Para cada
pretendente à presidência da república todos os outros pretendentes estão
errados e só ele está certo de ter a solução para os problemas do país. Isto os
identifica perfeitamente com as religiões. Buscando também cair na preferência
dos contribuintes, cada uma religião se apresenta como a detentora da verdade e
a única capaz de levar seus carneiros a boas pastagens. Todas as demais
estariam erradas. Mas a realidade é ser tudo isto uma falsidade do tamanho do
mundo. No mundo só há falsidades. Nenhum presidente e nenhuma religião presta
prá nada. Se os problemas que infelicitam os seres humanos não podem ser
resolvidos pelos presidentes de repúblicas porque os patrões deles, os ricos
donos do mundo têm interesse na manutenção destes problemas porquanto deles se
beneficiam, também não podem estes problemas serem resolvidos pela religião por
se tratar do maior engodo que envolve a humanidade e ter por base a falsa ideia
da existência de Deus que permanecerá viva apenas pela impossibilidade de desviar
a atenção do dinheiro para se pensar sobre a vida. Por meio da tragédia
Antígona, Sófocles colocou na boca da sua personagem Antígona que os tiranos
precisam de um povo mudo. Esqueceu-se o Grande Mestre do Saber de que além de
mudo deve também ser o povo surdo para não ouvir a voz da razão e cego para não
ver sua escravidão. A História registra
que o imperador Calígula mandava matar a pauladas os artistas se o espetáculo
não lhe agradasse e quando escasseava alimento para as feras da arena alimentava-as
com prisioneiros. O imperador Cláudio, para inovar seus divertimentos, dezenove
mil prisioneiros travavam uma batalha naval onde milhares deles morriam e
navios construídos com o dinheiro do povo eram destruídos. Por aqui também, não
faz muito tempo assim, um ministro da boca de chupar ovo, com o dinheiro deste
povinho de triste memória, para festejar o descobrimento deste país de fazer
vergonha, mandou construir uma caravela que não saiu do lugar. Decorridos
milênios, a massa bruta de povo continua na mesma estupidez de fazer com que a
vida intranquila seja a regra e a vida tranquila seja a exceção.
Quem
consegue se desviar um pouco do caminho indicado pelo berrante dos meios de
comunicação percebe que Deus pode ser incluído entre os tiranos a que se refere
Sófocles. Apenas para não ter contrariada Sua vontade divina, mandou que seus
puxa saco matassem a pedradas um infeliz que apanhava lenha num dia de sábado
(Números: 32-36). Ser incapaz de tomar conhecimento da realidade é o verdadeiro
propósito das religiões ao convencerem os incautos da desnecessidade de serem
questionadas estupidezes como conversar com estátua, cepar fora a cabeça de
pessoas, necessidade de dinheiro para quem apenas com a vontade construiu o
universo, o luxo das igrejas e os desabamentos delas matando os carneiros de
Cristo, criminosos representando Deus, coisas aceitáveis apenas pela cegueira
mental.
Que o mundo
está no caminho errado a ninguém é dado desconhecer. É mais importante buscar o
motivo pelo qual isto acontece do que devanear-se pelo mundo inútil da
intelectualidade. Tem mais utilidade saber a causa do desaparecimento da água
do que conhecer a fórmula da água. Mas a força do poder de convencimento dos
meios de comunicação que pensam pela massa bruta de povo o faz crer que o
errado é que é o certo, colocando em prática a máxima de que uma mentira de tanto
repetida passa a ser verdade. Um pouco de reflexão sobre como têm vivido os
seres humanos basta para se concluir que eles precisam ser os senhores de si
mesmos em vez de necessitarem de quem lhes diga o que fazer. O ser humano
precisa se convencer de estar jogando fora a nobreza com que a natureza o
dotou. Não por ser a obra prima de Deus porque fisicamente nenhuma diferença
distingue suas necessidades das necessidades dos bichos. Mas sim pela
espiritualidade que resulta na afeição que infelizmente foi substituída pelo
ódio materializado nas guerras. O homem, enfim, não deve se deixar influenciar
negativamente com tanta facilidade. Na página 445 do livro História da Raça
Humana, de Henry Thomas, consta que no século XVIII, em função de uma história
denominada As Tristezas de Werther, escrita por Goethe, sobre um amor roxo
entre os jovens Werther e Lottchen, houve pela Europa uma epidemia de suicídio
de jovens que se deixaram influenciar negativamente pela infelicidade daqueles
dois jovens apaixonados. Desde sempre que o sentimento do ser humano em vez de
ter origem no seu interior, vem de fora para dentro em vez de vir de dentro
para fora como a nau do Zé Ramalho. Desta forma, por falta de uma cultura capaz
de fazer o pêndulo do convencimento pender para o lado positivo, pende para o
lado negativo e torna o ser humano incapaz de gerir seu próprio destino,
recebendo-o já pronto e acabado dos meios de comunicação dos ricos donos do
mundo que dá ao ser humano o mesmo destino da manada rumando para o matadouro.
Ao se deixar levar pelos falsos líderes e as duas invenções Deus e Mercado,
ambas destinadas a manter os seres humanos conformados com a submissão ao
servilismo, a humanidade demonstra a mesma falta de discernimento de uma
criancinha que se deixasse levar perigosamente pela beleza do ambiente e
caminhasse sempre prá frente sobre uma camada de gelo que se tornasse cada vez
menos resistente pelo degelo. Desta forma, contrariando todos os princípios
mais elementares, o mundo é infeliz por sua própria vontade, contrassenso
impercebível apenas porque o pão e circo mantém a mente humana ligada em coisas
opostas àqueles que levariam a uma sociedade civilizada. É por isso que não se
desgruda do celular, dos ridículos “famosos” e “celebridades” em vez de se
tomar conhecimento do que nos dizem os Grandes Mestres do Saber como Voltaire
ao afirmar que todas as igrejas deveriam ser esmagadas. Nas páginas 421 a 423
de História da Raça Humana consta que no ano de 1775, em Portugal, num Dia de
Todos os Santos, quando as igrejas estavam abarrotadas de fiéis (idiotas), um
terremoto fez vir abaixo as igrejas que esmagaram trinta mil pessoas. A revolta
de Voltaire se deveu ao fato de terem os dignitários da religião afirmaram
tratar-se de punição aos pecadores. Pensando sobre aquela realidade conclui-se
que o único erro das criancinhas que lá se encontravam era o fato de terem
nascidas de pessoas estúpidas de uma estupidez que continua lotando as igrejas
e levando idiotas com suas crianças à morte. Ao pensar no modo como vivem os
seres humanos conclui-se que sua estupidez supera a estupidez de seus irmãos
que não dispõem da capacidade de raciocinar. Inté.