a equipe econômica, o que é o mesmo de apagar fogo com gasolina porque a finalidade da equipe econômica é proteger interesses opostos aos interesses da massa bruta de povo como provam as caixas-fortes dos infernos fiscais como resultado da ação da economia.

O mundo está a clamar pelo uso da capacidade de racionar e os imbecis ricos donos do mundo não conseguirão impedir que isto aconteça porque aqui e acolá pipocam mentalidades que superaram a inocência existente no conformismo da imolação. A realidade de terem os bárbaros Vikings dado origem aos dinamarqueses atuais, embora ainda estejam eles distantes de uma sociedade ideal porque ainda não contam com decisões coletivas, dependentes, portanto, de uma falsa liderança individual por ser o mundo ainda incapaz de dar origem a um só líder verdadeiro, ainda assim, a sociedade dinamarquesa serve como modelo para os povos ainda tão bárbaros quanto a sociedade dos vikings que se transformou na sociedade dinamarquesa e isto leva à conclusão de que a vontade de evoluir espiritualmente rumo à civilização haverá de superar a ignorância em que os donos do mundo mantém os seres humanos impedindo que eles pensem, realidade que pode ser encontrada nas mínimas coisas como por exemplo um comentário que fiz no jornal Folha de São Paulo sobre a reportagem do ex-jogador de futebola Tostão, intitulada POR QUE O BRASIL É TÃO FORTE? Tendo superado o analfabetismo político, o que me permite distinguir as artimanhas do pão e circo, em defesa da verdade e do futuro das criancinhas de hoje, fiz o seguinte comentário que foi prontamente censurado: Forte em canalhices, subserviência, falta de vergonha e amor próprio porque a fortaleza de um povo evoluído espiritualmente advém da atividade do cérebro e não dos pés.

A propósito, para os ricos donos do mundo e dos meios de comunicação é mentira o dito de que dizer a verdade não ofende. Inté.

 

 

 

sábado, 19 de maio de 2018

ARENGA 489


Até quando, ó meios de comunicação, abusarás de nossos sacos já a estourar com o baba ovismo sobre o casamento do príncipe? Vá tomar, pô! Vai gostar de príncipe assim na PQP. Aliás, não é apenas com a baboseira do casamento do parasita real, a mando de seus patrões fomentadores da ignorância política, que a papagaiada de microfone estoura o saco de quem não é bicha desvairada por fofoca. Também toma conta dos meios de comunicação um converseiro infindável sobre candidatos à eleição, quem tem a maior ou a menor intenção de voto. Sobretudo, é impressionante a preocupação dos comentaristas de politicagem com programa de governo, quando só um desprovido da mínima capacidade de raciocínio ainda não percebeu que promessas de campanha têm o mesmo destino do papel higiênico depois de usado. Além disso, é simplesmente estarrecedora a normalidade com que comentam as promessas de candidatos de armar a população com armas de fogo. Este é realmente um país desgraçado, e sua juventude precisa ser incinerada. Enquanto se vive um estado de guerra que causa mais mortes do que guerras atualmente declaradas em função da selvageria humana, a imprensa faz estardalhaço de regozijo sobre o casamento de um remanescente da Idade Média. Houvesse patriotismo, estaria a imprensa incentivando a população a meditar sobre as causas de tanta violência e infelicidade.

Francamente, não sendo a fuga para outros países a solução para quem gostaria de viver num ambiente menos estúpido, mesmo porque a estupidez é uma característica do ser humano no mundo inteiro, é necessário ter mais de um saco para se aguentar viver por aqui. Inté.    

 

quinta-feira, 17 de maio de 2018

ARENGA 488


Apenas uma olhadela na história sobre o comportamento dos seres humanos através dos tempos é suficiente para levar à conclusão de ter a humanidade emburrado e embirrado numa inexplicável teimosia em não refletir sobre as causas que dão origem à sua infelicidade. Da teimosia paquidérmica em recusar conhecer a origem do sofrimento que inferniza a humanidade resulta a eternização da infelicidade por não ser possível combater os efeitos enquanto permanecerem as causas que lhes dão origem. Ao observar as coisas da vida percebe-se que as causas que dão origem ao sofrimento humano provêm de duas grandes mentiras: Necessidade de riqueza e de religiosidade. Analisando-se a necessidade de riqueza conclui-se que ela dá origem à desarmonia da qual resulta muita infelicidade para muitas pessoas no mundo. No entanto, em vez de combatida a falsa necessidade de riqueza, é estimulada por cérebros privilegiados de corpos que esquentaram com a bunda as cadeiras das Harvards do mundo e saem de lá pregando a estupidez da concorrência necessária ao ajuntamento de riqueza. Do mesmo modo, desprezando-se a prolixidade dos intelectuais, e analisando-se a religiosidade com a clareza da simplicidade, conclui-se ser a religiosidade o maior defeito que pode ter um ser humano em termos de sociabilidade, isto é, a condição necessária para que as pessoas possam viver de modo agradável em comunidades uma vez não poderem viver isoladamente. Mas a cegueira mental não permite enxergar a realidade uma vez que a religiosidade aniquila o justificado orgulho oriundo da grandiosidade de ser um ser humano. Faz isto ao convencer este ser humano de ser ele tão vil a ponto de ser incapaz de gerir sua própria vida, fazendo-o dependente da vontade de um Deus que além de ver normalidade na escravidão, prega a caridade que faz um ser humano se abster de um mínimo de orgulho e se conformar com a condição de trapo. O tapa-olho do não serem questionáveis os mistério de um Deus esconde a realidade de ser falsa a ideia de um Deus bom que ao mesmo tempo se mostra tão cruel que Sua vontade obriga pessoas acuadas por chamas e sem outra alternativa a se lançarem como pássaros pelo ar de um prédio em chamas sob olhares em lágrimas de pais, filhos e amigos.
O capítulo VI do livro História da Raça Humana, do historiador Henry Thomas, encerra mais uma das muitas evidências da recusa humana em raciocinar sobre a necessidade de assumir seu destino e deixar de deixar-se conduzir feito boiada através dos tempos. Ali se vê que o rei francês Luís XIV e o príncipe alemão Carlos Luís tentaram subornar o paupérrimo filósofo Espinosa a fim de que este expressasse ideias que lhes fossem favoráveis. Este pequeno trecho da história é suficiente para revelar a incapacidade que têm os seres humanos de pôr em funcionamento sua máquina de produzir raciocínios porque ainda hoje instituições como Fundação Templeton e Prêmio Nobel, além da distribuição de bíblias têm o mesmo objetivo de comprar consciências. Caso raciocinassem, visto que a história da humanidade é estudada, já era para se ter chegado à conclusão da necessidade de se abolir a cultura de seguir às cegas a orientação de lideranças pela simples e inegável razão de serem falsas absolutamente todas elas. A revista Veja de quatro de abril de 2018 traz uma reportagem intitulada ESTÁ TODO MUNDO MILIONÁRIO. Esse “todo mundo” se refere a nossos líderes políticos. E na página 315 do          Livro da Política consta a seguinte observação do filósofo Noam Chomsky: “O poder está cada vez mais concentrado em instituições que nunca prestam conta”. Este “nunca prestam conta” significa o desbaratamento da imensa fortuna que a massa bruta de povo entrega na bandeja aos falsos líderes para que façam dela o que bem quiserem. Graças a esta indiferença é que os banqueiros exigem e os falsos líderes concordam em afirmar que as aposentadorias de quem suou a camisa é que são responsáveis pela falta do dinheiro roubado.
O resultado da cultura de adorar riqueza e Deus é uma juventude de percepção tão limitada a ponto de se sentir gratificada pelo fato de suas crianças aos cinco anos já pronunciarem frases em inglês. O que há por trás disto é a continuação do poder das Forças Ocultas que através do Acordo MEC/USAID obrigaram o governo dos generais a deixar a educação da juventude brasileira a cargo dos Estados Unidos tão amados pelos analfabetos políticos e sobre os quais o intelectual em política, o senador Saturnino Braga, no Jornal do Brasil, escrevendo a respeito da afirmação do governo americano sobre o general Ernesto Geisel, diz o seguinte: “Ademais, ademais, não dou crédito a informações da CIA que sempre, de uma forma ou de outra, quer destruir nossos valores político-econômicos e impedir o desenvolvimento do Brasil como potência independente”. Aí está, pois, a realidade de que os brasileiros que amam o American Way os Life dormem com o inimigo e dão mostras de completo analfabetismo político ao orgulharem-se por suas criancinhas já falarem inglês. É tudo uma questão de raciocinar. Inté.

 




quinta-feira, 10 de maio de 2018

ARENGA487


Nos meados do século passado, quando ainda não existiam as FMs, a Rádio Bandeirantes de São Paulo tinha um programa chamado Trabuco, no qual o radialista Vicente Leporace, com espetacular contundência, esbravejava sobre os desmandos na administração pública. Mas absolutamente nada mudou. Além da televisão, são inúmeras as rádios, inclusive a própria Bandeirantes, a fazer estardalhaço sobre os desmandos que se comparados com os do tempo do grande Leporace fariam daqueles um quase nada. Mas o que há de interessantíssimo em tudo isso é que o espalhafato, as denúncias e as indignações não passam de um faz de conta porque são os próprios meios de comunicação que semeiam a cultura que dá origem aos desmandos contra os quais eles esbravejam. É uma questão de tirar o pensamento das igrejas, do axé e do futebola e encarar a realidade histórica. Quem se dispuser a fazer isto chegará inexoravelmente à conclusão de que o povo nunca teve outro papel senão o de bobalhão, de peças do jogo de lego com as quais os falsos líderes montam as mais diversas realidades através exatamente dos meios de comunicação aos quais o povo delegou o direito de pensar por ele. Graças a esta delegação de poder, o povo acredita serem normais coisas como o lucro dos bancos, um banqueiro candidato a presidente da república, haver importância nas toupeiras mentais que os meios de comunicação consideram famosos e célebres, ser mais importante estádio de futebola do que hospital e escola, ter de pagar por tudo aquilo que já se pagou com os impostos, enfim, os meios de comunicação fazem com que o povo não só encare estas coisas não só absolutamente normais, mas também necessárias e até mesmo úteis à sociedade. Temos, pois, que os meios de comunicação que esbravejam contra a existência dos desmandos são os responsáveis pela existência deles. Esta realidade aparece sobremaneira nos comentários sobre economia. A página 13 do livro GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA ECONOMIA BRASILEIRA, começa bem desse jeito: “Imagine que, após uma noite maldormida e repleta de pesadelos, você acorda mau. Mau com “u” mesmo: uma pessoa ruim, um canalha ou, como se diz nas novelas, um cara frio, mesquinho e sem escrúpulos. Diante do espelho do banheiro, você promete a si próprio: – A partir de hoje, lutarei para prejudicar os trabalhadores. Espalharei a miséria e a corrupção. Aproximarei o Brasil do Apocalipse! Termina dizendo que se alguém tomasse tal decisão estaria apoiando as medidas governamentais. É justamente por isso que os agentes governamentais são escolhidos pelos meios de comunicação.

Mas tudo fica claro quando se conclui que os esperneadores contra os desmandos que fazem estardalhaço pelos meios de comunicação são subordinados a eles pelo vínculo empregatício. É esta tramoia que sustenta a forma atual de administração pública. Através do pão e circo se alimenta o analfabetismo político do qual resulta um povo menos interessado no futuro dos filhos do que bola na rede. Desta forma, sabendo-se que a massa bruta de povo é incapaz de uma só ação inteligente, todo o converseiro sobre desmandos tem por finalidade a obtenção de audiência da qual depende maiores lucros. Caso houvesse real interesse numa sociedade diferente desta maldição que aí está os meios de comunicação bradariam por um sistema educacional que formasse cidadãos em lugar de técnicos em fabricar dinheiro. Enquanto o bicho povo se limitar à condição de bicho terá o destino de ter o rabo esfolado. Aliás, pelos líderes que escolhem, parece mesmo gostar de tal destino. Inté.   

 

 

domingo, 6 de maio de 2018

ARENGA 486


Certamente por não ser intelectual, o escrevinhador deste mal amanhado blog insiste em afirmar serem completamente inúteis os intelectuais uma vez que a intelectualidade deles em nada contribui para uma forma menos irracional de vida, o que deve ser o primeiríssimo objetivo de cada um dos mais de sete bilhões de seres humanos a destruir perigosamente sua moradia. Não é só o pseudo intelectual José Sarney que escreve livros do tipo daqueles que quando a gente larga não quer mais pegar, como disso o saudoso Millôr Fernandes. Acabo de fazer péssima aquisição comprando o livro O QUE É FILOSOFIA? do intelectualíssimo José Ortega Y Gasset. O livro é um curso de filosofia ministrado pelo famoso escritor e a primeira aula começa assim: “Em matéria de arte, de amor ou de ideias, creio pouco eficazes os anúncios e os programas. No que concerne às ideias, a razão de tal incredulidade é a seguinte: a meditação sobre um tema qualquer, quando é positiva e autêntica, inevitavelmente aparta o meditador da opinião recebida ou ambiente, da que, com razões mais graves do que vocês supõem agora, merece ser chama de “opinião pública” ou “vulgaridade”.

A décima primeira que também é a última aula, como todas as demais, começa e termina sem dizer prá que veio, salvo para outros intelectuais de inútil intelectualidade: “Todas as vezes que eu disse que nos víamos forçados a transpor os limites da antiguidade e da modernidade, procurei acrescentar que só as superaríamos na medida em que as conservássemos. O espírito, por sua própria essência, é, ao mesmo tempo, o mais cruel e o mais terno ou generoso”.

Comprar este livro é jogar dinheiro fora como fiz porque o de que necessitamos é a praticidade da constatação de estar a humanidade vivendo do mesmo modo como vivem os irracionais. Portanto, rasgos de profunda intelectualidade não encontram eco no meio da brutalidade humana que carece ser amenizada antes de quaisquer outras ponderações uma vez que a vida dos seres humanos é tão louca que eles são obrigados a transferir para quem não precisa de nada os recursos de que eles muito precisam. Desta transferência resultam as grandes riquezas dos fornecedores das coisas de que o povo não pode prescindir: alimento, luz, água, segurança, transporte, remédios. A propósito da inconsequência do que ocorre no tocante aos remédios, recente publicação no blog Outras Palavras, escola de alfabetização política, dá conta de que em função dos lucros exorbitantes com a venda de medicamentos a indústria farmacêutica conseguiu o que os alquimistas não conseguiram: FABRICAR OURO.

Enfim, para obter as coisas das quais necessitam, além do necessário para cobrir os gastos do fornecedor, os seres humanos são obrigados a repassar uma soma adicional destinada à formação de riqueza dos prestadores de tais serviços uma vez que todos os serviços são prestados por particulares sedentos de riqueza como são todos os Midas do mundo. Ao entregar a estes monstros funções que deveriam ser exercidas exclusivamente pelo Estado, é como soltar uma raposa dentro do galinheiro, absurdo que se deve por força da cultura enviesada da injustificada ineficiência do poder público. Se o Estado se move através de seres humanos, nada explica que seres humanos possam tocar com eficiência uma empresa privada, mas não uma empresa pública. Portanto, em vez de uma casta de intelectuais com a cabeça nas nuvens, a sociedade careca acima de tudo de quem lhe mostre a realidade de viver de forma incompatível com a racionalidade.

Até as inúmeras mortes decorrentes de um sistema caótico de trânsito servem para justificar a existência de empresas privadas que arrancam fortunas dos usuários das estradas. É tamanho o contrassenso que apesar de saírem das fábricas com capacidade de desenvolver duzentos e vinte ou mais quilômetros/hora, os usuários das estradas são obrigados a se limitar a sessenta e oitenta quilômetros ora por conta da abstinência do Estado que deixa quem precisa usar as estradas entregues à fome de riqueza dos donos das empresas às quais foi transferido o direito de explorar as rodovias. Enfim, o que precisa ser pensado e repensado é o que leva o povo a não inteiramente submisso à condição de burro-de-carroça para formar as imensas fortunas que existem nos infernos fiscais. Isto, sim, deve ser martelado incessantemente em vez das tagarelações inúteis da inútil intelectualidade. É tudo uma questão de ter os pés no chão por ser impossível tê-los no espaço juntamente com a cabeça dos intelectuais. Inté.     

sábado, 5 de maio de 2018

ARENGA 485


O silêncio de Joaquim Barbosa quanto a planos para um possível governo seu como provável presidente da república tem incomodado os meios de comunicação que cobram dele pronunciamento a esse respeito. Este procedimento da imprensa é tão sem fundamento quanto aqueles que garantem ser positiva para a sociedade a agiotagem do sistema bancário ou a transformação da produção de alimento em fonte de riqueza para os multimilionários do agribiuzinesse através de conluios com autoridades do BNDES, e o endeusamento do pão e circo que elevam toupeiras intelectuais à qualidade de “famosos” e “celebridades”. A fim de dar uma importância inexistente aos espetáculos do pão o circo é que os patrões dos papagaios de microfone exigem deles expressão de alegria ao anunciar algum destes espetáculos.

Tanto não fazem sentido estas últimas informações quanto a cobrança que a imprensa faz para que o doutor Barbosa se pronuncie a respeito do que pretende fazer como presidente da república. Não precisa ser cientista de politicagem e nem mesmo ser inteligente para saber que depois de eleito candidato algum faz o que disse que faria enquanto candidato, circunstância que certamente inibe o doutor Joaquim Barbosa de fazer promessas que depois venha a não poder cumprir por força do empenho do congresso corrupto que nem de longe quer ouvir falar em moralização política, certamente uma das bandeiras empunhadas pelo doutor Joaquim Barbosa cujo empenho pelo cumprimento da lei ficou demonstrado durante o julgamento do Mensalão. Ao contrário de moralização, os políticos fazem da sociedade uma fonte inesgotável de recursos com os quais têm vida regalada. Três expoentes do nosso jornalismo, os  jornalistas Hélio Fernandes, Mauro Santayana e Ricardo Boechat mostram com clarividência cristalina esta realidade. O primeiro, através do jornal Tribuna da Imprensa, escreveu e reescreveu sobre o quanto a sociedade transferiu para políticos e apaniguados com a privatização da Companha Vale do Rio Doce. O segundo, em reportagem denominada A Crise da Razão Política e a maldição de Brasília mostrou de forma espetacular o quanto a sociedade foi explorada pela ditadura militar. O terceiro, apesar de ser um grande tagarelador, apenas com uma observação, de modo irretratável, mostrou as más intenções dos congressistas a quem já superou a fase bruta de povo e é capaz de pensar, o que fez ao observar que o partido político que tem mas parlamentares denunciados pela justiça por prática de crimes é justamente esse o partido que mais recebe proposta de filiação de parlamentares vindos de outros partidos.

Assim, um homem da envergadura moral demonstrada pelo doutor Joaquim Barbosa, cujos detratores encontraram como único fato desabonador de sua boa conduta a compra de um apartamento em Nova Iorque cujo custo cabia perfeitamente dentro de seus rendimentos. É próprio dos pequenos homens procurar denegrir a imagem dos grandes homens. Este é o motivo pelo qual os defensores do sistema corrupto encontram defeitos nos jovens da Lava Jato e no doutor Joaquim Barbosa. Entre eles encontram-se inclusive autoridades do judiciário, o que levou a ministra Eliana Calmon a firmar haver bandidos de toga. Se há o que estranhar na aquisição do apartamento em Nova Iorque é a constatação de que nem mesmo pessoa de elevada intelectualidade e notório zelo por sua sociedade escapa da cultura da paixão pelo American Way of Life. É tudo uma questão de pensar. Inté.    

sexta-feira, 4 de maio de 2018

ARENGA 484


À pergunta “QUE PAÍS É ESTE?”, tão comum que aparece até em letra de músicas, responde-se: É um país tão esquisito que o candidato que tem a maior preferência do seu povo para ser presidente da república é um presidiário. Um país cuja população é constituída de torcedores, ladrões, foliões e religiosos. País com uma juventude tão subdesenvolvida mentalmente que considera como mais importantes da sua sociedade pessoas de nível intelectual ainda mais medíocre que o dos outros jovens porque os “famosos” e as “celebridades” nem mesmo sabem quando um livro está de cabeça para baixo. É um país onde inexistem sentimentos nobres como dignidade e honra. Um país de macacos apaixonados pelo American Way of Life que para imitar os americanos fazem réplicas ridículas das Torres Gêmeas, da Estátua da Liberdade e até há programa de rádio denominado Young Professional. Pais de onde decolam aviões abarrotados de macacos deslumbrados para fazer compras em Me Ame e levar crianças à Disney, além de ser obrigatório o ensino de inglês às crianças brasileiras. Infelizmente, este é o Brasil. Aqui, além de servir de almoxarifado para os estrangeiros, permite que eles venham dar pitacos sobre política. O jornal Folha de São Paulo publica recente entrevista do filósofo americano Noam Chomsky cuja matéria leva o título Lula é alvo de ataque da elite, mas esquerda precisa fazer autocrítica, diz Chomsky. Basta pedir ao amigão Google a sentença em negrito para ele exponha a entrevista na qual o gringo diz ser injusta a prisão do ex-presidente Lula por ser vingança das classes dominantes. Acontece que segundo o Livro da Política, Ed. Globo Livros, pág. 315, o senhor Chomsky é defensor das classes dominantes porque consta ali uma sua declaração no seguinte teor: “Todos devem garantir que os ricos estejam felizes”. É sobremaneira incompreensível que este senhor venha agora a se opor ao comportamento dos ricos, que é como se entender por classes dominantes. Como todos os egressos das Harvards do mundo, também o senhor Chomsky é portador do vírus que provoca a doença de Midas. Portanto, não faz sentido sua preocupação com os problemas sociais dos desfavorecidos daqui e nem afirmar ter havido inclusão social no governo de Lula porque ele promoveu mesmo foi muita corrupção. Inté.

 

 

 

terça-feira, 1 de maio de 2018

ARENGA 483


o que pensar a matéria publicada no jornal Estado de São Paulo dando conta de que uma pesquisa revelou que 51% dos americanos que se declaram republicanos veem a imprensa como inimiga do povo. A imprensa capitalista é realmente inimiga do povo. Mas é intrigante o que teria levado a massa bruta de povo a chegar a tal conclusão uma vez que povo não pensa. Quanto maior a religiosidade de um povo, maior sua incapacidade de pensar porque a religiosidade inibe o raciocínio quando prega a desnecessidade de se questionar os mistérios de Deus. Assim, causa espanto ter chegado àquela conclusão logo um povo como o americano, tão ansioso por riqueza que resumiu na frase TEMPO É DINHEIRO sua falsa crença de ser perda de tempo parar para pensar em qualquer outra coisa que não esteja vinculada à produção de riqueza. As únicas queixas contra a imprensa de que se tem notícia são provenientes de malandros alegando perseguição política. Posso estar enganado, mas nos meus oitenta e dois anos bem vividos nos quais não faltaram experiências, principalmente com mulheres, bons uísques e até com a maconha, experiência esta que me mostrou ser ela tão prejudicial à saúde que aumentou muito meu problema de estômago e os batimentos cardíacos disparavam, razão pela qual tive de deixá-la. Infelizmente, porém, deixa-la para ser usada pelos pobres jovens que com isso inviabilizam uma velhice menos atormentada procurando curtição sem saber que têm na sua juventude a maior de todas as curtições. Os jovens não sabem o quanto perdem em não adquirir conhecimento com os velhos.

Mas como nosso assunto são os americanos das bundas brancas, causa espanto terem eles percebido ser a imprensa motivo impediente de uma sociedade na qual seja possível viver sem o temor de ser explodido, metralhado, esfaqueado ou esmagado por carros deliberadamente jogados sobre as pessoas. Mas eles apenas ouviram o galo cantar. É improvável terem descoberto que o mal está é nos proprietários dos órgãos de imprensa de um regime capitaneado pelo perverso sistema capitalista cujo carro-chefe é o país deles, os Estados Unidos. Fica ainda maior a estupefação diante da realidade de aparecer tal conclusão justamente no país onde o povo é constituído da maioria religiosa, uma vez que os religiosos são convencidos da desnecessidade de pensar para concordar com os mistérios de Deus independentemente de qualquer questionamento.

A prejudicialidade da imprensa capitalista, apesar de artimanhosamente sutil, pode ser percebida facilmente através do que dizem os meios de comunicação quando afirmam serem positivas para a sociedade atividades do tipo da agiotagem do sistema financeiro endeusado pelos banqueiros, monstros de cuja boca escorre baba de dragão, do consumismo, do agribiuzinesse, do pão e circo, etc., por serem atividades danosas do ponto de vista da sociabilidade da qual decorre o bem-estar social. A sociabilidade é a matéria prima da sociedade humana. As três primeiras atividades têm por finalidade extorquir a sociedade, usando a derradeira para distraí-la enquanto lhe atocham o ferro no rabo e a mão no bolso de forma tão violenta que destas atividades resulta a remessa dos recursos públicos para as caixas-fortes dos infernos fiscais. Sabendo-se que do mesmo jeito como a manada segue o berrante tocado pelo vaqueiro o povo também segue o berrante tocado pela imprensa, sendo esta de propriedade dos escravizadores do povo, os ricos donos do mundo, evidente que seu berrante toque música que conduza a massa bruta de povo para a situação em que ele se encontra. Isto é, convencido de haver felicidade na submissão à escravidão de um emprego. A modalidade de escravidão moderna mantida pela lavagem cerebral feita pelos meios de comunicação aparece de forma bem clara na profissão dos policiais. Eles investem furiosamente contra os oprimidos como eles para defender os opressores. Na página 77 do livro DO KZARISMO AO COMUNISMO, do historiador Marcel Novais, temos um exemplo perfeito desta realidade quando o autor discorre sobre a opressão do governo russo sobre o povo da seguinte maneira: “... todas as vezes que tropas foram chamadas a reprimir manifestações, elas o fizeram de forma eficiente e letal. Essa lealdade é surpreendente quando se sabe que soldados recebiam pouco mais de um décimo do que se considerava necessário para uma subsistência digna. Seus rendimentos tinham de ser suplementados por suas famílias e pela prática comum de venderem parte de sua ração de comida. Soldados não podiam fumar em público, nem frequentar bares ou restaurantes. Além disso, o tratamento dispensado por oficiais a seus subordinados costumava ser cruel”.

Não haveria total concordância com o absurdo de destruir a natureza em troca da produção de dinheiro não fosse a lavagem cerebral pela pregação desta cultura infeliz feita pelos meios de comunicação. Na revista Veja de 04/04/18, em reportagem intitulada UMA NOVA CULTURA, o entrevistado, um egresso das Harvards do mundo, portanto um pregador desta modalidade de vida infeliz, afirma o seguinte: “... precisamos de jovens que escrevam menos artigos e ensaios e produzam mais”. Certamente ensinar a produzir dinheiro uma vez que é para não ensinar produzir textos literários. Do ponto de vista da racionalidade, afirmar tal coisa é propagar a incivilização de considerar o TER superior ao SER como determina a cultura bárbara atual que faz as pessoas indiferentes ao sofrimento alheio. 

Entretanto, determinada cultura impõe o comportamento humano até que a sensatez discorde dela e mostre haver comportamentos mais condizentes com a busca do bem-estar requerido por todos os seres vivos. Acontece que a sensatez mostra de forma indiscutível não estar correto um modo de vida semelhante ao dos irracionais, semelhança devidamente comprovada pela crueldade das destruições das guerras. A partir do momento que parte da massa bruta de povo perca algo da brutalidade, daí em diante nova culta toma o lugar da antiga, como mostra o primeiro parágrafo do capítulo 15 do primeiro volume do livro História da Civilização Ocidental, de Edward McNall Barns: “Pouco depois de 1300 havia começado a decair a maioria das instituições e dos ideais característicos da época feudal. A cavalaria, o próprio feudalismo, o Santo Império Romano, a autoridade universal do papado e o sistema corporativo do comércio e da indústria iam aos poucos enfraquecendo e terminariam por desaparecer completamente. Estava praticamente finda a grande época das catedrais góticas, a filosofia escolástica começava a ser ridicularizada e desprezada, e aos poucos, mas com eficácia, ia sendo minada a supremacia das interpretações religiosas e éticas da vida. Em lugar de tudo isso, surgiam gradualmente novas instituições e modos de pensar cuja importância é suficiente para imprimir, aos séculos que seguiram, o cunho de uma civilização diferente”.

É justamente o de que a humanidade carece. UMA CIVILIZAÇÃO DIFERENTE, porque não tem cabimento em qualquer lógica viverem seres capazes de raciocinar da mesma forma como vivem os incapazes desta fabulosa dádiva natureza, tão incapazes que dialogam com estátuas, creem haver virtude na caridade, fazem apologia do sofrimento, consideram a si mesmos carneiros de Deus, buscam proteção em igrejas onde não raro encontram a morte, bebem e comem água e comida contendo veneno e bosta, além de se matarem mutuamente e involuir espiritualmente sua juventude forma tão cruel que ela passou a ter por ídolos pessoas mentalmente insignificantes, as tais de “celebridades” e “famosos”. Ante tal realidade não se pode contestar a necessidade de uma nova cultura. Né não? Inté.